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Relato de um doutorando vivendo em Roraima

mexicano

Artífice esporulante
Membro Ativo
25/01/2010
232
80

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.
Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.
Para começar, o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense. Pra falar a verdade, acho que a proporção de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto, falta uma identidade com a terra.
Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, (e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro) ou a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo.

Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando- se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.
Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena (Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.
Outro detalhe: americanos entram à hora que quiserem. Se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerdcom cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas, pasme, se você quiser montar uma empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí, camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...
Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: Os americanos vão acabar tomando a Amazônia. E em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes.. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:
'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.
A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo
objetivo de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil comprar a cidadania venezuelana por cerca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas: porque os americanos querem tanto proteger os índios ? A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animal e vegetal, da abundância de água, são extremamente ricas em ouro - encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO.
Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa.É, pessoal... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.
Será que podemos fazer alguma coisa???

Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.Patog. FMRP - USP

Celso Luiz Borges de Oliveira Doutorando em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP
 
Essa história, que geralmente circula em e-mail, é de anos atrás, mexicano.

Outros pontos de vista:

27.1.10

Roraima na mira internacional

Postado por Catarine Costa

Recebi hoje um email que fala sobre Roraima e resolvi pesquisar pra comprovar a veracidade do fato. E começa com a negativa da autora do artigo, como ela escreveu no site da USP:http://www.fmrp.usp.br/rbp/mara.html

O outro possível autor do artigo, Celso Luiz Borges de Oliveira, também nega ter escrito algo:

Gostaria de esclarecer que a mensagem sobre o texto intitulado, "Roraima: Acho que devemos saber!!!", foi recebida por mim em 2004 e como já tinha ouvido comentário semelhante por colegas meus, que participaram do Projeto Rondon em 1975, no interior do Pará, repassei-a para algumas pessoas do meu circulo de amizade, via e-mail.
Não emiti nenhuma opinião pessoal, bem como não conheço a pessoa que subscreve como autora do relato, Mara Silvia Alexandre Costa - Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag. Patog. -FMRP – USP. Em virtude de meu nome e endereço ficarem vinculado à mensagem, já recebi mais de mil e-mail's e telefonemas de pessoas me pedindo confirmação, relatando fatos semelhantes e tenho respondido sempre da forma supracitada. Algumas me sugeriram, para fins de esclarecimentos, a leitura sobre o assunto nos seguintes sites:

http://www.pralmeida.org/04Temas/07Amazonia/00Amazonia.html
http://www.quatrocantos.com/LENDAS/145_roraima.htm
Apresento minhas desculpas, por possíveis transtornos ocorridos e pelo tempo dispendido, àqueles que receberam o texto e têm me enviado mensagens sobre o mesmo.

Disso tudo me fica a certeza de que muitas pessoas ainda não perderam a capacidade de se indignar e ainda têm um forte sentimento de civismo e brasilidade, apesar de todos os problemas morais e sociais
(corrupção, violência, etc) que presenciamos nos noticiários no dia-a-dia.

Atenciosamente,

Celso Oliveira

Abaixo, segue o artigo.

Roraima: estado brasileiro, cobiça internacional
(...)

Opinião pessoal:

Gostaria que você, especialmente que recebeu este e-mail, o repasse para o maior número possível de pessoas. Do meu ponto de vista seria interessante que o país inteiro ficasse sabendo desta situação através dos telejornais antes que isso venha a acontecer.

Afinal foi um momento de fraqueza dos Estados Unidos que os europeus lançaram o Euro, assim poderá se aproveitar esta situação de fraqueza norte-americana (perdas na guerra do Iraque) para revelar isto ao mundo a fim de antecipar a próxima guerra. Conto com sua participação, no envio deste e-mail.

Celso Luiz Borges de Oliveira Doutorando em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP"

Sempre que recebo uma coisa desse tipo, procuro investigar a veracidade do assunto. Aconselho a vocês fazer o mesmo!

Fonte: http://catecosta.blogspot.com/2010/01/roraima-na-mira-internacional-lenda-ou.html
 
Mais um:

Lenda ou meia-verdade?

Roraima: estado brasileiro, cobiça internacional

Primeira parte Segunda parte
Sempre que surge uma dessas mensagens vem logo a pergunta: quem é o autor?

A versão mais difundida circula com a assinatura de Silvio Malta Rangel Drummond que nunca esteve em Roraima nem é o autor da mensagem original. Diz ele:

...
infelizmente não tenho como identificar o autor desse relato.

Quem me dera se eu achasse!

E como andei recebendo vários emails a respeito, tentei localizar o autor. A própria Cássia, que foi a pessoa que passou, nem me respondeu.

Será possível uma coisa dessa está acontecendo sem que a imprensa esteja sabendo?!?!?

Outra coisa, será que nós, que trocamos emails de tudo, pra todos, não encontramos alguém que poderia afirmar ou negar esse relato?!?!

É tudo muito estranho, não concordam?!?!

Gostaria de fazer um apelo pra que repassem às pessoas que receberam esse texto assinado por mim, que recebam uma mensagem falando que não fui eu o autor!

Um grande abraço,

Silvio Malta Rangel Drummond

Mineiro de Belo Horizonte, analista de sistemas, Drummond não sabe como o nome dele foi parar numa mensagem tão polêmica e que já lhe trouxe alguns aborrecimentos.

A autoria da mensagem, surgida em maio de 2003, continua, portanto, indeterminada. Uma das versões circula dizendo que "o relato abaixo foi redigido por um militar que retornou da Amazônia faz poucas semanas". Em outra versão, a mensagem teria sido enviada por uma pessoa que mora há vários anos em Boa Vista, RR. Nenhuma dessas duas versões tem a autoria atribuída ao Sílvio.

Uma terceira versão diz: recebi este e-mail de uma amiga que viaja sempre pelo Brasil a dentro e achei mto interessante esse relato de uma de suas viajens.

Versão de abril de 2008 tem autoria atribuída a doutorando da Unicamp.

Origem indefinida, autor desconhecido, tema polêmico: é mais uma mensagem a ser incluída no rol das lendas? Sem dúvida.

Quanto ao conteúdo, há alguns comentários.

Primeiramente, uma opinião no mínimo preconceituosa. O autor diz que passou três dias em Boa Vista, capital do estado de Roraima, e procurou falar com várias pessoas: desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Na visão dele, pessoa com instrução é sinônimo de uma certa categoria profissional e vice versa, pessoas dessa categoria são pessoas bem instruídas. O resto tem "um mínimo de instrução" :((

Ele ou ela passou duas semanas em Manaus e três dias em Boa Vista fazendo a 'pesquisa' que resultou no relato apresentado. Quais as conclusões dele/dela?

Uma delas: Prá começar, o mais difícil de se encontrar por aqui é roraimense!

Vale a pena conhecer alguns dados populacionais de Roraima.

O Censo Demográfico realizado em 2000 pelo IBGE contou 324.397 habitantes. Desse total, 83.765 pessoas eram pessoas não naturais de Roraima que tinham menos de 10 anos ininterruptos de residência. (V. , no saite do IBGE, a Tabela 4.4.1.2 - Pessoas não naturais da Unidade da Federação que tinham menos de 10 anos ininterruptos de residência na Unidade da Federação, por tempo ininterrupto de residência na Unidade da Federação, segundo as Mesorregiões, as Microrregiões e os Municípios - Roraima.)

Nos últimos dez anos, um percentual significativo de pessoas – cerca de um quarto da população – veio de outros estados brasileiros em busca de oportunidades de trabalho.

A população do estado passou de 92 mil habitantes em 1980 para 324 mil em 2000 como decorrência de migrações internas.

Isso não transforma os novos habitantes em estrangeiros.
Já em 2010, a população era 450.479 mil habitantes.

A propósito: apenas um dos três senadores de Roraima – Mozarildo Cavalcanti – nasceu nesse estado e apenas três dos oito deputados federais são roraimenses: Frankembergen Galvão, Rodolfo Pereira e Maria Suely Campos. Dos 24 deputados estaduais, seis nasceram em Roraima. Alguns dos não roraimenses chegaram ao estado ainda crianças, com suas famílias, e lá estudaram e fizeram carreira profissional. V. Relação dos Deputados Estaduais de Roraima.

Segundo o viajante, Não existe indústria de qualquer tipo.
Isso é um evidente exagero e não corresponde à realidade.

Certamente, os estados do Norte do país não ocupam os primeiros lugares em termos de industrialização, mas isso não significa que não existam indústrias em Roraima.

É verdade que são poucas as indústrias e os números da economia desse estado não são muito grandes. Veja alguns dados fornecidos pelo Centro Internacional de Negócios de Roraima:

- o Estado de Roraima possuía PIB de 681 milhões de reais em 1998, assim distribuído:

R$ 14 milhões = Setor Primário

R$ 11 milhões = Setor Secundário

R$ 656 milhões = Setor Terciário

- a renda per capita no ano de 1998 foi de R$ 2.862,00.

- atualmente , os principais produtos exportados são: madeiras e diamantes.

Voltando à mensagem.

Pouco mais de 70% do território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto, restam apenas 30%, descontando-se os rios e as terras improdutivas (que são muitas!) para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.

Demarcação de reserva indígena é mais um tema polêmico envolvendo governos estadual e federal, FUNAI, ONG, ongueiros, G7, ambientalistas sérios, vigaristas, predadores do meio ambiente, hipócritas. E, naturalmente, índios, os nativos da região e principais interessados no assunto.

O estado possui 225.017 km² e a área demarcada como terra indígena varia de acordo com o autor do cálculo. O viajante fala de mais de 70%. O artigo Relato da situação indígena ... registra 46,17%.

Segundo o censo de 2010, a população de Roraima era de 450.479 mil habitantes e a densidade populacional é de 2,01 hab/km², uma das menores do Brasil. Portanto, é improvável que falte terra para ser cultivada ou habitada. Certamente, os interesses são outros.

Mesmo considerando que apenas os 30% restantes do estado sirvam para ocupação dos habitantes não índios, seriam mais de 67 mil km². A Bélgica possui 30.528 km2 onde vivem mais de 10 milhões de pessoas.

O saite da Assembléia Legislativa de Roraima publicava em 13 de agosto de 2003:

Deputados dizem temer clima de terrorismo

"As atenções dos parlamentares estiveram voltadas na sessão desta terça-feira, 12.08, para o pronunciamento do deputado Urzení Rocha (PSL) que teve sua propriedade invadida por cerca de 20 índios, comandados por uma religiosa, na região da Serra da Lua, que estão reivindicando a posse da terra, uma vez que segundo os mesmos pertence a reserva Muriru, homologada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva."

Continuando.

Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus,

Na visão do autor, Roraima já não é mais Brasil, é outro país, outra nação que se comunica com um país vizinho – o Brasil – por meio de uma única estrada. Para ele, Manaus é Brasil. Roraima e Boa vista, não. (V. mapa rodoviário.)

Índios poliglotas: A maioria dos índios fala a língua nativa, além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português.

Mais informações imprecisas e não confiáveis. A maioria fala a língua nativa, além de um idioma estrangeiro, mas a maioria não sabe falar português? Onde ele obteve essa informação? Com a gente 'instruída' de Boa Vista? Com os próprios índios? Em qual idioma o viajante conversou com os índios: francês, inglês ou no idioma nativo?

De qualquer forma, nada mais natural que os índios falem a própria língua nativa. Quanto a falar um segundo idioma, poucos brasileiros têm essa virtude e, segundo o autor, seria um privilégio da maioria dos 40 mil índios de Roraima.

Tem mais.

...se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí camu-camu etc, medicinais, [...], pode se preparar para pagar royalties

Dessa vez o viajante chegou perto.

Não sei quanto ao açaí e ao camu-camu etc, mas o caso do cupuaçu está sendo tratado e a Asahi Foods, a empresa-pirata japonesa, afirmou que não iria recorrer caso perdesse o direito à patente pretendida (Folha de São Paulo, 10 de agosto de 2003, pag. A15). É verdade que não se pode confiar muito nesses piratas, mas o governo brasileiro está se articulando para impedir o registro do cupuaçu.

A Asahi Foods pertence ao Mitsukan Group, um conglomerado de empresas de alimentos e bebidas. (Que tal uma visita ao saite CUPUACU-INT.COM cujo responsável é moshita@loop-net.co.jp? :)

O etc da frase engloba outros casos: açaí, andiroba, bibiri (ou biribiri), copaíba e ayahuasca. Tem também o caso da 'vacina do sapo' e da rã Epipedobates tricolor. (Veja mais em Biopirataria na Amazônia: perguntas e respostas.)

O texto continua: O pior é que, segundo a ONU, o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena ....... O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas.

Não se pode ter certeza até que ponto os conceitos da ONU têm alguma validade, especialmente quando se vê o seu silêncio e a sua anuência às ações dos sheriffs Bush, Blair & CIA. O fato é que essa teoria da libertação dos povos oprimidos é, nas melhor das hipóteses, ambígua e sem sentido. O opressor pode ser um grande amigo e aliado tal como ocorreu com Saddam Hussein enquanto servia melhor aos interesses dos senhores do petróleo.

Se não descobrirem grandes reservas de petróleo lá pelo Norte do Brasil, é possível que a oil gangda Casa Branca não demonstre muito interesse, pelo menos por enquanto, nessa suposta 'libertação'.

Quanto ao conceito de nação, é interessante comparar os casos de Taiwan e da Palestina.

A Palestina, mesmo não sendo um dos estados-membros, possui 'observadores permanentes' na ONU, mas não tem soberania reconhecida sobre um só palmo de terra. Taiwan é uma ilha de quase 36 mil km², com 22 milhões de habitantes, renda per capita de US$ 12.199 (2002) e, para a ONU, ela pertence à China. Lá na ONU, a República da China em Taiwan não aparece nem como 'observadora'.

Mais adiante o autor revela: as terras indígenas, [...] são extremamente ricas em ouro [...] diamante, outras pedras preciosas.

Chegou perto outra vez e é interessante ver o que diz a página do Ministério das Relações Exteriores - MRE ao apresentar, para o Brasil e para o mundo, o estado de Roraima:

A riqueza mineral deste Estado do extremo norte do País desperta tamanha cobiça que, no final da década de 80, cerca de 600 pequenos aviões pousavam e decolavam diariamente em seu solo e transformavam o Aeroporto Internacional da capital, Boa Vista - à época com apenas quatro vôos de carreira diários - num dos mais movimentados do mundo.

Dava para o MRE ser um pouco mais sutil, não? :)))

Essa aqui é ótima: Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul...

Não é um grito de socorro, mas de pretensiosidade (tá bem, eu sei que essa palavra não existe, mas não encontrei outra pra botar no lugar. Talvez não coubesse 'sujeito presuntuoso' nem 'muita pretendença':)). É isso: um grito de pretensiosidade do autor da mensagem. O sujeito acha que as pessoas de lá acham que quem vem do Sul tem a receita da salvação da lavoura?

São assuntos polêmicos: soberania, demarcação de terras indígenas, biopirataria, ocupação do território brasileiro, migrações internas, presença de 'missionários' estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos da América. Não são problemas exclusivos de Roraima, são preocupações que deveriam estar presentes em todos os brasileiros.

Em junho de 2003, a Assembléia Legislativa do Estado de Roraima apresentava, em sua página de abertura, uma pergunta bem pertinente e oportuna:
Você concorda com a interferência religiosa e estrangeira em questões locais como demarcação de terras indígenas em Roraima?Sessenta e nove por cento dos visitantes do saite haviam respondido NÃO.
Roraima é um estado com mais de 220 mil km², possui 40 mil índios distribuídos por diversas tribos. A distância entre o ponto mais ao Norte e o ponto mais ao Sul é de 700 km.

Dois dos quinze municípios de Roraima possuem área maior do que o estado de Sergipe (com 22.050 km²). Caracaraí tem 47.623 km², mais que o dobro da área de Sergipe. Amajarí possui 28.598 km²,

Diante de tamanha extensão territorial, como poderia o suposto pesquisador e viajante formar conceitos definitivos sobre esse estado em apenas três dias?

Ah, mas ele soube de tudo conversando com 'gente instruída' durante a 'longa estada' de três dias na capital do estado :}

Com certeza tudo não passa de uma farsa. Há uma ou outra quase-verdade meio escondida num monte de bobagens, mas o texto não é coisa de se dar muito crédito.

E qual a origem do texto? Indeterminada e não sabida. E a quem interessa divulgar esse tipo de coisa? A autoria é atribuída a várias pessoas e todas elas negam. A professora Mara Silvia Alexandre Costa, por exemplo, nega que tenha redigido a mensagem e afirma que jamais esteve em Roraima. Veja o desmentido dela.

No final das contas, o estado de Roraima tem muitos problemas e talvez nem esteja recebendo, do governo brasileiro, a atenção devida.

Em 1998, houve um incêndio de grandes proporções que destruiu muitas florestas e transformou-se num formidável desastre ambiental. Nenhuma autoridade do então governo FHC foi até lá para ver de perto o que estava acontecendo_O então ministro do Meio Ambiente não estava nem aí para o problema. (V. O Fogo que entrou de vez para a história de Roraima e do Brasil )

Quanto ao interesse dos norte-americanos na Amazônia brasileira veja A Internacionalização do Mundo.

Além de circular pelo Brasil, essa mensagem parece ter garantida a sua passagem, se não para o mundo, pelo menos para a Itália e para a Rússia. Veja Roraima: il Brasile sconosciuto e DESABAFO DE QUEM ESTÁ LÁ .

Em 23 de junho de 2004, o jornal Florida Review publicou a história, intitulada A verdade sobre Roraima, como coisa recente. A matéria foi publicada na versão impressa que circula em Miami e arredores e na página da web do jornal. As duas versões eram ilustradas com a foto de um suposto índio Macuxi.

Consultado sobre a matéria, Marcos Ommati, editor do jornal, informou que o texto lhe foi remetido por pessoa da inteira confiança dele e que, para ocultar a identidade do autor, ele, Marcos Ommati, teve de "mudar um pouco a história". Segundo Ommati, o autor do texto mora em Roraima e lá deve permanecer por mais um ano, pelo menos, disse Ommati.

Comparando as duas versões, a antiga (de maio de 2003) com a publicada no Florida Review em junho de 2004, vê-se que, em todo o texto, 4 palavras foram trocadas. Portanto, a ocultação da identidade do remetente talvez se revele pouco eficaz.

http://www.quatrocantos.com/lendas/145_roraima.htm

No link tem até uma segunda parte da história.
 
Daria um bom hoax, como aqueles de pessoas de 120, 150 ou mais anos vivendo em algum lugar mal identificado e remoto da Ásia.

Mas Roraima, apesar de não ser ali na esquina, é bem mais acessível que a Ásia.
 
Muito bom Ecuador.
Aberto essa discussão por aqui, quem já viu este email agora vai ver os demais pontos de vista. E isso é muito importante.

No mais... Agora só indo lá mesmo para saber.
 
Eita Ecuador, demolidor de mitos!

No mais... Tudo como dantes no quartel do Abrantes!

Ah, que reconfortante....:rolleyes:
 
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