- 02/05/2019
- 1,382
- 10
- 18
Relato de experiência 40g frescos (Tulum+Taman Negara)
Olá novamente. Esse texto eu fiz no final da trip, enquanto não conseguia dormir e decidi compartilhar com você. Espero que fique entretido.
Introdução
Estou em uma época tranquila da minha vida, o que me permite consumir meus frutos com certa frequência de um modo que repercute positivamente na minha vida.
Creio que fiz do cubensis um amigo/parceiro, aquele com quem você desabafa, chora, sorri e divide gargalhadas.
Essa frase pode parecer um pouco solitária, mas diria que nenhuma pessoa daria as respostas que ele dá.
Ainda busco entender de onde vem os efeitos proporcionados pelo cogumelo, não digo quimicamente, mas sim filosoficamente.
Parte I – Comer cogumelos.
Semanas atrás começou o cultivo, passei esse tempo cuidando deles, protegendo de contaminações e observando seu crescimento. Até que chegou a hora da colheita, o momento tão aguardado por todo cultivador.
Pessoalmente, prefiro comer fresco por acreditar que assim é a forma mais natural, mais simples e aceitar como um presente do micélio a quantidade que ele quis me dar.
Eu peso antes para ter ideia, mas não me preocupa se deu 10/20/30g, aceito como um presente. Nunca obtive mais do que 50g em um único cultivo, então nunca passei dessa dose e a aceitarei quando ele me convidar e estiver preparado.
Nesse momento dois bolos abriram o véu praticamente ao mesmo tempo, 26g do Taman Negara e 14g do Tulum. No início pensei se consumiria duas strain diferentes ao mesmo tempo, decidi que sim.
Colhi eles no meio de tarde e então depois do final do dia com tudo feito, casa faxinada, conversado um pouco com meus pais para não sentir saudades era então a hora.
Comi um por um, sentindo aquela textura úmida e um pouco emborrachada. O gosto não é dos melhores, não é gourmet. Mas é agradável.
40g frescos é bastante cogumelo, levei um bom tempo para conseguir comer todos.
Parte II – Decolando
Decidi que ficaria um pouco na sacada enquanto os efeitos chegavam, eu reformei ela a um tempo atrás para ser o mais agradável possível. Pendurei plantas na parede, no parapeito da sacada coloquei pequenas palmeiras, tornei um espaço vivo envolto por paredes de concreto.
A vista também é muito bonita, o terreno na frente é vazio e mais no fundo é uma plantação de milho gigante com arvores separando-a do asfalto.
Fiquei ali sentado em torno de 1 hora, escutando um pouco de música eletrônica celta e apenas observando.
Não consigo expressar em palavras como era a sensação de escutar música, as notas pareciam feitas para aquele momento, elas dançavam em direção aos meus ouvidos.
As palmeiras estavam tão verdes que pareciam estar felizes também.
Refleti um pouco tentando entender como existiam diversas consciências iguais a minha, vendo os apartamentos do lado com as luzes acessas e imaginando que em todo segundo são milhares de seres pensantes inundando o universo com sua mente.
Algumas dessas mentes são felizes, outras sofrem e muito. Me levou a refletir o capitalismo, onde seria impossível todos terem uma vida feliz. Claro que nenhum modelo econômico pode mudar isso. Para a felicidade de um, sempre tem sofrimento de outras pessoas por trás – não de um modo sádico, mas um modo realista.
Percebi que minha consciência estava se modificando, então entrei para a sala. (Sempre melhor garantir que não vai perder o equilíbrio de um lugar alto).
Ali estavam minha irmã que estava de saída e minha namorada que é minha sitter. Diga-se de passagem, uma das incríveis.
Parte III – Realidade? O Que é isso?
Sentei-me no sofá, daquela forma que só quem já derreteu sabe.
Minha memória simplesmente me abandonou, nessa hora sempre tenho duas opções: Achar que estou louco ou aproveitar essa perda para aprender tudo novamente... Foi o que eu fiz.
Via a porta, mas do que era ela feita? O que é esse objeto de cor marrom? Hmmm É MADEIRA.
Na sala tem papel de parede que imita madeira, pensei: Se a porta é madeira, então isso que parece madeira, também é madeira. Pode não ser uma arvore, mas para minha mente é madeira sim. Isso me fez compreender que tudo é a nossa interpretação, tudo é formulado pela nossa mente.
Permiti que meus olhos fechassem por algumas horas, que na realidade foram apenas alguns segundos. Vi então uma espécie de lava que encobria ela mesmo, como se fosse um ciclo sem fim de uma única matéria que sofria metamorfose e se misturava para criar uma nova forma.
Escutei uma voz feminina, ainda não sabia se era minha namorada falando ou alguma outra coisa. Quando comecei a entender o que falava, tive certeza que não era ela e sim algum ser dentro da minha cabeça. É difícil lembrar o que me disse, mas era algo como: Está vendo? Eu também estou vendo. Eu poderia te contar a verdade do que estamos vendo, mas isso estragaria o significado da sua vida. Cabe a você descobrir e assumir o que vem depois.
Meus olhos abriram com um pouco de medo, mas foi uma sensação calorosa, de como um mentor estivesse ali para te guiar, sem dar a resposta.
Parte IV – A vida é feita de picos altos e baixos.
Senti uma tristeza chegando, mas o que era o motivo? Ainda não consegui descobrir, mas a realidade começou a perder o sentido, vinham perguntas como: Por que eu como? Por que eu bebo? Como eu sei qual a hora de beber água? Por que dormir?
E minha visão distorcia a forma das coisas, a música começou a me machucar e então desliguei. O silencio estava perfeito, até eu escutar o ar condicionado do vizinho, que mais parece um trator. Aquele som mudava de tons na minha cabeça, virava moto-serra, por vez era o som de TV fora do ar. Tive que ligar a música novamente, mas coloquei Vivaldi, acho uma boa melodia para uma trip de cogumelos, a música clássica conta uma historia se você prestar atenção.
Fui longe nos meus pensamentos até que minha namorada veio me falar que estava com fome, não consigo comer nada quando estou na viagem. Ela me perguntou o que poderia comer e eu não lembrava o que era geladeira ou o que era comida.
Enquanto isso meu gato estava atrás de uma borboleta, instintivamente falei: Você pode comer a borboleta. Ela caiu na gargalhada, mas eu não entendi o motivo na hora. Borboletas podem ser nutritivas, ou não.
O problema é que ela não decide as coisas, ficou enrolando um tempo e fiquei concentrado nisso. Minha missão de vida virou alimentar ela, como se fosse uma criatura incapaz de fazer isso sozinha.
Falei para pedir uma pizza. 10 minutos depois a energia veio muito forte. Não conseguia mais ficar bem dentro do apartamento, eu precisava sair dar uma volta. Ela quis me barrar no começo, por eu estar alucinado. Mas eu expliquei que iria ficar apenas dentro dos portões e sentir o vento.
Parte V – Passeio
Moro no 4 Andar, desci todos os andares de escada, era interminável o numero de degraus, eu terminava um lance e tinha outro, como se fosse o labirinto de escadas retratado no filme “Inception”. Cheguei no térreo e sai para a parte externa, devia estar uns 19C, o vento estava perfeito. Sentia cada movimentação de ar na minha pele. A Lua estava muito bela, até tirei uma foto.
Tinha pegado a chave do carro caso quisesse sentar e então fiz isso. Entrei no carro e mais uma vez perco as palavras, apenas sentar ali naquela maquina foi incrível. Minha memória não sabia o que era um carro, fiquei achando tudo aquilo maravilhoso, o modo como os cromados brilhavam, as luzes do painel, parecia uma nave espacial. Esquecemos como algumas invenções são incríveis.
Fiquei uns 15 minutos ali sentado apreciando o silêncio e então lembrei da pizza que havia pedido. No momento que eu estava indo ao portão, o entregador chegou. Peguei a pizza e subi novamente para o apartamento.
Enquanto ela comia fiquei apenas observando como um lunático. Gosto de reparar nela.
Meu gato apareceu e ficou me olhando diretamente, de um modo como nunca havia feito. Até ela estranhou. Me abaixei para ver o que ele queria e estava um pouco assustado, deixei cheirar minha mão e ele parecia achar que eu era um estranho. Deixei ele de lado.
Depois dela ter comido, pedi para sentarmos no chão e conversamos. Como se fosse uma roda em volta da fogueira (De apenas duas pessoas).
A conversa fluía de uma forma impressionante. Precisei pegar um papel e caneta para explicar as coisas que eu estava pensando. Falei sobre a evolução das espécies, principalmente de como um monte de moléculas conseguiu se juntar para formar um ser vivo e tudo que envolve isso.
Debati sobre demônios, sobre o que eram e o porquê iriam querer fazer mal. Então lembrei da discussão comigo mesmo sobre o capitalismo. Pensei que em um estado de guerra, onde ninguém tem comida ou água, então as pessoas em si viram demônios, que torturariam para ter suas necessidades atendidas.
Algumas pessoas são demônios mesmo tendo todo luxo na vida, torturam por prazer.
Acabando esse assunto, expliquei a ela o porquê de eu namorar, de ter encontrado um outro conjunto de moléculas para me acompanhar no descobrimento do universo.
Continuei indagando o significado da vida, do porquê tudo isso, que o primeiro pensamento é perguntar aos mais velhos, mas eles também não conseguiram definir isso. Procurei sobre religião, também não me fez mais conformado.
Ainda procuro essa resposta, que provavelmente não exista de modo compreensivo a nós.
Parte VI – Retorno
Minhas costas começaram a doer de ficar sentado no chão, ao mesmo que os efeitos começaram a diminuir.
Aproveitei para tomar um copo de vinho (gosto do sabor, o álcool é apenas acompanhante), sentia a uva e todo o caminho que ela percorreu para virar o vinho. Onde as coisas se transformam nem sempre para melhor ou pior, mas para o diferente.
Como todo final de trip, fui ver meu cultivo.
Observar o crescimento dos cogumelos e admirar sua existência.
Nesse momento eu tive certeza que a magia existe, não do tipo soltar bola de fogo pelas mãos, mas o sentimento de algo magico e ainda incompreendido.
Olá novamente. Esse texto eu fiz no final da trip, enquanto não conseguia dormir e decidi compartilhar com você. Espero que fique entretido.
Introdução
Estou em uma época tranquila da minha vida, o que me permite consumir meus frutos com certa frequência de um modo que repercute positivamente na minha vida.
Creio que fiz do cubensis um amigo/parceiro, aquele com quem você desabafa, chora, sorri e divide gargalhadas.
Essa frase pode parecer um pouco solitária, mas diria que nenhuma pessoa daria as respostas que ele dá.
Ainda busco entender de onde vem os efeitos proporcionados pelo cogumelo, não digo quimicamente, mas sim filosoficamente.
Parte I – Comer cogumelos.
Semanas atrás começou o cultivo, passei esse tempo cuidando deles, protegendo de contaminações e observando seu crescimento. Até que chegou a hora da colheita, o momento tão aguardado por todo cultivador.
Pessoalmente, prefiro comer fresco por acreditar que assim é a forma mais natural, mais simples e aceitar como um presente do micélio a quantidade que ele quis me dar.
Eu peso antes para ter ideia, mas não me preocupa se deu 10/20/30g, aceito como um presente. Nunca obtive mais do que 50g em um único cultivo, então nunca passei dessa dose e a aceitarei quando ele me convidar e estiver preparado.
Nesse momento dois bolos abriram o véu praticamente ao mesmo tempo, 26g do Taman Negara e 14g do Tulum. No início pensei se consumiria duas strain diferentes ao mesmo tempo, decidi que sim.
Colhi eles no meio de tarde e então depois do final do dia com tudo feito, casa faxinada, conversado um pouco com meus pais para não sentir saudades era então a hora.
Comi um por um, sentindo aquela textura úmida e um pouco emborrachada. O gosto não é dos melhores, não é gourmet. Mas é agradável.
40g frescos é bastante cogumelo, levei um bom tempo para conseguir comer todos.
Parte II – Decolando
Decidi que ficaria um pouco na sacada enquanto os efeitos chegavam, eu reformei ela a um tempo atrás para ser o mais agradável possível. Pendurei plantas na parede, no parapeito da sacada coloquei pequenas palmeiras, tornei um espaço vivo envolto por paredes de concreto.
A vista também é muito bonita, o terreno na frente é vazio e mais no fundo é uma plantação de milho gigante com arvores separando-a do asfalto.
Fiquei ali sentado em torno de 1 hora, escutando um pouco de música eletrônica celta e apenas observando.
Não consigo expressar em palavras como era a sensação de escutar música, as notas pareciam feitas para aquele momento, elas dançavam em direção aos meus ouvidos.
As palmeiras estavam tão verdes que pareciam estar felizes também.
Refleti um pouco tentando entender como existiam diversas consciências iguais a minha, vendo os apartamentos do lado com as luzes acessas e imaginando que em todo segundo são milhares de seres pensantes inundando o universo com sua mente.
Algumas dessas mentes são felizes, outras sofrem e muito. Me levou a refletir o capitalismo, onde seria impossível todos terem uma vida feliz. Claro que nenhum modelo econômico pode mudar isso. Para a felicidade de um, sempre tem sofrimento de outras pessoas por trás – não de um modo sádico, mas um modo realista.
Percebi que minha consciência estava se modificando, então entrei para a sala. (Sempre melhor garantir que não vai perder o equilíbrio de um lugar alto).
Ali estavam minha irmã que estava de saída e minha namorada que é minha sitter. Diga-se de passagem, uma das incríveis.
Parte III – Realidade? O Que é isso?
Sentei-me no sofá, daquela forma que só quem já derreteu sabe.
Minha memória simplesmente me abandonou, nessa hora sempre tenho duas opções: Achar que estou louco ou aproveitar essa perda para aprender tudo novamente... Foi o que eu fiz.
Via a porta, mas do que era ela feita? O que é esse objeto de cor marrom? Hmmm É MADEIRA.
Na sala tem papel de parede que imita madeira, pensei: Se a porta é madeira, então isso que parece madeira, também é madeira. Pode não ser uma arvore, mas para minha mente é madeira sim. Isso me fez compreender que tudo é a nossa interpretação, tudo é formulado pela nossa mente.
Permiti que meus olhos fechassem por algumas horas, que na realidade foram apenas alguns segundos. Vi então uma espécie de lava que encobria ela mesmo, como se fosse um ciclo sem fim de uma única matéria que sofria metamorfose e se misturava para criar uma nova forma.
Escutei uma voz feminina, ainda não sabia se era minha namorada falando ou alguma outra coisa. Quando comecei a entender o que falava, tive certeza que não era ela e sim algum ser dentro da minha cabeça. É difícil lembrar o que me disse, mas era algo como: Está vendo? Eu também estou vendo. Eu poderia te contar a verdade do que estamos vendo, mas isso estragaria o significado da sua vida. Cabe a você descobrir e assumir o que vem depois.
Meus olhos abriram com um pouco de medo, mas foi uma sensação calorosa, de como um mentor estivesse ali para te guiar, sem dar a resposta.
Parte IV – A vida é feita de picos altos e baixos.
Senti uma tristeza chegando, mas o que era o motivo? Ainda não consegui descobrir, mas a realidade começou a perder o sentido, vinham perguntas como: Por que eu como? Por que eu bebo? Como eu sei qual a hora de beber água? Por que dormir?
E minha visão distorcia a forma das coisas, a música começou a me machucar e então desliguei. O silencio estava perfeito, até eu escutar o ar condicionado do vizinho, que mais parece um trator. Aquele som mudava de tons na minha cabeça, virava moto-serra, por vez era o som de TV fora do ar. Tive que ligar a música novamente, mas coloquei Vivaldi, acho uma boa melodia para uma trip de cogumelos, a música clássica conta uma historia se você prestar atenção.
Fui longe nos meus pensamentos até que minha namorada veio me falar que estava com fome, não consigo comer nada quando estou na viagem. Ela me perguntou o que poderia comer e eu não lembrava o que era geladeira ou o que era comida.
Enquanto isso meu gato estava atrás de uma borboleta, instintivamente falei: Você pode comer a borboleta. Ela caiu na gargalhada, mas eu não entendi o motivo na hora. Borboletas podem ser nutritivas, ou não.
O problema é que ela não decide as coisas, ficou enrolando um tempo e fiquei concentrado nisso. Minha missão de vida virou alimentar ela, como se fosse uma criatura incapaz de fazer isso sozinha.
Falei para pedir uma pizza. 10 minutos depois a energia veio muito forte. Não conseguia mais ficar bem dentro do apartamento, eu precisava sair dar uma volta. Ela quis me barrar no começo, por eu estar alucinado. Mas eu expliquei que iria ficar apenas dentro dos portões e sentir o vento.
Parte V – Passeio
Moro no 4 Andar, desci todos os andares de escada, era interminável o numero de degraus, eu terminava um lance e tinha outro, como se fosse o labirinto de escadas retratado no filme “Inception”. Cheguei no térreo e sai para a parte externa, devia estar uns 19C, o vento estava perfeito. Sentia cada movimentação de ar na minha pele. A Lua estava muito bela, até tirei uma foto.
Tinha pegado a chave do carro caso quisesse sentar e então fiz isso. Entrei no carro e mais uma vez perco as palavras, apenas sentar ali naquela maquina foi incrível. Minha memória não sabia o que era um carro, fiquei achando tudo aquilo maravilhoso, o modo como os cromados brilhavam, as luzes do painel, parecia uma nave espacial. Esquecemos como algumas invenções são incríveis.
Fiquei uns 15 minutos ali sentado apreciando o silêncio e então lembrei da pizza que havia pedido. No momento que eu estava indo ao portão, o entregador chegou. Peguei a pizza e subi novamente para o apartamento.
Enquanto ela comia fiquei apenas observando como um lunático. Gosto de reparar nela.
Meu gato apareceu e ficou me olhando diretamente, de um modo como nunca havia feito. Até ela estranhou. Me abaixei para ver o que ele queria e estava um pouco assustado, deixei cheirar minha mão e ele parecia achar que eu era um estranho. Deixei ele de lado.
Depois dela ter comido, pedi para sentarmos no chão e conversamos. Como se fosse uma roda em volta da fogueira (De apenas duas pessoas).
A conversa fluía de uma forma impressionante. Precisei pegar um papel e caneta para explicar as coisas que eu estava pensando. Falei sobre a evolução das espécies, principalmente de como um monte de moléculas conseguiu se juntar para formar um ser vivo e tudo que envolve isso.
Debati sobre demônios, sobre o que eram e o porquê iriam querer fazer mal. Então lembrei da discussão comigo mesmo sobre o capitalismo. Pensei que em um estado de guerra, onde ninguém tem comida ou água, então as pessoas em si viram demônios, que torturariam para ter suas necessidades atendidas.
Algumas pessoas são demônios mesmo tendo todo luxo na vida, torturam por prazer.
Acabando esse assunto, expliquei a ela o porquê de eu namorar, de ter encontrado um outro conjunto de moléculas para me acompanhar no descobrimento do universo.
Continuei indagando o significado da vida, do porquê tudo isso, que o primeiro pensamento é perguntar aos mais velhos, mas eles também não conseguiram definir isso. Procurei sobre religião, também não me fez mais conformado.
Ainda procuro essa resposta, que provavelmente não exista de modo compreensivo a nós.
Parte VI – Retorno
Minhas costas começaram a doer de ficar sentado no chão, ao mesmo que os efeitos começaram a diminuir.
Aproveitei para tomar um copo de vinho (gosto do sabor, o álcool é apenas acompanhante), sentia a uva e todo o caminho que ela percorreu para virar o vinho. Onde as coisas se transformam nem sempre para melhor ou pior, mas para o diferente.
Como todo final de trip, fui ver meu cultivo.
Observar o crescimento dos cogumelos e admirar sua existência.
Nesse momento eu tive certeza que a magia existe, não do tipo soltar bola de fogo pelas mãos, mas o sentimento de algo magico e ainda incompreendido.
Última edição:
