Boas irmãos,
Estou aqui para relatar minha experiência com 5g de psilocybe cubensis desidratados. A intenção é deixar registrada a experiência, onde quem quiser ler, possa tirar algum proveito. Eu já tenho a um tempo -alguns anos- experiências com enteógenos, para melhor entendimento sobre mim, e sobre o meio que vivo. Carrego imenso respeito não pelo que li, nem pelo que escutei dos outros, e sim por tudo que já vivi dentro da minha/nossa mente. Que por sinal mente muito.
Tenho o costume de todo fim de ano ter uma experiência com o cubensis. Esta experiência ocorreu no fim de ano de 2019, na minha casa, com minha mulher e meu cão de auxiliar. Para fazer esse tipo de sessão, deixamos tudo limpo, e com um ambiente muito confortável (fogueira no quintal, rede, almofadas, colchonetes, pouca iluminação, e bom som ambiente).
Neste dia nos alimentamos bem, sem excessos de sal ou açúcar. Durante a semana não ingerimos álcool, café, não comemos carne, e nos policiamos com o que estávamos consumindo em geral (livros, séries, músicas, notícias, etc). Nos concentramos em preparar nosso corpo e mente para ter uma viagem sem turbulências. Antes de ingerir, cada um colocou em palavras qual a intenção, e depois um curto tempo de meditação. Ingerimos os mágicos com mel, e para acompanhar um suco de uva. Para não sentir a ansiedade da espera, logo nos primeiros 10 minutos damos uma volta pelas árvores ao redor de casa junto com meu cachorro -não temos vizinhos que incomodem- e voltamos a nosso circulo mágico -sweet home-. Quando chegamos já se sentia a fragrância dos incensos, a música de fundo, e um ambiente muito convidativo. Deitamos um do lado do outro, fechamos os olhos, e mergulhamos cada um em sua experiência. Como sempre, a música orquestrou toda a experiência do início ao fim. De tempos em tempos eu abria os olhos e tinha visões muito nítidas. A parede parecia respirar, e fazia movimentos como de uma (parede.gif). Os pensamentos quase que automaticamente se relacionavam, e as ideias fluíam com muita rapidez. Tudo o que consumi veio a tona. Toda carga histórica, cultural, ficaram visíveis em padrões psicodélicos. No início senti a carga que o cristianismo tem mesmo não sendo cristão. Passagens bíblicas, memórias da infância, imagem da cruz e do homem com braços abertos. Tenho familiaridade com mitologia, por isso também me veio cenas, imagens de templos e deuses. Obviamente no olho do furacão qualquer um se pergunta *-Porque eu busco estas experiências tão intensas?-*. Questionamento sempre bem-vindo, e um ótimo momento para enfrentar de frente as verdades. Aquelas verdades que só eu tenho a capacidade de colocar na minha frente. Minha namorada estava na viagem dela, com os olhos fechados e com um leve sorriso. Convido ela a se levantar, para irmos deitar na rede perto da fogueira. Quando deitamos na rede comecei a escutar choro de bebê, como se estivesse nascendo. O fogo na minha mente já representava o Sol -Apollo-, e sentia que alguém estava nascendo. Comecei a pensar que minha namorada estava grávida. Ela estava se mexendo para ficar cômoda na rede, mas parecia que aquilo era um trabalho de parto. E a rede representava bem um útero, me fazia sentir como se estivesse dentro de uma barriga. Obvio que isso tem ligação com a mitologia do Sol e da Lua. Logo após tive aquele encontro com a loucura. Enlouqueci? Quem não? Erasmos de Roterdã - Elogio a Loucura. Tudo é regido pela loucura, e ela é o que leva o transe momentâneo. A beleza de poder ser louco, e os cogumelos me deram um alvará para aceitar estar louco. Afinal, se quisesse estar normal, teria comido pão com ovo. No final um sentimento de liberdade, que se misturou com o cheiro de suor. Dois corpos opostos se entrelaçando na rede. Sim, nesse momento já estávamos sentindo a libido e o desejo desabrochar. No final foi tudo muito prazeroso, místico, e muito belo. Somos todos uma coisa só. Comer cogumelos é retornar à casa do pai no natal, receber presentes se foi bem no ano, ou receber bronca se está fazendo merda. Somos uma coisa só. Isso não necessariamente é bom ou ruim. Isso não é Jah bless, nem muito menos Hare Krishna. Não é ser rasta ou hippie. União é a experiência do divino. O divino e o banal é a mesma moeda. Representação da natureza. Shopenhauer. Amem.
Estou aqui para relatar minha experiência com 5g de psilocybe cubensis desidratados. A intenção é deixar registrada a experiência, onde quem quiser ler, possa tirar algum proveito. Eu já tenho a um tempo -alguns anos- experiências com enteógenos, para melhor entendimento sobre mim, e sobre o meio que vivo. Carrego imenso respeito não pelo que li, nem pelo que escutei dos outros, e sim por tudo que já vivi dentro da minha/nossa mente. Que por sinal mente muito.
Tenho o costume de todo fim de ano ter uma experiência com o cubensis. Esta experiência ocorreu no fim de ano de 2019, na minha casa, com minha mulher e meu cão de auxiliar. Para fazer esse tipo de sessão, deixamos tudo limpo, e com um ambiente muito confortável (fogueira no quintal, rede, almofadas, colchonetes, pouca iluminação, e bom som ambiente).
Neste dia nos alimentamos bem, sem excessos de sal ou açúcar. Durante a semana não ingerimos álcool, café, não comemos carne, e nos policiamos com o que estávamos consumindo em geral (livros, séries, músicas, notícias, etc). Nos concentramos em preparar nosso corpo e mente para ter uma viagem sem turbulências. Antes de ingerir, cada um colocou em palavras qual a intenção, e depois um curto tempo de meditação. Ingerimos os mágicos com mel, e para acompanhar um suco de uva. Para não sentir a ansiedade da espera, logo nos primeiros 10 minutos damos uma volta pelas árvores ao redor de casa junto com meu cachorro -não temos vizinhos que incomodem- e voltamos a nosso circulo mágico -sweet home-. Quando chegamos já se sentia a fragrância dos incensos, a música de fundo, e um ambiente muito convidativo. Deitamos um do lado do outro, fechamos os olhos, e mergulhamos cada um em sua experiência. Como sempre, a música orquestrou toda a experiência do início ao fim. De tempos em tempos eu abria os olhos e tinha visões muito nítidas. A parede parecia respirar, e fazia movimentos como de uma (parede.gif). Os pensamentos quase que automaticamente se relacionavam, e as ideias fluíam com muita rapidez. Tudo o que consumi veio a tona. Toda carga histórica, cultural, ficaram visíveis em padrões psicodélicos. No início senti a carga que o cristianismo tem mesmo não sendo cristão. Passagens bíblicas, memórias da infância, imagem da cruz e do homem com braços abertos. Tenho familiaridade com mitologia, por isso também me veio cenas, imagens de templos e deuses. Obviamente no olho do furacão qualquer um se pergunta *-Porque eu busco estas experiências tão intensas?-*. Questionamento sempre bem-vindo, e um ótimo momento para enfrentar de frente as verdades. Aquelas verdades que só eu tenho a capacidade de colocar na minha frente. Minha namorada estava na viagem dela, com os olhos fechados e com um leve sorriso. Convido ela a se levantar, para irmos deitar na rede perto da fogueira. Quando deitamos na rede comecei a escutar choro de bebê, como se estivesse nascendo. O fogo na minha mente já representava o Sol -Apollo-, e sentia que alguém estava nascendo. Comecei a pensar que minha namorada estava grávida. Ela estava se mexendo para ficar cômoda na rede, mas parecia que aquilo era um trabalho de parto. E a rede representava bem um útero, me fazia sentir como se estivesse dentro de uma barriga. Obvio que isso tem ligação com a mitologia do Sol e da Lua. Logo após tive aquele encontro com a loucura. Enlouqueci? Quem não? Erasmos de Roterdã - Elogio a Loucura. Tudo é regido pela loucura, e ela é o que leva o transe momentâneo. A beleza de poder ser louco, e os cogumelos me deram um alvará para aceitar estar louco. Afinal, se quisesse estar normal, teria comido pão com ovo. No final um sentimento de liberdade, que se misturou com o cheiro de suor. Dois corpos opostos se entrelaçando na rede. Sim, nesse momento já estávamos sentindo a libido e o desejo desabrochar. No final foi tudo muito prazeroso, místico, e muito belo. Somos todos uma coisa só. Comer cogumelos é retornar à casa do pai no natal, receber presentes se foi bem no ano, ou receber bronca se está fazendo merda. Somos uma coisa só. Isso não necessariamente é bom ou ruim. Isso não é Jah bless, nem muito menos Hare Krishna. Não é ser rasta ou hippie. União é a experiência do divino. O divino e o banal é a mesma moeda. Representação da natureza. Shopenhauer. Amem.
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