Dia 14 de novembro de 2022, das 23h às 04h aproximadamente.
Dosagem: Lemon Tek/Chá com 50g de cogumelos frescos + 5g de cogumelos secos porque eu tenho probleminhas na cabeça .
Quem leu meu último relato deve ter percebido que fiquei um pouco frustrado com a experiência porque ela foi relativamente fraca, com poucas alterações visuais. Suspeito que tenha sido o uso de cannabis na noite anterior à viagem.
Desta vez resolvi tentar um chá de cogumelos frescos depois de ter feito Lemon Tek com eles. Foi o que eu fiz. Triturei 50g de cogumelos frescos, deixei no suco de limão por 15 minutos e depois fiz um chá. Coloquei dois saquinhos de chá verde com hortelã e adocei com açúcar mascavo e mandei para dentro. Bom, o que aconteceu é que fui extremamente juvenil nessa noite. Amigos, não façam isso em casa. Hahaha.
Depois de cerca de 20 minutos, achei que era para estar sentindo todos os efeitos, mas ainda não estava. Fui até o meu armário, peguei um saquinho de 5g de cogumelos secos e comi todos eles. Meus amigos! O que foi que eu fiz?!
Deitei no sofá, playlist rolando, luminária de estrelas girando, luz ambiente roxa. Depois de poucos minutos… pouco mesmo, o chá deve ter começado o efeito dele. Não teve decolagem. Foi uma verdadeira estilingada direto pro coração do hiperespaço. Que doideira!!!
As estrelas que estavam girando no teto começaram a flutuar fora do padrão da rotação da luminária, em ondas. As cores ficaram lindas. Comecei a enxergar fios de luz muito finos flutuando no ar. Imaginem o seguinte: teias de aranha flutuando no fundo do oceano. O que eu vi foi algo parecido, mas eram teias de luz em padrões muito intrincados. Senti um bem estar muito gostoso. As alterações visuais se intensificaram. Todo o meu campo de visão foi tomado por um padrão de fitas coloridas que ziguezagueavam por cima da imagem que os meus olhos viam. Era como se fosse uma camada semitransparente sobre a minha visão. As fitas coloridas tinham pontos rosas e setas verdes que “andavam” sobre a minha visão.
Resolvi andar pelo apartamento, porque adoro andar quando percebo as alterações visuais. Encontrei com o meu gato e ele estava brilhando. Estava radiante, como se tivesse uma aura luminosa nele. Ele realmente estava lindo. Fiz carinho nele e voltei para o sofá. Deitado, percebi que o teto da minha sala tinha se esticado absurdamente alto e que na parede onde eu estava encostado havia uma espécie de buraco que daria para o quarto do apartamento vizinho. Parecia que a minha sala tinha virado um cenário de maquete e que tinha alguém me observando de cima.
Fechei os olhos e naquele momento eu acho que vi o inferno. Não foi uma bad trip, mas um insight me passou pela cabeça: e se na verdade o mundo onde vivemos já fosse o inferno e nós não tivéssemos consciência disso? Eu tenho muitos traumas religiosos por ter sido educado num lar radicalmente católico. Fiquei imaginando que seria possível estarmos presos num inferno de desejos que nunca são perfeitamente satisfeitos, onde precisamos gastar nossa força vital em trabalhos que não fazem sentido. Um inferno onde estamos reféns de uma loteria da violência, em que não se sabe quando algo de muito ruim pode nos acontecer.
Esse pensamento me trouxe calma, porque se de fato estamos numa espécie de inferno, apartados de Deus, então ainda tem chance de melhorar. Ainda temos a oportunidade de criarmos uma vida melhor dentro desta existência difícil.
Em um momento vi vários ciclos de morte e renascimentos. Eu estava morrendo e renascendo várias vezes, num loop sem fim. Aí, também, eu não fiquei desesperado. Conclui naquele momento que a morte era uma ilusão e que a vida é um continuum de eterna transformação. Vi estrelas no universo, galáxias em formação. Era como se toda a criação estivesse diante de mim numa dinâmica maluca, sendo gigante enquanto eu fazia parte daquela imensidão. Por um longo período eu senti que eu sumi. Várias imagens lindas foram passando em minha mente como um filme, mas… bom, não seria justo chamar de filme porque eu estava lá dentro.
Num outro momento, acabei saindo dessas paisagens completamente psicodélicas e uma sensação de êxtase muito, mas muito intensa me tomou. Essa sensação de êxtase vinha em ondas que se repetiam sem parar. Fiquei me contorcendo mais uma vez de prazer e alegria no sofá. Chorei de emoção. Estava sentindo amor naquela hora, mas não existia um “alvo” para o meu amor. Era amor simplesmente. Quando essa sensação passou, consegui esticar meu braço e pegar a garrafinha de água para me hidratar.
Fui ao banheiro e me sentei no vaso. Estava completamente chapado. Urinei. Me senti perdido. Não estava reconhecendo o meu banheiro. Eu estava em casa? Achei que talvez eu estivesse na rua, em outro lugar, outro tempo. Aliás, perdi completamente a noção de tempo. A noite parecia uma eternidade. Queria ver a luz do dia, mas me sentia preso numa noite sem fim. Era como se eu estivesse vivendo aquela experiência por anos.
Retornei aos poucos da experiência. Encontrei minha esposa, que tinha saído do quarto para beber água e pedi para que ela me ajudasse a ir para cama. Eu não sabia o que eu precisava fazer para dormir. Ela me ajudou a desligar a luminária, guardar o celular com a playlist e fomos até a cama dormir.
Essa foi, até o momento, a melhor de todas as minhas experiências. As alterações visuais e os insights foram muito profundos e intensos. Fora a sensação de prazer como nunca tinha sentido antes.
Duvidei da potência dos meus cogumelos e eles me deram uma bela de uma paulada para me ensinar uma lição. Sou grato por ter sido uma lição de amor, sem bad trip. Dei um espaço de 22 dias entre uma trip e outra. Já faz 2 dias desde a experiência. Pretendo dar um espaço de, quem sabe, uns 30 dias até a próxima. Confesso que estou me sentindo sobrecarregado pela viagem até agora, precisando descansar.
Obrigado aos corajosos que leram até aqui! Desejo viagens mágicas e bons cultivos para todos!
Dosagem: Lemon Tek/Chá com 50g de cogumelos frescos + 5g de cogumelos secos porque eu tenho probleminhas na cabeça .
Quem leu meu último relato deve ter percebido que fiquei um pouco frustrado com a experiência porque ela foi relativamente fraca, com poucas alterações visuais. Suspeito que tenha sido o uso de cannabis na noite anterior à viagem.
Desta vez resolvi tentar um chá de cogumelos frescos depois de ter feito Lemon Tek com eles. Foi o que eu fiz. Triturei 50g de cogumelos frescos, deixei no suco de limão por 15 minutos e depois fiz um chá. Coloquei dois saquinhos de chá verde com hortelã e adocei com açúcar mascavo e mandei para dentro. Bom, o que aconteceu é que fui extremamente juvenil nessa noite. Amigos, não façam isso em casa. Hahaha.
Depois de cerca de 20 minutos, achei que era para estar sentindo todos os efeitos, mas ainda não estava. Fui até o meu armário, peguei um saquinho de 5g de cogumelos secos e comi todos eles. Meus amigos! O que foi que eu fiz?!
Deitei no sofá, playlist rolando, luminária de estrelas girando, luz ambiente roxa. Depois de poucos minutos… pouco mesmo, o chá deve ter começado o efeito dele. Não teve decolagem. Foi uma verdadeira estilingada direto pro coração do hiperespaço. Que doideira!!!
As estrelas que estavam girando no teto começaram a flutuar fora do padrão da rotação da luminária, em ondas. As cores ficaram lindas. Comecei a enxergar fios de luz muito finos flutuando no ar. Imaginem o seguinte: teias de aranha flutuando no fundo do oceano. O que eu vi foi algo parecido, mas eram teias de luz em padrões muito intrincados. Senti um bem estar muito gostoso. As alterações visuais se intensificaram. Todo o meu campo de visão foi tomado por um padrão de fitas coloridas que ziguezagueavam por cima da imagem que os meus olhos viam. Era como se fosse uma camada semitransparente sobre a minha visão. As fitas coloridas tinham pontos rosas e setas verdes que “andavam” sobre a minha visão.
Resolvi andar pelo apartamento, porque adoro andar quando percebo as alterações visuais. Encontrei com o meu gato e ele estava brilhando. Estava radiante, como se tivesse uma aura luminosa nele. Ele realmente estava lindo. Fiz carinho nele e voltei para o sofá. Deitado, percebi que o teto da minha sala tinha se esticado absurdamente alto e que na parede onde eu estava encostado havia uma espécie de buraco que daria para o quarto do apartamento vizinho. Parecia que a minha sala tinha virado um cenário de maquete e que tinha alguém me observando de cima.
Fechei os olhos e naquele momento eu acho que vi o inferno. Não foi uma bad trip, mas um insight me passou pela cabeça: e se na verdade o mundo onde vivemos já fosse o inferno e nós não tivéssemos consciência disso? Eu tenho muitos traumas religiosos por ter sido educado num lar radicalmente católico. Fiquei imaginando que seria possível estarmos presos num inferno de desejos que nunca são perfeitamente satisfeitos, onde precisamos gastar nossa força vital em trabalhos que não fazem sentido. Um inferno onde estamos reféns de uma loteria da violência, em que não se sabe quando algo de muito ruim pode nos acontecer.
Esse pensamento me trouxe calma, porque se de fato estamos numa espécie de inferno, apartados de Deus, então ainda tem chance de melhorar. Ainda temos a oportunidade de criarmos uma vida melhor dentro desta existência difícil.
Em um momento vi vários ciclos de morte e renascimentos. Eu estava morrendo e renascendo várias vezes, num loop sem fim. Aí, também, eu não fiquei desesperado. Conclui naquele momento que a morte era uma ilusão e que a vida é um continuum de eterna transformação. Vi estrelas no universo, galáxias em formação. Era como se toda a criação estivesse diante de mim numa dinâmica maluca, sendo gigante enquanto eu fazia parte daquela imensidão. Por um longo período eu senti que eu sumi. Várias imagens lindas foram passando em minha mente como um filme, mas… bom, não seria justo chamar de filme porque eu estava lá dentro.
Num outro momento, acabei saindo dessas paisagens completamente psicodélicas e uma sensação de êxtase muito, mas muito intensa me tomou. Essa sensação de êxtase vinha em ondas que se repetiam sem parar. Fiquei me contorcendo mais uma vez de prazer e alegria no sofá. Chorei de emoção. Estava sentindo amor naquela hora, mas não existia um “alvo” para o meu amor. Era amor simplesmente. Quando essa sensação passou, consegui esticar meu braço e pegar a garrafinha de água para me hidratar.
Fui ao banheiro e me sentei no vaso. Estava completamente chapado. Urinei. Me senti perdido. Não estava reconhecendo o meu banheiro. Eu estava em casa? Achei que talvez eu estivesse na rua, em outro lugar, outro tempo. Aliás, perdi completamente a noção de tempo. A noite parecia uma eternidade. Queria ver a luz do dia, mas me sentia preso numa noite sem fim. Era como se eu estivesse vivendo aquela experiência por anos.
Retornei aos poucos da experiência. Encontrei minha esposa, que tinha saído do quarto para beber água e pedi para que ela me ajudasse a ir para cama. Eu não sabia o que eu precisava fazer para dormir. Ela me ajudou a desligar a luminária, guardar o celular com a playlist e fomos até a cama dormir.
Essa foi, até o momento, a melhor de todas as minhas experiências. As alterações visuais e os insights foram muito profundos e intensos. Fora a sensação de prazer como nunca tinha sentido antes.
Duvidei da potência dos meus cogumelos e eles me deram uma bela de uma paulada para me ensinar uma lição. Sou grato por ter sido uma lição de amor, sem bad trip. Dei um espaço de 22 dias entre uma trip e outra. Já faz 2 dias desde a experiência. Pretendo dar um espaço de, quem sabe, uns 30 dias até a próxima. Confesso que estou me sentindo sobrecarregado pela viagem até agora, precisando descansar.
Obrigado aos corajosos que leram até aqui! Desejo viagens mágicas e bons cultivos para todos!