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Medo e Delírio a Sério (16ª exp)

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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64
Esta experiência na verdade foi a única de quase puro entretenimento que tenho sozinho desde o primeiro contato com efeito. Apesar de que a razão determinante pra tomar os cogumelos era dar uma limpeza, de novo, no meu organismo, desta vez por ter usado algum tipo de nBome uns dias antes em que meti o pé na jaca porque minha mulher viajou :fumar:. Bem, apesar de ter sido divertido, fiquei mal depois, mental e psicologicamente (insegurança, ansiedade, etc.), como consequência do pós-efeito. Fato é que isto não me parece fazer bem e os cogumelos me ensinaram a me afastar de substâncias mais tóxicas. Em suma, se alguma coisa me faz sentir mal depois a ponto de afetar os ganhos da psilocibina, está riscada da minha lista de psicoativos aceitáveis.

Bem, sobre o contexto desta viagem de cogumelos, ontem à noite tinha acabado um churrasco, tava levemente bêbado e comi sem mastigar muito 1,4 gramas de cogumelos secos às 23:15 h. Coloquei pra ver Medo e Delírio em Las Vegas, que assisti então pela 13ª vez (!!!), porque sabia que nesta dosagem a confusão mental não chegaria a impedir de acompanhar o filme, mas seria o suficiente pro cogumelo funcionar plenamente. Explique-se: quanto mais perturbadora a trip, melhor fico no retorno à realidade. No caso, não se trataria de voltar à realidade, mas apenas de me desconectar um pouco dela.

Algo que foi interessante em relação a esta vez que vi o filme, é que pela primeira vez assisti ainda durante o pico dos cogumelos. E a experiência foi muito diferente das outras vezes porque, pela primeira vez, os aspectos mais saudosos, melancólicos e críticos do filme ficaram muito ressaltados. O cogumelo tornou a experiência, em alguns momentos, extremamente séria e crítica de tudo que eu via, apesar de que em outros momentos em ria muito. No geral, o filme nunca teve um impacto tão sério sobre mim, nunca vi a história por um viés tão... triste?.. :(

É, cogumelos...

Mas, enfim, fiz todo esforço do mundo pra conseguir permanecer sentado enquanto assistia ao filme. No fim dele, o pico já tinha se estabelecido de vez, com a devida força. Fui pra cama e pela segunda vez tive uma trip focada algum tempo em ficar de olhos fechados. Não tenho paciência pra ficar parado de olhos fechados, mas desta vez confesso que achei ainda mais interessante ficar vendo a série de fatos e eventos que ocorrem quando fecho os olhos. Infelizmente, sempre os esqueço.

Bem, no mais, apesar de ser uma dose mediana, houve um resultado muito bom também de reflexão sobre a minha vida em determinado momento. Principalmente neste tempo em que fiquei de olhos fechados e em que literalmente perdia por alguns segundos noção do meu corpo, como se eu ficasse etéreo e flutuasse um pouquinho, mas só até que eu tomasse consciência disto e abrisse o olho de susto, quando então voltava ao normal. Aí, quando fechava o olho, esquecia disto, acontecia de novo, tomava um susto, abria o olho e voltava ao normal, esquecia disso, e assim foi num ciclo que se repetiu por um tempo :LOL:.

E hoje, acordei de novo tão bem como estava antes de tomar o referido sintético. Novamente me sinto emocionalmente saudável... Mas não planejo usar os cogumelos pra concertar danos de outras substâncias, porque essa lógica ficou no passado na minha vida. Eu simplesmente, depois de conhecer os cogumelos, valorizo usar substâncias que depois não me façam mal. Por isso, agora, além do , também corto o nBome da minha lista de partículas aceitáveis.

Quem diria, em menos de 6 meses, já são duas drogas que os cogumelos me influem a largar de vez :), por me tornarem intolerante a substâncias mais tóxicas. E eu devo esta percepção de saúde a eles, os cogumelos, não à psicodelia em geral, isto é fato. Por exemplo, no começo da minha psicodelia, em Abril/Junho deste ano, eu cheguei a tomar nBome e não consegui reparar na toxicidade dele à época. Hoje, quase meio ano depois, minha percepção mudou e passei a notar este aspecto negativo e a rejeitá-lo. Isto, repito, devido aos cogumelos.

Mas, espero que na próxima viagem heroica de cogumelos, eles me expliquem mais profundamente este aspecto da minha personalidade que me faz(ia?) me intoxicar tanto. Mas, vai saber, a experiência sempre segue seu próprio rumo... Por hora, não é a voz dos cogumelos que me diz uma coisa ou outra, mas é estar convivendo com eles que me faz querer ser simplesmente mais saudável um pouco, dada a forma como eles me fazem bem, não aceito mais tão facilmente o que me faça mal, uma vez que eu perceba o quanto e como exatamente me prejudique :).

Ah, também senti muita falta de ficar deitado abraçado à minha esposa durante o fim da onda do cogumelo. Durante o pico sempre fico isolado, mas depois que eu renasço cheio de positividade e relaxamento, é muito bom ficar ao lado dela :love:.
 
Última edição:
Meus parabéns pela sua sábia escolha de não usar mais essas drogas, confesso que me identifiquei bastante já que graças aos cogumelos também parei com o nBome que por um tempo fiz uso recreativo, mas com o decorrer dos dias fui notando seu potencial tóxico e deixando-o de lado.
 
@ExPoro Também deixei o Nbome de lado por causa dos cogumelos. Eu cheguei a tomar 1 inteiro todo final de semana durante quase 2 anos. Hoje não sei como conseguia, ou como não tive complicação de saúde. O fato é que perdi o medo que tinha de cogumelo e já tive 3 experiências maravilhosas (a primeira está nos relatos do fórum). Devemos ter medo do Nbome e não de cogumelo (a este devemos estudo e respeito). Ainda não tive sucesso no cultivo, mas tenho certeza que é questão de tempo. Também atribuo aos cogumelos a cessão da minha necessidade de Nbome, cheguei a queimar uma cartela quase que inteira. Ufa!
 
Massa! :D Então...

Também deixei o Nbome de lado por causa dos cogumelos. Eu cheguei a tomar 1 inteiro todo final de semana durante quase 2 anos. Hoje não sei como conseguia, ou como não tive complicação de saúde.

É realmente bizarra a ojeriza que criei em relação a esta partícula. E fico impressionado como antes dos cogumelos não conseguia sentir na pele seu grau de toxidade absurda.

Também atribuo aos cogumelos a cessão da minha necessidade de Nbome, cheguei a queimar uma cartela quase que inteira.

A psilocibina trabalha na melhoria da área responsável pelo controle das compulsões. Eu particularmente nunca tive na vida tanta capacidade de cessar o uso de alguma coisa. Existe a abstinência da substância abandonada, sim; mas no entanto, não há vontade de usar. Claro, se no entanto a pessoa continuar a usar, não tem santo que dê jeito. Só a partir do abandono da substância porventura prejudicial que a psilocibina conseguirá terminar de "arrumar a casa". Por fim, quando a pessoa estiver bem após os cogumelos agirem se a mente dela os permitir ajudarem, ao invés de "tentar usar controladamente", se dará conta de que "hoje em dia prefiro não fazer o que me faz mal"... Ou não, se também for o caso. Cada um sabe de si, afinal.

Há uma guinada (ou uma tendência a tanto, a depender do cogumeleiro aproveitar a chance) em todas as características autodestrutivas da personalidade, que começam a enfraquecer.

A psilocibina, em algum sentido, me faz questionar se não existe um "bem" fisiológico, se o "bem" não é do gene humano, por vezes um fenótipo reprimido e daí o "mal"... Tenho começado a pensar que "bem" e "mal" não são conceitos éticos nem metafísicos, mas orgânicos, daquilo que melhor faz bem ao organismo que atua pelo "bem" ou pelo "mal". Porque, de alguma forma, a psilocibina parece organicamente caminhar para melhorar aspectos comumente classificados como "bem": tolerância, perdão, amor, lucidez, esforço na vida, cuidado com saúde... E é uma partícula, não uma consciência, em interação com o organismo que lhe sofre a melhora. Daí minha cogitação de que o "bem" seja, no fim das contas, um fenômeno orgânico e o "mal" a manifestação adoecida do cérebro Humano.

Ainda não tive sucesso no cultivo, mas tenho certeza que é questão de tempo.

É sim! Estamos chegando agora na época mais propícia do ano, que é o inverno :eba:. Isso vai facilitar muito os cultivos. Não deixe passar :).

Ah, abre um diário de cultivo que os membros mais antigos poderão te ajudar a ver os erros que eventualmente cometer. Quem sabe talvez já tivesse conseguido sucesso se tivesse tendo essa ajuda durante o andamento do cultivo ;).
 
Última edição:
Muito bem @ExPoro largando as coisa ruim...isso ai! Também pretendo largar uma substancia branca rss por isso estou na espectativa dos meninos brotarem (ainda não consegui). Olha que fazem 10 anos a última vez que comi. Estou realmente precisando. :(
 
Também pretendo largar uma substancia branca rss

Vai largar. Não dá pra conciliar, a forma de pensar e sentir muda... Você verá :).
 
Comprei o livro mês passado, ExPoro! Fortemente recomendado. Por incrivel que pareça, nunca consigo terminar de ver o filme hehehe. Mas o livro simplesmente devorei. Tenho reunido bastante coisa da contra cultura, kerouac, bukowsky, esses caras... vale a leitura. Salut
 
Comprei o livro mês passado, ExPoro! Fortemente recomendado. Por incrivel que pareça, nunca consigo terminar de ver o filme hehehe. Mas o livro simplesmente devorei. Tenho reunido bastante coisa da contra cultura, kerouac, bukowsky, esses caras... vale a leitura. Salut

Pode crer! Eu li o livro também! :lol: Depois da 18ª vez que assisti o filme, li o livro, e depois fui ver o filme de novo :p.

O diretor mandou muito bem na adaptação, ao mesmo tempo em que ler o livro é também uma experiência própria com aquele estilo de escrita "gonzo", como o caracterizam.
 
Parei com muita coisa também mano!!
Logo nas primeiras vezes que comi na adolescência eu parei de beber conhaque e cheirar pó, coisas que eu fazia todo final de semana e gastava uma grana.
Interessante que quando estou sob efeito dos cogus é impossível fumar um cigarro que seja e só não parei de fumar ainda por falta de opinião e por gostar de baforar uma fumacinha pra refletir, acho que por isso não fumo durante a trip, é reflexão demais :feliz:
 
Tenho começado a pensar que "bem" e "mal" não são conceitos éticos nem metafísicos, mas orgânicos, daquilo que melhor faz bem ao organismo que atua pelo "bem" ou pelo "mal"
É só perceber que o amor tem um motivo natural de ser, relacionado com cuidar e manter a vida, como a mãe faz com seu filho. Comportamentos que nos colocam em uma posição segura no grupo social são naturalmente valorizados e nos fazem sentir-se bem, por causa da cessação do medo. Muito do mal estar que sentimos tem a ver com o medo, que tem justamente a ver com não ter a sua sobrevivência assegurada, por não possuir a amizade das pessoas das quais a sua vida depende ou pelas quais sua sobrevivência pode ser ameaçada!!
 
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