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Início do estudo pessoal com microdose e várias perguntas.

Thom_Blum

Primórdia
Cadastrado
30/12/2012
11
23
36
Boa tarde pessoal. Como havia dito, estava determinado a iniciar o processo de estudo a respeito da microdosagem de psilocibina. Iniciei meu cultivo (bolos quase completamente tomados pelo micélio, logo vão para o terrário). Mas pela urgência da situação, resolvi iniciar o processo de uma forma um tanto quanto rudimentar.

Esse mês foi muito bom para colher selvagens, devo ter pego algo em torno de 50 cubensis de vários tamanhos. Tendo os frutos secos, pulverizei-os com um moedor/liquidificador e encapsulei. Sem poder pesar o conteúdo.
Infelizmente não tive a oportunidade de comprar uma balança de precisão ainda, mas vou emprestar uma para a manipulação dos frutos do cultivo que iniciei.

Aqui vem a primeira dúvida:
-É possível dar um peso médio de uma cápsula cheia de cubensis em pó? Quem já fez isso, pesou? Sei que pode variar, mas já me ajudaria ter uma média.

Enfim, encapsulei tudo que tinha e venho tomando a mais ou menos uma semana, todos os dias, algo que acredito estar em torno de 0,2g. Já li a cartilha de microdose, dei uma lida em todos os tópicos daqui e pesquisei o que pude do conteúdo mais acessível (sem pesquisas especializadas e complexas) de páginas internacionais e nacionais. Mas não compreendi muito bem qual é a lógica por trás do tipo de tomada dessa microdose.
Por que tomar dia sim dia não?
Ou por que alguns tomam dia sim, dois dias não, e assim por diante, variando nas tomadas?

Pergunto isso por que acho importante compreender o mecanismo de absorção e captação desta substância no corpo. Sendo que o efeito de microdose ou mesmo de dose comum é sentido no máximo, uma hora depois do uso, e sabe-se bem que o efeito não dura mais do que 5 horas (em uma trip intensa por exemplo), para manter um nível de equilíbrio harmônico e contínuo não seria o mais correto tomar duas vezes ao dia, todos os dias?

Estive tomando cloridrato de Venlafaxina nos últimos 4 meses. Uma medicação psiquiátrica. Me ajudou muito, organizou minha vida, meu humor, melhorei minha ansiedade, concentração e principalmente, salvou meu casamento. Agora estou em fase de retirada, não tanto por não querer ser um "medicado" a vida toda, mas sim por que ele tem um efeito colateral escroto: SUOR. Pensem numa hiperhidrose imensa, de ficar o dia todo escorrendo suor.
Mas o que importa desse tema é. A venlafaxina segue uma tecnologia de "liberação controlada/prolongada" que é comum em certos medicamentos. Ele faz com que seu conteúdo seja liberado no corpo (no caso, no intestino) lentamente, durante o dia. Garantindo o equilibrio prometido pelo princípio ativo o dia todo (24 horas, na verdade), quando a pessoa toma uma versão diferente desse medicamento, que não é com esse efeito prolongado, precisará tomar duas vezes ao dia.
Se estamos falando de uma busca de estudo medicamentoso do cubensis, o que difere nele de outras substâncias sendo que irá dar essas baixas quando o efeito acaba?

Aqui entra mais uma pergunta importante:

Como fica a questão da tolerância quando estamos falando sobre microdose? Já li alguns relatos aqui mesmo que apenas atestam não terem percebido nenhuma tolerância mesmo utilizando constantemente. Mas afinal, alguém (pesquisadores em geral) está pesquisando a respeito dessas questões de tolerância? Até que ponto isso deve ser um problema?

E para finalizar, posso relatar como foi esta semana:
O efeito da microdose é perceptível de fato, é como uma dose de alegria moderada, um otimismo e vontade de viver o dia, ajuda muito na concentração no serviço, percebo ondas, picos de energia e de bem estar. Acredito que a psilocibina está me ajudando muito principalmente no fato da retirada da Venlafaxina que costuma ser um pesadelo para os desavisados que param abruptamente. Esta estou eliminando gradualmente, baixando a dose todo dia. Abro a cápsula e retiro 5 bolinhas por dia de dentro dela, no caso, aumentando, até zerar as bolinhas e me livrar da substância. E tomo junto uma capsula de cubensis.

Aguardo comentários e ajuda quanto as dúvidas.

Abraço.

Lembrei de mais uma pergunta importante.

Há muito tempo lembro de ter lido algo a respeito de que o uso de doses normais altas de qualquer psicodélico colocam seus hormônios lá em cima e no dia seguinte despencam lá em baixo. Não sei o quanto isso é real, mas parece fazer sentido. Queria saber mais exatamente como é que o cubensis age na mente, ele aumenta seratonina apenas? Ou a dopamina, noradrenalina, etc?

E como isso fica a respeito de microdoses?
 
Última edição por um moderador:
Lembrei de mais uma pergunta importante.

Há muito tempo lembro de ter lido algo a respeito de que o uso de doses normais altas de qualquer psicodélico colocam seus hormônios lá em cima e no dia seguinte despencam lá em baixo. Não sei o quanto isso é real, mas parece fazer sentido. Queria saber mais exatamente como é que o cubensis age na mente, ele aumenta seratonina apenas? Ou a dopamina, noradrenalina, etc?

E como isso fica a respeito de microdoses?
hormônios não, neurostransmissores...a psilocina tem afinidade por vários;

wB2J2Rh.jpg

se tiver totalmente em pó e sem umidade nenhuma diria que deve caber em uma capsula tamanho "0" uns 500mg, mas uma balança simples custa 10 reais não vale a pena ficar chutando a dose
 
@Thom_Blum, há quanto tempo você está sem tomar cloridrato de Venlafaxina? Seu médico sabe disso?

Acharei interessante se você utilizar esse tópico como um diário. Também sofro de hiperhidrose e já até me submeti a uma cirurgia para tentar solucionar o problema, mas não obtive sucesso.

Uma outra sugestão, bem pessoal até, é tentar incorporar alguma atividade que lhe ajude a desenvolver maior autoconsciência sobre seu corpo/mente, como, p.ex. a meditação.

Abraço!
 
Por que tomar dia sim dia não?
Ou por que alguns tomam dia sim, dois dias não, e assim por diante, variando nas tomadas?

Ainda não temos uma posologia com metodos farmacológicos de medição.

Já tomei microdoses em períodos alternados de acordo com meu humor e vontade.

Se você acha que não necessita tomar diariamente, melhor, seu corpo está bem com o que tem.

O mais importante é não usar microdoses como "bengala" para sua vida e seu cotidiano. Há dias que temos mais energia, há dias que não, vivemos essa inconstância. Os cogus nos ajudam em nossa caminhada, mas também temos que saber caminhar sem eles.
Espero ter ajudado.
Abraços Psicodélicos!
 
A venlafaxina segue uma tecnologia de "liberação controlada/prolongada" que é comum em certos medicamentos. Ele faz com que seu conteúdo seja liberado no corpo (no caso, no intestino) lentamente, durante o dia. Garantindo o equilibrio prometido pelo princípio ativo o dia todo (24 horas, na verdade), quando a pessoa toma uma versão diferente desse medicamento, que não é com esse efeito prolongado, precisará tomar duas vezes ao dia.


Só por curiosidade, qual a dose máxima que você chegou a tomar? Em doses mais baixas a venlafaxina inibe principalmente a recaptação da serotonina, e em doses altas a recaptação da serotonina e da noradrenalina. Pode interferir também com a dopamina.

Ao que parece a versão de liberação prolongada é usada para evitar síndrome de abstinência, pois perder uma única dose já pode disparar certos sintomas associados à abstinência. Há muitas reclamações nos fóruns gringos de pessoas que não conseguem largar a venlafaxina. A liberação prolongada também diminui os efeitos colaterais, provavelmente por causa de um pico máximo menos acentuado no sangue.

Vá com calma, pois a retirada desse fármaco pode ser difícil. E a interação com os cogumelos, sejam microdoses ou não, pode levar a efeitos adversos.
 
A autoridade no assunto, pelo que conheço, é James Fadiman. No YouTube tem videos e podes também ler o seu livro " The Psychedelic Explorer's Guide"
 
hormônios não, neurostransmissores...a psilocina tem afinidade por vários;
... mas uma balança simples custa 10 reais não vale a pena ficar chutando a dose

Rapaz. Poderia pedir para você traduzir essa tabela para mim? Só os códigos que devem representar os neurotransmissores, pois infelizmente não compreendi, mas muito me interessei! E a respeito da balança,não sei se uma balança de precisão custa só dez reais não. Acho que as mais baratas aqui estão na faixa de 80 reais...

@Thom_Blum, há quanto tempo você está sem tomar cloridrato de Venlafaxina? Seu médico sabe disso?
Acharei interessante se você utilizar esse tópico como um diário. Também sofro de hiperhidrose e já até me submeti a uma cirurgia para tentar solucionar o problema, mas não obtive sucesso.
Uma outra sugestão, bem pessoal até, é tentar incorporar alguma atividade que lhe ajude a desenvolver maior autoconsciência sobre seu corpo/mente, como, p.ex. a meditação.
Abraço!

Olá Cantaro, obrigado por responder. Sim, meu médico sabe e é muito prestativo, o método que estou usando de retirada é bem sutil, e vou explicar logo abaixo na resposta para o Ecuador! A questão da hiperhidrose só se fez presente com a Venlafaxina mesmo, antes eu suava bastante, mas dentro do "normal", agora está sem condições!
E obrigado pelas dicas a respeito de meditação e autoconsciência. Eu levo isso muito a sério e adoro o tema, mas tenho atualmente uma grande dificuldade em conseguir um momento para meditar (desde que nasceu a neném, um ano e oito meses) a rotina pesou forte aqui, rs. Pretendo me aprofundar na meditação zen e no estudo do mindfullness.

Se você acha que não necessita tomar diariamente, melhor, seu corpo está bem com o que tem.

Olá Psicogu, entendo sua lógica de uso e suas dicas, mas como tentei deixar claro no tópico, estou tentando compreender o mecanismo de "acostumação" da substância no cérebro, da mesma forma que acontece com qualquer medicamente psiquiátrico. Onde é necessário o uso correto diário e até nos mesmos horários para evitar uma confusão nos hormônios. Então, a questão seria utilizar rotineiramente de forma bem pontuada para alcançar os efeitos terapeuticos existentes. Entendo perfeitamente o fato de não utiliza-los como uma bengala ou muleta e não tenho dúvidas quanto ao fato disso ser errado, mas como não estamos falando de doses psicodélicas (como a ayahuasca tomada de 15 em 15 dias no daime, por exemplo), mas sim de uma pesquisa com intuitos de saúde mental e emocional, acredito que é necessário despir-se um pouco desse conceito de muleta, para poder concluir até que ponto a psilocibina é realmente um eficiente medicamento. Obrigado pelas dicas! Abraço!!

Só por curiosidade, qual a dose máxima que você chegou a tomar? Em doses mais baixas a venlafaxina inibe principalmente a recaptação da serotonina, e em doses altas a recaptação da serotonina e da noradrenalina. Pode interferir também com a dopamina.
Ao que parece a versão de liberação prolongada é usada para evitar síndrome de abstinência, pois perder uma única dose já pode disparar certos sintomas associados à abstinência. Há muitas reclamações nos fóruns gringos de pessoas que não conseguem largar a venlafaxina. A liberação prolongada também diminui os efeitos colaterais, provavelmente por causa de um pico máximo menos acentuado no sangue.
Vá com calma, pois a retirada desse fármaco pode ser difícil. E a interação com os cogumelos, sejam microdoses ou não, pode levar a efeitos adversos.

Olá Ecuador. Então, cheguei a tomar 150mg. Meu médico explicou muito bem essa questão da seratonina, noradrenalina e em doses bem altas a dopamina. Porém, com 150mg além de não sentir nenhum benefício melhor que com 75mg mesmo tomando por praticamente um mês os efeitos colaterais (suor e perda da libido) se acentuaram demais, de forma que decidi descer a dose novamente. Desde então estive no 75mg. Agora que decidi parar, tenho pesquisado muito, e se assustado muito com os relatos, tanto em facebook quanto em Erowid, de fato é terrível pelo que é dito, e olha que meu médico disse que a Venlafaxina não é dos piores em termos de efeito de retirada, ele é intermediário. Não quero nem imaginar os piores.
Para evitar tal surto que envolve calafrios, suor frio, choques elétricos pelo corpo todo, amortecimento, delírio visual e auditivo, tremedeira, náuse a vômito além de muita dor de cabeça e sensação do cérebro se mexendo, resolvi fazer uma retirada bastante suave: Abre-se a capsula repleta de bolinhas e tira-se uma bolinha no primeiro dia, no segundo, duas, no terceiro três. Lá pra frente, tira de cinco em cinco. Agora comecei a tirar de dez em dez. Estou com 70 bolinhas a menos na cápsula. E sinto alguns efeitos sutis como dor de cabeça e sensação de que tem "algo errado" acontecendo. No dia que não tomei a microdose de psilocibina senti um intenso desânimo, vontade de apenas dormir e esquecer a vida, uma amargura e a sensação de que tudo que havia melhorado nos ultimos meses ia por agua abaixo. Mas o mundo continuava o mesmo, era minha cabeça perdida sem a Venlafaxina.

De fato sei que estou sendo um tanto descuidado na experiência e não conhecemos os efeitos adversos da interação dessas duas substâncias. Mas penso na psilo como um calço para esse momento, para deixar mais gradual, mais amena a retirada dessa droga tão intensa e tão ruím em efeitos colaterais.

Mas reforço as questões principais que ficaram sem resposta no tópico, pessoal e conto com vcs para me ajudarem a compreender:

* Como fica a questão da tolerância da psilocibina no uso diário ou dia sim, dia não?

* E quanto aos picos e quedas hormonais (ressaca do dia seguinte), só acontece em experiências intensas psicodélicas ou será possível na microdose, e como isso se comporta com o fato de estarmos sempre reforçando nova dose antes de dar um "baque" depressivo de baixa seratonina?


* Outra pergunta que me veio agora: A respeito da crise serotoninérgica já comentada em outros tópicos, devo me preocupar com isso? Doses tão baixas de psilocibina diárias poderiam causar uma crise dessas?







A autoridade no assunto, pelo que conheço, é James Fadiman. No YouTube tem videos e podes também ler o seu livro " The Psychedelic Explorer's Guide"
Obrigado! Vou pesquisar mais!!
 
Rapaz. Poderia pedir para você traduzir essa tabela para mim? Só os códigos que devem representar os neurotransmissores, pois infelizmente não compreendi, mas muito me interessei! E a respeito da balança,não sei se uma balança de precisão custa só dez reais não. Acho que as mais baratas aqui estão na faixa de 80 reais...

Obrigado! Vou pesquisar mais!!
qualquer uma de 0,01g serve, na verdade até de 0,1g se for fazer em lotes de >10 capsulas
Balança 0,01g no Mercado Livre Brasil

a tabela é derivada desse estudo aqui se quiser saber mais sobre:
Psychedelics and the Human Receptorome

nunca usei anti-depressivos mas como vc citou hormonios ja deu uma checada nos seus? Eu faço TRH e foi a coisa que mais melhorou meu bem-estar muito melhor que qualquer nootrópico que experimentei pois hormonios não tem tanta flutuação e são mais efetivos em modular os neurotransmissores do que drogas que influenciam eles diretamente
 
No dia que não tomei a microdose de psilocibina senti um intenso desânimo, vontade de apenas dormir e esquecer a vida, uma amargura e a sensação de que tudo que havia melhorado nos ultimos meses ia por agua abaixo. Mas o mundo continuava o mesmo, era minha cabeça perdida sem a Venlafaxina.

Afirmo como hipótese que os cogus te aliviaram as sensações desagradáveis de diminuir a medicação.
Já temos relatos de pessoas que utilizam para enxaqueca, em alguns hospitais gringos USA já administram psilocibina para dores crônicas neurológicas. A psilocibina já é considerada uma substância segura nos estudos experimentais.

Outra coisa é segura entre a comunidade por dados de usuários é que não existe abstinência de cogumelos, o que existe é a falta das sensações e alguma alteração de humor (acontece comigo), mas nada de imediato e sim no decorrer dos dias, isso te dá a liberdade de não tomar microdoses quando sentir que não necessita, teu corpo não vai tremer por isso.

Cultivar cogumelos também faz parte do tratamento

Eu penso nas microdoses como na administração de fitoterápicos, que são recomendados tratamentos periódicos e não contínuos, por conta da toxicidade das plantas.

Quanto as interações com a Venlafaxina, tuas conclusões são importantes para nós. Aprenderemos algo com isso se decidir seguir em frente com seu experimento.

Abraços psilocibinos!
 
E a respeito da balança,não sei se uma balança de precisão custa só dez reais não. Acho que as mais baratas aqui estão na faixa de 80 reais...


Se for mesmo comprar uma melhor investir um pouco mais e comprar uma média ou boa. Não levo fé nessas baratinhas.



Como fica a questão da tolerância da psilocibina no uso diário ou dia sim, dia não?


Desenvolve-se alguma tolerância, mas mesmo assim as microdoses continuam a fazer efeito.



E quanto aos picos e quedas hormonais (ressaca do dia seguinte), só acontece em experiências intensas psicodélicas ou será possível na microdose, e como isso se comporta com o fato de estarmos sempre reforçando nova dose antes de dar um "baque" depressivo de baixa seratonina?


Como o @Shroomaniac explicou, são neurotransmissores e não hormônios. Mas tudo bem, a nível prático o que importa são os efeitos. E você só vai saber se testar. A variação individual da resposta é bem grande.



Outra pergunta que me veio agora: A respeito da crise serotoninérgica já comentada em outros tópicos, devo me preocupar com isso? Doses tão baixas de psilocibina diárias poderiam causar uma crise dessas?


Não creio que seja uma preocupação no caso de microdoses.
 
Se for mesmo comprar uma melhor investir um pouco mais e comprar uma média ou boa. Não levo fé nessas baratinhas.
eu também ficaria desconfiado, mas quem eu vi recomendando elas foi um amigo que tem balança analitica, pelo menos nessa precisão de 0,01g não precisa de nada profissional e seu bolso agradece
 
Valeu pessoal. E ok, aprendi a diferença entre os neurotransmissores e hormônios. Ainda preciso pesquisar muito, muito o tema. Mas gosto de aprender, então pouco a pouco vou compreendendo o mecanismo.

Vou ler todos os artigos que recomendaram aqui com calma!

O experimento segue bem, porém agora que estou tirando maiores quantidades de venlafaxina, estou tendo uma baixa de humor e de ânimo ao fim do dia, claramente fora do normal, tipo uma vontade de parar tudo e cair na cama.

Então hoje vou tomar minha dose de psilocibina um pouco mais tarde do que as 7h da manhã. Lá pelas 10h. Para não dar uma diferença muito grande de horário. Se precisar vou regulando até chegar ao meio dia. E assim vou vendo que horas ela supre melhor minhas necessidades.

Obs. Primeiro bolo inoculado no terrário, vamos que vamos.
 
Última edição por um moderador:
Dando continuidade ao relato.

Pessoal, resolvi mudar o protocolo e seguir o sistema utilizado pelo James Fadiman mesmo, só por segurança. Já que existe ainda tão pouco sobre o assunto, melhor seguir quem já está mais adiantado, né?

Então, agora estou tomando Psilocibina 1 dia sim, dois dias não. No caso, segunda tomei, terça não. E terça foi foda. Junto com os sintomas estranhos de retirada da Venlafaxina, ainda que sutis (estouros nos ouvidos consecutivos, sensação de formigamento na cabeça e na nuca, sensação de que o cérebro está murchando, sensação de que os olhos/visão está se juntando (como quando ficamos vesgos), dor de cabeça intensa) tive um baque de ânimo terrível. Muita tristeza, amargura, desânimo, falta de motivação, etc. O pior foi perceber que este era meu humor padrão um tempo antes de começar a tomar a Venlafaxina, e foi triste perceber esse desequilíbrio, sensação de que nada importa, rosto petrificado de indiferença e desgosto. Sendo que a vida continua a mesma, só mudou de eu não ter reforçado a serotonina provavelmente.
Foi aí que pude ver o potencial da psilocibina em microdose, uma total diferença de ânimo e humor. O dia seguinte, quarta, foi bem mais tranquilo. Eu não estava feliz mas não estava triste. Apenas vivi, mas sem efeitos ruins intensos ou desânimo exagerado.

Hoje, quinta, foi dia de tomar uma capsula de psilo (e continuar retirando as bolinhas da capsula de venlafaxina), acredito que até domingo já tenha zerado a Venla e estarei livre. Daí é esperar o corpo voltar a ser o que era e então começar o experimento apenas com a Psilo para notar como o humor, concentração e etc irão reagir.
 
Dando continuidade ao relato.

Pessoal, resolvi mudar o protocolo e seguir o sistema utilizado pelo James Fadiman mesmo, só por segurança. Já que existe ainda tão pouco sobre o assunto, melhor seguir quem já está mais adiantado, né?

Então, agora estou tomando Psilocibina 1 dia sim, dois dias não. No caso, segunda tomei, terça não. E terça foi foda. Junto com os sintomas estranhos de retirada da Venlafaxina, ainda que sutis (estouros nos ouvidos consecutivos, sensação de formigamento na cabeça e na nuca, sensação de que o cérebro está murchando, sensação de que os olhos/visão está se juntando (como quando ficamos vesgos), dor de cabeça intensa) tive um baque de ânimo terrível. Muita tristeza, amargura, desânimo, falta de motivação, etc. O pior foi perceber que este era meu humor padrão um tempo antes de começar a tomar a Venlafaxina, e foi triste perceber esse desequilíbrio, sensação de que nada importa, rosto petrificado de indiferença e desgosto. Sendo que a vida continua a mesma, só mudou de eu não ter reforçado a serotonina provavelmente.
Foi aí que pude ver o potencial da psilocibina em microdose, uma total diferença de ânimo e humor. O dia seguinte, quarta, foi bem mais tranquilo. Eu não estava feliz mas não estava triste. Apenas vivi, mas sem efeitos ruins intensos ou desânimo exagerado.

Hoje, quinta, foi dia de tomar uma capsula de psilo (e continuar retirando as bolinhas da capsula de venlafaxina), acredito que até domingo já tenha zerado a Venla e estarei livre. Daí é esperar o corpo voltar a ser o que era e então começar o experimento apenas com a Psilo para notar como o humor, concentração e etc irão reagir.

Cara, força aí. Sair de um remédio que causa dependência não é fácil mas, pelo visto, falta pouco. Estou acompanhando a tua jornada e te desejando sucesso!
 
Hoje, quinta, foi dia de tomar uma capsula de psilo (e continuar retirando as bolinhas da capsula de venlafaxina), acredito que até domingo já tenha zerado a Venla e estarei livre.


Não está sendo uma retirada muito rápida?
 
Não está sendo uma retirada muito rápida?

Rapaz, acredito que não. Depende do ponto de vista. Já faz mais de 15 dias que estou "retirando". E como eu disse, meu psiquiatra nem conhecia esse "técnica" de bolinha por bolinha sendo retirada. O método que ele sempre utilizou para prescrever a retirada foi: Se uma pessoa toma 75mg, ela vai diminuir hoje para 37mg tomar por uma semana, e depois parar de vez.
O que é nada mais do que um protocolo facilitador para ele, o padrão utilizado pelos médicos. Não que seja errado, mas creio que seja muito pior, por que o baque dessa retirada não é brincadeira, então cortar 37mg de uma vez é complicado.

Quem sabe, para quem tivesse paciência, o mais certo seria ficar pelo menos dois a três dias como cada medida retirada, por exemplo, hoje 140 bolinhas a menos por cápsula, e só lá por segunda que passaria para 150 bolinhas a menos. Mas sinceramente estou farto, e passei pelo pior já, agora falta muito pouco e quase não tenho nenhuma percepção de efeito de retirada. Mas obrigado pela preocupação.

Está tudo indo bem.
Pretendo escrever sobre o tema em um artigo logo que possível.

A psilo de ontem foi boa e ajudou bastante, porém devido a incerteza de quantidade presente por cápsula, percebo em determinados momentos algumas oscilações, sensação de que os "panos da realidade" dão uma agitada sabe, como um vento entrando pela janela e mexendo o tecido da cortina. É algo sutil, mas percebe-se que algo está rolando. Mas nem se compara o humor, muito bem equilibrado. Hoje por exemplo é um dia sem psilo, mas já estou menos instável que no ultimo dia sem.

Valeu pessoal.

Obs. Bolos quase pinando, não publiquei o cultivo aqui no forum por falta de tempo em casa mesmo (estou no trabalho)

Pessoal, quem tiver interesse em compartilhar ideias a respeito da microdose, achei esse forum do Third Wave, é bem inicial ainda, mas promete, caso torne-se mais frequentado:
The Third Wave of Psychedelics
 
Última edição por um moderador:
Bom dia jovens!

Finalmente minha retirada da Venlafaxina terminou! Ontem, o primeiro dia sem a cápsula não foi fácil. Precisei pedir para ir embora do serviço inclusive, não estava em condições de trabalhar. A sensação geral dessa etapa final foi: sentir-se como um zumbi, desânimo, fraqueza, sensação de falso sono (olhos fechando, vontade de deitar, pensamento letárgico), dor de cabeça, pressão na cabeça.

Enfim. Acabou. Hoje já me sinto 90% bem.

No sábado e domingo fugi do protocolo e tomei em ambos os dias psilo para segurar a barra, no domingo só tomei quando não aguentava mais a sensação de zumbi e a dor de cabeça. E foi nítido a hora que "bateu" a psilo. Senti como se algo me preenche-se por dentro (a sensação lembrou uma garrafa de refri quente que quando você abre a espuma sobe e você precisa fechar antes que vaze tudo), só que suavemente, algo subindo e inundando meu cérebro e NA HORA, a dor de cabeça passou e minha feição relaxou, ficou "normalizada" sem aquela tensão de estar vivenciando um mal estar físico e mental. Ajudou a segurar a barra até de noite, mas as 20h já estava na cama, incapacitado de fraqueza. Dormi até as sete do dia seguinte e ainda assim me sentia arrasado, um lixo, noite mal dormida com muita dor e pesadelos.

O fato é que desde então não estou tomando a microdose. Por que?

O motivo principal foi esse texto:


DO PSYCHEDELICS CARRY A HEART RISK?
heart.png
Patrick Smith

January 2017

Microdosing is an exciting new prospect for the psychedelic community; what better way to incorporate the healing and mind-expanding benefits of psychedelics into our everyday lives? But with any change in lifestyle comes risk – and psychedelics are relatively poorly understood in terms of what they do to our bodies. Although it appears that relatively infrequent, even large doses of psychedelics don’t do much harm to healthy individuals, we don’t have any evidence that regular microdosing is safe. There are reports of people microdosing for many months in succession, with no ill effects aside from tiredness – but there is always the chance that with longer term microdosing regimens, unwanted physiological side effects could start building up.

MDMA AND HEART RISK
One thing that’s particularly worrying is the risk of heart disease. MDMA has been the centre of attention in this respect – various studies have shown that there is a link between regular, high-dose MDMA use and heart defects. Although the conclusion of this research is that the occasional dose of MDMA will not harm you, it has worrying implications for long-term psychedelic use, including microdosing.

Ecstasy_monogram.jpg
MDMA’s harmful effects on the heart are due to its activation of the 5-HT2B receptor. This receptor is present all over the heart, and convincing evidence suggests that the long-term activation of this receptor leads to the formation of ‘valvular strands’, which can lead to Valvular Heart Disease (VHD) in extreme cases.

Again – cases of VHD are only found in people who use MDMA very frequently (several times a week) and at high doses. The question we want to answer is: do the classic psychedelics (LSD and psilocybin) that we microdose with also activate the 5-HT2B receptor on our hearts, and is there a risk of VHD with long-term microdosing?

DOES MICRODOSING LSD/PSILOCYBIN ACTIVATE THE 5-HT2B RECEPTOR?
LSD and psilocybin work by mimicking the effect of our natural neurotransmitter, serotonin. Therefore both these psychedelics activate a wide range of serotonin receptors, including the 5-HT2B receptor. The real question is, are these psychedelics activating the 5-HT2B receptors on our hearts?

Unfortunately, we don’t have an answer to that question. We know that LSD and psilocybin activate the 5-HT2B receptor, but we don’t know if they specifically activate 5-HT2B in the heart. For now, it’s best to assume that psychedelics are activating the 5-HT2B receptors in our hearts, until we have evidence otherwise.


DOES MICRODOSING ACTIVATE THE 5-HT2B RECEPTOR ENOUGH TO BE A HEART RISK?
If psychedelics are activating the 5-HT2B receptors in our hearts, are they activating them enough to cause any damage?

We can look at a previous study of a compound that definitely causes heart damage through the 5-HT2B receptor: fenfluramine. This was a weight-loss drug that was withdrawn in the 90s after a small percentage of people developed heart disease after using it.

Studies found that fenfluramine roughly doubled the risk of developing VHD after a 90-day treatment course, at a dose of around 30mg/day (Sachdev et al, 2002). Fenfluramine has an affinity (Ki) for the 5-HT2B receptor of around 30nM (Rothman & Baumann, 2009).

LSD has a similar affinity for the 5-HT2B receptor as fenfluramine, a Ki of around 30nM (Passie et al, 2008). A typical microdosing regimen involves taking much less LSD than 30mg/day (actually the equivalent of 3ug/day, several thousand times less than fenfluramine).

The comparison to fenfluramine isn’t great – it’s quite possible that a daily dose of fenfluramine (rather than a dose every three days when microdosing) affects the 5-HT2B receptor differently. Additionally, we don’t know to what extent LSD is activating the 5-HT2B receptors of the heart in comparison to fenfluramine. However, it seems reasonable to assume that microdosing has nowhere near the heart risk associated with fenfluramine.

Although there have been no long-term studies of the risk of microdosing in humans, one study gave 10ug/kg of psilocin to rats every other day, and found abnormalities in the rats’ hearts after three months. Although we can’t really compare a rat’s physiology to ours, it’s certainly cause for concern.

Overall, we don’t yet know anything for sure. Microdosing needs to be studied in more detail – and looking at the scarce evidence we have, it’s hard to draw any conclusions about the relative safety of microdosing.

CONCLUSIONS
While we believe that short-term microdosing is relatively safe, what remains to be seen is whether long-term microdosing regimens (i.e. for months or even years) have a potential to damage the heart. This is why we advise to microdose for no longer than a few weeks, and spread out your microdosing regimens throughout the year. If you have a pre-existing heart condition, it is especially important to avoid extended periods of microdosing.

LEGALISATION = SAFER DRUGS
We think that the potential heart risk of psychedelics actually highlights the need for their legalisation. Without legalisation, people will probably continue taking psychedelics without considering the risks, and as the popularity of microdosing increases, we might see more negative side effects.

But if psychedelics are legalised, we could see companies vying to produce psychedelic analogues that have beneficial psychological effects, without being damaging to our bodies in long-term use. Imagine a psychedelic designed specifically for microdosing; one that boosts our creativity and awareness, but doesn’t damage our heart or other tissues.

The answer could be a psychedelic that only becomes active when it crosses into the brain; or a psychedelic that does not activate the 5-HT2B receptor in the heart. Perhaps we could even co-administer psychedelics with drugs that totally block the 5-HT2B receptor. To develop these ideal drugs, we first need legalisation, and for policymakers to accept that psychedelics will never leave our culture.


Não estou com tempo para traduzir isso tudo, mas adoraria que alguns de vcs lessem e pudessemos debater o tema (quem sabe merece um tópico próprio?).
 
Esses resultados vem de experimentos com um autor: Krzysztof Borowiak. É prudente esperar que outros autores confirmem os resultados. Mas também é prudente não tomar microdoses por um período prolongado até que sejam consideradas seguras.

Entretanto creio que seja razoável considerar microdoses seguras durante semanas, e aí fazer um intervalo no mínimo tão longo quanto o de "tratamento" com as microdoses antes de voltar a tomar.

A não ser que a pessoa tenha um histórico de problemas cardiovasculares. Nesse caso é melhor realmente tomar precauções extras.
 
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