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Problemático Diário da Salvação: Bolo PF contaminado com Bacillus sp.

Diário de cultivo problemático.
Raças
Cambodian
Inoculação
19/03/2022
Inoculação via
Solução de Esporos
Assepsia (Inoculação)
Ar livre (higienização álcool 70 e Lysoform spray)
Aniversário
02/04/2022
Terrário
Caixa Organizadora
Técnicas
PFTEK, Multi-Esporos,
Substratos
Vemiculita (2)
Arroz Integral (1)
Água (1)
Olá pessoal.

Abri este segundo diário para acompanharmos um bolo PF da minha primeira tentativa de inoculação com solução de esporos. Eu não tinha aberto um diário sobre este cultivo porque não tirei nenhuma foto nem nada, mas como um dos bolos contaminou, e estou tentando salvar, achei que seria bacana compartilhar esta experiência e receber ajuda dos mais sábios.

Este cultivo é de Cambodian, uma solução de esporos que recebi. Fiz o bolo com a receita padrão de arroz integral, água e vermiculita (1;1;2) e esterilizei em pressão por 90 minutos aproximadamente e, acredito eu, foi aqui que começou o problema porque eu coloquei pouca água na PP, o resultado é que tive que abrir e colocar mais água. Coloquei água quente, mas ainda assim um dos copos trincou. Na hora eu ouvi o estalido, mas deixei.

No outro dia quando fui inocular não desisti do bolo e resolvi tentar, ciente de que poderia "dar ruim". Solução na seringa, agulha flambada, deixei este copo por último e inoculei três pontos com 0,5mL cada. Essa strain é muito agressiva, a inoculação foi em 19/03 (se não estou enganado) e em poucos dias os micélio já estava bem visível e com aspecto bem rizomorfo. Um orgulho! Mas neste copo apareceu também uma mancha escura na região em que o copo trincou. Pesquisei e parecia Bacillus sp (mancha úmida). Pensei em descartar, mas o micélio estava tão bonito que pensei "Vamos ver o que acontece".
Hoje (02/04) tem dois dias que o micélio preencheu o copo (exceto a mancha úmida) e resolvi aniversariar isolado. Fiz o aniversário e, com uma colher esterilizada, seccionei a área da mancha, ela sai com muita facilidade, o micélio tinha isolado a mancha no bolo (um lutador!). Raspei toda a parte que não tinha presença do nosso Lutador e borrifei água oxigenada no local. Nesse ponto não sei se fiz certo ou se não acabei prejudicando o micélio lutador, mas foi meio que no instinto (kkkkkk). Finalizei com roll de vermiculita e terrário! Agora é esperar e ver como ele se comporta.

Seguem as fotos da contaminação (removida e antes da remoção).
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Segue a atualização do diário. Os dias.foram corridos, consegui tirar as fotos, mas só deu tempo de vir atualizar hoje.

07/04/2022 - Percebi que algumas coisas estavam acontecendo e fui olhar mais de perto. O micélio parecia estar tomando a vermiculita do roll, mas na área em que removi o pedaço contaminado, uma formação marrom que parecia um amontoado de bolinhas surgiu.
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Então decidi tirar mais uma.parte, desta vez segui o comentário do @ExPoro e removi uma parte maior, ficou um pouco menos do que 1/3 do tamanho original do bolo.


09/04/2022.
Crescendo. No lado menor também tem algumas primordias e pins. Mudei o tipo de terrário, tirei a perlita, fiz vários furos menores (tipo shotgun) e coloquei perlon. No fundo uns dois cm de água e no canto um borbulhador de aquário em água.

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Atualizar 16/04/2022

Para finalizar o diário, segue a atualização. Este primeiro.flush rendeu bastante, os meninos não eram tão grandes, mas renderam bastante. Fiz dois carimbos, mas ele não chegou a fornecer um segundo flush, contaminou com trichoderma.
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Vou deixar o diário aberto porque, logo menos, pretendo inocular um bolo com uma multiesporos deste carimbo e ver se cresce saudável (acredito que sim, os frutos estavam bem densos).
 
Última edição:
Oi

Não pretendo consumir. Mas quero ver se o cubensis sobrevive ou se contamina o restante. Pareceu-me tão curiosa a forma como ele "isolou" a contaminação...

Mas obrigado por alertar!
 
Interessante a proposta do "diário da salvação".

o micélio tinha isolado a mancha no bolo (um lutador!)

Já vi alguns concorrentes serem vencidos sem problemas pelo cubensis, mas apenas fungos. Bactérias costumam levar a melhor, e não acho que essa seria diferente no longo prazo, a julgar pela agressividade das bactérias.

Observe se você seccionou não apenas toda a área que parecia contaminada por evidência, mas também se apenas restou regiões firmes do micélio, e não molengas.

Pode retirar bem além da área contaminada, deixar só 50% do outro lado do bolo, que dá uma boa margem de segurança. Lava bem, faz uma camada de vermiculita como fez e põe pra frutificar.

Acredito que os frutos que cresçam saudáveis sem sinais do contaminante estarão adequados pra consumo, em especial se (1) secar até cracker dry e (2) fizer chá com fervura por 15 minutos. Mas a recomendação mais segura em termos de contaminantes é descartar, qualquer que seja, como diria o @tupy. Mas eu comeria após secagem e feitura de chá, como já fiz antes com essa mesma contaminação em bolos meus. (Lembre de anotar, se deixar seco, que o fruto veio de um bolo contaminado, e de verificar o cheiro que fica após seco, se não está muito estranho).

Mas destes mesmos frutos também pode tirar carimbos para cultivos futuros. Será interessante ter um carimbo de um micélio que conseguiu lidar bem com uma contaminação bacteriana em termos de seleção artificial. Apenas não passe esses carimbos pra frente. Use-os pra fazer a próxima geração de cultivo, aproveitando apenas os bolos que venham sem traços de contaminantes. Só então, na geração que veio sem contaminação, pense em distribuir tais carimbos.
 
Observe se você seccionou não apenas toda a área que parecia contaminada por evidência, mas também se apenas restou regiões firmes do micélio, e não molengas.
Olá @ExPoro e muito bom receber as tuas dicas!

Então, seccionei até chegar em uma formação bem firme, não estava molenga nem nada do tipo.

Mas, conforme você vera na atualização que farei, cresceram algumas formas diferentes marrons, o que me fez duvidar um pouco se era bactéria mesmo. Porém, acredito que seja porque eu tinha dois copos com B+ AKM aqui que contaminam, mas desta vez o micélio não se desenvolveu. No caso desta acho que foi a seringa que eu fiz que está contaminada (na hora de fazer o alumínio do carimbo rasgou, foi uma loucura. Vou testar em um copo depois.


Será interessante ter um carimbo de um micélio que conseguiu lidar bem com uma contaminação bacteriana
Pretendo! Tem uma leva de pins já! Parecem saudáveis e nasceram por toda parte.
 
acho que foi a seringa que eu fiz que está contaminada

A verificação de contaminação originada na seringa ocorre com a eclosão de contaminantes em todos ou na maioria dos pontos de inoculação. Foi isto que ocorreu?
 
A verificação de contaminação originada na seringa ocorre com a eclosão de contaminantes em todos ou na maioria dos pontos de inoculação. Foi isto que ocorreu?
Fiz um copo com dois pontos e neste um ficou igual o bolo do diário, começou com um aspecto mais gosmento e a área externa mais branca. Mas desta vez a contaminação começou antes do micélio aparecer (no bolo foi junto).

O outro copo tinha três pontos e um também ficou desta forma, exatamente por onde a solução passou.

Quando eu abri para descartar o cheiro era meio azedo/fermentado e lembrava um pouco pera estragada. :(

A verificação de contaminação originada na seringa ocorre com a eclosão de contaminantes em todos ou na maioria dos pontos de inoculação. Foi isto que ocorreu?
Fiz um copo com dois pontos e neste um ficou igual o bolo do diário, começou com um aspecto mais gosmento e a área externa mais branca. Mas desta vez a contaminação começou antes do micélio aparecer (no bolo foi junto).

O outro copo tinha três pontos e um também ficou desta forma, exatamente por onde a solução passou.

Quando eu abri para descartar o cheiro era meio azedo/fermentado e lembrava um pouco pera estragada.
 
É, somando ao que disse...

na hora de fazer o alumínio do carimbo rasgou, foi uma loucura. Vou testar em um copo depois

Deve ser a seringa resultante mesmo.

Kkkkk tb ja rasguei carimbo, faz parte.
 
Kkkkk tb ja rasguei carimbo, faz parte.
Pois é. A pessoa aqui tem a mão pesada. Investi em swab estéril e comprei também aquelas formas descartáveis revestidas em alumínio, aquelas que são suporte para bolo sabe? vou higienizar e tentar o print direto nela e usar o papel alumínio apenas para embalar depois que secar. Fiquei pensando se não é risco maior de contaminar, mas vou higienizar bem e se não rolar, raspo só alumínio com o swab mesmo.
 
Pois é. A pessoa aqui tem a mão pesada. Investi em swab estéril e comprei também aquelas formas descartáveis revestidas em alumínio, aquelas que são suporte para bolo sabe? vou higienizar e tentar o print direto nela e usar o papel alumínio apenas para embalar depois que secar. Fiquei pensando se não é risco maior de contaminar, mas vou higienizar bem e se não rolar, raspo só alumínio com o swab mesmo.

Não consegui visualizar muito o procedimento. Como são essas formas descartáveis, nobre @Siam_Victor? Pode mandar 1 link de imagens?
 
Hmmm... interessante, vai dar certo.

E seria uma superfície mais rígida, reduzindo as chances de se rasgar o alumínio. Isso ae. Parabéns.

____________

Uma ressalva...

Com o tempo, aprendemos a lidar melhor com os esporos no carimbo. Eu mesmo só uso faca de ponta redonda desde o dia 1, e sempre me mandaram ou fiz carimbos em alumínio simples. Devagar aprendi meio que na base do inconsciente a inclinar com o dedo que apoia o alumínio num ângulo que facilita a ponta da faca a raspar sem rasgar.

___________

Tem um fator que influi também na raspagem, que é a umidade que restou no carimbo quando foi feito. Quanto menos úmido, mais fácil eles caem. Até certo ponto de equilíbrio, em que eles caem com a raspa sem problemas. Até o outro extremo, em que eles ficam tão secos que caem em blocos.

Normalmente quando recebemos um carimbo de alguém, ele nunca está excessivamente úmido. Isso ocorre mais com os nossos próprios carimbos, que não passam pelos calores do envio por carta. Por isso é importante o tempo de secagem do carimbo antes de dobra-lo.

Eu particularmente espero até que toda o potinho que veda o alumínio aparente estar seco, pois em carimbos úmidos essa umidade transparece nas paredes dos potes. Como o fechamento do pote de cozinha (que é o que uso) não é hermético, fica fechado o suficiente pra não entrar contaminante, mas não o suficiente pra impedir que o excesso de umidade se perca pro ar seco externo.
 
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