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Esterco de vaca pode ser fonte de bactérias resistentes a antibióticos

kinney

Cogumelo maduro
Cadastrado
04/01/2009
426
74
Goiás
Esterco usado na agricultura pode fazer com que cheguem aos humanos.
Estudo identificou material genético que dá resistência em dejetos bovinos.

O esterco de vacas leiteiras, que frequentemente é utilizado como fertilizante para solos de cultivo, contém grande quantidade de genes recém identificados que são resistentes aos antibióticos, segundo um artigo publicado nesta terça-feira (22) pela revista "mBio".
Os genes provêm de bactérias dos intestinos dos animais, e o estudo, publicado na revista da Sociedade Americana de Microbiologia, indica que o esterco das vacas pode ser uma fonte de novos tipos de genes com resistência aos antibióticos que se transferem para as bactérias nos solos onde os alimentos são cultivados.
"Considerando que há uma conexão entre os genes com resistência aos antibióticos que se encontram nas bactérias do ambiente e as bactérias dos hospitais, buscamos determinar que tipos de bactérias vão parar no ambiente por meio do esterco", explicou Fabienne Wichmann, da Universidade de Yale e pesquisadora principal do estudo.
Os fazendeiros usam o esterco bovino, fresco ou decomposto, para fertilizar os solos onde cultivam verduras, frutas ou grãos e, eventualmente, as bactérias com resistência aos antibióticos podem chegar aos humanos desta maneira.
Os genes resistentes aos antibióticos podem passar a fazer parte do "ecossistema humano" porque as bactérias que os possuem criam colônias no homem ou transferem os genes para outras bactérias.
A pesquisa científica comprovou que as bactérias se transferem dos animais de fazenda para os humanos que têm contato com eles.
Os cientistas identificaram no esterco das vacas 80 genes únicos e funcionalmente resistentes aos antibióticos. No laboratório, os genes fizeram com que uma amostra da bactéria
Escherichia coli se tornasse resistente a um de quatro tipos de antibióticos, os betalactâmicos (como a penicilina), os aminoglicósidos, tetraciclina e cloranfenicol.
Aproximadamente 75% dos 80 genes resistentes aos antibióticos tinham sequências remotamente vinculadas a outros genes já descobertos.
Os pesquisadores encontraram, além disso, uma nova família de genes que conferem resistência aos antibióticos do tipo cloranfenicol e são usados regularmente para o tratamento das doenças respiratórias do gado.
"A diversidade de genes que encontramos é notável, considerando que tínhamos apenas cinco amostras de esterco", ressaltou Jo Handeslman, microbiólogo de Yale.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude...te-de-bacterias-resistentes-antibioticos.html
 
Então nenhum antibiótico funcionará comigo, por que a quantidade de bosta que eu já manipulei (e cozinhei nas panelas de casa) é inimaginável. :LOL:

Achei interessante que as bactérias podem transferir genes entre elas! :ler:
 
Achei interessante que as bactérias podem transferir genes entre elas!

É o maior pesadelo entre os médicos que temem a resistência aos antibióticos.

Em algumas doenças bacterianas a escolha de antibióticos úteis no tratamento já está bem restrita. E o ritmo de descoberta de novos antibióticos diminuiu muito.
 
Última edição:
Pqp, se levar em conta quanto cogumelo de pasto eu comi... Sou blindado a indústria farmacêutica! Nunca vão me pegar vivo!111!!

:roflmao::roflmao::roflmao::roflmao::roflmao:
 
Sou leigo, mas provavelmente isso tem a ver com o uso indiscriminado de antibióticos na bovinocultura há anos. Uma maneira genérica de resolver isso era parar com o consumo de carne e os criadouros de animais para abate e tudo mais, mas sem sombra de dúvida isso é utopia pura.
 
Uma maneira genérica de resolver isso era parar com o consumo de carne e os criadouros de animais para abate

Outra é coibir o uso de antibióticos. Pelo menos os novos que foram ou serão desenvolvidos para combater bactérias resistentes não deveriam ser lançados no mercado veterinário para animais de grande porte em geral. Parece menos utopia.
 
Última edição:
Mas de qualquer maneira iria contra os interesses dos bovinocultores, já que o uso de antibióticos "facilita" e barateia o manuseio e custo na bovinocultura, e contra os interesses das industrias farmacêuticas que produzem e vendem os antibióticos.

Tudo entra, volta e gira de novo em torno da incapacidade humana de lidar com atitudes benéficas à longo prazo e o interesse na recompensa instantânea, no que produzirá mais agora, onde se poderá explorar mais "agora" e suplantar tudo o quê possa ir contra os grandes interesses de poucos.
 

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Tudo entra, volta e gira de novo em torno da incapacidade humana de lidar com atitudes benéficas à longo prazo e o interesse na recompensa instantânea

Sempre tem esse lado. E o samsara nunca vai ser perfeito mesmo. Mas quando se detecta um risco que pode vir a ser avassalador, por exemplo, no caso dos CFCs usados em geladeiras, ar condicionados etc., há chances de uma regulação a nível mundial passar a vigorar. Tanto que o buraco de ozônio está se recuperando.

No próprio caso dos antibióticos agora não dá para comprar sem receita aqui no Brasil. E pelo menos as grandes redes de drogarias seguem essa regra, o que dificulta muito às pessoas se automedicarem com antibióticos, o que é outro fator que influencia o aumento dos casos de bactérias resistentes.
 
No próprio caso dos antibióticos agora não dá para comprar sem receita aqui no Brasil. E pelo menos as grandes redes de drogarias seguem essa regra, o que dificulta muito às pessoas se automedicarem com antibióticos, o que é outro fator que influencia o aumento dos casos de bactérias resistentes.

Com certeza, isso foi uma mão na roda e na minha opinião demorou pra caramba para vigorar algo do gênero.

(restante do texto movido para: https://teonanacatl.org/threads/per...e-bactérias-resistentes-a-antibióticos.10804/)
 
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