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Manifestações do povo- Junho/2013

Jacktequila

Cogumelo maduro
Membro Ativo
12/03/2013
250
42
Pessoal, criei esse tópico para trocarmos algumas ideias sobre a situação do nosso país. O que vcs tão achando de tudo? Protestos, vandalismos, exageros, democracia... tudo que tem a ver com isso será bem vindo.
Acho que opiniões partidárias e qualquer tipo de propagação do partido não seria bem vindo, mas fica a critério de todos.

Um abraço!

OBS: se não fosse a atuação desses grupos de vândalos, esse seria o dia que eu mais senti o que é sentimento à pátria! Acredito no povo, acredito na força que temos
 
Fui no protesto que ocorreu hoje no RJ, na Avenida Rio Branco. Foi algo lindo, o pessoal se unindo por diversas causas que estão em pauta nesse período.

Porém tem sempre grupos agressivos, que depredam e geram confusão... foi o caso do que ocorreu no Alerj. Foi algo separado.

Isso prejudica um pouco a visão das manifestações. Mas eu acho que em todos esses anos de inércia, foi algo maravilhoso de se ver/participar.
 
Cara foi demais, eu tenho 21 anos, nunca vi algo tão grandioso e essencial como foi isso hoje!
Infelizmente, hoje tinha que entregar 2 trabalhos e essa semana tenho mais 4 provas pela frente, não vou ter como ir nos protestos desta semana. Mas espero alguma oportunidade de fazer essa história.

A única ressalva fica por conta dos vandalismos contra os patrimônios particulares, isso foi lamentável e não nos beneficia em nada...

REVOLUÇÃO!

_______________________________________________________________

Agora to escutando no rádio aqui, em Brasília foi perfeito, protestaram muito vem, imagens lindas de ver o povo lá em cima tomando o palácio do planalto! Além disso, não houveram vandalismos e a massa estava controlando esse tipo de atitude! Parabéns para quem participou em Brasília!!
 
sobre os protestos violentos, eu acho que só revelam a indignação. não q isso seja certo, mas de forma eles são normais para o atual quadro. Entendo essa galera, se fosse eu a 2 anos atrás, estaria fazendo o mesmo xD

aqui na minha cidade teve manifestação pacifica. ela tem cerca de 100mil habitantes e estavam no protesto uns 8 mil.

dia 26/06 vai ter mais!
 
Dia 20 terá o primeiro aqui na minha querida cidade. A coisa apenas começou. E os frutos que essas marchas irão gerar serão inimagináveis. Ainda há mais coisas para acontecer, coisas espetaculares.
 
acho interessante de ver como a máscara de democracia cai rapidinho quando o povo resolve se manifestar... e tome bala de borracha!
 
ae galera! bora fazer uma reunião CM em Brasília? to indo com certeza :devil:

A hora chegou!

 
Última edição por um moderador:
Foi bonito de se ver, parabéns a todos que foram as ruas!:)

Em relação a Copa das Manifestações, os estádios já estão prontos.

Agora só falta colocar os hospitais, escolas, aeroportos e estações de trem e metrô em volta.

Acho que nunca antes uma Copa das Confederações e uma Copa do Mundo que se aproxima poderiam mudar tanto um País....


Explicações? Menosprezaram a história de luta do brasileiro!
Juan Arias é um premiado e competente intelectual. Homem de formação sólida, ocupou nos últimos anos ao posto de correspondente do bom jornal espanhol El Pais no Brasil. Sua inquestionável formação não o livrou de um imenso lapso ao reportar e analisar as manifestações que pipocam Brasil afora nos últimos dias. No dia 12 de junho, com os protestos engatinhando e parecendo ainda apenas serem contra um aumento de vinte centavos nas passagens, abriu seu relato com as seguintes palavras: “Brasil, pouco acostumado a protestar na rua, desta vez se levantou nas principais cidades do país contra o aumento das passagens do transporte público.”

O jornalista desconhece a essência do que construiu boa parte da história do Brasil: sangue, protestos, manifestações, revoltas. Dezenas, centenas, milhares de revoltas. Nada por aqui foi conquistado sem reivindicação e muita revolta. Justiça seja feita, não está sozinho em sua desinformação. Muita gente boa por aqui acredita nessa história oficial e nesse chavão que pretendeu rotular o povo brasileiro como “bundão”. Um rótulo conveniente e disseminado não à toa por quem tem tal interesse.

Um olhar sobre a história do Brasil é mergulhar na história de um povo que lutou e luta para driblar o projeto original (ou a ausência dele) que estava previsto desde sempre para ele: ser mão de obra desqualificada, ser escravo, ser trabalhador braçal sem direitos. E se hoje esse projeto está desmoralizado, e o país tem um papel importante no mundo, é porque muito sangue rolou. E esse projeto não foi aceito com conformação.
Desde sempre estava expressa a vontade soberana de um povo em não aceitar dominações vindas de fora. Já vão longe, mais de quatro séculos, a Confederação dos Cariris, a Revolta da Cachaça, do Sal, e tantas outras. Vieram os Mascates, os confederados do Equador, a revolução Pernambucana. As Conjurações. Mineira, Carioca, a Conspiração dos Suassunas, Praieira, Mascates. Diferentes razões, muitas vezes diferentes camadas sociais, mas, na maior parte delas, o sentimento de ser senhor da própria história.

Foram dezenas de revoltas indígenas. Outras tantas escravas e negras. O Maranhão com seus Balaios, a Bahia de tantas e inúmeras revoltas lutas pela independência, da Conjuração, dos Malês, da Sabinada, dos Guanais e da Guerra do Conselheiro, Belém e seus Cabanos, o Rio de João Cândido contra a Chibata e da Vacina e tantas outras que adoro o nome, como “Mata-Galegos”, o sul da Farroupilha, do Contestado, as revoltas paulistas. Mesmo as mulheres brasileiras, muito a frente do seu tempo, viveram em Natal sua revolta. Tem tanta coisa, tanta história de revolta em nossas páginas que forçosamente irei cometer o pecado da omissão.

Com uma história dessas, por que diabos esses caras acreditaram quando tentaram nos jogar a pecha de bundões? Se a intenção era alimentar a conformidade, falharam. Basta lembrar mais uma, que já ia sendo omitida: a Revolta do Vintém, no Rio do fim do século XIX, que tanto tem a ver com o que acontece agora. Começou contra o aumento do bonde e virou algo bem maior.

Aqui vale a pequena digressão: a história da polícia militar e sua criação nesse país, a mesma que agora reprime passeatas sem o menor preparo e com inacreditável violência, a mesma que mata e tortura todos os dias na periferia (com as exceções de praxe), está intimamente ligada aos protestos de nossa gente. A primeira polícia nasce no Rio, sempre ao lado da corte. Depois, nos anos 30 do século XIX, vem as demais, com o intuito inicial e preponderante de reprimir as revoltas populares, que gritavam nas ruas contra a legitimidade do monarca que chegava. Nasce com o DNA e a função preponderante de bater em pobre, preto e povo. Com a certeza de que isso não é crime. A certeza dessa impunidade cresce nos anos de chumbo. O que se vê agora é apenas a sequência dessa trajetória. Que enquanto não for refundada, enquanto não se passar a limpo a história do país, dos crimes de estado, sempre será assim.

Voltemos as revoltas que marcam nosso povo. Veio o século XX e mais uma vez o povo tava nas ruas. Sempre. Perdoai, falar que é uma gente “pouco acostumada a protestar nas ruas” é desconhecer o histórico da mudança de uma capital. Pois mudaram uma capital, construíram uma cidade nova no meio do nada com a ilusão de que os governantes estariam livre de pressão. Governar no Rio não era fácil…Panela de pressão. Povo na rua o tempo inteiro…

Por uma dessas ironias, deixaram o projeto para Niemeer. Humanista de corpo e alma, pensou com sua pena lugares e grandes vãos para protestos, para que o povo ocupasse. Num de seus desenhos, sentenciou que um dia a praça seria do povo e que nesse dia os direitos humanos e as liberdades “seriam conquistas irreversíveis”. Mais uma vez o projeto de alijar o povo dava errado. Brasília virou um caldeirão de protestos semanais. Os anos de chumbo, muita gente boa caindo, cem mil nas ruas… A redemocratização, Diretas Já, milhões na rua. Tem pouco tempo, e o povo botou um presidente pra fora. Bundões? Podem querer relativizar, dizer que foi por isso, aquilo, mas sem a gente das ruas gritando, fazendo sua hora, nada teria acontecido…

E eis que estamos na rua novamente…A dificuldade de alguns em entender o que está acontecendo é o desconhecimento de nossa história, de nossa gente, de nossa essência.

O temor de muita gente boa em ver o que é legítimo com alguma desconfiança tem suas razões. O medo de desandar, dos oportunistas, daquela turma que marchou com Deus pela liberdade. (O temor de ter que relembrar a genialidade de Zé Keti: “Marchou com Deus pela democracia/ agora chia/ agora chia”!). Da mesma turma que outro dia pedia que a polícia metralhasse a favela e agora reclama. Quando o clima é de barata voa e a boiada estoura, os oportunistas sempre tentam fincar sua bandeira. Num país que nos últimos anos fez imensos progressos, a brecha para fincar a bandeira do oportunismo andou pequena. Mas nada deve ser temido. Povo na rua nunca deve ser razão de temor. Mesmo as eventuais distorções não podem assustar. A história não tem pressa. Mesmo a eventual despolitização que tentam impor ao movimento não passa.

Chegamos aos dias de hoje. Nesse caldeirão que tanto dificulta a análise dos nossos cientistas sociais, um elemento não pode ser esquecido e é dele que tratamos até aqui: menosprezaram demais um povo que tem em seu DNA os protestos e a revolta. Acreditaram na história do povo bundão. Valendo-se de bons ventos da economia, de inegáveis indicadores que melhoravam, iniciou-se uma farra. Cujo ápice tem a ver com nossa seara de esportes. Em nome da Copa do Mundo, em nome da Fifa, foram entregando tudo, passando por cima da lei. É claro que não digo aqui que esse é o estopim. Seria ridículo. Mas isso é elemento forte desse caldeirão. A farra do boi que some com milhões e constrói obras faraônicas, a volta do estado de exceção, com remoções à margem da lei imperando. Um templo sagrado destruído no Rio igonorando a lei como foi o Maracanã enquanto o mandatário estava em Paris de guardanapo na cabeça. Não foi uma nem duas vezes que escrevi aqui em textos antigos ou falei em nossos programas que isso teria uma resposta da população, que era uma falta de conhecimento de tudo achar que iriam seguir brincando e sumindo com dinheiro e nada aconteceria. Vinha gente de fora e debochava, falando em “dar um chute no traseiro. Elimina-se o povo da festa. Em algum momento vem a conta. Estive nas ruas hoje. Lembrava do Maracanã quando o povo xingava o Cabral…Escrevi tantas vezes que a vingança viria…Tinha motivos para estar especialmente comovido com tudo.

Como foi possível um governador destruir um símbolo por cima da lei e entregar ao amigo que empresta jatinhos? Como foi possível um prefeito ignorar lei ambientais, modificar, para permitir empreendimentos imobiliários, campos de golfe? Mais incrível foi terem achado que iam fazer tudo isso e não prestariam contas nas ruas.

Foi Eduardo Galeano que exemplarmente definiu o que foi o período na mineração no Brasil, dizendo que “o ouro deixou buracos no Brasil, templos em Portugal e fábricas na Inglaterra”. Tantos anos depois, nos vemos diante do mesmo fenômeno. Agora é uma copa de confederações, uma copa do mundo, que vai deixando buracos no Brasil, ouro na Fifa e na conta de alguns.

Dá pra imaginar o que passa na cabeça da presidenta a essa altura. Se arrependimento matasse…Ah, essa copa…Ah, essas Olimpíadas…Dona de bela biografia de luta e resistência, tem mil pecados e responsabilidades nisso tudo, principalmente porque não soube dizer não a uma situação e acordos que herdou. Até ter que engolir o aperto de mão com José Maria Marin. Se omitiu em tantas coisas… E a óbvia maldade risonha de Blatter rindo ao botar fogo na vaia do estádio. Quem muito se abaixa… Quem muito faz concessão. Nessa história toda, está ficando sozinha com o ônus. Lula, que depois de rasgar sua biografia perdeu o pudor em tudo, segue rindo e lucrando com a copa, em suas viagens e palestras para empreiteiras. Fazendo lobb pra Ricardo Teixeira, Marin…Governadores, políticos, todos…Dilma ficou com o ônus. Pediu isso ao se omitir. Deixou Cabral rasgar a constituição e passar por cima dela no Maracanã. A alma dos removidos pesa, os milhões consumidos em elefantes brancos enquanto o povo pena nos hospitais e escolas debilitadas, no transporte. A conta chegou.

Está sendo cobrada por um povo acostumado a fazer isso. Por mais que ainda queiram dizer que não.

Ps- depois de testemunhar tudo que vi, sei que foram muito mais de cem mil. Ainda tenho muitas perguntas para fazer, tentar responder, várias coisas que não entendi ainda. Os próximos dias vão dizer, ajudar a entender. Mas tenho certeza de uma coisa: o DNA de um povo que forjou sua história com muita rua e luta foi o decisivo. Muitas vezes brutalmente reprimido por um estado que sempre o deixou à margem. Se reinventando nas brechas, até a próxima luta ou revolta. Não menosprezem. Não tentem distorcer a história dele.

Quanto a Fifa, melhor botar as barbas de molho. Acharam que vinham para um passeio. Teriam um estado de exceção, removeriam casas, debochariam, dariam pé na bunda. Sempre com a cumplicidade colonizada e desonesta de alguns serviçais que vão levando suas generosas partes. Destruiriam nossos templos e nos deixariam de fora da festa. O povo no seu lugar de hábito mandou avisar que vai participar da festa. Do seu jeito. Como ele decidir. Soberano.
 
Última edição:
A avenida Paulista e a Lei de Katz
Escrito por Leonildo Trombela Júnior | 18 Junho 2013
Artigos - Cultura
“Os homens e as nações agirão racionalmente apenas quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas.”

Quando li A Rebelião das massas do espanhol José Ortega y Gasset (o primeiro escrito sério que li na vida), eu ainda carregava ilusões que me levavam a pensar que os tempos referidos por Gasset já estavam superados. Mas é assim, não? Maior a burrice, maior a propensão a um wishful thinking canalha só possivelmente plantado ali por gente da mais baixa índole; a esse respeito, leia o livro Maquiavel Pedagogo e comprove.
Pois bem, anos de progressismo sendo despejado nos jovens cérebros que vão à escola – uma geração após a outra – e finalmente eles conseguiram criar a geração mais ignorante da história brasileira. Se tomarmos como exemplo as recentes reações aos protestos na cidade de São Paulo, há de se dizer que poucos conseguem perceber que praticamente não existe gratuidade quando se trata de bens e serviços. É uma coisa que deveria ser de uma obviedade tão, mas tão gritante, que é assustador ver como não se percebe mais isso. Se você quer algo, você tem de fazer alguma coisa para conseguir; não deveria ser óbvio isso?
Que fique claro que este artigo não é para criticar os militantes que estão na Avenida Paulista aplainando uma candidatura petista ao governo estadual nas próximas eleições, mas sim para falar ao sujeito que, do lado de fora, acredita realmente em coisas como “o povo brasileiro acordando”, “transporte público grátis”, etc. Isso, em português claro, é história para boi dormir. Se você acredita nessas mentiras românticas, lamento dizer, mas os acontecimentos desta semana na cidade de São Paulo já fazem parte da campanha eleitoral de facto. Apoiar esses protestos é fazer o autêntico papel de idiota útil (sim, é triste assim mesmo, e o primeiro parágrafo do artigo “A tarifa da ignorância do Felipe Moura Brasil resume magistralmente a situação desses simpatizantes). Ademais, essa campanha [olhando de uma perspectiva macro] está englobada em uma outra que começou não nesta semana, não no dia seguinte ao da eleição de Geraldo Alckmin, não; ela começou uma nova etapa [para nunca mais parar] há mais de nove décadas, no ano de 1917.
As pessoas de fora jogando lenha nessa fogueira quase centenária, convictas de estarem fazendo a coisa certa, não sabem que uma hora o fogo não poderá ser mais apagado. Como dizem as prudentes mães, “quem brinca com fogo se queima”. Não se trata de “querer que tudo fique como está”, isso não existe, ninguém pensa absolutamente assim. Trata-se de não se colocar fogo em tudo, pois se assim for, não sobrará nada mais para reivindicar, somente destroços.
Somada essa ignorância dos fatos a uma Petrobrás à beira de uma falência, uma inflação cada vez mais crescente, um poder político cada vez mais “totalizante”, não acho exagero cogitar a possibilidade de que a fogueira dos ânimos perca o controle e se alastre de modo irreversível. Já houve guerras civis por muito menos. Afinal, como diz a Lei de Katz, “Os homens e as nações agirão racionalmente apenas quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas”, e, no Brasil, o poço de irracionalidade parece não ter fundo.
***
Quanto aos preços das coisas, lamento dizer, mas os bens e serviços sempre custarão algo; There’s no such thing as a free lunch [Não existe essa coisa de almoço grátis] diz o ditado popular. Sempre alguém pagará; Se não for o usuário propriamente dito, serão os contribuintes, pois colocar um serviço supostamente sem custos, é pedir que o Estado tome conta dele; e quando o Estado toma conta das coisas, invariavelmente só se seguem desgraças.
Por fim, para entender o porquê de tudo custar alguma coisa, leia o ensaio Eu, o lápis. E, para entender a desgraça certa que representa um Estado gigante, leia os livros Intervencionismo – Uma análise econômica do economista austríaco Ludwig von Mises e A anatomia do estado do “libertário-mór” Murray Rothbard.

Publicado no site da revista Vila Nova.

Leonildo Trombela Júnior é jornalista e tradutor.


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Aqui é um documentário sobre as mudanças ocorridas na Islândia após a crise de 2008. Prova de que mudanças podem ser criadas sem baderna, no entanto curiosamente pouco divulgada.

 
Última edição:
19/06/2013 - 03h30

Entre a sabedoria e a loucura

SÃO PAULO - Massas impõem respeito. Políticos que até ontem desdenhavam dos radicais e vândalos do Passe Livre agora juram que apoiam as manifestações desde criancinhas. Já há governantes falando em rever o preço do ônibus. O que está acontecendo?

É difícil dizer com precisão. Estudiosos da psicologia de massas ainda não chegaram a um acordo nem sobre como elas atuam, menos ainda sobre como surgem e desaparecem. Há motivos tanto para júbilo como para apreensão. Multidões, afinal, podem ser extremamente sábias e pavorosamente estúpidas.

Do lado positivo, a agregação de grandes números extirpa certos tipos de erro, já que os palpites mais absurdos se anulam e o que resta faz algum sentido. Se você quer saber o peso de um bezerro, pergunte para 787 pessoas, a maioria das quais não terá a menor ideia de qual número chutar, e tire a média. Em 1906, James Galton, um cientista fascinado por medidas, fez isso e ficou ainda mais fascinado quando descobriu que a diferença entre as estimativas e o peso real do bicho foi de uma libra.

Não é só. A resposta mais popular entre espectadores de programas como "Quem Quer Ser um Milionário" está certa em 90% das vezes. No fundo, é o mesmo princípio utilizado por casas de apostas, que delegam ao mercado a tarefa de estimar as probabilidades e definir os prêmios.

Podemos então sempre confiar na sabedoria das multidões? É claro que não. Se as massas eliminam certos erros, criam outros. Entre as principais patologias do pensamento de grupo destacam-se a radicalização, a supressão do dissenso e a animosidade. Movimentos terroristas, caça às bruxas e brigas de torcida são, afinal, fenômenos de massa.

Multidões podem ainda ser manipuladas por demagogos e geram desastres históricos com seu comportamento de manada. Políticos, com seu aguçado senso de sobrevivência, aprenderam a cultivá-las e temê-las.

Hélio Schwartsman é bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve na versão impressa da Página A2 às terças, quartas, sextas, sábados e domingos e às quintas no site.

http://www1.folha.uol.com.br/coluna...6/1297338-entre-a-sabedoria-e-a-loucura.shtml
 
Desculpe, cara... Mas que texto mais reacionário de velho burguês de 200 anos... Tem certeza que vc usa os cogumelos certos?... Não defendo vandalização de nada, mas o que esse texto aí diz praticamente é "parem de fazer protestos e paguem o preço que nós bem entendermos, fique na sua povo burro"... Você acha mesmo isso?
A avenida Paulista e a Lei de Katz
Escrito por Leonildo Trombela Júnior | 18 Junho 2013
Artigos - Cultura
“Os homens e as nações agirão racionalmente apenas quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas.”

Quando li A Rebelião das massas do espanhol José Ortega y Gasset (o primeiro escrito sério que li na vida), eu ainda carregava ilusões que me levavam a pensar que os tempos referidos por Gasset já estavam superados. Mas é assim, não? Maior a burrice, maior a propensão a um wishful thinking canalha só possivelmente plantado ali por gente da mais baixa índole; a esse respeito, leia o livro Maquiavel Pedagogo e comprove.
Pois bem, anos de progressismo sendo despejado nos jovens cérebros que vão à escola – uma geração após a outra – e finalmente eles conseguiram criar a geração mais ignorante da história brasileira. Se tomarmos como exemplo as recentes reações aos protestos na cidade de São Paulo, há de se dizer que poucos conseguem perceber que praticamente não existe gratuidade quando se trata de bens e serviços. É uma coisa que deveria ser de uma obviedade tão, mas tão gritante, que é assustador ver como não se percebe mais isso. Se você quer algo, você tem de fazer alguma coisa para conseguir; não deveria ser óbvio isso?
Que fique claro que este artigo não é para criticar os militantes que estão na Avenida Paulista aplainando uma candidatura petista ao governo estadual nas próximas eleições, mas sim para falar ao sujeito que, do lado de fora, acredita realmente em coisas como “o povo brasileiro acordando”, “transporte público grátis”, etc. Isso, em português claro, é história para boi dormir. Se você acredita nessas mentiras românticas, lamento dizer, mas os acontecimentos desta semana na cidade de São Paulo já fazem parte da campanha eleitoral de facto. Apoiar esses protestos é fazer o autêntico papel de idiota útil (sim, é triste assim mesmo, e o primeiro parágrafo do artigo “A tarifa da ignorância do Felipe Moura Brasil resume magistralmente a situação desses simpatizantes). Ademais, essa campanha [olhando de uma perspectiva macro] está englobada em uma outra que começou não nesta semana, não no dia seguinte ao da eleição de Geraldo Alckmin, não; ela começou uma nova etapa [para nunca mais parar] há mais de nove décadas, no ano de 1917.
As pessoas de fora jogando lenha nessa fogueira quase centenária, convictas de estarem fazendo a coisa certa, não sabem que uma hora o fogo não poderá ser mais apagado. Como dizem as prudentes mães, “quem brinca com fogo se queima”. Não se trata de “querer que tudo fique como está”, isso não existe, ninguém pensa absolutamente assim. Trata-se de não se colocar fogo em tudo, pois se assim for, não sobrará nada mais para reivindicar, somente destroços.
Somada essa ignorância dos fatos a uma Petrobrás à beira de uma falência, uma inflação cada vez mais crescente, um poder político cada vez mais “totalizante”, não acho exagero cogitar a possibilidade de que a fogueira dos ânimos perca o controle e se alastre de modo irreversível. Já houve guerras civis por muito menos. Afinal, como diz a Lei de Katz, “Os homens e as nações agirão racionalmente apenas quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas”, e, no Brasil, o poço de irracionalidade parece não ter fundo.
***
Quanto aos preços das coisas, lamento dizer, mas os bens e serviços sempre custarão algo; There’s no such thing as a free lunch [Não existe essa coisa de almoço grátis] diz o ditado popular. Sempre alguém pagará; Se não for o usuário propriamente dito, serão os contribuintes, pois colocar um serviço supostamente sem custos, é pedir que o Estado tome conta dele; e quando o Estado toma conta das coisas, invariavelmente só se seguem desgraças.
Por fim, para entender o porquê de tudo custar alguma coisa, leia o ensaio Eu, o lápis. E, para entender a desgraça certa que representa um Estado gigante, leia os livros Intervencionismo – Uma análise econômica do economista austríaco Ludwig von Mises e A anatomia do estado do “libertário-mór” Murray Rothbard.

Publicado no site da revista Vila Nova.

Leonildo Trombela Júnior é jornalista e tradutor.

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Aqui é um documentário sobre as mudanças ocorridas na Islândia após a crise de 2008. Prova de que mudanças podem ser criadas sem baderna, no entanto curiosamente pouco divulgada.

 
Desculpe, cara...

Com certeza te desculpo!

Mas que texto mais reacionário de velho burguês de 200 anos... Tem certeza que vc usa os cogumelos certos?... Não defendo vandalização de nada, mas o que esse texto aí diz praticamente é "parem de fazer protestos e paguem o preço que nós bem entendermos, fique na sua povo burro"... Você acha mesmo isso?

Sua opinião é isso: sua opinião, e só.
Enquanto ainda for possível ter a sua própria opinião, é de bom tom acostumar-se com as que são divergentes da sua.
 
Com certeza te desculpo!



Sua opinião é isso: sua opinião, e só.
Enquanto ainda for possível ter a sua própria opinião, é de bom tom acostumar-se com as que são divergentes da sua.


Tá, e aí? não respondeu se vc pensa realmente assim ou se só achou interessante o tal texto...
 
Tá, e aí? não respondeu se vc pensa realmente assim ou se só achou interessante o tal texto...

Eu não faço propaganda gratuita.
Se postei o texto é porque ele reflete o meu modo de pensar.

Essas manifestações são mais do mesmo. Apenas uma turba de estudantes que se acham geniais, mas que mal aprenderam a lavar as próprias cuecas.
 
é um modo de pensar... que dá o que pensar, hein?!;)

quanto às manifestações, acho que já é um avanço o povo brasileiro se mexer contra a copa do mundo (entre outras reivindicações), quando geralmente só se mexe por causa de futebol e carnaval.
acho até que deveriam viver em estado de protesto constante, tantas são as mazelas do país...
 
Desculpe, cara... Mas que texto mais reacionário de velho burguês de 200 anos... Tem certeza que vc usa os cogumelos certos?...


É um pensamento reacionário new-age recorrente aqui esse de insinuar que quem não pensa conforme os revoltados de plantão não usa cogumelos, não usa cogumelos "certos" ou o faz de modo errado ...


Quanto aos estudantes que parecem ser uma das alas mais ativas das manifestações, bem, vez por outra uma geração de jovens acha que re-inventou a roda e tem solução para os problemas do país, ou até mesmo da humanidade. E hoje em dia são geralmente aplaudidos pelos politicamente corretos que acham de mau gosto não apoiar movimentos "populares". Daqui a algum tempo veremos se eles apareceram mesmo com algo de valor ou se é tudo igual à grande maioria dessas gerações de jovens revoltados contra o sistema da vez.

Quando se é jovem faz um sentido danado identificar fatores e inimigos externos, e querer destruir para construir tudo novo. E ser manipulado. E construir algo novo mas que é a continuação do que foi destruído. E repetir os mesmos erros pensando que o resultado vai ser diferente.
 
A maioria dos protestantes não se acham geniais, nem que vão fazer uma revolução. Isso é ridículo!

Tudo tem seu preço, disso até um cão sabe, mas a questão é quantitativa em relação ao preço.

Diante de tanta pouca vergonha e absurdos que vemos acontecer, todos os dias, na política, mídia e afins, qualquer forma de protesto e resistência é válida. A situação nao vai mudar da água para o vinho, o brasil continuará a ser um país medíocre, mas ao menos algumas poucas mudanças são atingíveis.

E é incrível ver que algumas pessoas preferem engolir tudo isso, criticando revoltas do povo ao lavar suas cuecas em casa.
 
é um modo de pensar... que dá o que pensar, hein?!;)

quanto às manifestações, acho que já é um avanço o povo brasileiro se mexer contra a copa do mundo (entre outras reivindicações), quando geralmente só se mexe por causa de futebol e carnaval.
acho até que deveriam viver em estado de protesto constante, tantas são as mazelas do país...

Concordo plenamente, mas pq essas manifestações não aconteceram antes?
Se voltar no tempo, quando o Brasil foi o "privilegiado" a sediar a Copa, muita gente alardeou que isso ia ser uma tragédia para o país, no entanto foram motivos de escárnio.

Porque não somos capazes de nos reunir antes da água bater na bunda?
Porque não somos capazes de usar essa energia "revolucionária" participando de verdade do processo decisório? No Brasil só existem 4 leis de iniciativa popular.

Nosso processo eleitoral é um dos mais questionáveis do mundo. A fraude das nossas urnas eleitorais é absurda, mas ninguém fala sobre isso. Podemos mudar isso, mas é algo que vai exigir muita organização, tempo e dinheiro, sem qualquer garantia de sucesso no curto prazo.

Alguém se interessa?
 
Não é preciso se achar genial para achar que tem soluções mirabolantes e maravilhosas. Aliás o maior perigo tende a vir daqueles que tem certeza de alguma solução mas não conseguem raciocinar a respeito, ou não a entendem muito bem. Pois esses podem fazer grandes besteiras em nome de um dogma pessoal pouco resolvido. Ou serem manipulados com facilidade, desde que achem que estão a serviço de seu dogma pessoal.

Quantos desses manifestantes votaram em quem está no poder? E em quem vão votar nas próximas eleições?

E o que vão fazer nesse ínterim?

E dizer que qualquer forma de protesto e resistência é válida só servem para legitimar o vandalismo que estava até mais contido no início, mas que agora estourou de vez, visto que a polícia mudou de tática. Como disse o mantonelli, não há almoço grátis. Será que os vândalos e seus apoiadores pensam que há vandalismo sem consequência? Que os custos disso não vão voltar para sociedade?
 
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