Resultado da enquete: 100% de efeito, como se tivesse feito no dia, sem perda de nenhum tipo de psicoativo. Seja a psilocibina, sejam as demais triptaminas. Excelente método de conservação para quem deseja efeitos de frescos sem precisar comer na hora, ou pra quem não queira fazer a secagem.
O mestre
@Mauricio, no tópico mais célebre do fórum sobre feitura de chá (
Como eu preparo o chá de cogumelos), iniciado por ele, tinha que estar certo, claro.
E à experiência em si, que vai ser relatada de forma beeeeeeem detalhada:
----------------------------------------------------
RELATO: Animals - Ovelhas Loucas são a Esperança da Paz (xp 80)
Bem, retirei o chá na noite anterior (sábado) para a dosagem às 9h da manhã de domingo. Este é o horário da minha prática comum de 15 em 15 dias, ou outro intervalo. Gosto de tomar com a mente fresca de ter acordado recentemente, isso me ajuda no set. E no fim dos efeitos (15h), ainda dá tempo de almoço, resto do dia, janta, etc. É meu horário e dia padrão, mas posso variar.
A potência e intensidade dos efeitos me veio como não sentia pelo menos desde 2018! O vagaroso caminho de meu tratamento com a redução do antidepressivo reabriu a porta pra diversos efeitos enteogênicos sem precisar fechar os olhos e para o brilho (de brilho, de brilhante, de vivacidade) dos efeitos dos cogumelos frescos. Novamente fui arrebatado, em forma de um terreiro de macumba braba, num pandemônio ao som de Pink Floyd, tão profano para os cristãos (e eu sou cristão) quanto os hinos Luteranos eram para os ouvidos dos Católicos no surgimento do Protestantismo. Em algum momento escutei alguém à frente da minha casa, em sua liberdade de pensamento, soltar um "eu não consigo acreditar que isso é de Deus não", como uma crítica pessoal a mim, tendo em vista o som e as risadas que soltei por horas e vou falar delas. Tudo bem, não precisa acreditar. Talvez sequer alguém tivesse dito algo. Eu simplesmente respondi, como pra mim mesmo, no intervalo das músicas que me permitiu ouvir:
"Puxa vida... Você é tão perfeito que seu único defeito é me ter como vizinho. Me julgue!"
E dá-lhe mais risada, dessa vez de ironia mesmo, em volume normal.
Vamos lá...
...
Bem, tudo começou com a escolha da discografia básica para essa experiência que foi, em anos, a mais forte. Cerca de 60 gramas frescas no chá em que eu podia antever o retorno dos efeitos curativos mereciam Dark Side of the Moon, Wish You Were Here, Animals, The Wall e The Final Cut , cada qual com sua temática com os 4 álbuns mais conhecidos, e a finalização de Final Cut que é perfeita após The Wall (quem não entende a catarse de The Final Cut não entende Pink Floyd).
Retomar a base da minha liturgia religiosa musical com os álbuns que ouvi por 2 anos antes de introduzir os subsequentes foi fundamental, pois há algo de reflexivo e visceral nesses álbuns, próprio da integração perfeita entre as letras e baixos de Waters, a textura de Wrigh, o feeling de Girlmore e a bateria cantada de Mason.
Dark Side of the Moon.
Álbum iniciado na ingestão do chá. Em torno do meio dele os efeitos já estavam pronunciados. Pude sentir toda a energia desde o começo em forma crescente, para em torno de Great Gig in the Sky já me encontrar lá, pelo céu, em começo de êxtase. Ao chegar em Brain Damage, como de costume, eu ri, eu ri alto, aquela risada louca, da loucura, do aceitar a loucura, a primeira de uma série de risadas entre esquizofrênicas e "exunianas", mas ainda apenas loucas. Me senti debater na cama enquanto ria, enquanto sentia a união de todas as coisas serem refletidas em Eclipse, com um decrescendo que abriria em calma o próximo álbum. Ainda não começara as reflexões profundas racionais, mas já rezava e pedia para perdoar os que me perseguiram e prejudicaram.
Wish You Where Here.
A crescente da abertura do álbum ocorre enquanto os efeitos se interiorizam mais, em reflexões e sentimentos de limpeza e leveza. Finalmente, em
Welcome to the Machine, a
próxima risada alta e destemperada ressalta de mim. Meus olhos se arregalam, com certo sentimento de dor, de ódio, enquanto um aspecto mais de risada de Exu se manifesta. Meu corpo se contorce sobre a minhas costas e as mãos ficam presas pra trás com ódio. Quase caio da cama. A máquina me mói, me destrói, me impede de ser honesto, ela quebra os honestos, recompensa os que perseguem. Jesus, afinal, se voltar mesmo um dia, vai ser só pra ser linxado de novo. Devagar o caminho para o álbum mais esperado, aquele que trata da minha condição atual, se aproxima...
Também houve gargalhadas tipo "a bruxa tá solta no necrotério do hospital psiquiátrico de assassinos psicopatas", não sei descrever bem, nesse momento, como uma entidade feminina Exu, ou uma Bruxa mesmo, muito muito muito muito rápida nas gargalhadas e com uma tonalidade bem sádica que normalmente não caracteriza essas entidades. Digo mais, o tom da risada era do tipo "que porra de mundo louco do caralho que quer me foder de todo jeito caralho". E sentia que com aquilo, muitas coisas ruins iam saindo de mim,
a rir do meu próprio sofrimento, pra abrir espaço para algo mais limpo.
Como dito no relato anterior (
Chá de 1 Ano na Geladeira faz Efeito? / Ódio, muito Ódio (xp 79)), o objetivo da minha retomada com os cogumelos esse ano é pra superar a ansiedade e a chance de agredir num surto psicótico um médico que me prejudicou por corrupção, ou mais tecnicamente, "tráfico de influência", ou quem sabe, "prevaricação" por interesse pessoal de proteger um amigo dele.
Desde a experiência anterior o cogumelo já tinha reduzido para quase zero minha ansiedade com a revisão da perícia e também me tirou todos os pensamentos intrusivos de violência, mas ainda assim eu não tinha chegado no ponto que essa experiência me fez chegar, de plena aceitação do que virá. Eu sabia que
Animals seria o centro da experiência, por virtude de descrever o que há de mais cru e pior nos três tipos básicos de papel social e personalidades humanas mutuamente consideradas.
Eu jurava que iria me identificar com os
Dogs, como sempre. Mas foi diferente...
Animals.
O auge reflexivo da liturgia pink-floydiana se inicia com a abertura. A irreverência de como ninguém pensa em ninguém, na rápida introdução de um dos dogs sobre como ninguém liga de verdade pra ninguém. Ato contínuo, entra Dogs. Êxtases sonoros me levam a êxtases de liberação de energias de ódio. Risadas perdidas, como alguém que acaba de matar um inimigo, ressoam alto dessa vez, na lista de risadas "que não podem ser de Deus". Eu me liberava, eu me liberava. Devagar, a pedra que meu sangue se torna me afunda, e eu rio enquanto a lama me envolve. Eu estou insano,eu rio com a língua pra fora, ela balança pra lá e pra cá, meu lado cão, obediente, temoroso, agressivo pra se defender, se mostra ali com tudo. Não é um Exu mais, é um bicho que salta de dentro pra fora. Em seguida, a música Pigs me faz rir, é claro, com os porcos expostos e temerosos. Se os cães se voltam contra eles... Nós, cães, que fazemos todas as engrenagens da repressão funcionarem... o que resta aos porcos além de serem suculentos alimentos para todos que exploraram com sua infindável ambição que a tudo destrói? Mas os cães não atacam, os cães tem medo. Quem, afinal, coloca os porcos contra as paredes? Não sei, mas eu descobriria depois.
Cães não tem coragem. São covardes perante si e o próximo. Agem porque tem armas ou poder dado por porcos. Logo se perdem quando tentam se achar. E coragem não é o necessário... loucura e paz são necessárias... A desobediência das ovelhas é o caminho da mudança.
Um dos momentos mais cansativos e engraçados chega. Finalmente, Sheep, a música que trata da esperança, e que só notei isso no álbum seguinte, em meio a The Wall. Mas, enfim, neste momento o êxtase cansado na cama acaba e finalmente me levando pra dançar no ritmo enlouquecido da guitarra de Girlmore e das risadas insanas das ovelhas enlouquecidas que a tudo atacam sem os cachorros para lhes segurarem. A verdade é que não há calma no ar, a verdade é que são elas, somos nós, peões da vida e da sociedade, que somos o alimento a ser cozido ou jogado ao fogo em breve.
Começo a dançar loucamente e o Cogumelo me diz para começar a dançar como se fosse uma ovelha. E ao mesmo tempo, integro todas as risadas loucas e psicodélicas das ovelhas que surgem na música nos momentos de estouros. De repente, estou dançando como se fosse uma rave sem fim, com as costas encurvadas, dando pulos de ovelhas, e rindo, agora novamente uma risada alta, muito alta, e louca, mas de uma loucura diferente de Brain Damage. Não era a risada de um louco que se deixa e aceita ser louco, mas a risada da loucura de uma revolução, de uma mudança, de um andar pra uma agressividade inevitável em direção a uma revolução de baixo pra cima, sem líderes, sem direção, apenas pura destruição do reinado dos porcos. Eu aprendo a rir e a dançar aos pulos como uma ovelha louca e irascível que sozinha nada é mas em bando e expontaneamente tudo destrói em direção à liberdade, sem líderes, direcionadas pela "loucura" de quererem permanecer vivas em expontânea retomada do poder da maioria, sem Messias que lhes assem ao fim.
Mas a dança se intensifica com movimentos de Tai Chi Chuan e de Kung-Fu nas partes silenciosas, batidas fortes com os pés no chão que fazem a casa toda tremer, por vários minutos da música, que quase me fazem sentir o calcanhar estourar e dizer "meu corpo, caralho", pras Entidades que em mim trabalhavam. Em certo momento de posição de resistência de Kung-Fu, vendo que iria vomitar devido ao extremo dos esforços de dança e tudo mais, parei de ceder às inspirações e disse "não vou vomitar não, vão se foder" pros meus guias, e respirei um pouco antes de novamente a música explodir e eu virar uma ovelha dançante, dando gargalhadas ovelhísticas com os olhos revirando pra lá e pra cá, balançando a cabeça, em total anarquia liberatória, num aprendizado de "karatê" para uma sequência de "ondas" de ataques contra o que mais quisesse me prender em rebanhos que sustentam a impunidade dos que se auto-intitulam Messias de qualquer sociedade que seja... os porcos.
Mas naquele momento, a dança era uma liberação minha, pra mim, dos meus padrões de ódio, para entrar na loucura da liberdade absoluta de padrões que impedem o amor e o perdão, sem questões sociais.
Ao fim do álbum, ainda sem entender a luz que Sheeps traz no álbum mais obscuro de Pink Floyd, eu apenas ri baixo por não encontrar nenhuma esperança quando ao fim o que resta ao dog que abre e fecha dizer que agora tem alguém pra ficar perto e se proteger dos porcos que voam no céu. Não havia entendido ainda a mensagem de Sheeps, da esperança da loucura da desobediência civil gargalhante e insensata, iniciada de dentro da fora, sem líderes. Isso viria a seguir...
E finalmente vieram os dois últimos álbuns...
The Wall.
Primeiro, eu nasci, deitado no chão, morto, "sangrando" suor pelos poros. Eu nasci ali, junto com o choro do neném. E fui proibido de desencostar as costas do chão até que o The Wall todo acabasse, para que eu morresse, fosse julgado culpado pelos meus ódios cultivados e renascesse. Notei que isso me fez me mover como uma minhoca, quando fui atrás de água no quarto. E as minhocas são, afinal, o que nos consome no fim da vida, e o que nos julga no fim do álbum, no momento da morte. Em vários momentos também dei risadas, mas agora risadas como se fossem de rockeiros insandecidos por solos, batidas, idas e vindas de músicas, em especial, Confortably Numb. Sem poder dar pisões no chão, dei porradas com os pulsos, e o esquerdo ainda dói um pouco quando coloco as luvas pra treino de speed ball. E então, em um dos silêncios, conectei Sheep como a esperança de Animals.
E, por alguma razão, em reação a talvez ter ouvido mais alguma coisa de alguém à frente da casa que passasse, ou sei lá o que... Volta e meia escutava um "<meu nome>" passando na frente da casa. Podia ser puro efeito auditivo do cogumelo. Bem, também tá tudo bem se falarem meu nome ao passar por uma casa que, naquele momento, tava uma "casa de maluco" diante de tantas manifestações de risadas esdrúxulas de limpeza.
Mas bem...
É evidente que The Wall, apesar de focar no aspecto individual reencarnatório do falso isolamento que criamos em relação a tudo e a todos, tem um viés de sociedade muito grande, ao iniciar os diálogos musicais terminados no Final Cut sobre sua relação com o pai, morto na 2ª Grande Guerra. Esse viés que me reconectou com Animals, e em algum momento eu disse assim, a quem quisesse ouvir, em tons cada vez mais altos, no silêncio entre duas músicas:
Na fogueira do ódio que se acende pra queimar o porco, quem termina assada é a ovelha.
"Ah, não entendeu? Deixa que eu repito:"
Na fogueira do ódio que se acende pra queimar o porco, quem termina assada é a ovelha!
"Porra! Ainda não entendeu, então vou gritar pela última vez:"
NA FOGUEIRA DE ÓDIO QUE SE ACENDE PRA QUEIMAR O PORCO,
QUEM TERMINA ASSADA É A OVELHA!!!
E aí, você que lê a este relato e está cheio de ódio no coração com a política. Você é um porco, no alto da cadeia alimentar social-econômica-política-influencer, ou é uma ovelha, que joga lenha na fogueira? Quem você acha que seu ódio vai queimar, o porco ou outra ovelha, ou você mesma? Hem?..
Vamos seguir com as reflexões, e em breve falo com você de novo.
De repente uma nova risada surge com In The Flesh (parte 2), quase ao fim do álbum. Uma risada verdadeiramente maligna. Não uma risada de Exu, porque Exu não é maldade. Uma risada dos que fazem acreditar que Exu é coisa ruim, que há um grande inimigo, que "se matarmos ou sumirmos com tal pessoa ou tal ideia, tudo será melhor". Uma risada dos que se alimentam das ovelhas jogadas ao fogo. Uma risada de um humano-porco, mas sem a sonoridade (ainda) de um porco. Um ser maligno que saliva perante o fogo, com um sorriso perverso permanente. Eu rodava como relógio no chão, com o dedo na boca, cabeça inclinada, costas ainda no piso frio, em franca expectativa e quase uma excitação sexual com os inimigos a serem tacados ao fogo, metralhados, espancados, devorados depois de queimados. E comecei a falar com um "você" abstrato, que agora é você, que lê esse relato:
"Quem você quer matar agora, hem? Com quem vamos começar?" E minha boca saliva, enquanto te olho. Eu mordo os lábios, em excitação alimentar. Um sorriso gostoso. Um sorriso de amigo. Um sorriso de quem te ama, de quem "lacra" com você. Vem comigo, vem, vai ser gostoso.
"Qual é a sua posição política? Direita? Então vamos matar quem é de esquerda. Vamos!" E ria como que embriagado pelo sangue, e pela violência sem sentido, e via a fogueira ser acesa. Minha boca salivava que ficava difícil não me engasgar. A risada então tomou aspectos de risada de porco, com a vibração nasal. Ela crescia em ser maligna.
"Ah! Você é de esquerda? Então que tal jogarmos quem é de direita na fogueira! Joga, joga, jogaaa!", como se fosse uma pessoa a implorar um ato sexual a um parceiro reticente que brinca de "faço mas não faço", como se não matar os que pensam diferente fosse um jogo de sedução, em que se nega o orgasmo. Minha boca se enchia de um sorriso cada vez mais aberto. Próximo ao sorriso do Coringa, mas não no sentido da loucura, e sim no sentido do sadismo.
E então, a risada mais alta de todas. Eu olho pra você, que sente ódio e lê esse relato; e, sem mais quem jogar na fogueira, aponto o dedo pra ti e digo:
"Que tal... você!?! Não tem mais ninguém pra te ajudar, somos só nós dois...", e foi quando a risada maligna alcançou seu ápice. Levar a carne suculenta de uma ovelha ou de um cão raivosos e cegos de ódio, pra fogueira que ele mesmo acendeu e alimentou, para que no fim só servisse de alimento pra mim.
Eu cresço com o ódio, não importa pra que lado. A revolta que alimenta assassinatos, desumanização de adversários políticos ou polos opostos, progressistas contra reacionários, todos eles, se alimentados pelo ódio, são no fim meu alimento.
E por fim,
você morre para a minha diversão e meu crescimento, porque tudo foi feito do meu jeito, do seu jeito, e... que delícia... você também queimou. Obrigado, a refeição foi mais que deliciosa... foi voluptiosa.
E foi após o silêncio dessa música, que termina com a frase, "se fosse pra ser do meu jeito, cada um de vocês aqui seriam todos fuzilados" (tradução livre), que eu disse e repeti três vezes o que nunca é demais aqui repetir novamente:
Na fogueira do ódio que se acende pra queimar o porco, quem termina assada é a ovelha.
"Ah, não entendeu? Deixa que eu repito:"
Na fogueira do ódio que se acende pra queimar o porco, quem termina assada é a ovelha!
"Porra! Ainda não entendeu, então vou gritar pela última vez:"
NA FOGUEIRA DE ÓDIO QUE SE ACENDE PRA QUEIMAR O PORCO,
QUEM TERMINA ASSADA É A OVELHA!!!
A saída de todo o mal que vivemos, se não puder ser feito pelas instituições, não é o ódio, porque ele só fortalece os que se alimentam da própria sociedade desestruturada.
As Ovelhas Loucas, que elevo ao símbolo do Gargalhismo (Gargalhadismo, um novo Pacifismo (xp 69)), são a saída: a loucura da desobediência civil, sempre com paz, com risos de deboche, com atos contundentes (sem violência a pessoas) de quebradeira geral que seja, de se defender de tentativas de golpes com uso da força insanamente visceral de defender a própria vida de forma direta contra quem lhe aponta um fuzil e não contra um inimigo imaginário, e com respeito aos resultados de votações. Mas nunca com ódio, nunca com cegueira,
nunca compelidos por uma sede de assado de porco que só vira cozido de ovelha.
Somos nós, eu e você que lê este relato, meras ovelhas. Cães também são ovelhas, basta que contrariem porcos.
Os porcos não podem (nem devem) ser queimados, mas podem ser desempossados do poder se a sociedade lhes resiste com paz e não dá andamento a planos de ódio e destruição, com resistência armada apenas em caso de tentativa efetiva de golpe armado.
Pela cultura do ódio e de inimigos morais ou imaginários "que precisavam ser destruídos", chegaram ao poder tanto Hitler (extrema direita) quanto Stálin (extrema esquerda). Assim, devido a uma campanha de ódio iniciada uma década antes, nosso atual Presidente chegou ao poder na onda já imparável da mesma campanha de ódio em 2018 que hoje direciona contra todas as instituições do país e os próprios brasileiros que o criticam, e declarou que quer aplicar um golpe de Estado se perder nas urnas. E seus seguidores, cegos do fogo do ódio que não conseguem apagar depois de terem eliminado o "mal do PT" (e que hoje é o "mal do STF", ou o "mal da mídia", ou o "mal do legislativo", ou o "mal dos governadores e prefeitos que ferraram a economia no COVID por adotarem os isolamentos", ou enfim o que for o inimigo da vez que justifique o autoritarismo escancarado sob o qual estamos sob o risco de viver) e
acesos pela vontade de jogar mais e mais pessoas nas brasas da "violência do bem para vencer o mal", sequer percebem que só aumentam a fogueira onde, um dia, serão eles mesmos queimados - e só assim verão o que causaram, mas tarde demais: sem Judiciário para os proteger (ainda que com seus vícios), sem Legislativo para os resguardar (ainda que com seus vícios), sem Imprensa para noticiar os absurdos e iniciar investigações (ainda que com seus vícios), sem polícia independente para investigar (ainda que com seus vícios), sem Ministério Público para assegurar a Ordem Jurídica (ainda que com seus vícios). Assim,
milhões de ovelhas raivosas da eleição de 2018 hoje assumem que se deixaram enganar, se dão mal social-economicamente e "choram" de arrependimento ao "caírem em si" pois se queimaram, enquanto tantas outras ficam firmes na busca do próximo inimigo a ser jogado no fogo para que o Messias salve a todas suas ovelhas, a custo delas próprias, claro. Tudo em nome do "bem contra o mal", de "Brasil acima de Todos" (os que sejam inimigos do Governo) e de "Deus acima de Tudo" (e aí vai saber quais posições religiosas e filosóficas são contrárias a Deus e devem ir pra fogueira) - um belo slogan vazio de significado, mas cheio de potencial violento; algo de causar inveja aos idealizadores da propaganda nazista do século passado.
Aos que leram este relato até aqui e que estejam se coçando pra me jogar pedra:
Este é meu relato. Não me abro para discussão política e nem responderei a postagens que busquem me reduzir pelo que penso. Não dirijo meu relato a ninguém, o mundo não gira em torno de você. Solicito que se houver interesse em abrir um debate político profundo com citação a essa postagem, que seja feito em tópico próprio neste outro setor do fórum, e não no meu relato que trata do que eu penso e do que eu vivi sob efeito - a menos que o foco seja o relato. Apesar da sua liberdade em dizer o que quiser, bom-senso e amabilidade são bem vindos nas respostas.
Minha mensagem é de pacifismo, então não traga sede de sangue se for responder, porque as ovelhas já se queimaram o suficiente. E o que quero dizer é: parem com o ciclo de ódio social, ovelhas da direita, do centro e da esquerda. Nesse fogo todo, nenhum porco se queimou. Na loucura pacifista da ovelhas, os porcos tremem pela perda do poder. Cuidado com os que desejam alimentar o ódio, a morte e a queima de pessoas, pensamentos, correntes políticas ou instituições. Acham que não são ovelhas e nunca sairão queimados; mas até cães quebram a cara e perdem direitos que nunca pensaram que seriam retirados pelos porcos que nada tiram de si. Não traga mensagem de ódio a um relato que se foca em propagar o amor como meio de superar nossa crise política.
E não estou defendendo Governos anteriores, nem penso neles agora. A razão fundamental de o país estar manipulável assim não é desse Presidente, nem do anterior, nem do anterior, etc., nem da Ditadura. A culpa é sua, que alimentou o ódio há uns anos atrás; e a culpa é sua, que ainda alimenta o ódio hoje em dia. Mas se quer uma posição minha... A eleição de 2022 que virá agora não se trata de direita contra esquerda, nem de corrupção contra honestidade. Se trata de Democracia contra Autocracia; se trata de ciência contra obscurantismo; de memória histórica contra "ENEM com a minha cara" que não fala sobre a Ditadura; de direitos civis de homoafetivos casarem e adotarem contra um Governo que simbolize a liberdade de assassiná-los.
E se o país virar uma Ditadura com esse Presidente atual? Vida que segue. O poder político se define pela força, por conceituação da Teoria de Estado, e o plantio do ódio costuma colher o fim de democracias. Se não ganharem nas urnas, o ódio não respeita a Democracia. Se forem às armas e vencerem, está estabelecido o "Novo Brasil, Melhor e mais Justo, sob as Graças de Deus, sem Corrupção nem Abuso de Poder" na mente deles. Nada a ser feito contra isso. Vida que segue. Serão jogados em valas os "traidores da pátria" que ousaram lutar pelo respeito ao resultado das eleições e sigamos em frente. Esse é o processo histórico, que cada um que semeou o ódio no passado, e hoje se arrepende, irá colher.
Supor que a Democracia seja uma experiência humana estabelecida é ingenuidade. A Democracia é um estado constante de luta pacífica e racional por sua manutenção, que é sempre perdida assim que o ódio é semeado para justificar a quebra do jogo Constitucional (com todos seus vícios, melhor que não ter jogo nenhum). E a Democracia, em nome de um Messias, pode ser "deixada de lado" em nome "da Verdade e da Justiça, da Lei e da Ordem". Faz parte. Pelo menos muitos não vão mais precisar gastar uma ou duas tardes de domingo a cada dois anos pra ir votar, o que só lhes atrapalha o descanso da balada.
Bem, eu já disse, mas acho que agora ficou mais claro o que eu quero lhe dizer em resumo:
NA FOGUEIRA DE ÓDIO QUE SE ACENDE PRA QUEIMAR O PORCO,
QUEM TERMINA ASSADA É A OVELHA!!!
Terminado o papo de política, que nunca imaginei incluir de forma tão direta num relato.
Por fim... o mais gostoso e lindo dos risos...
The Final Cut.
Neste momento, eu pude abrir a porta do quarto, e agradeci por finalmente poder desencostar as costas do chão. Nossa! Que alívio! Comecei a dançar pela casa, e minha filha adora o momento em que abro a porta e o quarto. É a hora em que ela gosta de dançar comigo e brincar, brincar muito. Ela entende que isso só pode ocorrer quando eu abrir a porta de vez, que é domingo de reza do pai dela, e que o pai ouve música pra rezar. Então dançamos, brincamos muito em cima da cama que tinha um tubarão no mar, uma sereia. Eu quase via! Kkkkk Juro que aquele 1 CD com ela brincando sem parar me cansou mais que as horas de Pink Floyd e danças e pulos e suores. Neste momento, nossas risadas e gargalhadas altas eram de amor, de felicidade, de júbilo por ter amor em minha vida, por ver minha filha sorrir das brincadeiras e besteiras que eu fazia pra ela.
Ali, não por causa do cogumelo, mas animado por ele, dediquei a entrar no universo mágico de sua imaginação e alegria. Ela ama esses momentos. O álbum trata, enfim, da conclusão da relação de pai e filho de Roger Waters - além das questões finais sobre a tragédias de guerras causadas "em nome de Deus", pelo "bem de todos", ou contra "o mal de toda a nação". No fim, algum porco permaneceu no poder na Inglaterra, outro porco foi posto no lugar de Hitler na Alemanha, mais um porco nos Estados Unidos passou a dominar a economia mundial; e ele... ele ficou sem pai porque o porco Hitler da Alemanha convenceu a todos em seu país que ele era o Messias e que as instituições do país davam "provas pelas condutas de seus membros" de que tinham que ser derrubadas para que ele pudesse salvar a nação de suas instituições corrompidas.
Mas aí eu volto ao tema que já me esgotei de digitar.
...
Após finalmente desligar o som de Pink Floyd e botar músicas "apropriadamente religiosas".
Já estava pela quinta hora da experiência e fui pra rede. Lá, pude ver mais claramente os resquícios do efeito do cogumelo fresco, em colorizações mais vivas à minha volta. Fiquei impressionado com a intensidade relativa dos efeitos para a quinta hora, e me alegrei dos 100% de eficácia do chá congelado de 1 ano. Senti muita paz enquanto cantava os hinos católicos, os de heiki também, alguns de evangélicos, tudo numa playlist enorme de músicas "apropriadamente religiosas" (kkk, que "raiva", mas entendo que as pessoas não entendam que Pink Floyd é música "apropriadamente religiosa" pra mim, não é "jeito de falar").
Ao outro lado da rua, vi a mãe de meu vizinho com quem já tive rusgas no passado descer para vê-lo no domingo. Vi seu semblante de amor e paz, e entendi parte da pessoa boa que esse vizinho é, com uma formação de amor que recebeu daquela senhora de rosto amável. Mais um ponto a favor que nunca devemos alimentar ódio que cega e separa, que não nos deixa ver o bem nas outras pessoas, nem ter comunicações sinceras capazes de superar as coisas. Aqui, ao meu lado, vive uma pessoa boa, com uma família linda, criado por uma mãe de sorriso doce.
Há muito amor no mundo. Há muito amor à minha volta.
Amem. Assim você faz você mesmo mais feliz, seus próximos mais felizes, e sua sociedade mais saudável e feliz.
Amém ao amem.