- 23/01/2005
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Parceria com a China vai incrementar a produção de cogumelos comestíveis e medicinais no Brasil. O Diretor-Presidente da Embrapa e o Vice-Presidente da Universidade de Longyan assinam hoje (04/11/2005) memorando de entendimento para definir as formas de cooperação técnica entre os dois países.
Brasil e China vão intensificar a parceria para impulsionar a produção de cogumelos comestíveis e medicinais no país. A cooperação técnica entre os dois países foi selada hoje pela manhã no Edifício Sede da Embrapa, em Brasília, DF, com a assinatura de um memorando de entendimento entre o Diretor-Presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, e o Vice-Presidente da Universidade de Longyan, Lin Yuexin.
Yuexin compôs uma delegação técnica chinesa, que esteve no Brasil no período de 01 a 04 de novembro, com o objetivo de conhecer as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Embrapa, em Brasília, DF, com cogumelos comestíveis e medicinais, e também o trabalho de produtores desses fungos no DF.
Além dele, fizeram também parte da comitiva o Vice-Presidente da Associação de Ciência e Tecnologia da província de Fujian, Ke Shaoyu, e outros quatro representantes dessa instituição.
Os cogumelos estão entre os mais importantes componentes da dieta alimentar da população chinesa, não apenas pelo seu alto teor nutritivo - com quantidade de proteínas quase equivalente a da carne e acima de alguns vegetais e frutas, ricos em vitaminas e carboidratos, e com baixo teor de gordura, como também por suas propriedades medicinais. Estudos realizados principalmente na China, Japão, França e Estados Unidos desde a década de 70 têm demonstrado que podem ser importantes aliados no tratamento complementar de várias enfermidades, como câncer, lupus, herpes, HPV e até AIDS.
Na China, a produção de cogumelos atinge 10 milhões de toneladas por ano e o seu preço é equivalente aos outros legumes e verduras.
No Brasil, infelizmente, a situação ainda é muito diferente e o alto preço dos cogumelos no mercado é o que mais contribui para mantê-los afastados do cardápio de grande parte da população. O consumo de cogumelos per capita no Brasil é de apenas 30g/ano, contra 2 kg na França, por exemplo.
A parceria firmada entre o Brasil e a China tem como um de seus objetivos principais mudar esse contexto, intensificando a sua produção no país.
Segundo o Vice-Presidente da Universidade de Longyan, Lin Yuexin, o aumento na produção é o primeiro passo para baratear o preço do produto no mercado.
Interação entre os dois países começou há 10 anos
Na verdade, a interação entre o Brasil e a China nessa área começou em 1995, com a ida da pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arailde Urben, para aquele país.
Ela trouxe e adaptou para o Brasil uma técnica chinesa denominada Jun-Cao, que permite baratear o cultivo de cogumelos por utilizar substratos de gramíneas ao invés de toras de madeira e serragem, como nos meios de cultivo tradicionais.
Desde que chegou com a tecnologia, a pesquisadora vem promovendo cursos na Embrapa todos os anos com o objetivo de treinar os produtores brasileiros. Mas isso ainda é pouco em termos de Brasil, como explicou Yuexin.
“O Brasil é um país muito grande e é preciso estender a realização de cursos na tecnologia Jun-Cao para todas as regiões brasileiras”, ressaltou.
Segundo ele, o Brasil tem um enorme potencial para produção de cogumelos comestíveis e medicinais, mas é preciso aumentar os investimentos para aumentar o cultivo e torna-los mais populares entre o povo brasileiro.
Por isso, o memorando de entendimento prevê cooperação técnica em todas as etapas, desde a pesquisa até à indústria, com ênfase na transferência de tecnologia para os produtores.
O Brasil, além de outros 30 países, faz parte de um programa do governo chinês que treina produtores de cogumelos de países em desenvolvimento.
A Associação de Ciência e Tecnologia da província de Fujian também fará parte da parceria. Essa instituição funciona integrada a outras 145 associações de ciência e tecnologia não governamentais da China e tem como objetivo unir as instituições científicas e de pesquisa aos setores de produção e indústria.
Fonte: Fernanda Diniz, Jornalista
Brasil e China vão intensificar a parceria para impulsionar a produção de cogumelos comestíveis e medicinais no país. A cooperação técnica entre os dois países foi selada hoje pela manhã no Edifício Sede da Embrapa, em Brasília, DF, com a assinatura de um memorando de entendimento entre o Diretor-Presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, e o Vice-Presidente da Universidade de Longyan, Lin Yuexin.
Yuexin compôs uma delegação técnica chinesa, que esteve no Brasil no período de 01 a 04 de novembro, com o objetivo de conhecer as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 40 unidades da Embrapa, em Brasília, DF, com cogumelos comestíveis e medicinais, e também o trabalho de produtores desses fungos no DF.
Além dele, fizeram também parte da comitiva o Vice-Presidente da Associação de Ciência e Tecnologia da província de Fujian, Ke Shaoyu, e outros quatro representantes dessa instituição.
Os cogumelos estão entre os mais importantes componentes da dieta alimentar da população chinesa, não apenas pelo seu alto teor nutritivo - com quantidade de proteínas quase equivalente a da carne e acima de alguns vegetais e frutas, ricos em vitaminas e carboidratos, e com baixo teor de gordura, como também por suas propriedades medicinais. Estudos realizados principalmente na China, Japão, França e Estados Unidos desde a década de 70 têm demonstrado que podem ser importantes aliados no tratamento complementar de várias enfermidades, como câncer, lupus, herpes, HPV e até AIDS.
Na China, a produção de cogumelos atinge 10 milhões de toneladas por ano e o seu preço é equivalente aos outros legumes e verduras.
No Brasil, infelizmente, a situação ainda é muito diferente e o alto preço dos cogumelos no mercado é o que mais contribui para mantê-los afastados do cardápio de grande parte da população. O consumo de cogumelos per capita no Brasil é de apenas 30g/ano, contra 2 kg na França, por exemplo.
A parceria firmada entre o Brasil e a China tem como um de seus objetivos principais mudar esse contexto, intensificando a sua produção no país.
Segundo o Vice-Presidente da Universidade de Longyan, Lin Yuexin, o aumento na produção é o primeiro passo para baratear o preço do produto no mercado.
Interação entre os dois países começou há 10 anos
Na verdade, a interação entre o Brasil e a China nessa área começou em 1995, com a ida da pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arailde Urben, para aquele país.
Ela trouxe e adaptou para o Brasil uma técnica chinesa denominada Jun-Cao, que permite baratear o cultivo de cogumelos por utilizar substratos de gramíneas ao invés de toras de madeira e serragem, como nos meios de cultivo tradicionais.
Desde que chegou com a tecnologia, a pesquisadora vem promovendo cursos na Embrapa todos os anos com o objetivo de treinar os produtores brasileiros. Mas isso ainda é pouco em termos de Brasil, como explicou Yuexin.
“O Brasil é um país muito grande e é preciso estender a realização de cursos na tecnologia Jun-Cao para todas as regiões brasileiras”, ressaltou.
Segundo ele, o Brasil tem um enorme potencial para produção de cogumelos comestíveis e medicinais, mas é preciso aumentar os investimentos para aumentar o cultivo e torna-los mais populares entre o povo brasileiro.
Por isso, o memorando de entendimento prevê cooperação técnica em todas as etapas, desde a pesquisa até à indústria, com ênfase na transferência de tecnologia para os produtores.
O Brasil, além de outros 30 países, faz parte de um programa do governo chinês que treina produtores de cogumelos de países em desenvolvimento.
A Associação de Ciência e Tecnologia da província de Fujian também fará parte da parceria. Essa instituição funciona integrada a outras 145 associações de ciência e tecnologia não governamentais da China e tem como objetivo unir as instituições científicas e de pesquisa aos setores de produção e indústria.
Fonte: Fernanda Diniz, Jornalista