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Será que voltei?

Tsnu

Hifa
Cadastrado
23/10/2016
19
12
38
Um salve a todos os que constroem e desconstroem, nas encruzilhadas desse fórum!

Senti de partilhar uma interação que tive há uns anos atrás com os cogumelos e sua força.

Não coloquei como BAD, porque no final da trip, aceitei, mesmo estranhado tudo, e hoje sei e sinto a importância dessa experiência em mim.

Tinha tudo pra dar errado. Trabalhei o dia todo, e no final do dia ainda fui jogar vôlei com amigos e amigas de trabalho, incluindo minha esposa. Não lembro o que aconteceu, mas rolou uma discussão e eu estava de um lado e minha esposa do outro. E nos estranhamos. O clima não ficou legal. Mas como eu já tinha programado, quando cheguei em casa, tomei um banho e comi 3g de cubensis desidratados. Eu ia tomar arruda da Síria antes, mas segui a intuição e acabei não tomando. AINDA BEM! Rsrs
Deitei no cama, luz apagada...e bum!!!
Já comecei a sentir a força no corpo e uma mudança grande na respiração. Pouco tempo depois eu levanto e vou até a janela pra olhar pro céu. O movimento era impressionante. Era como se o brilho das estrelas e dos planetas estivesse chegando literalmente nos meus olhos, que eu piscava e lacrimejava. O movimento no céu foi ficando tão intenso que parei de olhar e me deitei novamente.
Ótimas sensações! Muita força!

A experiência foi se intensificando cada vez mais e eu comecei a pensar, "cara, e se eu tivesse tomado a arruda-da-siria antes...onde eu estaria????

Foi uma grande lição pra mim. Já tinha tido várias experiências com os cogumelos, mas ainda não tinha entrado em um estado tão alterado com eles. Eu já tinha tido experiências tão intensas, com Jurema e Ayahuasca. Com os cogumelos eu já tinha experienciado coisas maravilhosas, indescritíveis, verdadeiras curas, mas nunca tinha rolado uma experiência dessas de estranhar tudo.
Lembro que passei um tempão repetindo trajetos. Ia do quarto até a cozinha, tomava um gole de água e voltava, e ficava no modo loop, repetindo isso sem parar, e na verdade, não conseguia parar.
Tinha um relógio de parede da Amy Winehouse na cozinha, eu bebia água olhava pro relógio e ela derretia. E cada vez que eu olhava pro relógio, mas rápido ela derretia.
Quanto mais o tempo passava, mas eu estranhava tudo. Corporalmente, mentalmente e espiritualmente a parada tava muito tensa. Minha esposa acordou, perto de meia noite. Tinha três horas que eu tinha comido as três gramas.
Pra piorar, ela pegou no meu braço e disse que eu estava gelado e muito claro. Aí então o bicho pegou. Porque eu já estava estranhando tudo, mas ainda me segurando. Depois que ela constatou isso comecei a me preocupar muito mais. Ela me deu uma maçã. Nunca uma fruta me desceu tão mal. Não sentia o gosto, só a textura.
Deitei no sofá e pouco depois eu comecei a ter certeza, de que nada do que tinha vivido naquele dia e em toda a minha vida, tinha rolado. Era só ilusão.
Lembro que ainda pensei em abrir o portão da casa e olhar pra rua, mas nem fui, porque sabia que aquela rua não existia.
Comecei a sentir uma energia muito forte, e era como se eu tivesse cometido um crime, um crime de fato, eu senti a sensação de que tinha matado alguém em algum momento da minha vida, em outra dimensão, em outra vida... não sabia ao certo, mas sentia isso forte em mim. Eu tinha matado alguém.
Nesse momento, o estranhamento era total...eu estava muito longe, muito afastado mesmo.
Depois de um tempo, a parte visual foi voltando ao "normal", mas corporalmente ainda estava muito intensa. Eu sentia as energias ali, e sentia aquilo me afetando cada vez mais. Não sabia, nem pensava no que seria, mas sentia várias presenças na sala da casa.
Foi aí que comecei a aceitar. Mas tudo continuou como estava. Realidade estranha. Total.
Mas continuei aceitando. Lembro que eu pensava, vou tentar dormir, aí quando acordar vejo se voltei o não. Rsrs
A parada tava tão estranha que comecei a pensar que não voltaria mesmo. Mas já estava aceitando até isso.
Fiquei um tempo, tentando diminuir o fluxo de pensamentos e mais tarde fui deitar pra dormir.
Eu tinha certeza, naquele presente, que não dormiria nunca mais.
Mas enfim, fui pra cama sentindo ainda que não tinha voltado...
Acordei de manhã, achando que tinha voltado...
Hoje, não sei mais...
e nem me importo...
Só agradeço por todas as lições que recebi nessa experiência. O que não lembro, daquele contato, sei que está em mim. De alguma forma, está no ser.

Boas vibrações!
Vida longa ao fórum!
 
Já tive essa sensação de ter matado alguém.
No caso, também estava com minha esposa e gritei: Eu sou um serialkiller, matei o bairro inteiro e escondi todos os corpos.
A sensação é que eu tinha matado um bairro inteiro escondido e estava no limiar de ser descoberto.
Ela ficou assustada e eu continuei descrevendo como matei as pessoas e que minha família em vez de punir e me dedurar, ajudou a esconder pra eu não ser preso.
No final, minha conclusão alucinada foi: sou filho de lucífer e quero provar que sou igual a ele (não sou cristão e não acredito).

Enfim, eu sou uma pessoa muito pacifica, que nada me incomoda, nunca ninguém consegue brigar comigo.
Pra mim, pós-trip, foi como se eu tivesse soltado toda a raiva que eu guardo sem nem saber.
Meio que quando você joga um jogo de tiro pra tirar o estresse.

Além dessa, uma das minhas primeiras trips (que eu ainda não conhecia bem cogumelo) eu achei que tinha ficado louco e vestido meu gato vivo como meia.
Esse desespero durou muito tempo, eu sentia o sangue dele no meu pé, tinha medo de voltar ao normal e ver o que tinha feito, estou com ele faz 8 anos.
Quando passou, ele quem estava deitado no meu pé abraçado pra dormir., quietinho e preguiçoso.
Dessa eu não consegui tirar nenhum aprendizado haha
Foi uma das cenas mais impactantes e prejudiciais da minha jornada.
 
Já tive essa sensação de ter matado alguém.
No caso, também estava com minha esposa e gritei: Eu sou um serialkiller, matei o bairro inteiro e escondi todos os corpos.
A sensação é que eu tinha matado um bairro inteiro escondido e estava no limiar de ser descoberto.
Ela ficou assustada e eu continuei descrevendo como matei as pessoas e que minha família em vez de punir e me dedurar, ajudou a esconder pra eu não ser preso.
No final, minha conclusão alucinada foi: sou filho de lucífer e quero provar que sou igual a ele (não sou cristão e não acredito).

Enfim, eu sou uma pessoa muito pacifica, que nada me incomoda, nunca ninguém consegue brigar comigo.
Pra mim, pós-trip, foi como se eu tivesse soltado toda a raiva que eu guardo sem nem saber.
Meio que quando você joga um jogo de tiro pra tirar o estresse.

Além dessa, uma das minhas primeiras trips (que eu ainda não conhecia bem cogumelo) eu achei que tinha ficado louco e vestido meu gato vivo como meia.
Esse desespero durou muito tempo, eu sentia o sangue dele no meu pé, tinha medo de voltar ao normal e ver o que tinha feito, estou com ele faz 8 anos.
Quando passou, ele quem estava deitado no meu pé abraçado pra dormir., quietinho e preguiçoso.
Dessa eu não consegui tirar nenhum aprendizado haha
Foi uma das cenas mais impactantes e prejudiciais da minha jornada.
Eita!
Trips fortes hein?!
Massa! Valeu por partilhar!
É isso aí! Pra mim o Pós-trip bom é aquele que a gente sente que deixou muita coisa, que se sente mais leve, mais equilibrado, menos tenso e mais tranquilo nos dias posteriores.
Na conexão com cogus, são muitas portas, caminhos e viagens... Não sabemos se navegaremos um rio manso ou um oceano revoltoso...

Aliás, nada sabemos...
... mas buscamos
 
Essa de estar em looping eu já senti ao fumar cannabis assim que aterrissei de uma trip, fiquei inquieto, ansioso e senti um impulso de sair pra caminhar na rua mas ao mesmo tempo receio de sair naquele estado, então comecei a tirar as roupas do armário (pra escolher o que vestir) e colocar de volta, nem sei quanto tempo fiquei nessa, talvez um 10 minutos e com a mente à milhão. Foi uma das piores decisões que já tomei envolvendo cannabis. Depois disso tenho um pé a trás em relacionar ela com cogumelos, deixo alguns dias de distancia entre os consumos.

Mas quanto à sensação de ter matado alguém, seria isso medo de ter matado de alguma forma a si próprio? A própria consciência ou a realidade como a conhece?!
 
Essa de estar em looping eu já senti ao fumar cannabis assim que aterrissei de uma trip, fiquei inquieto, ansioso e senti um impulso de sair pra caminhar na rua mas ao mesmo tempo receio de sair naquele estado, então comecei a tirar as roupas do armário (pra escolher o que vestir) e colocar de volta, nem sei quanto tempo fiquei nessa, talvez um 10 minutos e com a mente à milhão. Foi uma das piores decisões que já tomei envolvendo cannabis. Depois disso tenho um pé a trás em relacionar ela com cogumelos, deixo alguns dias de distancia entre os consumos.

Mas quanto à sensação de ter matado alguém, seria isso medo de ter matado de alguma forma a si próprio? A própria consciência ou a realidade como a conhece?!
Interessente. Eu não tinha pensando nessa perspectiva. Mas confesso, que não sei. Lembro, que a sensação era muito forte, de ter assassinado alguém, em algum momento...e era como se isso estivesse gravado em mim.

Outra coisa que me chamou atenção, é que tirando aquele início, em que o céu estava brutal, em luz e movimento e tirando a Amy Winehouse no relógio, visualmente minha casa estava exatamente como via no meu dia dia. Visualmente, não havia alterações, mas no mental...as alterações eram sentidas o tempo todo.
Digo isso porque em algumas experiências com a Jurema e com o DMT cristal, eu já tinha vivenciado realidades muito estranhas, mas visualmente era encantaria pura. Outra dimensão.

E eu lembro, que isso me assustava, pois estava vendo tudo "normal", mas ao mesmo tempo corporalmente e mentalmente estava altamente deslocado.
 
Eu ainda não experienciei o loop, mas também vi coisas derretendo e a minha mente longe de casa como se por dentro eu estivesse em outro local.

Que bom que no final de tudo você conseguiu engolir essa trip
Valeu, mermão!

A mente muitas vezes sabota...mas quando aceitamos o "presente" de fato, trabalhamos junto com a medicina.

Isso de "como se por dentro eu estivesse em outro local"...rola muito! E no geral, gosto desses momentos! A verdade é que através dessa interação com os cogumelos, podemos acessar infinitos estados de consciência. As vezes as portas da percepção ficam escancaradas...e as vezes vemos apenas na fresta uma janela só. Cada experiência é uma vivência.
Nada sabemos!
Tudo sentimos!
 
Apoio fortemente a teoria de que, nessa brisa de matar alguém, a 'vítima' talvez seja uma auto projeção inconsciente.

Essa é uma experiência que derrete percepções estabelecidas, e por consequência, o 'eu' que tem essas percepções. Esse ego resistente e confortável talvez esteja refletindo e trazendo a tona um medo de mudar.
 
Deitei no sofá e pouco depois eu comecei a ter certeza, de que nada do que tinha vivido naquele dia e em toda a minha vida, tinha rolado. Era só ilusão.
Lembro que ainda pensei em abrir o portão da casa e olhar pra rua, mas nem fui, porque sabia que aquela rua não existia.
É o que eu sempre digo.

Mas vem cá... Essa sua certeza surgiu como? Lembra de alguma forma de chegar a essa conclusão? Bom, creio eu que é muito difícil (quase impossível) trazer o entendimento de consciência expandida para o a consciência "padrão" da humanidade.

Comecei a sentir uma energia muito forte, e era como se eu tivesse cometido um crime, um crime de fato, eu senti a sensação de que tinha matado alguém em algum momento da minha vida, em outra dimensão, em outra vida... não sabia ao certo, mas sentia isso forte em mim. Eu tinha matado alguém.
O multiverso é real. Várias versões da Terra, várias versões de nós... Sem contar que cada um de nós somos nós mesmos, só que em uma separação ilusória. Tu pode ter matado alguém, sim. Mas não você nessa identidade, não nessa persona. Apenas suposição minha...
 
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