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Da Vinci e seus mistérios

Olonge

Esporo
Cadastrado
13/07/2022
7
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Olá. Tudo bem? Meu nome é Vitor Geovanne. O texto a seguir pode parecer diferente dos demais relatos narrados por ser uma tentativa de traçar ao pé da letra as curiosidades dos pensamentos e sentimentos da primeira vez que comi cogumelos alucinógenos. Sou escritor ainda graduando de letras e é claro que uma experiência assim não deixaria passar em branco.

Já estive fazendo observações com cannabis e até passei para meu amigo de letras, o mesmo que esteve comigo nos cogumelos, ele achou os apontamentos interessantes. Por um lado derrubou o misticismo que ainda tinha, na viagem, por outro gostou de algumas informações e se sentiu empolgado com o que mais poderia descobrir. O meu pensamento se detém no científico, distante do místico, mas não abro mão do mistério do desconhecido. Por outro lado, não tenho experiências com cogumelos então fiz algumas anotações.

1° vez
2 gm
Ambiente: claro, espaçoso, de paredes brancas.


Meu aniversário foi dia 10.08.2021, mas acabei comemorando com os amigos por volta do dia 9. Essa noite foi incrível e rendeu comentários pelas várias coisas aleatórias que aconteceram. Para o dia oficial (10) não ficar sem nada, fui para a casa de um dos amigos que estava na festa para, juntos, experimentarmos congumelos alucinógenos, o que para mim foi uma experiência boa.

Na ansiedade criada pela substância no organismo fiz algumas anotações. Perguntei para ele:
-Se você pudesse descrever tudo o que sente agora em uma única palavra, qual seria?
Ele não pensou muito antes de dizer:
-Renascimento.
Depois de alguns minutos fomos para a sala, eu andei até a porta e balancei os braços imitando um pássaro, mas ele olhando para mim disse que estava vendo a trajetória lenta do movimento e falou.
-Me lembra o homem vitruviano.
No dia seguinte, estive pesquisando sobre a obra de arte de Leonardo Da Vinci, produzida durante o período do Renascimento. Nesse período estava ocorrendo a transição de pensamento do teocentrismo para o homocentrismo. Ou seja, não mais uma divindade e sim a consciência do cérebro humano. Outro ponto que me deixou intrigado foi o diálogo que há entre determinado ocultismo nas obras de Leonardo da Vinci, como ficou conhecido pelo livro O Código Da Vinci e a sensação de algo oculto na ansiedade causada por cogumelos alucinógenos. No livro do Dan Brown a personagem do artista de Leonardo Da Vinci é até mesmo citada no passado como um dos membros que tiveram o santo grau.

Lembro que estava tocando no meu fone Stream Sibewest - Neonboy (Spaceouters Remix). Talvez o mistério da música tenha aumentado ainda mais o mistério dos cogus.
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Há uma dúvida a cada vírgula, uma interrogação, concebida nas juntas, como combate até tirar a verdade

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O corpo concebe bem estar genuíno, mente se mantém alerta sobre a percepção, todavia a ação ocorre despercebida. No ato despercebido corre a fantasia, quando cobrada a ciência não há nada, apenas a realidade comum. Tem algo indefinido, oculto por trás dos fatos e conteúdo cultural registrado no disco da memória, por isso a intuição busca qualquer informação suspeita. Qualquer ponto se torna o ponto de partida até a culminação de pensamentos afim de se tirar um laudo, que permanece vago, entre o vago há dúvida, a agonia é efeito da abstinência da conclusão, falta informação, como chão para chegar ao ponto de satisfação e o desejo de ter a verdade ocultista em meio ao frenesi. Conceitos são verificados, vão e vem, um a um, desenfreados pela viela cerebral, a procura de rastros, para incriminar a realidade, entre cada vírgula uma interrogação, porém não se tem. A realidade é inimiga que mente e contra ela não se tem provas.
A substância é proibida por apresentar perigo á cultura adquirida, como placas de aviso de um local vazio, com as partes do cérebro em conexão e o suspense na mão... quem mente, o sistema que protege a realidade ou a substância proibida inimiga da realidade? O mais louco parece o mais sã e tudo se entrega no meio de um moinho de pensamentos, quase se projeta o conceito de alguém por trás de tudo tentando se comunicar.
Todavia diz-se no meio da noite "o último nível do ofisticado é a simplicidade" para apaziguar todas as partes, todavia em meio a fricção de ideias está o homem vitruviano simbolizando o misticismo a saltar sobre o ápice da ascenção ideológica.

Notas
Até o momento tive apenas duas experiências, sendo a segunda com uma dosagem maior. Depois postarei aqui.
 
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