Semana passada tive uma experiência muito rica com algo entre 1,5g e 2g.
Eu estava com mais 3 pessoas amigas em uma praia de água doce, todas tínhamos comido cogumelos.
Deitado como um jacaré dentro da água bem rasinha sentia as ondas vindo uma após a outra, me acertando com força suficiente pra me mover. O caos daquela situação que me veio primeiro à mente logo deu lugar à ideia de um equilíbrio dinâmico ao qual todos os seres vivos estão submetidos desde o princípio da vida.
Em algum momento um amigo compartilha seu questionamento sobre um objeto branco na areia que se parece um peixe. De forma espontânea expresso verbalmente minha indiferença, mas ele logo apresenta sua preocupação sobre a possibilidade de ser um peixe vivo que poderíamos salvar. Tomo a frente em direção ao objeto branco na areia. Verificamos que é sim um peixe, um peixe morto, entretanto. Nos afastamos enquanto um carcará passa voando sobre nós seguido de dois pequenos passarinhos que parecem atacá-lo. O carcará pousa perto do peixe, o mordisca um pouco e logo em seguida agarra-o com seus pés e voa para longe da água, ainda seguido dos dois passarinhos. Um documentário presencial.
O horizonte é imenso, o céu está coberto por uma cortina transparente com um padrão de desenhos que brilham como o arco-íris. A única coisa finita ao redor parece ser o amigo ali, próximo a mim, que está mais colorido do que antes (e não estamos aqui falando de amigo colorido, mas de amigo colorido). A mente faz muitas relações e a essa finitude da pessoa relaciono nossa simetria bilateral.
As nuvens estão posicionadas no céu como se andassem em uma linha reta que, no entanto, aparenta ser curva devido ao formato do planeta. Algumas são incrivelmente parecidas umas com as outras e isso contribui para que um trecho do horizonte pareça se repetir algumas vezes, como se uma fatia de céu, areia e água tivesse sido copiada e colada algumas vezes consecutivamente, quase como uma forma mais fácil de preencher o vazio do que criar tudo do zero. Compartilho isso com o amigo que conclui "essa é a prova que deus existe". A prova que ele existe e que é preguiçoso.
Preguiçoso. Isso é um julgamento. Ao sair da água o vento cheio de areia fina acerta meu corpo seminu. Percebo todo o julgamento que contamina nossa linguagem. Inclusive me percebo julgando os julgamentos ao dizer que "contaminam" nossa linguagem. Fico triste por nossa linguagem nos proporcionar tanto desentendimento. Fico feliz por nossa linguagem nos permitir pensar e comunicar da forma como pensamos e comunicamos usando a linguagem. Comunicar vem de comum e, logo, não é algo que se faz só.
Passamos por muito mais coisas. Percebi que eu falava como se tudo fosse surpreendente. Depois percebi que eu falava com a voz do Guilherme Briggs. Comemos comidinhas na barraca. Depois de um longo caminho até ela, o mesmo caminho de ida até a praia, porém um caminho totalmente novo na volta.
Notei que o efeito passava. Hoje acho que o efeito vai além do que eu chamava de efeito na época da semana passada. Nesse passar do efeito percebia como minha mente era limitada e tudo parecia mais sem graça. "Sem graça" é um julgamento, "limitada" é um julgamento.
Se não for pra aprender algo nem saio de casa. Ou saio. Eu saio se eu quiser.
Eu estava com mais 3 pessoas amigas em uma praia de água doce, todas tínhamos comido cogumelos.
Deitado como um jacaré dentro da água bem rasinha sentia as ondas vindo uma após a outra, me acertando com força suficiente pra me mover. O caos daquela situação que me veio primeiro à mente logo deu lugar à ideia de um equilíbrio dinâmico ao qual todos os seres vivos estão submetidos desde o princípio da vida.
Em algum momento um amigo compartilha seu questionamento sobre um objeto branco na areia que se parece um peixe. De forma espontânea expresso verbalmente minha indiferença, mas ele logo apresenta sua preocupação sobre a possibilidade de ser um peixe vivo que poderíamos salvar. Tomo a frente em direção ao objeto branco na areia. Verificamos que é sim um peixe, um peixe morto, entretanto. Nos afastamos enquanto um carcará passa voando sobre nós seguido de dois pequenos passarinhos que parecem atacá-lo. O carcará pousa perto do peixe, o mordisca um pouco e logo em seguida agarra-o com seus pés e voa para longe da água, ainda seguido dos dois passarinhos. Um documentário presencial.
O horizonte é imenso, o céu está coberto por uma cortina transparente com um padrão de desenhos que brilham como o arco-íris. A única coisa finita ao redor parece ser o amigo ali, próximo a mim, que está mais colorido do que antes (e não estamos aqui falando de amigo colorido, mas de amigo colorido). A mente faz muitas relações e a essa finitude da pessoa relaciono nossa simetria bilateral.
As nuvens estão posicionadas no céu como se andassem em uma linha reta que, no entanto, aparenta ser curva devido ao formato do planeta. Algumas são incrivelmente parecidas umas com as outras e isso contribui para que um trecho do horizonte pareça se repetir algumas vezes, como se uma fatia de céu, areia e água tivesse sido copiada e colada algumas vezes consecutivamente, quase como uma forma mais fácil de preencher o vazio do que criar tudo do zero. Compartilho isso com o amigo que conclui "essa é a prova que deus existe". A prova que ele existe e que é preguiçoso.
Preguiçoso. Isso é um julgamento. Ao sair da água o vento cheio de areia fina acerta meu corpo seminu. Percebo todo o julgamento que contamina nossa linguagem. Inclusive me percebo julgando os julgamentos ao dizer que "contaminam" nossa linguagem. Fico triste por nossa linguagem nos proporcionar tanto desentendimento. Fico feliz por nossa linguagem nos permitir pensar e comunicar da forma como pensamos e comunicamos usando a linguagem. Comunicar vem de comum e, logo, não é algo que se faz só.
Passamos por muito mais coisas. Percebi que eu falava como se tudo fosse surpreendente. Depois percebi que eu falava com a voz do Guilherme Briggs. Comemos comidinhas na barraca. Depois de um longo caminho até ela, o mesmo caminho de ida até a praia, porém um caminho totalmente novo na volta.
Notei que o efeito passava. Hoje acho que o efeito vai além do que eu chamava de efeito na época da semana passada. Nesse passar do efeito percebia como minha mente era limitada e tudo parecia mais sem graça. "Sem graça" é um julgamento, "limitada" é um julgamento.
Se não for pra aprender algo nem saio de casa. Ou saio. Eu saio se eu quiser.