- 01/10/2024
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Olá a todos!
Esse é meu primeiro relato, da minha segunda vez consumindo. Já peço desculpa pela extensão ou por alguma falta de coesão, é como as memórias me vêm. E achei pertinente dar uma contextualizada! Obrigado!
Minha primeira vez foi comendo 2g de Cubensis puros em casa durante a madrugada tive uma viagem leve, muito mais psicológica do que visual, mas que me deixou uma sensação de paz muito grande no pós. Eu havia comprado para tomar com amigos, mas depois que chegou não aguentei a ansiedade e acabei tomando 2g sozinho.
São um casal de amigos e tínhamos o costume de fumar maconha juntos muitas vezes, ficávamos brisando toda a madrugada, conversando sobre muitos assuntos e ouvindo música. Eu sempre tive fascínio pelo mundo psicodélico e sempre pesquisei sobre, então os chamei para tomarmos junto. Eu achava que sabia o que podia acontecer e estava seguro, principalmente depois da minha primeira experiência sozinho, achei que teria tudo sobre controle e que conseguiria ajudá-los na primeira trip deles.
Mas estava muito enganado, algumas coisas acabaram acontecendo de forma muito inesperada e eu descobri que esperar qualquer coisa era mera arrogância, que não tinha como ter ideia de como seria a experiência dos aprendizados e lições que eu iria adquirir, coisas boas e ruins que poderiam vir.
No dia anterior, nós saímos para uma casa de música eletrônica, era um local novo que nunca havíamos ido, estávamos fumando maconha, mas não ficamos confortáveis no lugar e isso acabou gerando uma ansiedade, então saímos. Fomos para a rua, no centro da cidade e ficamos fumando por lá e conversando, mas a todo momento éramos abordados por moradores de rua e isso acabava cortando muito a brisa e incomodando bastante, mas tentamos ficar de boa. Chegamos em casa tarde e acordamos tarde, mas era o único dia em que poderíamos usar o cogumelo juntos, por conta do trabalho. Então combinamos de nos encontrar no parque da cidade. Levamos algumas comidas e bebidas, caixa de som e panos. Acabamos chegando já tarde no parque, eu dividi os cogumelos, 3,5g aproximadamente para cada, e tomamos com limão espremido. Colocamos uma playlist que eu havia feito para o momento e ficamos conversando esperando.
O sol já estava começando a baixar, uma hora mais ou menos depois de ingerir, começamos a sentir os efeitos. Eu estava de barriga vazia e eles haviam comido um pastel antes de nos encontrarmos, começamos a sentir juntos. Os efeitos viam como ondas, era muito engraçado, dava pra sentir vindo e indo, então o pano em que estávamos, que é uma espiral colorida que fiz em tie dye, começou a se mexer, conseguíamos ver as cores fluindo como se estivessem se movimentando, ficamos muito vidrados naquilo, era muito incrível, então tudo o que era colorido ficou vivo, as coisas mudavam de cor. A luz dourada do sol se pondo batendo no gramado, a grama ficou rosa, o cabelo da minha amiga trocava de cor, ia de preto pra verde e depois roxo, a cor da pele dela, todas as cores dançavam.
A partir daqui as memórias já começam a ficar mais desordenadas, isso aconteceu há 1 anos e 4 meses mais ou menos, então as não tenho de forma cronológica.
Em um momento eu deitei e fiquei olhando o céu, ainda claro, e via mandalas por toda a parte, era tudo muito incrível e mágico, meus amigos também viam. Lembro de olhar para minhas mãos e vê-las meio distorcidas, elas tinham muitos dedos, como nessas imagens geradas por Inteligência artificial. Tudo parecia um vídeo de Inteligência Artificial em que as formas mudavam o tempo, nós 3 tivemos essa impressão.
Deitado, eu estava em uma brisa muito boa, me sentia leve, todos nós estávamos numa vibe muito boa, conversávamos e era incrível a forma como nossas ideias fluíam entre nós, só havia entendimento, concordávamos com tudo e estávamos em uma sintonia inexplicável, tudo o que eu podia pensar era um grande SIMMMMMM para tudo. E as músicas tocando entravam na cabeça de uma forma muito intensa e elétrica. Enquanto eu falava eu escutava como se minha voz não estivesse vindo de mim, mas de fora da minha cabeça, como se viesse do mundo, e ela era diferente, meio robótica e metálica.
Em outro momento nos levantamos e estávamos descalços na grama, eu sentia como se ela levasse meus pés e eu estivesse simplesmente deslizando sobre, sendo levado pelo movimento. Falávamos, e mesmo longe eu sentia como se a voz deles estivessem na minha cabeça. O tempo inteiro descrevíamos o que estávamos sentindo, era tudo muito novo.
Me lembro de estar deitado e ouvir eles conversando e a voz do meu amigo me trazia uma sensação muito boa. Sentia um conforto absurdo.
Todos os sentidos estavam muito aguçados, tudo era uma sinestesia surreal, era como ouvir as cores, sentir a música batendo na pele, ver os sons. Fechar os olhos e ouvir a músicas era ser transportado por ondas elétricas. Deitado eu comecei a sentir pegar no meu cabelo que estava grande e é cacheado e era muito bom e eu fiquei muito maravilhado, até chamei eles para tocar no meu cabelo também. Na posição em que eu estava me sentia em mundo pequeno, extremante acolhido, olhar para as coisas tão próximo do chão dava a tudo uma outra dimensão.
Uma hora, ainda no começo, ficamos olhando um pequeno toco de madeira que estava a certa distância e brisando em como parecia uma casa de gnomos, e então começamos a e ver a casa do gnomo e era muito engraçado.
Até que escureceu.
Aconteceu tão de repente, foi como se eu tivesse entrado em um transe e não tivesse visto o sol indo embora, e foi assim com todos. Do nada estávamos no meio do parque, de noite, longe de casa e aquilo deu início a uma confusão que foi escalonando de forma assustadora. Fomos tragados para a realidade, para uma ansiedade que nos impedia de pensar com clareza, principalmente minha amiga e eu. Eu que achava que teria controle, me vi incapaz de organizar meus pensamentos. Entrei em uma espiral que me desconectou de tudo. Nesse momento começou a parte psicológica, e mais intensa da experiência para mim.
Naquela situação, em um lugar com aquele, comecei a me sentir sujo, que de fato estava pois havia rolado na grama e estava de roupa branca, com a mente confusa, sem saber se um dia eu voltaria ao normal. Me deixei levar por esse sentimento e foi muito ladeira abaixo. Naquele momento eu havia me tornado um dos moradores de rua que nos abordavam na noite anterior, todo aquele desconforto tinha deixado uma marca, mesmo que no inconsciente, pra mim era muito claro e certo que minha vida havia acabado e que eu havia enlouquecido e que nada mais voltaria a ser como antes, que minha família passaria por mim e que me veria daquela forma, como um mendigo que enlouqueceu. Foi uma parte muito difícil de superar, mas estar com meus amigos me ajudou muito.
Em outro momento, não sei dizer se antes ou depois, eu estava revivendo vários momentos da minha vida, era como se conseguisse revisitar esses momentos, mas agora olhando de fora. Como se eu tivesse adquiro uma perspectiva de terceira pessoa e como ela conseguisse enxergar a realidade. Tudo era tão incrivelmente claro e simples, sem o filtro da minha própria perspectiva, pude ver os problemas que eu criava, coisas que só existiam na minha cabeça, nesse momento não havia mais ego, não havia mais eu, simplesmente a pura realidade das coisas. Foi como sair da matrix. Uma experiência única de vivenciar o mundo por um ponto de vista totalmente novo. Repensei toda minha vida e minhas relações.
Durante esse momento em que o ego havia "adormecido" as barreiras do EU se dissolveram, eu sentia o que eles sentiam, o que contavam, o que passam como se fosse comigo. Lembro de um momento de, enquanto meu amigo falava, não conseguir distinguir o que era ele e o que era eu, como se nossas consciências tivessem se tornado fluídas a ponto de se misturarem. Fiquei muito intrigado com aquilo, era muito surreal.
A minha experiência não era mais sobre o eu, restrita ao que acontecia a minha cabeça, mas como se eu pudesse sentir o todo.
Foi como se eu tivesse sentido a expressão máxima da empatia.
A certa altura, durante o momento de confusão, minha amiga começou a ter uma crise de pânico, e eu comecei a ter também, tudo ficou muito confuso era muito difícil ter calma, fui um momento muito turvo.
Então conseguimos nos sentar, um do lado do outros, os dois de frente pra mim, e conseguimos conversar com clareza outra vez. Falamos sobre coisas que nos afligiam, sobre angústias da vida, coisas sobre as quais estávamos nos tornando conscientes naquele momento, foi como uma sessão de terapia em conjunto, estávamos inteiramente abertos e entregues. Sentimos, choramos, falamos e no final nos abraçamos, limpos de tudo aquilo.
Foi algo muito intenso, toda a trip, os altos e baixos, um pacote completo, como gosto de pensar. Depois senti como se tivesse recebido um download de anos de terapia em algumas horas de viagem.
Conseguimos ter calma, nos organizar e sair de lá como se nada daquele pânico tivesse acontecido, é até difícil explicar como as coisas foram de um polo ao outro tão rápido. E fomos embora.
Nesse dia estava tendo na cidade a parada LGBT, então o centro estava caótico, como em um dia de carnaval. Lembro de chegarmos na rodoviária, que já tem uma energia caótica, e parecia um outro mundo, brigas, gente desmaiada no chão com polícia à volta, gente bêbada, e nada daquilo conseguia interferir na paz que estávamos, era tudo muito distante.
Por favor, tomem muito cuidado com o local e as pessoas que escolherem para a trip, pois ficamos vulneráveis de uma forma como nenhuma outra. Muita coisa poderia ter dado muito errado, e é muito importante estar e se sentir seguro durante a experiência.
A trip me mudou de formas que eu não tinha nem ideia que seria possível. Até hoje, tanto tempo depois eu ainda sinto a mudança consequente de uma experiência tão intensa.
O link da playlist, é enorme
Esse é meu primeiro relato, da minha segunda vez consumindo. Já peço desculpa pela extensão ou por alguma falta de coesão, é como as memórias me vêm. E achei pertinente dar uma contextualizada! Obrigado!
Minha primeira vez foi comendo 2g de Cubensis puros em casa durante a madrugada tive uma viagem leve, muito mais psicológica do que visual, mas que me deixou uma sensação de paz muito grande no pós. Eu havia comprado para tomar com amigos, mas depois que chegou não aguentei a ansiedade e acabei tomando 2g sozinho.
São um casal de amigos e tínhamos o costume de fumar maconha juntos muitas vezes, ficávamos brisando toda a madrugada, conversando sobre muitos assuntos e ouvindo música. Eu sempre tive fascínio pelo mundo psicodélico e sempre pesquisei sobre, então os chamei para tomarmos junto. Eu achava que sabia o que podia acontecer e estava seguro, principalmente depois da minha primeira experiência sozinho, achei que teria tudo sobre controle e que conseguiria ajudá-los na primeira trip deles.
Mas estava muito enganado, algumas coisas acabaram acontecendo de forma muito inesperada e eu descobri que esperar qualquer coisa era mera arrogância, que não tinha como ter ideia de como seria a experiência dos aprendizados e lições que eu iria adquirir, coisas boas e ruins que poderiam vir.
No dia anterior, nós saímos para uma casa de música eletrônica, era um local novo que nunca havíamos ido, estávamos fumando maconha, mas não ficamos confortáveis no lugar e isso acabou gerando uma ansiedade, então saímos. Fomos para a rua, no centro da cidade e ficamos fumando por lá e conversando, mas a todo momento éramos abordados por moradores de rua e isso acabava cortando muito a brisa e incomodando bastante, mas tentamos ficar de boa. Chegamos em casa tarde e acordamos tarde, mas era o único dia em que poderíamos usar o cogumelo juntos, por conta do trabalho. Então combinamos de nos encontrar no parque da cidade. Levamos algumas comidas e bebidas, caixa de som e panos. Acabamos chegando já tarde no parque, eu dividi os cogumelos, 3,5g aproximadamente para cada, e tomamos com limão espremido. Colocamos uma playlist que eu havia feito para o momento e ficamos conversando esperando.
O sol já estava começando a baixar, uma hora mais ou menos depois de ingerir, começamos a sentir os efeitos. Eu estava de barriga vazia e eles haviam comido um pastel antes de nos encontrarmos, começamos a sentir juntos. Os efeitos viam como ondas, era muito engraçado, dava pra sentir vindo e indo, então o pano em que estávamos, que é uma espiral colorida que fiz em tie dye, começou a se mexer, conseguíamos ver as cores fluindo como se estivessem se movimentando, ficamos muito vidrados naquilo, era muito incrível, então tudo o que era colorido ficou vivo, as coisas mudavam de cor. A luz dourada do sol se pondo batendo no gramado, a grama ficou rosa, o cabelo da minha amiga trocava de cor, ia de preto pra verde e depois roxo, a cor da pele dela, todas as cores dançavam.
A partir daqui as memórias já começam a ficar mais desordenadas, isso aconteceu há 1 anos e 4 meses mais ou menos, então as não tenho de forma cronológica.
Em um momento eu deitei e fiquei olhando o céu, ainda claro, e via mandalas por toda a parte, era tudo muito incrível e mágico, meus amigos também viam. Lembro de olhar para minhas mãos e vê-las meio distorcidas, elas tinham muitos dedos, como nessas imagens geradas por Inteligência artificial. Tudo parecia um vídeo de Inteligência Artificial em que as formas mudavam o tempo, nós 3 tivemos essa impressão.
Deitado, eu estava em uma brisa muito boa, me sentia leve, todos nós estávamos numa vibe muito boa, conversávamos e era incrível a forma como nossas ideias fluíam entre nós, só havia entendimento, concordávamos com tudo e estávamos em uma sintonia inexplicável, tudo o que eu podia pensar era um grande SIMMMMMM para tudo. E as músicas tocando entravam na cabeça de uma forma muito intensa e elétrica. Enquanto eu falava eu escutava como se minha voz não estivesse vindo de mim, mas de fora da minha cabeça, como se viesse do mundo, e ela era diferente, meio robótica e metálica.
Em outro momento nos levantamos e estávamos descalços na grama, eu sentia como se ela levasse meus pés e eu estivesse simplesmente deslizando sobre, sendo levado pelo movimento. Falávamos, e mesmo longe eu sentia como se a voz deles estivessem na minha cabeça. O tempo inteiro descrevíamos o que estávamos sentindo, era tudo muito novo.
Me lembro de estar deitado e ouvir eles conversando e a voz do meu amigo me trazia uma sensação muito boa. Sentia um conforto absurdo.
Todos os sentidos estavam muito aguçados, tudo era uma sinestesia surreal, era como ouvir as cores, sentir a música batendo na pele, ver os sons. Fechar os olhos e ouvir a músicas era ser transportado por ondas elétricas. Deitado eu comecei a sentir pegar no meu cabelo que estava grande e é cacheado e era muito bom e eu fiquei muito maravilhado, até chamei eles para tocar no meu cabelo também. Na posição em que eu estava me sentia em mundo pequeno, extremante acolhido, olhar para as coisas tão próximo do chão dava a tudo uma outra dimensão.
Uma hora, ainda no começo, ficamos olhando um pequeno toco de madeira que estava a certa distância e brisando em como parecia uma casa de gnomos, e então começamos a e ver a casa do gnomo e era muito engraçado.
Até que escureceu.
Aconteceu tão de repente, foi como se eu tivesse entrado em um transe e não tivesse visto o sol indo embora, e foi assim com todos. Do nada estávamos no meio do parque, de noite, longe de casa e aquilo deu início a uma confusão que foi escalonando de forma assustadora. Fomos tragados para a realidade, para uma ansiedade que nos impedia de pensar com clareza, principalmente minha amiga e eu. Eu que achava que teria controle, me vi incapaz de organizar meus pensamentos. Entrei em uma espiral que me desconectou de tudo. Nesse momento começou a parte psicológica, e mais intensa da experiência para mim.
Naquela situação, em um lugar com aquele, comecei a me sentir sujo, que de fato estava pois havia rolado na grama e estava de roupa branca, com a mente confusa, sem saber se um dia eu voltaria ao normal. Me deixei levar por esse sentimento e foi muito ladeira abaixo. Naquele momento eu havia me tornado um dos moradores de rua que nos abordavam na noite anterior, todo aquele desconforto tinha deixado uma marca, mesmo que no inconsciente, pra mim era muito claro e certo que minha vida havia acabado e que eu havia enlouquecido e que nada mais voltaria a ser como antes, que minha família passaria por mim e que me veria daquela forma, como um mendigo que enlouqueceu. Foi uma parte muito difícil de superar, mas estar com meus amigos me ajudou muito.
Em outro momento, não sei dizer se antes ou depois, eu estava revivendo vários momentos da minha vida, era como se conseguisse revisitar esses momentos, mas agora olhando de fora. Como se eu tivesse adquiro uma perspectiva de terceira pessoa e como ela conseguisse enxergar a realidade. Tudo era tão incrivelmente claro e simples, sem o filtro da minha própria perspectiva, pude ver os problemas que eu criava, coisas que só existiam na minha cabeça, nesse momento não havia mais ego, não havia mais eu, simplesmente a pura realidade das coisas. Foi como sair da matrix. Uma experiência única de vivenciar o mundo por um ponto de vista totalmente novo. Repensei toda minha vida e minhas relações.
Durante esse momento em que o ego havia "adormecido" as barreiras do EU se dissolveram, eu sentia o que eles sentiam, o que contavam, o que passam como se fosse comigo. Lembro de um momento de, enquanto meu amigo falava, não conseguir distinguir o que era ele e o que era eu, como se nossas consciências tivessem se tornado fluídas a ponto de se misturarem. Fiquei muito intrigado com aquilo, era muito surreal.
A minha experiência não era mais sobre o eu, restrita ao que acontecia a minha cabeça, mas como se eu pudesse sentir o todo.
Foi como se eu tivesse sentido a expressão máxima da empatia.
A certa altura, durante o momento de confusão, minha amiga começou a ter uma crise de pânico, e eu comecei a ter também, tudo ficou muito confuso era muito difícil ter calma, fui um momento muito turvo.
Então conseguimos nos sentar, um do lado do outros, os dois de frente pra mim, e conseguimos conversar com clareza outra vez. Falamos sobre coisas que nos afligiam, sobre angústias da vida, coisas sobre as quais estávamos nos tornando conscientes naquele momento, foi como uma sessão de terapia em conjunto, estávamos inteiramente abertos e entregues. Sentimos, choramos, falamos e no final nos abraçamos, limpos de tudo aquilo.
Foi algo muito intenso, toda a trip, os altos e baixos, um pacote completo, como gosto de pensar. Depois senti como se tivesse recebido um download de anos de terapia em algumas horas de viagem.
Conseguimos ter calma, nos organizar e sair de lá como se nada daquele pânico tivesse acontecido, é até difícil explicar como as coisas foram de um polo ao outro tão rápido. E fomos embora.
Nesse dia estava tendo na cidade a parada LGBT, então o centro estava caótico, como em um dia de carnaval. Lembro de chegarmos na rodoviária, que já tem uma energia caótica, e parecia um outro mundo, brigas, gente desmaiada no chão com polícia à volta, gente bêbada, e nada daquilo conseguia interferir na paz que estávamos, era tudo muito distante.
Por favor, tomem muito cuidado com o local e as pessoas que escolherem para a trip, pois ficamos vulneráveis de uma forma como nenhuma outra. Muita coisa poderia ter dado muito errado, e é muito importante estar e se sentir seguro durante a experiência.
A trip me mudou de formas que eu não tinha nem ideia que seria possível. Até hoje, tanto tempo depois eu ainda sinto a mudança consequente de uma experiência tão intensa.
O link da playlist, é enorme