- 22/12/2007
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Uma nova pesquisa sobre a genética evolutiva de fungos revela que o composto que torna alguns cogumelos "mágicos" pode ter evoluído como um mecanismo de defesa para desencorajar invertebrados de comê-los.
A psilocibina ocorre em um grupo diversificado de fungos, com análises genéticas indicando que ela pode ter evoluído várias vezes. Isso levou um grupo de pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, a suspeitar que um mecanismo conhecido como transferência horizontal de genes pode estar ocorrendo.
A transferência horizontal de genes envolve o movimento do material genético entre as espécies, transportado por células móveis, como bacteriófagos. É um processo associado a ambientes estressantes e é raro em organismos multicelulares complexos.
Para testar seu palpite, a equipe, liderada por Jason Slot, examinou os genomas de três espécies de cogumelos alucinógenos distantemente relacionadas: Psilocybe cyanescens, conhecido como “capa ondulada”; Gymnopilus dilepis, às vezes chamado de “magenta rustgill”, e Panaeolus cyanescens, apelidado de “meanies azuis havaianos”. Estes foram então comparados com genomas de três cogumelos intimamente relacionados que não possuem psilocibina.
Os pesquisadores descobriram que fungos distantemente relacionados em nichos de esterco e madeira em decomposição exibiam menos variação em seu conteúdo de genoma do que parentes próximos em nichos alternativos. Isso sugere que os genomas são moldados em parte por pressões ecológicas compartilhadas.
A equipe também examina a evolução dos genes do cluster de psilocibina no contexto da história ecológica evolutiva. Os cientistas concluíram que a presença do composto pode conferir uma vantagem de sobrevivência para fungos que vivem em esterco e madeira em decomposição - potencialmente explicando sua presença em diferentes espécies dentro desses ambientes.
“Mas nossa principal questão é:‘ Como isso evoluiu? ’”, Diz Slot. “Qual é o papel da psilocibina na natureza?”
Parece que o nicho biológico dos cogumelos que contêm psilocibina fornece uma pista. Em humanos, a psilocibina causa estados profundamente alterados de consciência e outros sintomas, como aumento da freqüência cardíaca e pupilas dilatadas.
Nas moscas-das-frutas, o principal efeito é a supressão do apetite, mas pode haver outros efeitos, atualmente desconhecidos, sobre os insetos que comem cogumelos contendo psilocibina.
“Especulamos que os cogumelos evoluíram para alucinógenos porque diminuíram as chances de os fungos serem comidos por insetos”, diz Slot.
A pesquisa ajuda a explicar um mistério biológico e pode abrir portas científicas para estudos de novos tratamentos para doenças neurológicas, acrescenta.
O estudo foi publicado online na revista Evolution Letters.
Cosmos Magazine
Tanya Loos é uma ecologista e escritora científica que mora na região de Victoria, Austrália.
Link do texto original: Magic mushrooms kill the appetite - Cosmos Magazine
Link do artigo citado: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/evl3.42
A psilocibina ocorre em um grupo diversificado de fungos, com análises genéticas indicando que ela pode ter evoluído várias vezes. Isso levou um grupo de pesquisadores da Ohio State University, nos Estados Unidos, a suspeitar que um mecanismo conhecido como transferência horizontal de genes pode estar ocorrendo.
A transferência horizontal de genes envolve o movimento do material genético entre as espécies, transportado por células móveis, como bacteriófagos. É um processo associado a ambientes estressantes e é raro em organismos multicelulares complexos.
Para testar seu palpite, a equipe, liderada por Jason Slot, examinou os genomas de três espécies de cogumelos alucinógenos distantemente relacionadas: Psilocybe cyanescens, conhecido como “capa ondulada”; Gymnopilus dilepis, às vezes chamado de “magenta rustgill”, e Panaeolus cyanescens, apelidado de “meanies azuis havaianos”. Estes foram então comparados com genomas de três cogumelos intimamente relacionados que não possuem psilocibina.
Os pesquisadores descobriram que fungos distantemente relacionados em nichos de esterco e madeira em decomposição exibiam menos variação em seu conteúdo de genoma do que parentes próximos em nichos alternativos. Isso sugere que os genomas são moldados em parte por pressões ecológicas compartilhadas.
A equipe também examina a evolução dos genes do cluster de psilocibina no contexto da história ecológica evolutiva. Os cientistas concluíram que a presença do composto pode conferir uma vantagem de sobrevivência para fungos que vivem em esterco e madeira em decomposição - potencialmente explicando sua presença em diferentes espécies dentro desses ambientes.
“Mas nossa principal questão é:‘ Como isso evoluiu? ’”, Diz Slot. “Qual é o papel da psilocibina na natureza?”
Parece que o nicho biológico dos cogumelos que contêm psilocibina fornece uma pista. Em humanos, a psilocibina causa estados profundamente alterados de consciência e outros sintomas, como aumento da freqüência cardíaca e pupilas dilatadas.
Nas moscas-das-frutas, o principal efeito é a supressão do apetite, mas pode haver outros efeitos, atualmente desconhecidos, sobre os insetos que comem cogumelos contendo psilocibina.
“Especulamos que os cogumelos evoluíram para alucinógenos porque diminuíram as chances de os fungos serem comidos por insetos”, diz Slot.
A pesquisa ajuda a explicar um mistério biológico e pode abrir portas científicas para estudos de novos tratamentos para doenças neurológicas, acrescenta.
O estudo foi publicado online na revista Evolution Letters.
Cosmos Magazine
Tanya Loos é uma ecologista e escritora científica que mora na região de Victoria, Austrália.
Link do texto original: Magic mushrooms kill the appetite - Cosmos Magazine
Link do artigo citado: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/evl3.42
