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Cientistas produzem em lab. enzimas mais resistentes a partir de fungos paulistas

Mortandello

O tal do mortan
Cultivador confiável
01/11/2005
7,008
98
Mauá - ABC - SP
03/09/2007
Fonte: Agência USP

Durante mais de dois anos, um grupo de cientistas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP percorreu boa parte do estado de São Paulo recolhendo amostras para isolamento de fungos. O projeto começou no final de 2004 e, atualmente, no laboratório da professora Maria de Lourdes T. Moraes Polizeli existem cerca de 300 culturas de fungos que estão propiciando a produção de uma boa quantidade de enzimas com potencial para diferentes aplicações industriais.
Os fungos foram obtidos de materiais em decomposição, amostras de solos, silagens, bagaço de cana de açúcar, cavacos de Eucaliptus, colméias e até em águas e regiões de termas. “Buscamos a biodiversidade microbiana em vários locais do estado, à exceção da região de Presidente Prudente, região Sul e Litoral”, conta a professora Maria de Lourdes.
“As enzimas estão em diversos produtos de nosso dia-a-dia. Nas bolachas do tipo cream craker, por exemplo, podem ser usadas as enzimas chamadas amilase e xilanase que ajudam na característica crocante”, explica a pesquisadora. Há outras, como a pectinase, que junto com a xilanase facilita a extração do suco de polpas de frutas, ou ainda enzimas usadas no clareamento da polpa de celulose para fabricação de papéis, detergentes e demais produtos de limpeza. As reações químicas numa célula dependem em grande parte de proteínas especiais, que são as enzimas. Elas aceleram muito as reações que ocorrem no organismo e por isso são chamadas de catalisadores.
Ao todo a professora Maria de Lourdes vem orientando teses sobre mais de dez enzimas, como as celulases, xilanases, ligninases, pectinases, amilases, lipases, fitases, trealases, proteases e fosfatases, entre outras. Estes estudos fazem parte de um projeto temático, coordenado pelo professor Jairo Bastos, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP de Ribeirão Preto, que utiliza os fungos isolados para estudos de novos compostos com aplicação farmacêutica.


Fungos termofílicos
Maria de Lourdes conta que os fungos foram selecionados principalmente de regiões mais quentes. “Esses fungos, denominados termofílicos, crescem em temperaturas mais altas, em torno de 40º C a 45º C, enquanto os normais crescem próximo aos 30º C”, descreve. A temperatura, segundo a pesquisadora, garante a produção de enzimas mais resistentes ao calor e a compostos químicos usados em diferentes processos industriais.
No laboratório, os cientistas já produzem as enzimas usando como meio do cultivo dos fungos os resíduos agroindustriais, como bagaço de cana-de-açucar, casca de arroz, farelo de trigo e de soja, cavacos de eucaliptos, entre outros. “Começamos a estudar as enzimas sob vários aspectos, sabemos que conforme sua ação, em condições mais ácidas ou mais alcalinas, poderemos indicá-las para uma determinada aplicação”, explica a professora. Para a indústria farmacêutica, muitas enzimas têm de ser purificadas. Por isso os pesquisadores vêm estudando as estruturas das enzimas em nível mais aprofundado.
No Brasil, segundo a professora, existem poucas empresas produtoras de enzimas. “O País é importador, de vários lugares do mundo, de boa quantidade das enzimas que são utilizadas nos diferentes processos industriais. Uma das maiores empresas está na Dinamarca, mas ela tem sede aqui, no Brasil. Da China, pode-se comprar por exemplo, a xilanase”, lembra Maria de Lourdes, que defende a possibilidade de produção de enzimas no Brasil. “Temos pessoal especializado e substratos disponíveis, como estamos comprovando em nossas atuais experiências”, ressalta.


Ração animal
Maria de Lourdes informa que o seu grupo de pesquisadores ainda realiza coletas e está trabalhando intensamente na produção e purificação de enzimas. Segundo ela, já existe um projeto de aplicação destas proteínas na indústria de ração animal. “Seria importante que este setor se interessasse pela tecnologia que estamos desenvolvendo. Conseguimos produzir enzimas que, utilizadas na fabricação da ração animal, facilita a digestão, propiciando um ganho de peso maior e em menor tempo”, relata a pesquisadora.


Informações
Tel: (0XX16) 3602-4680, com a professora Maria de Lourdes T. Moraes Polizeli; e-mail polizeli@ffclrp.usp.br
 
Muito legal oq esses "catalizadores" fazem no organismo :) otimo post :pos:
 
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