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A Carta do Chefe Indígena Seattle (1854)

Alma

Cogumelo maduro
Membro Ativo
21/10/2005
130
73
Eu abri esse tópico originalmente no pe, mas como ele foi contra as regras do forum foi pra lixeira. Aqui no cm achei o espaço perfeito pra divulgar esse apelo.
Ai vai:

Ola meus amigos.
Estou abrindo esse tópico pq sinto que estamos em um momento crítico de nossa exitencia nesse planeta, sendo assim meu desejo é agir como fator multiplicador de ideais de respeito para com o próximo, para conosco mesmo e para com a mãe terra.
A seguir segue a carta do chefe Sioux para o presidente norte americano F. Pierce. Espero que essas linhas ajudem as pessoas se lembrarem q o mundo é um lugar de todos seres vivos (orgânicos e inorgânicos) e que se não for tratado com respeito e carinho ira perecer levando junto consigo tudo que nele existe. Esse é um apelo para sermos mais respeitosos conosco mesmos com nossos semelhantes e com o ambiente que nos rodeia.

Resposta do chefe Seattle ao Presidente Americano F. Pierce, que tentava comprar as suas terras. Um exemplo sublime de consciência Holística e Ecológica. Uma denúncia à ganância do homem branco, cioso de seu intelecto.Um grito contra a injustiça dos que pensam ter o direito sobre a terra, excluindo seus semelhantes e outros seres vivos. Um apelo ao humanismo:

"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro." Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao "seu próprio" mau cheiro... Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se nós decidirmos aceitar, imporei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos. "O que é o homem sem os animais?" Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma lição em tudo. Tudo está ligado.

Vocês devem ensinar às sua crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com a vida de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá também aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.Disto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra. Disto sabemos: todas as coisas então ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo. "Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala como ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos ( e o homem branco poderá vir a descobrir um dia ): Deus é um Só, qualquer que seja o nome que lhe dêem.

Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual para o homem branco e para o homem vermelho. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu Criador. Os homens brancos também passarão; talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos das florestas densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruídas por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a água? Desapareceu. É o final da vida e o inicio da sobrevivência.

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa Idéia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los. Cada pedaço de terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho... Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo.

O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais. "Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar para seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem, dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão. "Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra tudo que necessita. A terra, para ele, não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, extraindo dela o que deseja, prossegue seu caminho.

Deixa para traz os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa... Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto. "Eu não sei... nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez porque o homem vermelho seja um selvagem e não compreenda. "Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto.

Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmuro do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros."

Fonte: http://geocities.yahoo.com.br/thevisionfalcon/seattle.htm
 
Muito boa iniciativa Alma.
Essa carta é muito linda...lendo ela pensei:
-Qual foi a reação do presidente?O que ele fez?
Sabe me dizer Alma?
Bom, resposta eficiente não deve ter sido, já que sabemos como é os estados unidos hoje.

Putz...é muito triste...

Abraço
 
Concordo com vc, a resposta dele é o reflexo dos dias atuais.

Imagino o sofrimento desse velho indio escrevendo essa carta, a terra que é dele por direito lhe foi tirada e destruida pelo "homem civilizado".
Precisamos questionar melhor nossos valores, levando em conta em cada ato que somos seres a caminho da morte.
Só um caminho com coração vale a pena ser trilhado.

Abraços!
 
O Chefe Seattle existiu, e parece que há até algumas relíquias relacionadas a ele em um museu de lá. E ele fez um discurso para os brancos que estavam ocupando o território do seu povo. Mas não foi esse acima não.

A tal carta, apesar de bonita, é falsa, e foi escrita por um roteirista em 1971, para um filme lançado em 1972. Para quem tiver tempo, mais informacoes aqui - http://www.snopes.com/quotes/seattle.htm ou aqui - http://www-formal.stanford.edu/jmc/progress/fake.html

Por isso ela é tão contemporânea. Foi escrita na época certa ;)


No fundo as pessoas ficam contentes quando ouvem ou lêem aquilo que vai de encontro às suas idéias, e nem vêem muita necessidade de checar. Isso é uma característica humana que demanda muito cuidado.


Mesmo a tradução da carta original do Chefe Seattle é questionável, como podem ver no segundo link. Na verdade poucos índios da época da expansão dos americanos rumo ao oeste conseguiam se comunicar bem em inglês. Sempre dependiam de um intérprete, e aí, bem, conforme o intérprete os discursos ficavam mais ou menos poéticos e floreados.
 
Última edição:
Mesmo a tradução da carta original do Chefe Seattle é questionável, como podem ver no segundo link. Na verdade poucos índios da época da expansão dos americanos rumo ao oeste conseguiam se comunicar bem em inglês. Sempre dependiam de um intérprete, e aí, bem, conforme o intérprete os dicursos ficavam mais ou menos poéticos e floreados.

through undeniably beutiful, the preceding speech is not even remotely authentic.
e a versão inglês é ainda mais Bela
cara acho que se eu fosse eu que recebesse uma carta dessas eu não teria coragem de tirar a terra deles eu ia acaba que nem o kennedy com um buraco na cabeça :D
e ainda assim não ia me parecer uma má idéia :p:
 
Por mais que seja falsa. A idéia é muito boa. O mais importante é que ela surgiu para apreciação alheia e melhor ainda. Não veio do indio. Não acham que isso representa um avanço?
 
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