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Experiência mística de uma agnóstica

Açucena

Hifa
Cadastrado
20/06/2014
7
14
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Paraná
Minha segunda experiência com os mágicos aconteceu ontem, na verdade eu pretendia demorar mais pra repetir, mas voltei a passar em frente ao local onde havia encontrado os pcs e só havia mais 3, já mais velhos, enfim, cedi ao desejo, levei os meninos pra casa. Tomei o chá às 20:40. Às 21:10 os primeiros sinais de relaxamento, sem dores, sem náuseas, nenhum desconforto. Como da primeira vez, disse que aceitaria ver o que o cogumelo (ou inconsciente, ou o indefinível, como queiram, não sei se o nome é tão importante assim) quisesse me mostrar. Eu sinto que aceitar o que vem pela frente diminui muito as chances de crises de angústia, ou de ansiedade que possam haver. Então, relaxei e segui viagem.

As primeiras visões foram de viagens rápidas, errantes, como se eu não soubesse pra onde ir. Em um certo momento, criaturas de formas muito estranhas, e um pouco engraçadas, me olhavam e se perguntavam o que eu fazia ali. Pensei que estava me relacionando com algo muito arcaico, com formas arquetípicas, lá do profundo... Foi amistoso, mas pedi direcionamento e saí dali, e passei a ter visões de pessoas à minha volta, vestidas de branco. Um homem, moreno, de barba, vestido de branco, tocava minha cabeça e fazia curas em mim. Passei algum tempo assim, me vendo deitada enquanto via todos os gestos que eram feitos por ele, principalmente na minha testa.

Depois disso, fui levada a uma montanha, na verdade eu pairava sobre uma montanha, e nesse momento um homem pássaro passou a falar comigo, ele tinha o corpo humano, mas sua cabeça era de águia, e além dos braços ele tinha asas. Ele me falava sobre cura, e eu me preocupava por ser fumante. Ele me ensinou gestos a serem feitos pra ajudar a diminuir a vontade de fumar, gestos que me mostravam a importância de assoprar. Eu repeti, realmente, literalmente, esses gestos muitas vezes durante a experiência.

Em um certo momento pensei em uma pessoa de quem gosto muito que está com câncer, e perguntei ao homem pássaro (ou homem espírito, como me vem à mente agora) se essa pessoa se curaria. Ele me disse que, infelizmente, não haverá cura.
Depois disso, tudo foi passando, ficou só a sensação de relaxamento.

Isso foi bastante surpreendente pra mim, que normalmente mantenho uma postura agnóstica. Mas, foi uma surpresa linda. Agora o tempo está muito seco pra que os meninos possam nascer, mas já já as chuvas voltam e eu vou estar pronta pra conhecer mais do mundo encantado.
 
Como da primeira vez, disse que aceitaria ver o que o cogumelo (ou inconsciente, ou o indefinível, como queiram, não sei se o nome é tão importante assim) quisesse me mostrar. Eu sinto que aceitar o que vem pela frente diminui muito as chances de crises de angústia, ou de ansiedade que possam haver. Então, relaxei e segui viagem.



É exatamente por aí.

Eu tenho para mim que muitas das sensações desagradáveis que as pessoas às vezes sentem nas experiência vem da resistência a deixar o nível da experiência mudar, a não querer ver o que o cogumelo veio mostrar.
 
Em um certo momento pensei em uma pessoa de quem gosto muito que está com câncer, e perguntei ao homem pássaro (ou homem espírito, como me vem à mente agora) se essa pessoa se curaria. Ele me disse que, infelizmente, não haverá cura.

muito boa essa parte, porém tem que ter muito cuidado com esse tipo de informação. Cuidado no sentido de não ficar se apegando as coisas externas dentro da experiencia, principalmente de parentes, amigos e afins.
 
a não querer ver o que o cogumelo veio mostrar.

se entre você e eu existe o tu, logicamente nesse meio temos que ter o direito de ver ou de pelo menos sofrer um pouco pra tentar esconder aquilo que não conseguimos. é bem dificil pra uma pessoa na segunda, terceira ou quarta vez usando esse negocio ai, tentar ao menos dominar alguma coisa que ela ainda não sabe.
e o relato da moça ai em cima, pela quantidade de vezes experimentadas foi uma baita de uma reflexão, mas somente ela pode mesmo entender se vai, se fica, ou se guarda. Mas pelo visto ela vai hein. e isso é tudo tão bom, e muito mais pra ela.
 
Em um certo momento, criaturas de formas muito estranhas, e um pouco engraçadas, me olhavam e se perguntavam o que eu fazia ali. Pensei que estava me relacionando com algo muito arcaico, com formas arquetípicas, lá do profundo...

Também vi algo parecido em minha primeira experiência. Do nada surge um ser humano com feições exageradas numa máquina semelhante a uma grua e pergunta: "O que você quer aqui?"
Foi a primeira e última vez nas experiências com cogumelos que tive contato com um algo ou ser que parecia externo a mim, que parecia ter vida própria e agir por livre vontade.

Algo meu, personagem, personalidade, forma-pensamento? Enteal, guardião, alguém de algum mundo/nível/lugar?
Nesse mundo de cogumelos temos mais ??? do que !!!








 
bonita a forma em que a experiencia foi conduzida.
lúcida e serena.
ótimo relato!
 
Bem interessante, obrigado por compartilhar! Esperar a chuva trazer mais um pouco de mágica então.
 
Interessante você relatar sobre um homem-pássaro... como era a cabeça dele? Era um falcão, ou um Íbis?
Porque na mitologia epipcia existem três Deuses com cabeça de pássaro: Rá, que é o Deus Sol (que é um falcão) e usa um Disco Solar na cabeça; Hórus, filho de Isis e Osíris que também é um Falcão, mas usa a coroa do alto e baixo egípcio (que é um chapéu branco e vermelho), e Toth que tem a cabeça de um Ibis, que é o Deus da sabedoria, conhecimento, magia, astronomia e também de cura.
 
Muitas pesquisas apontam que o uso de cogumelos ajuda a largar vícios

É verdade. Acredito que de todos os estudos sobre os benefícios da psilocibina, a facilitação do abandono do tabagismo seja dos mais adiantados.
 
É verdade. Acredito que de todos os estudos sobre os benefícios da psilocibina, a facilitação do abandono do tabagismo seja dos mais adiantados.

Embora nenhuma pesquisa tenha mostrado ainda qual mecanismo, de fato, as substâncias psicodélicas *trabalham para que isso aconteça. Ficam o mistério e os resultados...
Ao longo dos anos, eu ia e voltava com o tabagismo...depois de um tempo usando Ayahuasca, parei de uma vez, assim como parei de comer carne. E olha que sempre fui alucinado por churrasco, hambúrguer, etc...depois de um tempo não rolou mais, mas foi um processo natural, nada ligado a nenhum valor do tipo religioso, político ou ideológico. Na verdade eu não sei explicar muito bem como aconteceu, é um processo bem complexo e subjetivo. Não acredito que ajude/funcione em todos os casos também, já que tenho amigos mais experientes que ainda continuam fumando. Tenho a impressão que um set bem trabalhado é um fator importante, porque realmente queria parar de fumar, mas não tenho muitos recursos para argumentar sobre isso, já que não tinha pensado em abandonar picanhas e costelas :LOL:.
Quais são os fatores? Sugestão? Algo subliminar? Vai saber...

Tem um fato bem curioso, acho que você já deve saber, é que no começo do AA, o fundador acreditava que além dos tradicionais 12 passos para a sobriedade, havia um 13º, uma sessão com LSD, que complementava todos os outros. Interessante que era o passo mais eficaz para os céticos.
 
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