- 12/02/2022
- 3
- 5
- 21
Boa noite a todos, é minha segunda publicação aqui e na verdade, gostaria só de desabafar sobre como tem sido minha experiência como ser humano depois de ter tido contato com os psicodélicos. Tenho lido poucos relatos por aqui e queria me propor a fazer mais isso, porque é extremamente interessante por si só ver a experiência humana se manifestando, sob os efeitos dessas substâncias é mais interessante ainda. Espero poder conhecer mais do que essas experiências são capazes de fazer com as pessoas.
Comecei com as experiências muito cedo, era menor de idade, com ácido. Tive quatro experiências com análogos do lsd (maioria das experiências com ácido que tive foram com análogos, mas até onde eu saiba, todos da família das lisergamidas, acredito ter tido uma só com nbome) até ter consciência do que o psicodélico podia fazer com nossa personalidade e mente. Era muito novo pra assumir a responsabilidade que o psicodélico proporcionava pra mim, acabei crescendo sem desenvolver amor próprio, e essas experiências somente te mostram o caminho pra se alcançar isso a partir de práticas saudáveis. Ter consciência e respeito pelo seu processo de amadurecimento as vezes acaba sendo difícil, mas ele acontece quando você se permite passar por tudo isso e aproveitar a viagem até o resultado. É curioso. Essas quatro experiências que tive com ácido foram muito interessantes, porque a quarta foi a que me mostrou toda potência do psicodélico até onde eu podia captar. Ainda sim, me lembro de no dia seguinte ter esquecido completamente da maioria dos insights que tinha tido no momento da viagem. Um rápido contexto: quem proporcionou isso tudo a mim foi meu irmão mais velho, temos 5 anos de diferença na idade e tive meu contato com drogas a partir dele. Nossa maior diferença é a forma de comunicação, como nossas experiências individuais e até conjuntas chegavam aos nossos pais. Tinha mais facilidade pra me comunicar com eles, mesmo sofrendo uma certa repreensão dependendo do assunto que eu trazia. Com essa pauta não foi diferente, me sentia culpado por conta dessas experiências e de alguma forma chegava no ouvido deles. Só que sempre de um jeito diferente da qual eles esperavam, porque estava me trazendo percepções e uma forma de aceitar o mundo diferentes da qual todos nós estávamos habituados. Outro ponto que gostaria de abrir, é que meu irmão tinha essas experiências praticamente todas em festas, nunca ouvi ele trazendo pra gente ou pra si os aprendizados que eu experimentei com os psicodélicos. Infelizmente, ele só estava se afastando mais da gente por conta desse envolvimento conturbado com si mesmo. Então, a preocupação dos meus pais em relação a eu (ou mim, desculpa, não sei qual usar aqui) era em cima disso, exclusivamente.
Bom, o tempo passou e continuei tendo viagens com ácido, acredito que depois dessas quatro que citei a cima, mais algumas até acontecer algumas mudanças na minha vida que me deixariam afastado das experiências lisergicas por 1 ano. Sinceramente, a curiosidade de explorar esse mundo era muito maior do que explorar a mim mesmo, visto que eu era muito vazio por dentro e sem perceber estava usando dessas experiências pra preencher alguma coisa que eu não entendia muito bem o que faltava. Até esse ponto, meu cérebro passou por dissoluções sociais que me ajudaram a entender melhor a sociedade, minha família e minha posição no meio disso tudo, estava sendo promissor meu caminho por alguns pensamentos que consegui resgatar das viagens. Durante essa mudança, tive minha primeira experiência com cubensis, que por algum motivo deve ter sido a mais intensa de todas que tive até hoje, mas é vaga essa informação. Não lembro se nesse período tive mais alguma experiência forte ou profunda com cubensis, mas acredito que não. A minha vontade de me comunicar com meus pais a respeito disso foi grande, a ponto de despertar curiosidade no meu pai de experimentar. Até que ele o fez nesse período, mas não rolou nada muito intenso com ele, e então, ele arquivou esse assunto por um tempo. Só que, todas essas experiências não estavam surtindo efeito sob esse vazio que persistia em se manisfestar, como citado, não entendia que a maior responsabilidade pra de fato mudar e me amar era comigo mesmo. Mesmo depois de ter tido todo esse contato, visualizava uma vontade que sempre esteve ali: de morrer. Meu amor pela vida era escasso. Já entendia a profundidade dos psicodélicos, mas não a minha.
Mais uma temporada se passou até que tive novamente contato com ácido. Lembro que tive uma experiência novamente depois de 1 ano, não me recordo se antes dessa tive outra com ácido. Talvez sim, mas essa foi extremamente memorável. Durante a experiência tive contato com a idéia de Deus, enquanto estava mergulhando nas minhas visões e sentimentos, consegui ver lá no fundo da minha consciência essa manifestação que na hora aceitei como meu criador. O próprio cosmos, o universo, a natureza. Na manhã dessa madrugada, lembro de estar junto ao meu amigo observando um feixe de luz que estava atravessando a janela, colocamos a mão nele e aceitamos aquilo como uma forma desse Deus se manifestando. A partir daquele momento, havia descoberto alguém que queria viver dentro de mim, a vontade de morrer sumiu. Isso dura até hoje. Minha aventura com os psicodélicos haviam começado novamente. Durante esse momento da minha vida, tomei bastante ácido, pegava alguns com meu irmão e ia experimentando. Tomando microdoses, doses médias e fortes. Procurando quem eu era dessa vez, procurando entender minha psiquê. Muitas vezes com sucesso, e com muitas falhas. Escrevi muito nessa época sobre tudo, estava conseguindo compreender o mundo e a mim mesmo. Estava num transe com a vida, mesmo sem as experiências, a sobriedade estava me instigando novamente.
E então, mais uma nova fase começa, e nessa, tendo algumas experiências com meu irmão, finalmente meu pai deu uma nova chance as experiências e nesse dia se encontrou nelas. Foi com o cubensis, e nossa relação se estreitou, positiva e negativamente. Tive muitas experiências com meu pai com o cubensis nesse período, mas estava procurando a sobriedade nesse ponto, mas o acompanhava porque gostava da trip. Muitas vezes me fazia mal, mas consegui desenvolver conforto nesse tipo de contexto, porque sempre foi um aprendizado incrível sentir a negatividade dessas experiências também. Mas naquele tempo, nunca tive muito sucesso em trazer esse escuro a pouca luz que eu cultivava. Não me arrependo de nada, mas gostaria de ter tido mais cabeça pra me dedicar a sobriedade que hoje cultivo. Comecei a desenvolver problemas com essas experiências porque meu pai se limitava quando eu tentava propor algumas reflexões que havia tido com meu irmão. Por mais conturbadas, nossas experiências com ácido rendiam muita conversa e compreensão, criei um amigo naqueles dias, estando sóbrios também. E com meu pai isso não desenvolvia, nossas visões de mundo não batiam e eu limitava meu pensamento, principalmente o crítico, pra não atrapalhar as experiências dele. Aprendi muito nessa época, o cogumelo me assustava, talvez por ele não mexer com nossa dopamina, sentia mais dificuldade em achar conforto em certas experiências.
Mesma época, agora outro contexto: comecei a tomar sozinho. Coisa que já havia feito, mas evitava. Agora sim, depois de muitas tentativas chapado e sóbrio, comecei a mergulhar e mergulhar na minha mente, no meu eu, na minha consciência, nas minhas ideias. Na realidade que eu me esforçava tanto pra me manter e desenvolver. Me tornei comunista nessa época, e decidi que iria me tornar biólogo pra entender como posso ajudar efetivamente a natureza se manter minimamente viva. Afastando do jeito que posso os seres humanos menos poderosos de hábitos tão destrutivos. Comecei a entender como o mundo e a natureza funciona, de forma empírica e sem impor a mim verdade nisso tudo, somente tentando captar o máximo possível das pistas que a realidade me proporciona. E entendi, de tudo isso que passei, que a experiência que preciso provocar a mim e a quem considero, é o amor. Somente o amor pode salvar as pessoas, e isso é lógico, mas com o tempo comecei a dar forma pra isso com práticas. Ainda sou uma pessoa muito tóxica, mas descobri e desenvolvo o amor que sinto por mim e pelas coisas. Hoje, não construo muita coisa, mas evito destruir. Logo vou começar minha faculdade de biologia, e pretendo ser mais ativo politicamente, sem ser agressivo e sempre tentando respeitar o contexto alheio.
Namoro há 8 anos com uma pessoa que conheci e desenvolvi a relação a distância, hoje moramos juntos e isso foi principalmente graças a ela, e o sentimento que aprendi a priorizar e cultivar durante esse tempo, que o psicodélico e minha força de vontade me propuseram. Ser sincero comigo mesmo e consequentemente com os outros, procurar ajudar as pessoas a construírem seus próprios espaços de uma maneira coletiva, sempre visando manter nossas necessidades básicas como forma de compreender nossos desejos mais egocêntricos. Ser devoto ao caminho do meio, experimentando e transformando nossos extremos. Aprendi e ainda aprendo todos os dias o que é ser um humano, e principalmente um animal, nessa terra. Tenho tanto, tanto a aprender, e agradeço ao acaso cósmico de me ter concedido essa chance. Depois das experiências que tive, agarrei isso como minha única verdade, sendo minha certeza a de que vou morrer. Então estou disposto a experimentar tudo que minha alma se sente confortável a realizar, procuro me manter longe de conflitos, ambientes angustiantes e pessoas perdidas ou evidentemente más. Aquelas que tenho chance, procuro ajudar a se encontrar nelas mesmas. Minha relação com a pessoa com quem namoro não é a das melhores, mas há muito esforço e vejo amor nisso, eu amo ela, e amo nossa relação. Graças a vontade deles e minhas tentativas, meu pai e meu irmão voltaram a se entender e tiveram experiências entre eles. Viraram amigos, meu pai me agradece sempre que pode por essas experiências e as coisas estão mais vivas do que nunca, até os dias de escuridão. Na minha moradia aqui com a pessoa que namoro, tive experiências com ácido e cogumelo novamente, e foram muito reveladoras. Me atrevi a misturar ambos, consegui visualizar com clareza meu ego dormindo por alguns instantes. Me senti iluminado, e em outra de somente o cubensis, apodrecido na minha escuridão. Naquele momento, entendi melhor como transformar toda essa ilusão das trevas, e como ser minha própria fonte de luz e energia. Mas, kkkkkkkkkkk, tudo isso está e vai se manter em desenvolvimento até o meu último suspiro. E estou ansioso pra isso. Amo minha vida, as partes boas e ruins, e quero me conhecer mais e mais, e desfrutar da minha morte com muita alegria.
Agradeço a quem leu, tive inúmeras experiências com psicodélicos e hoje, no auge dos meus 21 anos, estou começando a me permitir pensar que sou um psiconauta, e que tenho experiência com isso. Gostaria de relatar tudo aqui, mas ficaria até amanhã. Hoje viajo pra curitiba, e nesse sábado agora vou ter uma experiência com cubensis num pico com meu pai, meu irmão e um amigo. Comentei sobre, pedindo dicas num tópico que criei aqui. Sinceramente, tinha sido mais pra me introduzir aqui de alguma forma. Estou seguro disso, mas admito ter criado um atrito com ambos em relação a procedência da experiência. A gente ainda tem visões diferentes de alguns pontos cruciais pra experiências da vida e com as substâncias. Mas como sempre procuro fazer, entendi a situação com eles e vamos fazer de uma forma que fique boa pra todos. Estou ansioso e triste por deixar minha casinha, mas a vida é assim. Foi gostoso escrever isso tudo, definitivamente tinha muita coisa a acrescentar ainda mas sou novato nesse tipo de coisa. Obrigado a todos, estou ansioso pra ler os relatos e experiências do pessoal daqui e trocar vivências. Muito amor e luz a todos.
Muita luz, e muito amor. Viva o psicodélico, o amor e a vida!
Uma coisa que queria dizer também, é que me trás muito pesar ter começado isso tudo cedo. Não recomendo e nunca vou incentivar a ninguém isso. Mas se eu fizer bom uso do que vivi, e tenho conseguido a curtos passos, vai ter válido muito a pena. Obrigado vida, sou muito grato.
Comecei com as experiências muito cedo, era menor de idade, com ácido. Tive quatro experiências com análogos do lsd (maioria das experiências com ácido que tive foram com análogos, mas até onde eu saiba, todos da família das lisergamidas, acredito ter tido uma só com nbome) até ter consciência do que o psicodélico podia fazer com nossa personalidade e mente. Era muito novo pra assumir a responsabilidade que o psicodélico proporcionava pra mim, acabei crescendo sem desenvolver amor próprio, e essas experiências somente te mostram o caminho pra se alcançar isso a partir de práticas saudáveis. Ter consciência e respeito pelo seu processo de amadurecimento as vezes acaba sendo difícil, mas ele acontece quando você se permite passar por tudo isso e aproveitar a viagem até o resultado. É curioso. Essas quatro experiências que tive com ácido foram muito interessantes, porque a quarta foi a que me mostrou toda potência do psicodélico até onde eu podia captar. Ainda sim, me lembro de no dia seguinte ter esquecido completamente da maioria dos insights que tinha tido no momento da viagem. Um rápido contexto: quem proporcionou isso tudo a mim foi meu irmão mais velho, temos 5 anos de diferença na idade e tive meu contato com drogas a partir dele. Nossa maior diferença é a forma de comunicação, como nossas experiências individuais e até conjuntas chegavam aos nossos pais. Tinha mais facilidade pra me comunicar com eles, mesmo sofrendo uma certa repreensão dependendo do assunto que eu trazia. Com essa pauta não foi diferente, me sentia culpado por conta dessas experiências e de alguma forma chegava no ouvido deles. Só que sempre de um jeito diferente da qual eles esperavam, porque estava me trazendo percepções e uma forma de aceitar o mundo diferentes da qual todos nós estávamos habituados. Outro ponto que gostaria de abrir, é que meu irmão tinha essas experiências praticamente todas em festas, nunca ouvi ele trazendo pra gente ou pra si os aprendizados que eu experimentei com os psicodélicos. Infelizmente, ele só estava se afastando mais da gente por conta desse envolvimento conturbado com si mesmo. Então, a preocupação dos meus pais em relação a eu (ou mim, desculpa, não sei qual usar aqui) era em cima disso, exclusivamente.
Bom, o tempo passou e continuei tendo viagens com ácido, acredito que depois dessas quatro que citei a cima, mais algumas até acontecer algumas mudanças na minha vida que me deixariam afastado das experiências lisergicas por 1 ano. Sinceramente, a curiosidade de explorar esse mundo era muito maior do que explorar a mim mesmo, visto que eu era muito vazio por dentro e sem perceber estava usando dessas experiências pra preencher alguma coisa que eu não entendia muito bem o que faltava. Até esse ponto, meu cérebro passou por dissoluções sociais que me ajudaram a entender melhor a sociedade, minha família e minha posição no meio disso tudo, estava sendo promissor meu caminho por alguns pensamentos que consegui resgatar das viagens. Durante essa mudança, tive minha primeira experiência com cubensis, que por algum motivo deve ter sido a mais intensa de todas que tive até hoje, mas é vaga essa informação. Não lembro se nesse período tive mais alguma experiência forte ou profunda com cubensis, mas acredito que não. A minha vontade de me comunicar com meus pais a respeito disso foi grande, a ponto de despertar curiosidade no meu pai de experimentar. Até que ele o fez nesse período, mas não rolou nada muito intenso com ele, e então, ele arquivou esse assunto por um tempo. Só que, todas essas experiências não estavam surtindo efeito sob esse vazio que persistia em se manisfestar, como citado, não entendia que a maior responsabilidade pra de fato mudar e me amar era comigo mesmo. Mesmo depois de ter tido todo esse contato, visualizava uma vontade que sempre esteve ali: de morrer. Meu amor pela vida era escasso. Já entendia a profundidade dos psicodélicos, mas não a minha.
Mais uma temporada se passou até que tive novamente contato com ácido. Lembro que tive uma experiência novamente depois de 1 ano, não me recordo se antes dessa tive outra com ácido. Talvez sim, mas essa foi extremamente memorável. Durante a experiência tive contato com a idéia de Deus, enquanto estava mergulhando nas minhas visões e sentimentos, consegui ver lá no fundo da minha consciência essa manifestação que na hora aceitei como meu criador. O próprio cosmos, o universo, a natureza. Na manhã dessa madrugada, lembro de estar junto ao meu amigo observando um feixe de luz que estava atravessando a janela, colocamos a mão nele e aceitamos aquilo como uma forma desse Deus se manifestando. A partir daquele momento, havia descoberto alguém que queria viver dentro de mim, a vontade de morrer sumiu. Isso dura até hoje. Minha aventura com os psicodélicos haviam começado novamente. Durante esse momento da minha vida, tomei bastante ácido, pegava alguns com meu irmão e ia experimentando. Tomando microdoses, doses médias e fortes. Procurando quem eu era dessa vez, procurando entender minha psiquê. Muitas vezes com sucesso, e com muitas falhas. Escrevi muito nessa época sobre tudo, estava conseguindo compreender o mundo e a mim mesmo. Estava num transe com a vida, mesmo sem as experiências, a sobriedade estava me instigando novamente.
E então, mais uma nova fase começa, e nessa, tendo algumas experiências com meu irmão, finalmente meu pai deu uma nova chance as experiências e nesse dia se encontrou nelas. Foi com o cubensis, e nossa relação se estreitou, positiva e negativamente. Tive muitas experiências com meu pai com o cubensis nesse período, mas estava procurando a sobriedade nesse ponto, mas o acompanhava porque gostava da trip. Muitas vezes me fazia mal, mas consegui desenvolver conforto nesse tipo de contexto, porque sempre foi um aprendizado incrível sentir a negatividade dessas experiências também. Mas naquele tempo, nunca tive muito sucesso em trazer esse escuro a pouca luz que eu cultivava. Não me arrependo de nada, mas gostaria de ter tido mais cabeça pra me dedicar a sobriedade que hoje cultivo. Comecei a desenvolver problemas com essas experiências porque meu pai se limitava quando eu tentava propor algumas reflexões que havia tido com meu irmão. Por mais conturbadas, nossas experiências com ácido rendiam muita conversa e compreensão, criei um amigo naqueles dias, estando sóbrios também. E com meu pai isso não desenvolvia, nossas visões de mundo não batiam e eu limitava meu pensamento, principalmente o crítico, pra não atrapalhar as experiências dele. Aprendi muito nessa época, o cogumelo me assustava, talvez por ele não mexer com nossa dopamina, sentia mais dificuldade em achar conforto em certas experiências.
Mesma época, agora outro contexto: comecei a tomar sozinho. Coisa que já havia feito, mas evitava. Agora sim, depois de muitas tentativas chapado e sóbrio, comecei a mergulhar e mergulhar na minha mente, no meu eu, na minha consciência, nas minhas ideias. Na realidade que eu me esforçava tanto pra me manter e desenvolver. Me tornei comunista nessa época, e decidi que iria me tornar biólogo pra entender como posso ajudar efetivamente a natureza se manter minimamente viva. Afastando do jeito que posso os seres humanos menos poderosos de hábitos tão destrutivos. Comecei a entender como o mundo e a natureza funciona, de forma empírica e sem impor a mim verdade nisso tudo, somente tentando captar o máximo possível das pistas que a realidade me proporciona. E entendi, de tudo isso que passei, que a experiência que preciso provocar a mim e a quem considero, é o amor. Somente o amor pode salvar as pessoas, e isso é lógico, mas com o tempo comecei a dar forma pra isso com práticas. Ainda sou uma pessoa muito tóxica, mas descobri e desenvolvo o amor que sinto por mim e pelas coisas. Hoje, não construo muita coisa, mas evito destruir. Logo vou começar minha faculdade de biologia, e pretendo ser mais ativo politicamente, sem ser agressivo e sempre tentando respeitar o contexto alheio.
Namoro há 8 anos com uma pessoa que conheci e desenvolvi a relação a distância, hoje moramos juntos e isso foi principalmente graças a ela, e o sentimento que aprendi a priorizar e cultivar durante esse tempo, que o psicodélico e minha força de vontade me propuseram. Ser sincero comigo mesmo e consequentemente com os outros, procurar ajudar as pessoas a construírem seus próprios espaços de uma maneira coletiva, sempre visando manter nossas necessidades básicas como forma de compreender nossos desejos mais egocêntricos. Ser devoto ao caminho do meio, experimentando e transformando nossos extremos. Aprendi e ainda aprendo todos os dias o que é ser um humano, e principalmente um animal, nessa terra. Tenho tanto, tanto a aprender, e agradeço ao acaso cósmico de me ter concedido essa chance. Depois das experiências que tive, agarrei isso como minha única verdade, sendo minha certeza a de que vou morrer. Então estou disposto a experimentar tudo que minha alma se sente confortável a realizar, procuro me manter longe de conflitos, ambientes angustiantes e pessoas perdidas ou evidentemente más. Aquelas que tenho chance, procuro ajudar a se encontrar nelas mesmas. Minha relação com a pessoa com quem namoro não é a das melhores, mas há muito esforço e vejo amor nisso, eu amo ela, e amo nossa relação. Graças a vontade deles e minhas tentativas, meu pai e meu irmão voltaram a se entender e tiveram experiências entre eles. Viraram amigos, meu pai me agradece sempre que pode por essas experiências e as coisas estão mais vivas do que nunca, até os dias de escuridão. Na minha moradia aqui com a pessoa que namoro, tive experiências com ácido e cogumelo novamente, e foram muito reveladoras. Me atrevi a misturar ambos, consegui visualizar com clareza meu ego dormindo por alguns instantes. Me senti iluminado, e em outra de somente o cubensis, apodrecido na minha escuridão. Naquele momento, entendi melhor como transformar toda essa ilusão das trevas, e como ser minha própria fonte de luz e energia. Mas, kkkkkkkkkkk, tudo isso está e vai se manter em desenvolvimento até o meu último suspiro. E estou ansioso pra isso. Amo minha vida, as partes boas e ruins, e quero me conhecer mais e mais, e desfrutar da minha morte com muita alegria.
Agradeço a quem leu, tive inúmeras experiências com psicodélicos e hoje, no auge dos meus 21 anos, estou começando a me permitir pensar que sou um psiconauta, e que tenho experiência com isso. Gostaria de relatar tudo aqui, mas ficaria até amanhã. Hoje viajo pra curitiba, e nesse sábado agora vou ter uma experiência com cubensis num pico com meu pai, meu irmão e um amigo. Comentei sobre, pedindo dicas num tópico que criei aqui. Sinceramente, tinha sido mais pra me introduzir aqui de alguma forma. Estou seguro disso, mas admito ter criado um atrito com ambos em relação a procedência da experiência. A gente ainda tem visões diferentes de alguns pontos cruciais pra experiências da vida e com as substâncias. Mas como sempre procuro fazer, entendi a situação com eles e vamos fazer de uma forma que fique boa pra todos. Estou ansioso e triste por deixar minha casinha, mas a vida é assim. Foi gostoso escrever isso tudo, definitivamente tinha muita coisa a acrescentar ainda mas sou novato nesse tipo de coisa. Obrigado a todos, estou ansioso pra ler os relatos e experiências do pessoal daqui e trocar vivências. Muito amor e luz a todos.
Muita luz, e muito amor. Viva o psicodélico, o amor e a vida!
Uma coisa que queria dizer também, é que me trás muito pesar ter começado isso tudo cedo. Não recomendo e nunca vou incentivar a ninguém isso. Mas se eu fizer bom uso do que vivi, e tenho conseguido a curtos passos, vai ter válido muito a pena. Obrigado vida, sou muito grato.
Última edição: