- 18/11/2008
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Então.. esta trip entrará em bad trips somente porque como quase todas pra mim, foi difícil também.
Em agosto deste ano voltei ao sítio desse meu parceiro porque, estranhamente, me chamou , e não costuma chamar ninguém até lá, está isolado totalmente do mundo e os poucos hermanos que lhe restaram é que levam um pouco do mundo até ele. fique na PAZ.
Sentamo-nos num lugar bem distante da casa. um descampado com uns morros ao Leste, com um sol entre nuvens, mas muito quente sobre nossas cabeças.
O preparado estava a nossa frente: Dois litros do mais puro óleo negro extraterrestre. Só ele e DEUS sabiam o que tinha ali naquela mistura... Ou quem sabe não havia mistura. Apenas o sumo dos mais potentes psilocybes selvagens.
Tomamos e tomamos. Conversamos e fizemos alguns exercícios: mantras e respiração.
Vi que tinhamos tomado tudo e sugeri alguma ganja para relaxar.
Então ele falou. Falou que tinha visto a descrição da minha experiência neste fórum.
Poxa! mas como se esse cara nem mesmo usa internet?
Gelei e ele continuou falando e me acusando. Bem na hora senti os primeiros efeitos de dormência, mas esta, pela tensão, ia muito além do normal...
Me deitei e senti. Senti a grama abaixo de mim e a terra oca por baixo da grama.
Senti a terra se partir, como uma casca de ovo, em diversas rachaduras e meu corpo cair a mil km por hora.
Senti morrer.
Voltei (depois de quanto tempo?) e vi-senti meu hermano como um gigante sentado a minha frente, com um homenzinho numa das mãos. Vi-senti um babuíno do tamanho de um homem sentado a minha esquerda (o animal-de-poder dele).
Meu hermano agora era um neanderthal: sua face era grosseira, sua roupa rasgada era uma pele de animal. O babuíno me olhava e de volta pro neanderthal, muito calmo, mais inteligente que nós dois, acompanhando nossa conversa. Que era um silêncio tenso.
Estava frio, muito frio. Pude sentir o gelo dos Andes, a milhares de kms daqui. Pude sentir uma névoa do morro baixando sobre nós. Tudo tomava uma tonalidade de azul.
Pra minimizar, tentei me lembrar de outras experiências, em que voei como garça sobre um lago no Peru, há oito anos atrás, com o Sol aquecendo minhas costas, meus pulmões, minha respiração e depois, vi as índias apontando pra mim como um homem nu nadando...
Então olhei e vi que o gigantesco neanderthal comia o boneco, o homenzinho em suas mãos.
Me levantei e segui procurando por meu hermano. Ele tinha sumido. Obesevei a paisagem procurando-o. Era lindo e assustador aquele extenso campo com várias poças e arbustos agrestes e imaginei-o a milhares de anos, com tigres dente-de-sabre e tudo mais...
Então vi numa árvore um animal, definitivamente um mamífero, escalando. Não era um macaco, muito menos uma preguiça, mas um animal estranho misto de javali, homem e babuíno.
Quando tentei me aproximar e ele escancarava a boca cheia de dentes afiados e mexia a cabeça. Não era pra eu me aproximar.
Vaguei perdido por algumas horas - tentei encontrar a casa e dormir ou me esconder - e cheguei a um lugar próximo a cerca. Tinha um boneco preso ali e ouvia sempre uns passos sobre folhas secas em volta, como se fosse algum roedor grande pulando sobre as folhas. Me lembrei de um animal que já conhecia, um misto de anta, cachorro e morcego, achei que fosse ele, em formato de canguru ou sei lá o que (sempre vejo esses bichos!). De repente, o boneco começou a tremer. Me agarrei a cerca, mas não tive como pular e fugir.
A náusea era grande. fiquei horas estirado perto da cerca.
Voltei ao boneco. Era eu mesmo, meu cadáver. Mas, sinceramente: não acreditei nessa sugestão da minha mente.
Levantei e vi aquele filho da puta rindo no meio do mato, me olhando. Sai correndo atrás dele e ele saiu correndo também. Queria lhe enfiar a porrada.
Parecíamos descer uma ladeira. Ele cada vez menor lá embaixo.
Senti cansaço, mas corri. Corri até chegar na casa. A mulher dele esperava.
Com raiva, pensei naquilo, mas...
Sentei-me na amurada da varanda e fiquei assim, contemplando o horizonte como um animal enraivecido, durante horas. Esperando.
Nunca mais volto naquela porra!
Ouviu MANO?
Em agosto deste ano voltei ao sítio desse meu parceiro porque, estranhamente, me chamou , e não costuma chamar ninguém até lá, está isolado totalmente do mundo e os poucos hermanos que lhe restaram é que levam um pouco do mundo até ele. fique na PAZ.
Sentamo-nos num lugar bem distante da casa. um descampado com uns morros ao Leste, com um sol entre nuvens, mas muito quente sobre nossas cabeças.
O preparado estava a nossa frente: Dois litros do mais puro óleo negro extraterrestre. Só ele e DEUS sabiam o que tinha ali naquela mistura... Ou quem sabe não havia mistura. Apenas o sumo dos mais potentes psilocybes selvagens.
Tomamos e tomamos. Conversamos e fizemos alguns exercícios: mantras e respiração.
Vi que tinhamos tomado tudo e sugeri alguma ganja para relaxar.
Então ele falou. Falou que tinha visto a descrição da minha experiência neste fórum.
Poxa! mas como se esse cara nem mesmo usa internet?
Gelei e ele continuou falando e me acusando. Bem na hora senti os primeiros efeitos de dormência, mas esta, pela tensão, ia muito além do normal...
Me deitei e senti. Senti a grama abaixo de mim e a terra oca por baixo da grama.
Senti a terra se partir, como uma casca de ovo, em diversas rachaduras e meu corpo cair a mil km por hora.
Senti morrer.
Voltei (depois de quanto tempo?) e vi-senti meu hermano como um gigante sentado a minha frente, com um homenzinho numa das mãos. Vi-senti um babuíno do tamanho de um homem sentado a minha esquerda (o animal-de-poder dele).
Meu hermano agora era um neanderthal: sua face era grosseira, sua roupa rasgada era uma pele de animal. O babuíno me olhava e de volta pro neanderthal, muito calmo, mais inteligente que nós dois, acompanhando nossa conversa. Que era um silêncio tenso.
Estava frio, muito frio. Pude sentir o gelo dos Andes, a milhares de kms daqui. Pude sentir uma névoa do morro baixando sobre nós. Tudo tomava uma tonalidade de azul.
Pra minimizar, tentei me lembrar de outras experiências, em que voei como garça sobre um lago no Peru, há oito anos atrás, com o Sol aquecendo minhas costas, meus pulmões, minha respiração e depois, vi as índias apontando pra mim como um homem nu nadando...
Então olhei e vi que o gigantesco neanderthal comia o boneco, o homenzinho em suas mãos.
Me levantei e segui procurando por meu hermano. Ele tinha sumido. Obesevei a paisagem procurando-o. Era lindo e assustador aquele extenso campo com várias poças e arbustos agrestes e imaginei-o a milhares de anos, com tigres dente-de-sabre e tudo mais...
Então vi numa árvore um animal, definitivamente um mamífero, escalando. Não era um macaco, muito menos uma preguiça, mas um animal estranho misto de javali, homem e babuíno.
Quando tentei me aproximar e ele escancarava a boca cheia de dentes afiados e mexia a cabeça. Não era pra eu me aproximar.
Vaguei perdido por algumas horas - tentei encontrar a casa e dormir ou me esconder - e cheguei a um lugar próximo a cerca. Tinha um boneco preso ali e ouvia sempre uns passos sobre folhas secas em volta, como se fosse algum roedor grande pulando sobre as folhas. Me lembrei de um animal que já conhecia, um misto de anta, cachorro e morcego, achei que fosse ele, em formato de canguru ou sei lá o que (sempre vejo esses bichos!). De repente, o boneco começou a tremer. Me agarrei a cerca, mas não tive como pular e fugir.
A náusea era grande. fiquei horas estirado perto da cerca.
Voltei ao boneco. Era eu mesmo, meu cadáver. Mas, sinceramente: não acreditei nessa sugestão da minha mente.
Levantei e vi aquele filho da puta rindo no meio do mato, me olhando. Sai correndo atrás dele e ele saiu correndo também. Queria lhe enfiar a porrada.
Parecíamos descer uma ladeira. Ele cada vez menor lá embaixo.
Senti cansaço, mas corri. Corri até chegar na casa. A mulher dele esperava.
Com raiva, pensei naquilo, mas...
Sentei-me na amurada da varanda e fiquei assim, contemplando o horizonte como um animal enraivecido, durante horas. Esperando.
Nunca mais volto naquela porra!
Ouviu MANO?