Hoje relembrei-me do tempo que fiz algumas experiências psicodélicas e do que me foi revelado durante ele.
Principalmente nos periodos entre uma experiência e outra, que acentuou-se uma forma mais concréta de espírito, na sua caótica metamorfose, revelou-se a mim um retrato.
Era auto-imagem que submergia das profundezas do meu Ser querendo me mostrar.
Eivado de condicionamentos, me ví como um autônomo, pois a imagem do meuauto-retrato, deu-me a convicção do que não era condicionado:
Um autônomo condicionado e condicionante,
um concessor de verdades relativas,
um engenho no maquinário universal;
um condenado à liberdade.
Foi da intuição da minha limitação que me estravasou toda a minha inspiração. Então fechei os olhos para ver o que as imagens me tiravam a atenção.
Entrei num labirinto de complexos condutos, todos ligados.
Correndo por eles me via cada vez mais extasiado, vendo as formas, as cores e os brilhos do meu passado: era o meu auto-retrato!
Numa sucessão de escolhas uma-a-uma do caminho desejado, apareceu-me em minha frente um gargalo, resolvi então escolher correr pra outros lados, foi quando me dei conta: Não importava esse caminho, pois era a alma do Monstro do Acaso me levando para o seu destino determinado.
Materializando-se na minha frente, disse com vóz solene: Tu Deves.
Mais que me sucede ? - Perguntei-me indignado - Não poderia Eu estar livre pra escolher o rumo que desejo ver traçado ?
Olhei então para trás: vi deixado de lado todo o meu passado; todavia, materializára agora uma outra alma, era a Liberdade, e disse com vóz solene: Tu Podes.
Saí de escanteio quando as duas entraram num embate. Vultos e brilhos me cegaram.
Desfaz-se o barulho e tudo fica calmo, quando olho para o lado, vejo tudo que antes nunca me havia sido revelado.
Vi a imagem de tudo que havia em mim que pudesse ainda ser superado. Nas escolhas do meu Futuro, prostrou-se parado a Liberdade; E o Acaso enraizado no que faz parte do meu Passado.
Só o Passado e o Futuro dividem em mim ainda o que pode ser superado: "Escolhas" é o seu nome.
Toda escolha pode ser superada.
EU, todavia, situo-me nem no passado, nem no futuro. Porque não sou nem Livre, nem Condicionado.
Preciso fazer uma reelaboração mais poética, mas foi a lembrança de uma inspiração momenta que não lembro muito bem detalhado, mas coloquei mesmo assim porque acho importante e a parte central do pensamento é a distinção do futuro e do passado como forma de libertar-se.
Acreditem, ninguem até hoje soube dizer o que é futuro ou passado... Eu vos digo agora melhor que nunca, é onde o homen projeta as escolhas em livres e condicionadas.
Todas as escolhas livres, só estão no futuro, e as determinadas por condicionmantos ou instintos estão no passado.