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Cogumelos e Ayahuasca

eletricake

Cogumelo maduro
Membro Ativo
01/05/2007
82
69
(me desculpem se o tópico estiver na parte errada - sintam-se livres para movê-lo)

Conheço duas pessoas que, como eu, tiveram experiências com psilocibina e com ayahuasca (acredito que, nesse caso, a substância predominante seja o DMT, mas me corrijam se eu estiver errada). Como não pode deixar de ser, estávamos conversando sobre as diferenças e semelhanças entre as experiências trazidas por ambas. Para o Terence Mackenna, psilocibina (é assim que traduz?) trazia percepções parecidas, mas era menos potente que o DMT (um dos meus amigos concorda). Pra mim, no entanto, há grandes diferenças, e nada supera o cogú.

A diferença, do meu ponto de vista, está basicamente na fluidez da experiência: com o DMT, é como enxergar mecanismos secretos no universo que de repente se revelam sem você esperar. A noção de um universo múltiplo fica bem clara, às vezes de forma brutal (de repente uma árvore faz "puf" e no lugar aparece uma serpente ultra-segmentada, quase um construto, mais que uma criatura, digamos, biológica). É uma coisa quase cyberpunk, ficção científica.

Já a psilocibina nunca traz a idéia de segmentação (pra mim, pelo menos), mas de integração. O universo se revela não necessariamente múltiplo, mas fluido. A sensação de dissolução do ego, de si mesmo, é bem maior. Os fractais estão lá, como no MT, mas apresentam-se como ondas em tudo o que se vê (tanto que a palavra que vem é "mandala", não "fractal"), e não como mecanismos.

Acho que não consegui explicar direito, isso. Mas queria saber se alguém já teve experiências com ambas as substâncias, se já comparou, e quais as conclusões.

Em tempo, esse é meu segundo post aqui - o primeiro foi de apresentação. Espero não fazer feio :eek:
 
Em tempo, esse é meu segundo post aqui - o primeiro foi de apresentação. Espero não fazer feio :eek:

Não está fazendo feio, muito pelo contrário!

É dificil expressar com palavras o que se passa em experiências com DMT e psilocibina, eu sou péssimo para narrá-las. Acho que você falou coisas interessantes.

Realmente os cogumelos são imbatíveis!
 
Oi!
Legal saber qeu tem gente que nao vê tabus em se misturar essas plantas maravilhosas.
Eu tive a oportunidade de experimentar ambas, separadas e juntas.
tem um relato aqui ó:
Melhor tripp de uma vida Finita

O dmt nao me agrada, nao consigo me sentir Unido ao todo como você diz, sinto pensamentos ideias e ego se fragmentando.
Com os cogus eu me ligo a algo unico, mais sincronizada com meus pensamentos.
Os dois juntos adicionados de Imao foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida até aquele dia.
Bem vinda.
E nao se sinta avexada.:D
 
Eu não acho nada parecido os efeitos das duas substâncias.
No ayahuasca chamam de peia o que pra psilocibina é uma bad, rs.
Com o primeiro não é raro ter experiências apavorantes, tiveram até que dar um nome pra isso, rs, e com os cogus são a maior parte das vezes agradável. Tem gente que acha o cogu "fácil" por isso.
Fico com os chapeludos, eu os acho mais espirituais, a cabeça fica mais limpa de pra entrar em contato com seja lá o que for que nós entramos.
O DMT cria em mim uma bagunça que não sei o que é fruto da minha mente e o que não é.
 
A diferença, do meu ponto de vista, está basicamente na fluidez da experiência: com o DMT, é como enxergar mecanismos secretos no universo que de repente se revelam sem você esperar. A noção de um universo múltiplo fica bem clara, às vezes de forma brutal (de repente uma árvore faz "puf" e no lugar aparece uma serpente ultra-segmentada, quase um construto, mais que uma criatura, digamos, biológica). É uma coisa quase cyberpunk, ficção científica.

Já a psilocibina nunca traz a idéia de segmentação (pra mim, pelo menos), mas de integração. O universo se revela não necessariamente múltiplo, mas fluido. A sensação de dissolução do ego, de si mesmo, é bem maior. Os fractais estão lá, como no MT, mas apresentam-se como ondas em tudo o que se vê (tanto que a palavra que vem é "mandala", não "fractal"), e não como mecanismos.

Olá,

Concordo com suas palavras, pois já tive essas mesmas conclusões, com diferença de interpretação no caso do DMT.

A relação segmentação x fluidez é bastante presente nas respectivas experiências que tive com DMT e psilocibina. Só que não vejo um universo exterior com DMT, pelo contrário, tem bem a ver com os "mecanismos secretos" - que não são tão secretos assim quando vc começa a desenvolver algumas técnicas sem o auxílio de enteógenos - mas sim o mesmo universo do qual faço parte.

Um ponto que chamou MUITO a minha atenção no seu comentário foi sobre os fractais. Falei sobre isso com minha namorada há alguns anos atrás e lembro bem da visão e sensação que tive numa experiência com cogumelos. Há um ponto de convergência entre as duas substâncias, uma similaridade momentânea, talvez uma ante-sala ou um portal. E esse ponto assume a forma de fractal, tendo nuances diferenciadas, assim como vc falou, com DMT e psilocibina.

É como se fosse um ponto energético, alcançável independentemente da substância ingerida.
 
Pachakutek (ótimo nome), valeu!!

Alienardo, que pusta descrição interessante, ainda que curta (entendo que não dê pra descrever, na maior parte das vezes). A idéia de você se desdobrando em camadas foi a parte mais interessante, lendo assim. Realidades múltiplas mais o entendimento de ser uno com tudo - insubstituível!! Só pra tirar dúvida: IMAO é inibidor, certo? E aquele nome científico que você botou deve ser de uma planta - eu não sabia que dava pra achar inibidor de mao ao natural, sem ser sintético. Como não entendo lhufas de bio, devo estar viajando (com o perdão do trocadilho). Também nunca usei isso em conjunto, mas deve ser interessante.

E: "Os dois juntos adicionados de Imao foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida até aquele dia."

O que será que aconteceu depois daquele dia que tenha superado isso, I wonder... :D

Akio51, jura que tem gente que acha o cogu fácil?? Só se tomarem pouco, não? Nunca achei fácil por ter a noção de que, se posso ver meus deuses durante a viagem, também posso ver meus demônios. Levar isso na boa com certeza não é fácil ;D. O DMT também me deixou bagunçada, que engraçado. Mas o processo de se reorganizar depois é bem legal: você joga fora umas coisas que não prestam (não que o cogu não proporcione isso, só é diferente)

NeuroFX, citando esse trecho seu:"Só que não vejo um universo exterior com DMT, pelo contrário, tem bem a ver com os "mecanismos secretos" - que não são tão secretos assim quando vc começa a desenvolver algumas técnicas sem o auxílio de enteógenos - mas sim o mesmo universo do qual faço parte."

Técnicas?? Se importa de dizer mais, ou de me direcionar a um tópico sobre esse assunto? Gosto da idéia!! Quando falo de mecanismos secretos, considero que estejam nesse universo do qual faço parte - só que escondidos, entende? Ou só ficam mais claros quando você já passou pela experiência de vê-los.

"Há um ponto de convergência entre as duas substâncias, uma similaridade momentânea, talvez uma ante-sala ou um portal. E esse ponto assume a forma de fractal, tendo nuances diferenciadas, assim como vc falou, com DMT e psilocibina.

É como se fosse um ponto energético, alcançável independentemente da substância ingerida.
"

Arrepio o_O Acho que sei do que você está falando. Fica mais fácil perceber esse ponto quando a viagem é interna, sem muitas distrações fora. É como tentar alcançar um âmago que nunca vem, só vêm as multiplicidades infinitas dele. E é aí que você se liga que o infinito não é tão infinito assim.

Nossa, vou ficar pensando nisso o feriado inteiro.
Que fórum legal.
 
Gostei desse tópico!

Mas não sei muito explicar o que sinto e não sou bom com palavras como vcs foram. Posso me atrapalhar e até mesmo falar bobagem.

Mas no ayahuasca(DMT) eu sinto algo muito "espiritual", apesar de ver/sentir/ouvir muitas coisas que não compreendo ou até mesmo compreendo mas demoro semanas pra interpretar. E sim, fractais estão MUITO presentes, várias portas diferentes, vários planos diferentes.... várias visões e ensinamentos que não posso compreender perfeitamente. É um mundo novo e desconhecido pra mim. Sentimentos, desejos, todos se misturam e tentam me dizer algo que tento enteder... mas não consigo separar quando sou EU que estou vendo/sentindo/ouvindo ou quando é o DMT ou se sempre foi o DMT e eu nunca pude saber. Sei que são muitas luzes e vultos. (Só tive experiencia de olhos fechados e concentração/meditação). O que me leva para outro plano, ou outra "dimensão" ? não sei definir o que é.... mas sei que não estou mais no meu corpo, estou totalmente desligado do mundo externo. Não sinto nem minha respiração e nada do meu corpo.... existe somente as "visões". Mas acho muito complicado explicar, na verdade nunca consigo explicar um trabalho com ayahuasca... na semana seguinte vou tentar assimilar as informações que tive pra ver se consigo entender algo. Mas no final de cada experiencia me sinto limpo de corpo e alma. E meu ego muda muito nos dias seguintes... sou muito mais solidário com as pessoas que o normal.

Já nos cogumelos (psilocibina), sou muito novo pra dizer algo.... mas das poucas experiencias que tive, posso dizer que não acho parecido com DMT. Pois sinto desejos e vontades (coporais?), meu corpo interage muito com o trabalho.... o que quero dizer, é que com DMT eu não consigo mexer nada do meu corpo, já com psilocibina eu sinto/vejo/ouço muitas coisas mas meu corpo interege sempre! Todos os meus sentidos se transformam e ficam super sensiveis.... meu campo de visão, audição, olfato... tudo fica funcionando mais que perfeito, é como se eu pudesse manipulá-los e ter controle sobre eles. Talvez seja a dosagem utilizada, mas acredito que só tive experiencias recreativas com psilocibina, pois tive muita alegria e bem estar, gargalhadas, fraternidade, amor, respeito e sim.... pensamentos a mil.... não sei se criei expectativas de algum "sinal" ou alguma "mensagem", não sei bem... mas não tive em outros planos ou nem mesmo passagem por portais e nenhum fractal. Somente alunicações visuais, auditivas e sensoriais.... sempre tento manter o respeito a cima de tudo. Ainda estou me acostumando com a psilocibina, comecei agora.... espero poder entender mais e aprender mais sobre.

Desculpem se falei bobagem..... mas tentei mais ou menos expressar o que sinto. Talvez eu não tenha me expressado bem ou não tenha conseguido passar o que realmente sinto.... pois sinto muita dificuldade em expressar minhas experiencias com que quer que seja... tb não sou muito bom em encontrar as palavras certas para expressar tal sentimento.

Obrigado pelo tópico.
 
eletricake
Acho que a "bagunça" tem algo a ver com o que é a percepção da realidade. Os enteógenos fazem-nos sentir da maneira mais verdadeira que realidade é aquilo que você sente e crê e não outra coisa. Quando se depara com algo que não se conhece, mas tão forte que não há como questionar se aquilo é real pois nada é mais real que aquilo, dá pra perceber claramente que o que não é real é o que te condicionaram a sentir. (não entrando no ponto de que a sociedade toda é nossa referência para qualquer julgamento, isso dá discussão pra séculos). "realidade" não pode existir quando o Todo se apresenta. Ás vezes isso é êxtase, às vezes terror.
O DMT me leva pra algumas realidades que me parecem exteriores ao universo e a mim. A psilocibina sempre me dá sensação de integração. O ayahuasca me levou tão longe que me deixou na seguinte dúvida: será que isso (que estou sentindo e percebendo) é real? Não comprendi boa parte da trip, grande parte foi uma peia tremenda e foi o contrário de integração que senti. Por isso me pergunto se não era fruto da mente, que é uma grande criadora, mas também grande enganadora.
[o pico da trip foi mais ou menos assim: parecia que eu viajava entre as células de todo o ambiente, maior que todas as galáxias, as células do meu corpo, da pessoa ao lado, da grama, da mesa. entre toda minha vida e aquela trip havia um abismo, meu corpo era tragado e flutuava a esmo num mecanismo estranho, me parecia a fisiologia de um ser de tamanho incomensurável de modo que mesmo ampliando sua percepção dez mil vezes seria ainda incompreensível - igualmente devorador, pois que seu curso era inexorável e terrível, alheio a todas as vontades. fiquei algumas horas devorado pelo leviatã. Somente com o despontar do dia a peia se foi aos poucos e estava de volta ao ventre materno. daí pra frente foi tranqüilo e reconfortante. valeu a pena, mas próximas vezes não sei se valerão. não sei se é preciso ir para lugares tão distantes]

Pakalolo
Também achei em certos aspectos o DMT mais espiritual... talvez pela razão do corpo estar num torpor tal que fazer o mínimo movimento era difícil barreira de querer transpor. Assim a trip toma conta inteiramente.
Isso pode estar relacionado com a integração que a psilocibina proporciona. Aguçamento dos sentidos e sinestesias ao mesmo tempo que ocorre uma trip bem intensa talvez faça parte de uma integração que indique não separação do corpo e espírito.

Tudo isso são conceitos simplistas e idéias fechadas em si, não quero dizer que tudo é como digo.
Por favor, não criem teorias psicológico-cósmico-energético-sexuais a respeito da peia, ninguém aqui me conhece para tanto. Só quis compartilhar com vcs pela primeira vez no fórum.
 
Nhaaarrgh, sem tempo pra escrever tudo! Muito legais esses dois últimos posts. Como pensei sobre essas coisas o feriado inteiro, tenho mais pitacos pra dar. Mais à noite boto tudo em ordem e comento.

integração, desintegração. hmmm.
 
O que será que aconteceu depois daquele dia que tenha superado isso, I wonder... :D
Melhor que ir e VER, é voltar e VIVER.
Sempre a melhor escolha é a vida, intensa, mágica.
 
Realidades múltiplas mais o entendimento de ser uno com tudo - insubstituível!! Só pra tirar dúvida: IMAO é inibidor, certo? E aquele nome científico que você botou deve ser de uma planta - eu não sabia que dava pra achar inibidor de mao ao natural, sem ser sintético. Como não entendo lhufas de bio, devo estar viajando (com o perdão do trocadilho). Também nunca usei isso em conjunto, mas deve ser interessante.

Se quiser saber mais sobre plantas www.plantasenteogenas.org

Acredito que sejamos apenas uma celula cancerigena na epiderme de algum ser que tem como composição corporal as galaxias!!!
Afinal tudo é infinito tanto pra cima quanto pra baixo!!
Desculpe a viagem mas não posso falar sobre dmt, pois quando experimentei me fizeram dançar a noite toda!! o problema é que não sei dançar!
abraço a todos
 
Acredito que sejamos apenas uma celula cancerigena na epiderme de algum ser que tem como composição corporal as galaxias!!!

Isso é Grant Morrison :eek::D

Brigada pelo link, Victor!! Ah, conhecimento... Nunca é demais.

Melhor que ir e VER, é voltar e VIVER.
Sempre a melhor escolha é a vida, intensa, mágica.

Dude.... Muito foda, isso. Cheers!!

eletricake
Acho que a "bagunça" tem algo a ver com o que é a percepção da realidade. Os enteógenos fazem-nos sentir da maneira mais verdadeira que realidade é aquilo que você sente e crê e não outra coisa. Quando se depara com algo que não se conhece, mas tão forte que não há como questionar se aquilo é real pois nada é mais real que aquilo, dá pra perceber claramente que o que não é real é o que te condicionaram a sentir. (não entrando no ponto de que a sociedade toda é nossa referência para qualquer julgamento, isso dá discussão pra séculos). "realidade" não pode existir quando o Todo se apresenta. Ás vezes isso é êxtase, às vezes terror.

Belíssima essa idéia. É exatamente o que sentimos (eu e amigos) a primeira vez que a cortina abriu, que a bolha foi furada.

E você falou no TODO - isso é uma coisa presente nas descrições de trip com cogu, e infrequente naquelas que falam do DMT. E você reforça pra mim a idéia de que psilocibe remete a integração (DMT remete a desintegração?).

eletricake

O DMT me leva pra algumas realidades que me parecem exteriores ao universo e a mim. A psilocibina sempre me dá sensação de integração. O ayahuasca me levou tão longe que me deixou na seguinte dúvida: será que isso (que estou sentindo e percebendo) é real? Não comprendi boa parte da trip, grande parte foi uma peia tremenda e foi o contrário de integração que senti. Por isso me pergunto se não era fruto da mente, que é uma grande criadora, mas também grande enganadora.

A dúvida se é real ou não não te parece um tapa na cara dado pelo Universo? Eu costumava achar que ele era uma Tia super legal que se a gente sabe pedir direito, com humildade, recebe orientação e até presentes.

Aí veio o DMT e foi: "Garotinha boba. Os objetivos disso aqui não são ajudar você nem ninguém a se iluminar. Na verdade não há objetivos, pare com essa idéia de querer ver sentido em tudo. E pare com essa história de iluminação, que coisa mais idiota."

Bom, eu continuo querendo ver sentido em tudo, sabe? Mas menos. Algumas coisas simplesmente não fazem sentido e cabou. Ou porque eu não esteja preparada pra aguentar, ou porque simplesmente não faz uma porra de diferença. E dá-lhe humildade. Sem presente. :D

[o pico da trip foi mais ou menos assim: parecia que eu viajava entre as células de todo o ambiente, maior que todas as galáxias, as células do meu corpo, da pessoa ao lado, da grama, da mesa. entre toda minha vida e aquela trip havia um abismo, meu corpo era tragado e flutuava a esmo num mecanismo estranho, me parecia a fisiologia de um ser de tamanho incomensurável de modo que mesmo ampliando sua percepção dez mil vezes seria ainda incompreensível - igualmente devorador, pois que seu curso era inexorável e terrível, alheio a todas as vontades. fiquei algumas horas devorado pelo leviatã. Somente com o despontar do dia a peia se foi aos poucos e estava de volta ao ventre materno. daí pra frente foi tranqüilo e reconfortante. valeu a pena, mas próximas vezes não sei se valerão. não sei se é preciso ir para lugares tão distantes]

O universo como um ser que está começando a tomar consciência de si. Brrrr. FODA.

mas não consigo separar quando sou EU que estou vendo/sentindo/ouvindo ou quando é o DMT ou se sempre foi o DMT e eu nunca pude saber.

Muito legal você levantar esse aspecto. Até onde vou "eu"? Serei parte disso por inteiro, ou o DMT é o Outro?

Acredito em "eu sou o DMT, o DMT sou eu", especialmente quando me sentia um fractal. Aí o vomitar, as cólicas semi-menstruais e a vontade de cagar faziam sentido: a multiplicidade infinita não pode se conter em um corpo que não está limpo da sujeira do mundo "normal". DMT abre espaço a força e mostra que já estava em mim, mas nunca havia se mostrado por inteiro.

o que quero dizer, é que com DMT eu não consigo mexer nada do meu corpo, já com psilocibina eu sinto/vejo/ouço muitas coisas mas meu corpo interege sempre! Todos os meus sentidos se transformam e ficam super sensiveis.... meu campo de visão, audição, olfato... tudo fica funcionando mais que perfeito, é como se eu pudesse manipulá-los e ter controle sobre eles. Talvez seja a dosagem utilizada, mas acredito que só tive experiencias recreativas com psilocibina, pois tive muita alegria e bem estar, gargalhadas, fraternidade, amor, respeito e sim.... pensamentos a mil....

Psilocibina é foda demais, né? A gentileza com que ela nos mostra as coisas, às vezes... me dá vontade de chorar agora, só de pensar. Você provavelmente não teve a experiência "full on" do cogumelo, que pode ser um troço terrificante e maravilhoso ao mesmo tempo, e tudo de uma forma bem pouco recreativa. Tipo: "taqueosqueopariu descobri a resposta às perguntas fundamentais... ah.... erm.... quais eram mesmo as perguntas fundamentais? E... isso.... importa?" Já postou sua experiência, pakalolo? Se sim, vou lá procurar, vou adorar ler.

Mas você sente que não tem esse controle com o DMT? A respiração, me parece, ajuda bastante nessa parte.

Desculpem se falei bobagem..... mas tentei mais ou menos expressar o que sinto. Talvez eu não tenha me expressado bem ou não tenha conseguido passar o que realmente sinto.... pois sinto muita dificuldade em expressar minhas experiencias com que quer que seja... tb não sou muito bom em encontrar as palavras certas para expressar tal sentimento.

Obrigado pelo tópico.

"Words are fucking pointless" (trad: "Palavras são completamente inúteis"), já disse um amigo meu quando numa experiência dessas (ou melhor: a 20 minutos de ingerir o chá, quando tentava escrever algo no caderninho de anotações). Nem em 1 milhão de livros eu conseguiria descrever tudo o que se passou em meia-hora sob efeito. Mas tentar dá uma satisfação tremenda...
 
Última edição por um moderador:
Isso é Grant Morrison
As idéias estão por ai acho que captei a do cara!!
Não conhecia não!
Vou procurar mais sobre ele!

Acredito em "eu sou o DMT, o DMT sou eu", especialmente quando me sentia um fractal. Aí o vomitar, as cólicas semi-menstruais e a vontade de cagar faziam sentido: a multiplicidade infinita não pode se conter em um corpo que não está limpo da sujeira do mundo "normal". DMT abre espaço a força e mostra que já estava em mim, mas nunca havia se mostrado por inteiro.

E eu morrendo de vergonha de falar que me deu uma puta caganeira quando tomei a Ayahuasca!!!!rsrsrsrsrs o pessoal tudo vomitando e eu achando que tinha um alienigina no meu abdomen!!!!rsrsrs


"Words are fucking pointless" (trad: "Palavras são completamente inúteis"), já disse um amigo meu quando numa experiência dessas (ou melhor: a 20 minutos de ingerir o chá, quando tentava escrever algo no caderninho de anotações). Nem em 1 milhão de livros eu conseguiria descrever tudo o que se passou em meia-hora sob efeito. Mas tentar dá uma satisfação tremenda...

Mais uma da série: The shirts in the city!
Não existem palavras para descrever o que penso!

Abraço a todos
Victor

obs.: Torta elétrica..... Será que a gente chega a 100% da colonização?? ou vai dar overflow ou vamos ser invadidos pelos alieniginas (duende verde).rsrsr
 
Minha experiência com DMT foi uma só, fumei o extrato.
Por ela, eu posso dizer que a principal diferença entre os estados que se atinge com o DMT e com a PSILOCIBINA, são basicamente as construções intelectuais, que no caso do cogumelo passam a ser muito mais rapidas e por causa disso, incorre em erros muitas vezes.
E o dmt por sua vez nas construções sensitivas visuais, que você passa a ter o melhor dominio sobre a sua capacidade de construir objetos visuais.
Essa foi as características mais marcantes que distinguiram as duas experiências, mas tem muitas outras claro, e muitas características em comum também, como o bem estar.
 
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