A Arte da Dialética
- Pai, Plantão foi um filósofo não é mesmo?
- Ah, sim. Inclusive encontrei ele agora a pouco na portaria.
- Como assim?
- Ele estava lá, de Plantão!
- ??? (Meu pai era possuidor de uma ironia ferina e não perdoava ninguém, nem mesmo uma criança de 7 anos. Infelizmente, acabei herdando isso dele.)
- É Platão filho, não Plantão. Vai lá na biblioteca que você vai encontrar alguns livros dele.
Fui até lá e entre outros livros como nomes estranhos, achei um chamado A República. Abri, folheei, tentei ler, mas não entendi bulhufas. Deixei aquilo de lado e voltei para o meu gibi do recruta Zero que era bem mais divertido. Foi assim o meu primeiro contato com a dialética e com a filosofia.
Os gregos adoravam discutir. Este era o seu passatempo preferido. Gostavam tanto que chegavam a pagar para acompanhar e participar de uma discussão com grandes pensadores.
Mas sem um método correto, as discussões não avançam e ficamos dando voltas como um cão correndo atrás do próprio rabo. Quem nunca passou por isso: duas pessoas começam a discutir e cada uma se apega aos seus argumentos, ao ponto de não mais ouvir o que o outro diz. Fazemos de conta que ouvimos, mas só queremos falar.
Para fazer a conversa evoluir, os gregos criaram uma técnica de discussão baseada na lógica chamada dialética. Este metódo é lindamente ilustrado nos diálogos de Platão, e entre eles, se destaca a sua obra mais famosa: A República. Do qual pretendo em post futuros trazer alguns trechos ilustrativos. Mas antes disso, se faz necessária uma definição.
O que é dialética?
Adaptado da wikipédia: Para Platão, a dialética é sinônimo de filosofia. É a técnica de perguntar, refutar e responder. Platão considera que apenas através do diálogo pode-se atingir o verdadeiro conhecimento, partindo do mundo sensível (físico) chegamos ao mundo das ideias (etéreo). Pela decomposição e investigação racional de um conceito, chega-se a uma síntese, que também deve ser examinada, num processo contínuo em busca da verdade.
Apesar de boa, esta definição é muito longa, por isso, eu faço uma síntese:
É arte porque não é exata.
É diálogo, porque é feita de perguntas e respostas
É ciência porque busca o conhecimento e se baseia na lógica.
É verdade se não pode ser negada.
A técnica básica da dialética é muito simples, porque é baseada em perguntas, negações e conclusões (tese, antítese e síntese) no exemplo que citei acima:
tese: Plantão foi um filósofo.
antítese: Não seria Platão?
síntese: Platão foi um filósofo.
Quando começamos um diálogo, ou escrevemos qualquer coisa, devemos partir do pressuposto que podemos estar errados e desejar aprender sem nos aferrar as teses, porque se o fazemos, não conseguimos chegar ao conhecimento da verdade.
Por último, cabe aqui uma resalva:
Pela filosofia, a verdade é uma afirmação que que revela o senso comum e que não pode ser negada pela lógica.
Obs.: só modifiquei a formatação a pedido do Archer.
- Pai, Plantão foi um filósofo não é mesmo?
- Ah, sim. Inclusive encontrei ele agora a pouco na portaria.
- Como assim?
- Ele estava lá, de Plantão!
- ??? (Meu pai era possuidor de uma ironia ferina e não perdoava ninguém, nem mesmo uma criança de 7 anos. Infelizmente, acabei herdando isso dele.)
- É Platão filho, não Plantão. Vai lá na biblioteca que você vai encontrar alguns livros dele.
Fui até lá e entre outros livros como nomes estranhos, achei um chamado A República. Abri, folheei, tentei ler, mas não entendi bulhufas. Deixei aquilo de lado e voltei para o meu gibi do recruta Zero que era bem mais divertido. Foi assim o meu primeiro contato com a dialética e com a filosofia.
Os gregos adoravam discutir. Este era o seu passatempo preferido. Gostavam tanto que chegavam a pagar para acompanhar e participar de uma discussão com grandes pensadores.
Mas sem um método correto, as discussões não avançam e ficamos dando voltas como um cão correndo atrás do próprio rabo. Quem nunca passou por isso: duas pessoas começam a discutir e cada uma se apega aos seus argumentos, ao ponto de não mais ouvir o que o outro diz. Fazemos de conta que ouvimos, mas só queremos falar.
Para fazer a conversa evoluir, os gregos criaram uma técnica de discussão baseada na lógica chamada dialética. Este metódo é lindamente ilustrado nos diálogos de Platão, e entre eles, se destaca a sua obra mais famosa: A República. Do qual pretendo em post futuros trazer alguns trechos ilustrativos. Mas antes disso, se faz necessária uma definição.
O que é dialética?
Adaptado da wikipédia: Para Platão, a dialética é sinônimo de filosofia. É a técnica de perguntar, refutar e responder. Platão considera que apenas através do diálogo pode-se atingir o verdadeiro conhecimento, partindo do mundo sensível (físico) chegamos ao mundo das ideias (etéreo). Pela decomposição e investigação racional de um conceito, chega-se a uma síntese, que também deve ser examinada, num processo contínuo em busca da verdade.
Apesar de boa, esta definição é muito longa, por isso, eu faço uma síntese:
Dialética é a arte do diálogo lógico em busca do conhecimento da verdade.
É arte porque não é exata.
É diálogo, porque é feita de perguntas e respostas
É ciência porque busca o conhecimento e se baseia na lógica.
É verdade se não pode ser negada.
A técnica básica da dialética é muito simples, porque é baseada em perguntas, negações e conclusões (tese, antítese e síntese) no exemplo que citei acima:
tese: Plantão foi um filósofo.
antítese: Não seria Platão?
síntese: Platão foi um filósofo.
Quando começamos um diálogo, ou escrevemos qualquer coisa, devemos partir do pressuposto que podemos estar errados e desejar aprender sem nos aferrar as teses, porque se o fazemos, não conseguimos chegar ao conhecimento da verdade.
Por último, cabe aqui uma resalva:
Pela filosofia, a verdade é uma afirmação que que revela o senso comum e que não pode ser negada pela lógica.
Obs.: só modifiquei a formatação a pedido do Archer.