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Primeiro contato real com os cogumelos (e algumas duvidas a sanar)

Brócolis

Hifa
Cadastrado
20/05/2015
5
8
28
Primeiramente, olá a todos! Sou novo por aqui, e serei breve e objetivo nesse 'desabafo'.

Minha primeira experiência com cogumelos foi com 1 grama, menos que isso até. Apenas um cogumelo seco. Me senti muito bem comigo mesmo, escutei vários álbums do Funkadelic e nossa, que som foda! O gosto das frutas, meu equilíbrio corpóreo, o som, a visão, tudo estava melhor.

Meses depois, consegui 5 gramas de cogus seco. Pensei "vou fazer aquela viagem heroica, como o Mckenna fazia". No meu quarto, escuro, peguei os cogumelos secos e fui comendo-os com danone (porque aquele gosto, meu amigo...). 40 minutos após, veio o enjoo. enjoo horrível, mas eu suportei e não vomitei. E então, veio o choro. Eu não sabia por quê, eu só sabia que eu precisava. Chorei MUITO. Meu cachorro veio até a mim, quando me escutou chorando, me olho nos olhos e disse com o olhar "chora cara, chora que você precisa". Incrível como um olhar vale mais que mil palavras. Ele me afagou um pouco e foi embora dormir. A partir daqui, as coisas passam a fica MUITO estranhas, muito mesmo.

Meu braço esquerdo não respondia ao meus comandos. Eu comecei a sentir e ouvir coisas muito malignas por perto de mim, tentando se apoderar de mim. Eu passei muito tempo por essa loucura, pensando em ligar por alguém pra implorar por socorro, mas pra quem? Ninguém entenderia, Não fazia sentido ligar pra quem quer que fosse. Essa "coisa" maligna não me deixava tocar no celular. Nada fazia sentido. Eu via as horas, não fazia sentido. Não fazia sentido eu ter que ir comer. Não fazia sentido eu ter que ir dormir. Eu não conseguia ficar me pé, porque meu corpo não me atendia. Havia um peso enorme nas minhas costas, como quando você carrega uma criança. Meus pés e braços se contorciam pra dentro, e o terror ia aumentando cada vez mais. Em dado momento, eu tinha certeza que eu estava sendo possuído (by boatos que essas entidades malignas se apoderam de você nos momentos mais frágeis e sensíveis). Eu sentia uns estalos dentro da mente, como se um olho estivesse descolado, e por intermédio desse olho, uns tentáculos iam tomando meu corpo, meus membros. De olhos fechados, eu estava em corredores que acabavam no início, loopings de quarteirões e imagens horríveis de seres demoníacos.

De certa forma, eu sabia que isso já estava dentro de mim, e eu tentava vomitar isso mas não conseguia de jeito nenhum. O terror foi descomunal, não há como colocar em palavras o terror que eu senti com essa "entidade" ou força ou energia maligna por perto de mim, tentando se apoderar do meu corpo. Numa hora eu levantava e tentava lutar contra, noutra eu apenas desistia de lutar e sentia todo aquele medo de novo. Não havia pra onde correr, pois já estava na minha mente. Pra onde quer que eu fosse fora de casa, esse maligno estaria na minha mente e no meu corpo. Não havia pra onde correr. Pensei em escutar uma música, coloquei o "Brain Cycles" do Radio Moscow pra escutar, e piorou. Conforme o ritimo da música, mais tentáculos se apoderavam do meu corpo. "Canto gritando" do Rancore me deu a certeza que tudo aquilo era real, que eu realmente estava envolto em escuridão, mas eu não tinha mais forças pra lutar contra.

E aí, então, eu lembrei que os benzodiazepínicos são bons pra contar o efeito da trip. Eu não aguentava mais aquele terror e sofrimento, então resolvi brecar. Sofri muito pra encontrar uma cartela num lugar onde eu havia certeza que deixara guardado lá, e a certeza que eu tinha na minha mente era a de que esse ser maligno havia escondido-os, pra que eu passasse o resto da noite sofrendo com esse horror. Finalmente achei os comprimidos, na hora do desespero enfiei vários na boca e engoli com água, e desmaiei. Poucos minutos depois recebi uma mensagem de um velho amigo perguntando como eu estava, foi como uma luz no fim do túnel. Conversei com ele e com mais outro amigo acerca do ocorrido, ainda passei um bom tempo drogado de rivotril, e depois finalmente dormi.

Hoje, analisando o que havia acontecido ontem, talvez tudo aquilo fosse a morte do meu ego. Talvez todas aquelas sensações ruins no meu corpo fosse resultado dessa morte, e essa "presença maligna" era a forma que meu ego racionalizou para explicar pra mim mesmo o que estava ocorrendo. Ou talvez fosse mesmo alguma entidade se aproveitando dum momento onde eu estava completamente de portas abertas, de corpo e de alma.

Eu tive pouquíssimas alterações visuais, que se resumiram a objetos se movendo mais rápido que o normal, como meu cachorro andando pelo quintal, e luzes mais fortes e contrastadas.



Minhas dúvidas são: alguém já passou por isso antes? Sentir esse mal à sua volta, esse terror descomunal? Alguém já se sentiu sendo possuído, ou já sentiu essa vontade de vomitar essa algo ruim de dentro de você? Essas sensações, são normais durante uma trip de cogumelo?

Eu realmente esperava tomar uma surra do "professor", mas em momento algum eu tive uma introspecção. Tudo se resumiu ao mais puro terror que você possa imaginar.
 
Última edição:
Olá.
A dosagem de cogumelos é algo sensível, de 1 g para 2 já teria alterações notáveis na experiência, a ponto de ter a impressão que usou outra coisa. Mas é assim mesmo, essa presença externa é muito comum em doses altas.
Se era seu ego ou uma entidade maligna? Tanto faz! A resposta é sua.

Você não teve força para enfrentar (sua entidade) e ter a melhor experiência espiritual da sua vida: quando ele/a desaparece.

Sobre suas dúvidas: SIM para todas.
 
Bem vindo @Brócolis!

Acho que sua trip foi bem turbulenta cara...

No meu entendimento, o ideal seria procurar alguém para ser seu sitter nas experiências futuras.

Também acho válido não tentar exteriorizar sua trip. Espíritos e entidades são o seu ponto de vista sobre a situação.
Isso costuma ser problemático, para mim, pois você não está voltando os olhos para o interior; para as falhas e belezas internas. Daí, para dizer que está vendo espíritos malignos nos outros ou para não reconhecer algo em si que necessita de mudança, não custará muito...

Enfim, espero não ter sido chato.

Abraço!
 
Última edição:
Bem vindo @Brócolis!

Acho que sua trip foi bem turbulenta cara...

No meu entendimento, o ideal seria procurar alguém para ser seu sitter nas experiências futuras.

Também acho válido não tentar exteriorizar sua trip. Espíritos e entidades são o seu ponto de vista sobre a situação.
Isso costuma ser problemático, para mim, pois você não está voltando os olhos para o interior; para as falhas e belezas internas. Daí, para dizer que está vendo espíritos malignos nos outros ou para não reconhecer algo em si que necessita de mudança, não custará muito...

Enfim, espero não ter sido chato.

Abraço!

Essa parte eu entendi. Ao meu ver, todo essa mal fazia parte de mim mesmo, e meu corpo tentava me livrar dele com aqueles pensamentos aterrorizantes e a vontade descomunal de vomitar.

Pretendo experimentar mais uma trip, mas nessa próxima vez, apenas observar esse medo e tentar encontrar o gatilho dele.
 
Eae. Brócolis. Veja bem, tudo que você vivenciou é cabível de se vivenciar em viagens de cogumelos. Muitas pessoas não vem até o site relatar quando têm experiências mais difíceis, por isso esse relato é ainda mais excelente. A grande questão é que tudo que você vivenciou poderia ter sido passado com relativa tranquilidade, se você tivesse mais prática psicodélica, ou mais informações antes, e com isso ter relaxado e deixado a experiência acontecer.

De certa forma, eu sabia que isso já estava dentro de mim, e eu tentava vomitar isso mas não conseguia de jeito nenhum. O terror foi descomunal, não há como colocar em palavras o terror que eu senti com essa "entidade" ou força ou energia maligna por perto de mim, tentando se apoderar do meu corpo. Numa hora eu levantava e tentava lutar contra, noutra eu apenas desistia de lutar e sentia todo aquele medo de novo. Não havia pra onde correr, pois já estava na minha mente. Pra onde quer que eu fosse fora de casa, esse maligno estaria na minha mente e no meu corpo. Não havia pra onde correr. Pensei em escutar uma música, coloquei o "Brain Cycles" do Radio Moscow pra escutar, e piorou. Conforme o ritimo da música, mais tentáculos se apoderavam do meu corpo. "Canto gritando" do Rancore me deu a certeza que tudo aquilo era real, que eu realmente estava envolto em escuridão, mas eu não tinha mais forças pra lutar contra.

Se você acredita em espíritos, espiritualidade, etc., não há porque não supor que não houvesse mesmo de fato uma entidade lá. Contudo, mesmo que você acredite e haja espíritos, também não quer dizer que necessariamente havia entidade real por lá. Eu tenho um caso de um problema que eu tinha que eu tinha que encarar como um Diabo me perturbando, apesar de não acreditar nisso, essa forma de compreender a questão tornava as coisas mais fáceis de serem trabalhadas. Decidi então que ia até uma cachoeira pra evocar esse capeta (que escapou da Igreja do Chamamento do Capeta) por lá e dar um jeito nele... Ocorre que a experiência na cachoeira fez com que, na volta, eu não sentisse mais o problema, e estava curado, sem ter precisado lidar com demônio durante a trip... A cura interna em meio à natureza foi tão forte que ele não achou mais espaço na minha mente pra perturbação que causava - se formos adotar essa linha de explicação.

Então, uma solução se você quiser ajudar a resolver esse eventual problema que sua mente apresenta pra você mediante essa força maligna (ou ainda, se for uma força maligna que use suas inclinações) recomendo que você faça sua próxima trip bem acompanhado ou sozinho em meio à natureza, pode ser perto de uma cachoeira. De alguma forma, o poder regenerativo que eu vivenciei foi absurdo, e desde então tenho lidado com bem menos vibrações demoníacas, mesmo nas trips em meio a cidade. No mais, também uma viagem é sempre diferente da outra, capaz de você não ter mais esse tipo de situação...

Veja que certa experiência minha, que também teve vibrações baixas, considerei como experiência mística, enquanto muito podiam considerar bad trip, mas depois do dia da Igreja do Chamamento do Capeta (4ª exp.), muita coisa na minha natureza melhorou. Rolou uma desobsessão sozinho em casa... Enfim, no começo da trip, pensamentos absurdos, horríveis, mas observe toda minha postura. Ao invés das faixas baixas me assustarem, tomaram foi um susto quando as entidades no local saíram todas amarradas pros devidos locais de re-lucidação.

Bem, aqui também conta o conhecimento Kardecista, que me faz, enquanto tiver um corpo, não ter medo de espíritos. Você sozinho poderia dominar mil demônios que surgissem. Você tem um corpo, e os fluídos que dele emanam são muito poderosos a este ponto. Agora, no caso de não serem demônios de verdade, em tese essa lei não devia se aplicar, mas como na experiência psicodélica tudo que se crê pode ocorrer...

Por fim, como um psiconauta já com certa prática e que até gosta de trabalhar nas faixas infernais (eu acredito que o mal é um estado de ignorância, e admiro o trabalho de ir até os umbrais buscar almas), o que te cabia aqui seria deixar a mente ir. Leia o FAQ da Experiência Psicodélica toda (em especial o capítulo 6) e lembre-se sempre: é a substância, vai passar, relaxe, deixe fluir!

Um adendo, na experiência em que fui arrebatado pela luz, eu senti na pele essa sensação de querer pedir arrego, de querer fugir da experiência. É duro, é hard, mas é mais recomendável ficar até o fim. Quem sabe se na próxima hora da trip você não ia pegar esses demônios e devorar, ou se não ia aparecer um exército de anjos pra te salvarem, ou sei lá, não ia acontecer nada demais, você ia sofrer, sofrer, sofrer, mas isso ia te dar uma força e uma disciplina que o remédio acabou te arrancando. A experiência foi válida, mas não foi completa. No dia seguinte, provavelmente você estaria se sentido renascido, com mais amor e gosto pela vida, mais energia... é por isso que, apesar de eu não recriminar, digo que a bad trip se instalou de vez como tal quando você tomou o remédio, porque aí não teve a chance de entender até onde ia, para se desfazer em benefícios.

Mas é natural. Continue com as experiências, reduza um pouco a dose pra próxima, e vá subindo devagar, para não ter surpresas.

É aquilo. Não digo que seja seu caso, mas quando alguém chega no CM e diz que tomou de primeira dose sem experiência prévia nem sitter 5 gramas de cogumelo e teve uma experiência fantástica e perfeita, bem fluída e sem qualquer esforço da mente pra se manter bem e renascer no fim do pico, beleza! Deu tudo certo, que bom, eu fico muito feliz e gosto de ler os relatos. Mas, se alguém toma 5 gramas e não da muito certo, é algo relativamente esperado :coffee:.

Por isso, a recomendação geral dada aqui no CM é que comece com dose baixa e vá aumentando paulatinamente, sem grandes pulos. É, inclusive, um dos fundamentos do uso responsável de psicoativo (o de nº 11), como é o caso dos cogumelos psilocibinos.

Parabéns pelo relato e por estar determinado a dar outra oportunidade aos cogumelos. Eles nos colocam em um estado de consciência que, se forem perturbados, quando aprendemos a dominar, nos tornam como um exército de um homem só em direção ao amor :).
 
Última edição:
Se você acredita em espíritos, espiritualidade, etc., não há porque não supor que não houvesse mesmo de fato uma entidade lá. Contudo, mesmo que você acredite e haja espíritos, também não quer dizer que necessariamente havia entidade real por lá. Eu tenho um caso de um problema que eu tinha que eu tinha que encarar como um Diabo me perturbando, apesar de não acreditar nisso, essa forma de compreender a questão tornava as coisas mais fáceis de serem trabalhadas. Decidi então que ia até uma cachoeira pra evocar esse capeta (que escapou da Igreja do Chamamento do Capeta) por lá e dar um jeito nele... Ocorre que a experiência na cachoeira fez com que, na volta, eu não sentisse mais o problema, e estava curado, sem ter precisado lidar com demônio durante a trip... A cura interna em meio à natureza foi tão forte que ele não achou mais espaço na minha mente pra perturbação que causava - se formos adotar essa linha de explicação.

Na realidade, eu sempre fui um cara bem cético, não via lógica em acreditar em coisas sobrenaturais. Mas, durante a trip, essa "possessão" me pareceu muito real. Efeito do cogu, mesmo.


Então, uma solução se você quiser ajudar a resolver esse eventual problema que sua mente apresenta pra você mediante essa força maligna (ou ainda, se for uma força maligna que use suas inclinações) recomendo que você faça sua próxima trip bem acompanhado ou sozinho em meio à natureza, pode ser perto de uma cachoeira. De alguma forma, o poder regenerativo que eu vivenciei foi absurdo, e desde então tenho lidado com bem menos vibrações demoníacas, mesmo nas trips em meio a cidade. No mais, também uma viagem é sempre diferente da outra, capaz de você não ter mais esse tipo de situação...

Infelizmente, estou morando no nordeste, numa região extremamente perigosa. Ficar em meio a natureza (vulgo: no meio do mato) é dar bobeira. De quebra, sou novo na cidade e não tenho amigos por aqui. Ninguém que já tenha experimentado cogumelos. Meus familiares têm a mente muito fechada e preconceituosa, e viajar com a minha namorada não seria algo muito inteligente, visto que ela é super medrosa pra enteógenos (palavras dela).


Um adendo, na experiência em que fui arrebatado pela luz, eu senti na pele essa sensação de querer pedir arrego, de querer fugir da experiência. É duro, é hard, mas é mais recomendável ficar até o fim. Quem sabe se na próxima hora da trip você não ia pegar esses demônios e devorar, ou se não ia aparecer um exército de anjos pra te salvarem, ou sei lá, não ia acontecer nada demais, você ia sofrer, sofrer, sofrer, mas isso ia te dar uma força e uma disciplina que o remédio acabou te arrancando.

Notei mesmo que essa minha trip foi bem parecida com alguns trechos de algumas de suas trips, como a 4ª experiência e a 11ª. Por mais que eu tenha feito o pouso de emergência, percebo agora, como eu disse para o @Cantaro, que essa presença malígna fazia parte de mim mesmo, como um traço da minha personalidade. Meu corpo lutava pra se livrar daquilo, mas o malígno lutava pra ficar e tomar conta do meu corpo e mente. Na minha próxima trip eu irei, com certeza, seguir teu conselho e lutar até o fim contra essa presença!


No mais, muito obrigado pelas respostas e conselhos de todos!
 
Na minha próxima trip eu irei, com certeza, seguir teu conselho e lutar até o fim contra essa presença!
Cada um lida com seus "demônios" à sua própria maneira, claro. Mas não me parece uma atitude muito produtiva travar essa batalhas mentais alucinantes ao invés de apenas viver a trip do modo mais zen possível e observar a sua natureza e a forma como ela se manifesta, sem criar muita tensão desnecessária.
 
As trips de cogumelos variam muito, o tema de uma pode muito provavelmente não ser o tema da próxima. É bem possível que quando você voltar a ter uma experiência, a tal presença nem esteja mais lá...

Talvez ir com mais calma, experimentar algumas doses mais baixas antes de se aventurar por 5 gramas ou mais.
 
Na minha próxima trip eu irei, com certeza, seguir teu conselho e lutar até o fim contra essa presença!

Cada um lida com seus "demônios" à sua própria maneira, claro. Mas não me parece uma atitude muito produtiva travar essa batalhas mentais alucinantes ao invés de apenas viver a trip do modo mais zen possível e observar a sua natureza e a forma como ela se manifesta, sem criar muita tensão desnecessária.

Acho que ele não quis dizer que vai necessariamente fazer uma guerra, mas apenas que não vai tomar remédio pra sair da experiência, que vai deixar correr até o fim da forma dele.

O ideal é deixar correr, não lutar, ter em mente que é a substância. A experiência idealmente tem de ser calma, zen, mas nem sempre será, e quando for calma, não vai gerar vontade de fugir. E é pra quando a experiência é difícil que partilhei minhas ideias, a fim de ele se manter calmo e ter consciência de que é forte mas vai passar.

Só volto a ressaltar que é bom ter a cama e o cobertor por perto, que são um conforto em momentos mais intensos das viagens.

No mais, a chance é que a próxima viagem seja totalmente diferente dessa e não passe mais por essa experiência em especial nas viagens seguintes.

E aumente a dose devagar :).
 
Enfrentar a si.

Boas sugestões, adiciono a companhia de um copo com alguma bebida (água?) e uma vela. São bons "protetores". Fora que o brilho da água sob a luz da vela é tããão....

:whistle:
 
cobertor por perto

Não há sentido nisso, a não ser que esteja frio. Um cobertor não vai funcionar como um escudo contra bad trips.

E há pessoas como eu que, na verdade, acabam se sentindo mais quentes e suam no período final da experiência. Quando está quente, então, sinto muito calor. Ficar coberto nessa situação, esteja a experiência boa ou ruim? Nem pensar.
 
Não há sentido nisso, a não ser que esteja frio. Um cobertor não vai funcionar como um escudo contra bad trips.

E há pessoas como eu que, na verdade, acabam se sentindo mais quentes e suam no período final da experiência. Quando está quente, então, sinto muito calor. Ficar coberto nessa situação, esteja a experiência boa ou ruim? Nem pensar.

A ideia não é ficar debaixo do cobertor faça sol suando bastante, mas o fato é que ter um cobertor em caso de bad trip pode ajudar. Aliás, a recomendação nem é minha, mas do FAQ da Crise Psicodélica, baseado na experiência de outros psiconautas:

A coisa mais confortadora que algumas pessoas reportaram ter ajudado durante uma experiência aguda foi um cobertor enrolado em torno delas. Não podemos recomendar o suficiente que se tenha um cobertor pesado e espesso para emergências.

Como disse, na minha casa eu regulo o ar-condicionado pra 28 º C, a fim de não dar frio nem calor, seja em dia frio, seja em dia quente. Com isso, o uso do cobertor nunca é desconfortável. Se começo a suar, tiro ele de cima de mim. Mas se o bicho tá pegando dentro da minha cabeça, nem noto que suei. Depois se precisar a roupa de cama é lavada, mas prefiro os ganhos que tenho em conforto emocional na experiência intensa.

Agora, eu sou um cogumeleiro que, exceto quando está acompanhado da minha esposa durante os efeitos (cachoeira e em casa), sempre tem viagens de cogumelos que seriam consideradas árduas, nunca tive uma experiência de cogumelos que fosse somente "gloriosa" ou "fácil" ou sequer "fluída" sozinho, muito menos "tranquila". E, bem, ter esse setting em que eu posso me enrolar no cobertor torna tudo muito mais confortável e deixa a minha mente mais solta pra entrar na viagem.

Mas, claro, essa é a minha vivência. Enrolar num cobertor não é escudo contra bad trip, mas pode tornar mais fácil passar através dela.
 
Última edição:
Aliás, a recomendação nem é minha, mas do FAQ da Crise Psicodélica, baseado na experiência de outros psiconautas:

Bem, na opinião desse psiconauta aqui não faz sentido como um conselho geral, esteja ou não no FAQ.

Nem vai funcionar para todo mundo do jeito que você diz que funciona para você.
 
Bem, na opinião desse psiconauta aqui não faz sentido, esteja ou não no FAQ.

Nem vai funcionar para todo mundo do jeito que você diz que funciona para você.

Bem, funciona pra mim (apesar de não serem propriamente bad trips porque eu sempre aceito a viagem que vem e deixo fluir), o que é uma confirmação pessoal de um conteúdo num documento elaborado por muitas pessoas com bastante experiência na área. Pode não se encaixar na sua também longa experiência individual, mas faz sentido que funcione, tanto que pra mim funciona e não estou isolado nisso. Como disse, um cobertor é de grande recomendação pra se ter em caso de bad trips a fim de se enrolar e se sentir mais seguro, mais confortável, e assim ter mais condições de conseguir lidar com o que ocorre dentro da mente; mas não vai impedir que ocorra bad trips, é apenas uma ferramenta de que se pode lançar mão para ajudar a passar por este momento.

Se alguém usar e não funcionar, faz parte, cada um é um. Mas se não tentar, não vai saber se ajuda.

Lembrando que algumas bad trips são crises emocionais ou espirituais, não necessariamente eventos terroríficos. Nestes casos, acho que fica mais evidente o que estou falando, de como o cobertor pode ajudar.

Agora, na hipótese de uma bad muito bagunçada (milhões de insetos demoníacos dilacerando em milhares a alma do psiconauta), o cobertor efetivamente não vai servir muito, capaz da pessoa nem lembrar que tem corpo pra ir pra debaixo do cobertor...

Se é neste sentido que diz não fazer sentido o cobertor, então entendo.
 
o que é uma confirmação pessoal de um conteúdo num documento elaborado por muitas pessoas com bastante experiência na área.
Você fez uma observação que valida a opinião de outros em um artigo. Ótimo! Mas eu acho que você precisa parar de levar esses FAQs do Erowid como se fossem bíblias...
Pra mim CM > Erowid... Tudo que tem lá também são opiniões pessoais, e ainda de gente de outros países e culturas, que vive em outra realidade. A maior parte conteúdo de três décadas atrás, quando ainda nem existia a internet. Fora que os tais FAQs nem são especificamente sobre cogumelos, e aqui tem 10 anos de um fórum inteiro sobre isso.
E eu prefiro a opinião pessoal de 1 pessoa que eu sei quem é, a uma compilada por um suposto grupo de "muitas pessoas", onde não é especificado quem são essas pessoas nem são citadas a "uma variedade de fontes" que deram origem ao artigo.

Além disso, quantas pessoas você já ajudou enrolando um cobertor nelas durante uma crise psicótica, além de você mesmo?

Eu faço as trips completamente nu. Menos quando está frio, aí eu uso cueca. Frio ou calor, um cobertor enrolado em mim é a última coisa que eu quero durante uma trip de cogumelos... Incomoda demais estar preso por qualquer coisa. Se estiver realmente muito frio para ficar pelado, eu uso uma camiseta ou blusa leve, e olhe lá...
 
Bem, CM tem um amplo conteúdo e acredito que as FAQs contribuem pra isso e trouxeram informações gerais sobre psicodelia aplicável a cogumelos, algumas que não tinham no CM, outras que tinham mas não compiladas.

Eu não considero nem o CM nem as FAQs Biblias, apenas pego deles o que acho válido.

Se prefere ir por uma visão ou por outra, são seus critérios, mas o resto do CM não é obrigado a aderir à opinião de um ou dois (ou dez que sejam) membros seja porque falem em uníssono, seja porque seja um membro muito experiente.

Me cabe dar a sugestão que funciona pra mim, relatar que funciona pra muitos e dar o fundamento. E isso ninguém vai me convencer que estou errado de fazer :).

Repito: um cobertor pode ajudar numa crise psicodélica. Quem discorda, discorda. Agora, aos outros membros, recomendo que tente, porque tentar não causa problemas e pode te ajudar. Sem nem tentar que não dá pra saber.

Agora, caso seu setting seja muito contrário ao uso de cobertor, então não use.

Funciona? Funciona pra mim e pra outros. Pra você? Não sei, só tentando.
 
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@ExPoro, não quero me somar ao grupo dos unissonantes, mas: minha primeira trip foi em casa, num sábado. Dia de churrasco na casa do vizinho. E o cobertor não foi uma boa escolha... Era como se a voz do Thiaguinho ficasse em slow motion quando eu me cobria (para tentar diminuir o barulho de fora). Bad na certa!

Os fios do cobertor me faziam, de tanto em tanto, tomar um susto achando que tinha algum "bicho" dividindo a cama comigo.

Eu já tenho problemas com suor (glândulas sudoríparas esquizofrênicas), daí isso veio à tona...

Enfim, foi uma experiência para não ter repetência. Não recomendo o combo: Cogumelos, churrasco no vizinho, Thiaguinho e cobertor.
 
mas o resto do CM não é obrigado a aderir à opinião de um ou dois (ou dez que sejam) membros

Nem é obrigado a aderir a alguma informação que está em um FAQ do Erowid ou Lycaeum simplesmente porque está lá, e uso geral recomendado conforme a sua interpretação.

O próprio FAQ, que é uma reunião de conselhos para diversos psicoativos, e algumas das situações descritas lá são improváveis de acontecer com cogumelos, diz que o uso de cobertos seria para algumas pessoas:

A coisa mais confortadora que algumas pessoas reportaram ter ajudado durante uma experiência aguda foi um cobertor enrolado em torno delas. Não podemos recomendar o suficiente que se tenha um cobertor pesado e espesso para emergências.

Fora essas pessoas o cobertor só é recomendado no FAQ em caso de tremores, em "Situação Crítica ou de Ameaça à Vida".
 
Legal seu retorno, @Cantaro, que o cobertor não deu certo e ainda piorou as coisas um pouco. Você tentou e trouxe o resultado. É isso aí, as vivências são individuais. Obrigado por trazer a sua.

No mais, não quero parecer que tento forçar ninguém a nada, nem que tento me impor. Então vou tentar resumir a ideia de uma forma bem tranquila e sem ambiguidades ou parecer que é uma fórmula mágica:
1 - Há quem se sinta ajudado quando em crise psicodélica ao se enrolar em cobertor, e talvez isso possa ajudar, talvez não;
2 - Se quiser ter mais uma ferramenta pra ajudar numa crise, além dos conselhos já consagrados, pode deixar num canto ou em outra sala um cobertor, e nem tocar nele e nem influir no seu setting durante toda a trip;
3 - Se começar a ficar difícil a experiência e você tiver separado o cobertor e disposto a tentar, se enrole e veja no que dá. Se não ajudar, tire-o. Existem muitas outras formas de lidar com crises psicodélicas a serem aplicadas também, essa é apenas uma, que você pode tentar antes ou depois das outras, ou ainda conjuntamente;
4 - não importa o recurso que você utilizar, o principal é se acalmar e ter a certeza de que vai passar, é a substância, e deixar a substância fluir, relaxar e deixar a viagem seguir seu curso.

E é isso. É apenas mais um conselho de mais um recurso externo de mudança de setting possível entre vários, que deu certo pra mim. Não uma tentativa de imposição ou de que seja um escudo mágico, como talvez tenha parecido em minhas postagens anteriores.

Agora, de fato, eu achava que o cobertor era mais eficaz do que realmente é, embora seja pra mim com os cogumelos. Muito obrigado aos amigos membros que trouxeram estas informações.

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Edit: esse papo todo de cobertor influiu na minha última trip, de hoje :LOL:. Fiz alguns comentários lá sobre o tema.
 
Última edição:
Cada um lida com seus "demônios" à sua própria maneira, claro. Mas não me parece uma atitude muito produtiva travar essa batalhas mentais alucinantes ao invés de apenas viver a trip do modo mais zen possível e observar a sua natureza e a forma como ela se manifesta, sem criar muita tensão desnecessária.

A tensão se cria na minha mente, @Malahov, e não o contrário. Na real, meu ego cria a tensão.
Eu não me considero uma boa pessoa. Pelo menos, não o suficiente. Ao meu julgar, eu mereço ser exposto aos meus atos e punido pelo enteógeno. Então, nesse caso, a batalha mental é necessária.


Talvez ir com mais calma, experimentar algumas doses mais baixas antes de se aventurar por 5 gramas ou mais.

Obrigado pela dica, @Salaam!



Não há sentido nisso, a não ser que esteja frio. Um cobertor não vai funcionar como um escudo contra bad trips.


No início da trip, durante a crise de choro, o cobertor foi essencial. Eu não me senti confortável, ou seguro, ou nada parecido com isso. Apenas precisei. Depois que o terror começou, como eu havia dito, nada fazia sentido. Inclusive a cama e a coberta. A mesma parecia me esmagar e prender meu corpo contra a cama, enquanto eu ia perdendo minha coordenação motora.
Não faz sentido encanar com isso, @Ecuador, porque como você bem sabe, cada trip é diferente doutra. Mesmo uma só trip pode ser diferente no seu decorrer, como foi meu caso. O uso da coberta, também, foi apenas uma dica e opinião do nosso amigo @ExPoro.

E obrigado pela sua opinião também! :contente:

Agora, na hipótese de uma bad muito bagunçada (milhões de insetos demoníacos dilacerando em milhares a alma do psiconauta), o cobertor efetivamente não vai servir muito, capaz da pessoa nem lembrar que tem corpo pra ir pra debaixo do cobertor...

Exatamente isso.
 
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