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Bissexualidade e Poliamor

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
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É estranho quando parte do que forma você, o seu "jeito de ser" (respirar, falar, olhar, pensar, andar etc) simplesmente não existe pra sociedade. Afinal, ou supostamente a pessoa deve gostar do mesmo sexo ou do outro, e só há dois "jeitos" possíveis de ser: gay homem/mulher cis ou hetero homem/mulher cis. E também, uma vez que você ache alguém que te complete, supostamente "nunca mais" deve encontrar outra pessoa para se apaixonar novamente.

E se não for bem assim? E quem não está em nenhum desses polos? Ao mesmo tempo "acusado" (como se algo ruim fosse) de ser gay sem contudo ser, também um tanto quanto "esquisito". Essa crueldade do mundo que insiste em ignorar o quanto as mulheres gostam, e muito, bem como os homens. Sem ser afeminado nem machão, não resta nada além de um limbo.

A ausência total de rótulo seria melhor do que a negação da existência de sua própria sexualidade. Quase, o quê, 40 anos? 39 agora. Então quer dizer que... eu existo. A bissexualidade não é um meio termo, é uma sexualidade completa, com seu "ethos" típico, o "jeito solto" talvez. A heterossexualidade nunca foi um problema pra mim, na verdade sempre disse, "não sei bem se existe isso de hetero ou homo ou bi, só sei que se der vontade eu fico". E assim foi que há 3 anos atrás me rotulei (e muito feliz em me rotular) bi ao ver que me sinto pleno com homens como com mulheres em todos os âmbitos sexo-afetivos.

Demora 3 anos contudo pra entender a minha própria identidade, tão descontruída e negada que ela é. Aquele "jeito estranho" que me incomodava em alguns homens... "será que sou eu assim também? Tá tudo bem, mas como sou diferente... é divertido ser assim mas soa estranho"...

Nesse ponto, o gay que nasce com muito jeito "de gay" tem a sorte de saber o que é, ainda que negado a ele o direito. O bissexual além de lhe negarem o direito, ainda lhe retiram a personalidade própria, sua forma de ser intrigante, leve, rápida, musical, sensual, profunda, integradora, artística, mescla entre o típico masculino e o típico feminino que torna bissexuais masculinos e femininos tão parecidos de uma forma que só um(a) outro(a) bissexual pode entender... O que também posso chamar de "bidar", e não "gaydar". Nada mais do que a leitura superficial de sinais que conheço de possíveis bissexuais; ou mais forte quando bissexuais assumidos pra si.

Até recentemente eu debatia com meu amigo que eu nunca me reprimi. Hoje vi que isso foi verdade só na fase adulta. Eu de fato sempre fui muito bem resolvido, tanto que só fui atrás quando quis. Mas lá nos meus... 12 anos? Um amigo de escola, um momento, um quase-beijo, e culpa. Tá certo, em toda minha vida jovem foi só essa vez... mas quantas oportunidades de vida não deixei pra trás por deixar de desenvolver minha sexualidade quando novo. Ninguém tinha o direito de dizer que eu estava errado em simplesmente existir, sentir e agir como sou. Eu não dei esse direito. Então tomo ele de volta pra mim. Me empodero.

Com 39 anos a gente chora 1 hora, 2 horas... mas logo supera devagar. É humilhante. É esmagador que alguém tenha que esconder a própria orientação, a própria preferência. É desumano. E o que nos resta a fazer com essas pessoas que têm preconceito é... nos aproximarmos, sorrirmos e convivermos, para que vejam que a realidade é muito diferente dos receios e possam normalizar e perder preconceitos ou ao menos perder receios bobos do machismo. Eu particularmente consigo seguir esse rumo porque não sinto vergonha... mas acho adequado, hoje homofobia é crime, lembrem-se.

Então, jovens "esquisitos" e "esquisitas", existem milhões de mulheres e homens de todas as idades que somos nós, bissexuais, que sabem ver deliciosamente a alma dentro de cada ser com muita facilidade e quando vocês despertarem nunca mais terão vergonha de sorrir de forma sedutora pra quem mereça sua energia sexual sem amarras, vibrante e regenerativa. Eu realmente me pergunto o que eles queriam dizer no passado com "crianças índigo".... viver entre o ying e o yang... pra quem cair em suas mãos será uma roda de delícias. Você existe, você gosta dos dois, mesmo, não de um ou outro, não por um tempo, não pra brincar. Nem precisa de dois ao mesmo tempo, pois um te satisfaz.

A não ser que você seja poliamoroso.

É meu caso também. 😅 Não curto apenas o relacionamento aberto, eu busco a mesma profundidade em uma parceira ou parceiro que na minha esposa, sem ânsia em chegar lá, a fim de construir uma rede de relações amorosas verdadeiras e profundas que me complete como um único relacionamento completa um monogâmico verdadeiro.

E quando eu sinto amor por uma (ainda não me apaixonei por homens), a paixão pela outra só aumenta. Eu aprendi a ser monogâmico por ética, mas presentemente descubro que minha plenitude sexo-afetiva não é essa e que isso não é putaria. E, dentro da ética, no combinado do relacionamento, me mantenho fiel, porém, poliamoroso, em busca de completar esse vazio que, por dinâmica da minha própria sexualidade, pede mais de uma para preencher. E isso não é fantasia erótica, isso é necessidade íntima existencial tanto quando a do monogâmico de ter "apenas e suficientemente" uma.

Então é até difícil conversar sem que isso caia na vala das fantasias sexuais do interlocutor... por vezes nem tento explicar nada. Só se for mesmo pra ser bem abstrato.

Então, eu tenho que mostrar que (1) ser bi não é putaria nem doença, porque gay ok, hétero ok, mas bi é putaria. Que merda...

E daí (2) ser poliamoroso não é putaria nem doença. Pegação generalizada com pessoas que se atraiam mutuamente e se conheçam tá ótimo, mas não é disso que tô falando.

Aí até o povo do meio liberal é mais recatado. Fora que homem bi lá assusta mais os "borracha fraca" do que qualquer outra coisa.

Eu tô falando aqui mas falo pra qualquer um na rua, sem problemas, e depois dou um abraço ou um aperto de mão. Nunca fui de ter armário, só nunca falei porque nunca importou pra ninguém minha vida, mas se tivesse algum namorado nesse tempo tava na rua com ele e minha esposa. E também abrimos pro mundo que somos abertos, porque fomos expostos por fofoca, e como resultado, após inverter a fofoca porque eu tô me lixando pro que tenham visto (quem gostar vem ter ao vivo), muitas portas boas se abriram pra minha felicidade. A quem soube da fofoca, resta apenas a pergunta: "como que fulano soube disso? Como que ele sabia dessas fotos ou vídeos dele? Onde ele tem acesso a isso? Aonde ele foi?"... e devagar a fofoca retorna pra origem por conta própria, mas apenas na medida da culpa de quem fofocou. Espero que sejam poupados pelo karma, já que eu e minha esposa revertemos todo o dano e ainda capitalizamos amor.

Foi Deus... foi Deus... enfim... ser bissexual e ser poliamoroso não é nada demais, é apenas uma terça-feira a mais. Eu realmente dou a mínima pra fofoca, era só porque não falo da minha vida, não que eu me importasse um pingo com o que fossem pensar kkkkkk é, ninguém espera essa reação... fazer o que. Nem todo mundo que não espalha aos 4 ventos tem vergonha de seu segredo... às vezes quem come quieto come mais e pode ser só isso. Mas, agora, obrigado pela fofoca porque agora além de comer quieto, os(as) interessados(as) já sabem onde procurar diversão, caso haja interesse mútuo. Pra mim, só vitória. Me pergunto da intensidade da má-fé de quem espalhou a notícia. Que Deus o ilumine. Que o karma o poupe, se der.

Bem...

Então eu me vejo uma dessa raras pessoas que assumem pro mundo o que há de mais louco pra assumir.

Bi, toma porrada de geral. Poliamor, toma porrada dos mono e dos poli-só-sexo ou dos swingers sem vínculos etc!

Aí, além de lutar pra entender que meu jeito é típico bissexual, não é típico gay ("afeminado") nem típico hetero ("machão"), tampouco é um meio termo entre afeminado e machão, é propriamente um terceiro sexo, um terceiro ethos, um terceiro estilo, que os homens e mulheres bi compartilham entre si. Considero é claro que bissexuais/heteros/homos/etc podem ter jeito mais "afeminado" ou até mesmo mais "machão", ou quem sabe mais "travestístico" (não sei como chamaria)... acho que pude me fazer entender sem precisarem levantar detalhes de debates teóricos.

E por que estou fazendo esta postagem se não gosto de falar com as pessoas, não por vergonha, mas porque não há o que falar? Porque eu espero que o jovem de 12 anos de hoje em dia, ao sentir vontade de beijar seu amigo depois de passar a vida toda só olhando pra meninas, possa saber que ele pode ser bissexual, que aquela pode ser uma vez isolada, ou pode ser algo novo a ser explorado. Quem sabe talvez alguém busque sobre o tema e encontre esse tópico. Alguém que nunca precise tomar cogumelos, mas que busque alívio pra sua dor existencial de ser bissexual, seja uma mulher que não se encaixa, seja um homem. Saiba que você pode ser bissexual. Não precisa ir contar aos sete ventos. Apenas deixe fluir caso a caso até ter certeza lá na frente em algum momento.

E também, no meio liberal, uma vez conheci uma mulher. Ela foi minha primeira namorada liberal, coisa de 2 semanas, esposa sabendo etc. Ocorre que ela se achava estranha porque ela só sentia satisfação plena sexual se estivesse na cama ao mesmo tempo com um homem e uma mulher. Então... ela não é uma depravada, é uma poliamorosa ou poli-alguma-coisa, enquanto o outro poliamoroso pode ser um polígamo mais tradicional (cada mulher numa casa e elas não se envolvem sexualmente).

Só... por favor, parem de sentir culpa. Tem muito vídeo no youtube. Leiam sobre poliamor. Leiam sobre bissexualidade. Entendam que nós existimos. Nós, bissexuais; e nós, poliamoros, existimos, e somos fodas! ("Ministério da Ressalva Adverte: pessoas escrotas existem em todos os espectros da sexualidade humana").

Me sinto feliz de fazer essa declaração aqui e me colocar desta forma publicamente no fórum a partir de hoje, como também aqui na minha vida real.

Abraços a todos e... muito sexo e amor!!! Sempre com ética.
 
Amor gera amor ❤️

Isso, nobre @Rico :D

O amor em si é livre: deve ser apenas doado, jamais confiscado.

Quem elabora e vive o poliamor, ao contrário de um monogâmico que costuma trair e se enrolar todo, cria toda uma esfera de confiança, cumplicidade e unidade. Na minha visão, entre todos. Não consigo imaginar uma relação poligâmica que não envolve todos estarem bem uns com os outros para permanecer existindo, ao menos no sentido de se sentirem bem uns com os outros no geral. Do contrário, me parece imposição, exceto se todos estiverem confortáveis com o desconforto. Eu acho que eu não conseguiria, tampouco precisaria me preocupar com isso, pois desde o começo faria as coisas de forma natural, humana, verdadeira.

Então, ao contrário do senso comum, não existe um "gerenciamento" de várias relações, elas tão-somente ocorrem naturalmente até o ponto de satisfação sexo-afetiva da pessoa poliamorosa: duas, três, quatro, cinco, seis?.. oito?.. Não tem limite, na prática, a questão é o quanto os "jogadores" da vida real estão felizes com a troca coletiva resultante e queiram permanecer, por livre e espontânea vontade, nesta relação.

O poliamor não é a brincadeira de adolescência tampouco. Ou de começo de juventude. Em que as pessoas namoram liberalmente para experimentar. Isso é apenas experimentação, mesmo que viva uns anos. De toda forma, se não envolver sentimentos mas somente sexo, não é poliamor nos termos que digo, é "apenas" uma relação liberal - o que já é ótimo, pois as pessoas devem ter a liberdade de viverem as suas vidas.

Em algum momento alguém disse: você é meu, e agora você só pode gostar de mim e de mais ninguém, e eu jamais entenderei as pessoas que você amou em meu lugar, ou que pensou quando estava comigo. Eu não sei quanto a vocês, mas isso me soa muito a escravidão sexual. Na verdade, isso não apenas soa, como é de fato uma escravidão sexo-afetiva. Ela é boa só pra gerar ciúmes e orgulho com suas violências resultantes.

Ao mesmo tempo em que a pessoa não só opta como vive com a ideia de que as pessoas são livres pra amar, e só amar, e só doar amor, você não impõe que lhe amem: você vive com as pessoas e cultiva com elas o amor em comum. A cada pessoa, a emoção da paixão se renova entre todos. Essa é a minha experiência subjetiva, eu que não sou polígamo por religião, cultura, exibição pública (senão só falava das mulheres e não da bissexualidade)... eu sinto assim. Minha esposa, que me libertou de tantas amarras, recebe a força de cada paixonite, com uma intensidade na qual eu vejo que estou apaixonado por ela de novo!

Se cada um dos adúlteros inveterados que não sentem um prazer especial na arte de enganar a esposa (tenho pena delas) tivessem essa consciência e tentassem desenvolver essa relação, veriam como o poliamor envolve todos os espectros, inclusive hetero, que é a única poligamia referendada no mundo. Ao invés de traírem, poderiam construir. Ao invés de ódio, apoio. Uma pariu, a outra dá em dobro. Problema nenhum!

Sexo não é só fantasia, é também felicidade.
 
Eu sou o que sou...é uma passagem da Bíblia. Estava assistindo ontem aquela série The Chosen e essa frase foi falada por Jesus num trecho do episódio. Enquanto eu lia suas palavras isso me veio a mente.
É interessante como podemos abstrair ou fazer novas conexões e dar um entendimento diferente do que a própria igreja da. Nesse caso, fiquei pensando "Eu sou o que sou" é tão simples e tão abrangente, é aquilo que realmente importa, não há rótulos, não há restrições, não há vergonha... Resolveria tantos problemas se isso fosse uma "regra", não só de preconceito como também de crises de identidade. Se a gente nascesse com apenas essa certeza, eu sou o que sou e assim serei o que eu quiser ser; quem as pessoas poderiam apenas se preocupar com isso e não em moldar os outros conforme a forma que lhe foi apresentada.
Li seu texto e senti que exalava libertação, te parabenizo por chegar a esse ponto de compreensão consigo mesmo! Seja oq vc é meu amigo e fique feliz por estar sendo você!

Edit: não sou um cara de religião, não tenho nada contra quem seja tbm. Acho que eu não teria tanta liberdade de pensamento se me mantivesse preso a doutrinas, mas acho tão incrível como as passagens, parábolas são escritas, qnt ensinamentos e qnts possibilidades de se compreender aquilo...
 
Última edição:
Adorei seu relato, @ExPoro ! é bom compartilharmos de padrões similares de relacionamentos afetivos.. não me sinto mais tão esquisita rss

Em algum momento da nossa amizade das antigas chegamos a conversar sobre sexualidade e vc comentou, não sei se via MP ou e-mail, que tinha relacionamento aberto com sua esposa, mas na época vc procurava não se envolver muito com outras mulheres que não fossem sua esposa.

Até então eu apenas havia passado minha infância indo na casa de amigos da minha mãe que viviam um triângulo amoroso de anos, uma boa referência que tive, e nunca mais tive contato com ninguém atípico em relação a isso que não fossem amigos assumidamente gays.. então eu ia com eles em boates LGBTQIA+ mas só cheguei a ficar com mulheres duas vezes.

Eu tenho muito receio de falar abertamente sobre minha opção sexual com minha família, e também fiquei com pé atrás de falar sobre isso aqui no fórum porque as pessoas ainda julgam com certa malícia e acham que somos promíscuos, que não nos protegemos e por aí vai.. é perceptível que algumas pessoas até passam a nos desrespeitar e fazer pouco da nossa pessoa quando nos assumimos, mas eu não dou importância pra isso não.. faz muito mal negar nossa verdadeira natureza e reprimir essas coisas..

Diversas vezes me senti mal por não fazer sexo no primeiro date como a maioria das pessoas esperam, outras vezes também me senti mal por fazer contra a minha vontade, apenas para satisfazer a outra pessoa, me anulando assim.. quando entendi que essa é uma característica de pessoas demissexuais.. então com o tempo, me autoconhecendo melhor através das relações, passei a compreender, aceitar e a respeitar mais meu modo único de ser, sem que eu ficasse me cobrando e sem sentir qualquer tipo de medo ou culpa ou vergonha por isso.
 
Última edição:
senti que exalava libertação
Sim. Um grito de "eu tenho o direito de existir e ser feliz, e vocês também". 🥲

outras mulheres que não fossem sua esposa
Sim, nosso relacionamento também progrediu na compreensão do poliamor. Amadureceu. 😃

faz muito mal negar nossa verdadeira natureza e reprimir essas coisas..
Não é nem reprimir... é não se realizar publicamente como o que é.

Dá pra viver de boa na hipocrisia, mas ter sido exposto foi libertador, porque praticamente foi uma desculpa pra fazer o que eu já queria sem oposição da minha esposa, que era sair falando mesmo pra quem quisesse saber. Porque nós dois sabíamos que isso ia ocorrer, uma vez que eu queria um relacionamento, e não apenas uma namorada escondida. Mas um relacionamento completo, e isso não se pode esconder.

Na verdade, acho que a exposição foi mais um acelerador do que uma condição indispensável de nos colocarmos publicamente.

Pelo lado bom, vai ser mais fácil agora estabilizar a poligamia com as pessoas já sabendo nossa orientação sexo-afetiva polígama. O "escândalo" (pra eles que se escandalizaram kkkkK pra mim, super normal) já aconteceu, agora é só vitória. Podemos ser nós mesmos, mas especialmente eu posso efetivamente "ser" (ter meu jeito de ser) eu mesmo.

Até parei de olhar a minha câmera nas chamadas do zap kkkkk pq tô muito bem em seja lá como eu esteja me portando ou movendo ou falando ou respirando...

Eu finalmente só respiro, ando, falo, movo... sendo eu mesmo... é muito bom.
 
Última edição:
Salve @ExPoro !

Li sua postagem original e os comentários até aqui. Que coisa bonita isso, cara. Principalmente este seu último trecho aqui

Eu finalmente só respiro, ando, falo, movo... sendo eu mesmo... é muito bom.
Como seria lindo se todos nós pudéssemos viver sem precisar pedir licença para ser quem realmente somos não é mesmo?

A vida em sociedade é cheia de cartilhas pra gente seguir, como se uma única maneira de viver se encaixasse na vida de 8 bilhões de pessoas únicas no mundo. Acredito que as pessoas precisam de liberdade para experimentar a vida como sentem que faz sentido pra elas, desde que ninguém se machuque por causa das experimentações.

Se for pra escolher rótulos, talvez eu pudesse escolher dois: bi e/ou demi-sexual. Não sou muito chegado aos rótulos que a galera tem se agarrado nos últimos tempos porque acho que às vezes os rótulos podem mais aprisionar do que descrever... mas enfim... o papo não é esse haha. O que eu quero dizer é que simpatizo com sua forma de experimentar o mundo e como você se sente.

A maioria da população tenta caber nos moldes em que nos enfiam durante a nossa educação. Alguns fingem estar presos, outros realmente se sufocam para caber no papel que foi prescrito para eles. Agora, alguns de nós, "desajustados" e corajosos, acabam conseguindo viver sem pedir licença para o mundo. Eu realmente admiro gente assim.

Parabéns pela coragem de viver ExPoro!
 
Queria eu saber de mim mesmo o tanto que vc já sabe de vc mesmo. Discutimos poliamor em casa há um tempo, ainda não chegamos a uma conclusão. Deixar as vontades virarem fatos ou deixar nas vontades? O problema é o não saber como o 'depois' será.... Será que vai dar briga? Será que vai dar competição? Será que a gente vai acabar descobrindo que preferia outras pessoas?.... Seguimos no debate. Um dia chegaremos na clareza que vc aparentemente já obteve.
 
Isso mesmo, nobre @Destilador, o caminho é esse. Não desista de seus anseios poliamorosos. Nós também temos o direito de sermos felizes.

Deixar as vontades virarem fatos ou deixar nas vontades? O problema é o não saber como o 'depois' será.... Será que vai dar briga? Será que vai dar competição? Será que a gente vai acabar descobrindo que preferia outras pessoas?.

Muitas respostas foram dadas na medida em que as coisas foram vividas. E elas foram vividas tanto espontaneamente quanto na medida em que buscamos que ocorressem.

No começo do casamento, apesar de sermos 2 almas liberais previamente, ela não sabia se superaria os ciúmes, então nunca fizemos nada. Até que um dia uma amiga dela passou a noite lá em casa e, entre situações a 3 suaves sem nada físico no fim, ela notou que se sentia bem de ser aberta comigo também (ela já era aberta num namoro anterior).

Daí passamos a buscar ativamente pela realização de fantasias. Não era poliamor, ela só mesmo brincadeira e fantasia. Isso criou situações, conversas, trocas com muitas pessoas e detestamos o meio liberal: as pessoas só falam disso, só vivem pra isso, só pensam nisso. Inicialmente, eu hétero aberto, lidava com casais típicos de homem hetero e mulher bi.

Tudo gira em torno do bi feminino, mas não de forma integrativa, e mais puramente como uma extensão da pornografia na cama. As mulheres começam a parecer homens bem xulos quando falam de bi feminino, até aí, ok, mas generaliza demais, e toda hora, e 5 em 5 minutos. E o bi masculino? Intolerância, preconceito, machismo! Isso mesmo. Muito machismo. Os héteros trocam esposas, suas propriedades, sem dizer a elas que essa é a fantasia-chave, caso em que estaria OK. A mulher sente que se empodera, mas só satisfaz a luxúria na medida em que isso satisfaça a do marido. Parece que se você pegar a mulher do cara, ele "precisa" pegar a sua pra compensar, como se ficasse na desvantagem. O grau de abjetismo humano é extremamente incômodo. Se fossem todas as mulheres cientes do que ocorre, bastava viverem a mesma experiência no meio não machista com homens bi pra entenderem a diferença entre ver a bissexualidade como direito de existir ou como objeto de prazer. Quando uma esposa é bissexual e o marido a curte com outras mas tem raiva de gay ou bi, pode escrever que ele não a respeita em seu íntimo, é apenas um objeto.

Claro que cada pessoa tem uma experiência. A gente teve essa e pegamos horror do meio, e eu ainda era hétero liberal (ou seja, faria o que a minha esposa quisesse, ainda que eu sendo hétero, pelo prazer dela, e isso gerou momentos estranhos na única "resenha" que a gente foi, pra nunca mais).

Descobrimos que éramos liberais, mas não éramos assim daquele jeito. Tínhamos nossas vidas completas e nos abrimos por nossas naturezas, e não pra brincar apenas. Enfim, que porre esse povo do meio, então nos afastamos e ficamos na nossa uns anos.

Nesse período, não deixamos de ser abertos. Só não tinha mesmo interesse. Eu ainda hétero também. Nós somos espíritos liberais, então seguíamos sendo, mesmo sem ficar. Isso levou a 5 anos de conversas e trocas francas sobre o tema e muitos amadurecimentos, como eu ir atrás de uma segunda esposa.

Mas muitos preconceitos estavam introjetados em mim. A minha esposa é muito mais madura como liberal, apesar de eu ser mais expansivo pra buscar parceiros fixos. Demorei até entender a permissão dela pra eu sair sozinho como algo bom. Isso porque a gente não tinha ido pro meio pra completar nada, a gente era liberal por espírito. Então, pensar em sair sozinho era estramho quando estávamos em crises de frequência sexual devido a nascimento, amamentação, COVID...

Quando a vida empurrou, fui e saí sozinho. Ela ficou super bem, eu também. E então eu comecei a vencer um preconceito. É pleno também buscar complemento fora. Eu fiquei muito feliz.

Me descobri biafetivo. Saí com o casal, e confirmei a bissexualidade. Depois a primeira namorada liberal, depois a segunda, e ambas deram errado. Uma bloqueamos que era doida; outra, virou uma grande amiga valorosa.

Neste momento, começamos a desenvolver as regras que eram confortáveis pros 2 da minha busca por uma namorada ou esposa. São tantos detalhes, mas pra quem tá dentro, é tudo muito relevante. O básico é que não dá pra ser namorada(o) ou esposa(marido) sem todos se entenderem muito bem como pessoas, se respeitarem e se gostarem. Isso cria então uma dinânima em que minha esposa só precisa estar ciente, ou até ter algum ato junto, para que tudo possa começar. Quando a gente se inclui, não há ciúmes.

Em seguida fui vendo que tudo que sentia nas novas paixões refletia pra trás, na minha esposa, realimentando a paixão original por ela de mais de 10 anos antes. Mesmo quando um namoro não dá certo, a parceira fortalece o processo emocional de cura. E enquanto dá certo, potencializa tudo de bom também.

E, a segunda regra, nem pisco os olhos se a esposa disser não, ponto final. Claro que isso só pode ocorrer antes de virar namorada, pois só terá virado se houve compatibilidade.

A experiência leva a calma. O sonho da segunda esposa entra em automático e ocupo minha mente com as relações com homens.

Nesses anos, saímos em torno de 3 vezes. Sempre seletivos com longas conversas antes de qualquer coisa. A gente não tinha ânsia.

Ah, e um casal que o cara me falava "coisas" bissexuais no zap e no motel surtou e foi embora? Kkkkkk Eu não devia ter dado LSD pra eles, mas o programa era esse. Enfim. Aprendemos que, no nosso gosto, é pra manter longe não só homem hétero mas também os curiosos.

Assim, vai vivendo...

Ai volta lá. Queria ver mais homens. Aí saí sozinho de novo. Eu resistia de novo a isso, mas de novo relaxei e foi muito bom.

Sei que a cada vez a gente via o que dava certo e o que não dava. E eu descobria meu desejo polígamo, e me descobria poliamoroso, e não somente aberto.

Mesmo sem sair com ninguém nem ir em local liberal pra sair com alguém por anos (somando os tempos entrecortados), nós conversamos muito sobre teoria e prática.

Então, hoje em dia, como funciona?

Minha esposa se diverte mas não se interessa mais muito porque toda hora me apaixono! Kkkk tipo "ta ta depois você me fala dele ou dela, deixa eu ver o UFC, vaí marretaaaaaaaa" sabe. Ela é natural.

Aí nem conto muito pra não perturbar ela, vou atrás de amigas bissexuais do meio que não são pessos "do meio", ou seja, vivem suas vidas e o mundo liberal é só uma parte delas, e não 90% da vida fora do emprego. Com elas não preciso explicar como é se sentir poliamor. Facilita.

E eu adorarei vê-la se apaixonar um dia. Mas ela é assim, impossível de conquistar. Ou ela olha e gosta; ou fim de jogo sem nem ligar o videogame. Rs

E pra finalizar, quando estamos longe, eu só preciso não deixar ela sem resposta no zap depois que ler. De resto, ela tá de boa comigo feliz com alguma nova paquera.

E claro, sempre falar sobre uso de preservativo. É muito importante. E um homem em casal, quando tem a comunicação com a esposa, sempre irá usar camisinha quando não for seguro por ela. Poucas exceções de verdade se aplicam, como talvez uma nova namorada virgem. O detalhe é que não dá pra ser "depois eu conto que foi sem", isso entre a gente seria considerado uma traição grave.

Então quando tem alguma mulher a vista que possa ser prevista, debato com ela sobre o tema camisinha no caso daquela mulher específico. Sem debate, há regras prévias que consideram até se eu for surpreendido ou não. Homem, nem preciso falar, seria loucura não usar; a menos que seja uma relação estável tipo marido ou namorado. E por aí vai.

E assim os não liberais, ao traírem sem conversar e não usarem camisinha, são não sei quantas vezes mais propícios a pegarem doenças venéreas dos cônjuges do que os liberais. E querem chamar a gente de... enfim, né...

Nisso de fato o "casal padrão liberal" (homem hétero e mulher bi) é um pulo enorme. E todas as ressalvas que fiz aqui sobre o ambiente deles vale pra gente e nosso gosto. Mas se todos estiverem cientes e afim disso, o importante é ser feliz! Eu tô aqui criticando mas sei bem o desarme dos olhos de cachorrinho abandonado dos homens kkkk

E triplique a paciência ao lidar com ciúmes. A transição pro amor livre pleno demora dias, meses ou 1 a 2 anos, e cada um tem seu ritmo. Depois disso, vocês param de sentir ciúmes, quando estabelecerem as regras pra evitar ciúmes, que devem ser seguidas de forma estrita. Nessa fase... o poliamor entra em cheio.

É essa minha experiência descrita progressivamente pra dar de exemplo, porque só tenho o meu caso pra falar mesmo kkk.

...

Então, o poliamor não tem preferências. E fácil pensar isso se pensar no adúltero que tem 2 famílias e ama as duas esposas. Ele ama as 2, não uma ou outra. Uma faz X mas jamais Y na cama, seja até mesmo por impossibilidade fisica; e a outra faz Y e o X é diferente. Não há preferências, ele morre de tesão igual no resultado da soma de se relacionar com as duas ao mesmo tempo, sacou?

Assim, o que ocorre é que o benefício que uma pessoa traz, vai pra todos. Se uma faz anal em certa viagem, por exemplo, e a outra não por saúde, a que fizer gerará a satisfação da libido nele em relação às duas: a que não deu terá os benefícios emocionais do trato de um homem que acabou de comer um... no meio de uma viagem. Entendeu? Não há preferência no que se torna uma só coisa.

Isso um poliamor verdadeiro. Essa poligamia tosca héterocentrada que só o homem pode, que a mulher não tem emprego... isso é bizarro. Pode ser poliamor, mas ainda assim uma faceta de machismo.

E nada que seja machista pode ser poliamoroso de verdade. Nada que oprima mulheres, gays, bissexuais etc pode ser verdadeiramente bom.

O ponto da ética é se poliamoroso de verdade, e não apenas um polígamo que exibe suas muitas mulheres por aí.

...

E competição só pra ver quem faz quem mais feliz, sendo que todos vencem, esse o objetivo. :)
 
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Isso mesmo, nobre @Destilador, o caminho é esse. Não desista de seus anseios poliamorosos. Nós também temos o direito de sermos felizes.



Muitas respostas foram dadas na medida em que as coisas foram vividas. E elas foram vividas tanto espontaneamente quanto na medida em que buscamos que ocorressem.

No começo do casamento, apesar de sermos 2 almas liberais previamente, ela não sabia se superaria os ciúmes, então nunca fizemos nada. Até que um dia uma amiga dela passou a noite lá em casa e, entre situações a 3 suaves sem nada físico no fim, ela notou que se sentia bem de ser aberta comigo também (ela já era aberta num namoro anterior).

Daí passamos a buscar ativamente pela realização de fantasias. Não era poliamor, ela só mesmo brincadeira e fantasia. Isso criou situações, conversas, trocas com muitas pessoas e detestamos o meio liberal: as pessoas só falam disso, só vivem pra isso, só pensam nisso. Inicialmente, eu hétero aberto, lidava com casais típicos de homem hetero e mulher bi.

Tudo gira em torno do bi feminino, mas não de forma integrativa, e mais puramente como uma extensão da pornografia na cama. As mulheres começam a parecer homens bem xulos quando falam de bi feminino, até aí, ok, mas generaliza demais, e toda hora, e 5 em 5 minutos. E o bi masculino? Intolerância, preconceito, machismo! Isso mesmo. Muito machismo. Os héteros trocam esposas, suas propriedades, sem dizer a elas que essa é a fantasia-chave, caso em que estaria OK. A mulher sente que se empodera, mas só satisfaz a luxúria na medida em que isso satisfaça a do marido. Parece que se você pegar a mulher do cara, ele "precisa" pegar a sua pra compensar, como se ficasse na desvantagem. O grau de abjetismo humano é extremamente incômodo. Se fossem todas as mulheres cientes do que ocorre, bastava viverem a mesma experiência no meio não machista com homens bi pra entenderem a diferença entre ver a bissexualidade como direito de existir ou como objeto de prazer. Quando uma esposa é bissexual e o marido a curte com outras mas tem raiva de gay ou bi, pode escrever que ele não a respeita em seu íntimo, é apenas um objeto.

Claro que cada pessoa tem uma experiência. A gente teve essa e pegamos horror do meio, e eu ainda era hétero liberal (ou seja, faria o que a minha esposa quisesse, ainda que eu sendo hétero, pelo prazer dela, e isso gerou momentos estranhos na única "resenha" que a gente foi, pra nunca mais).

Descobrimos que éramos liberais, mas não éramos assim daquele jeito. Tínhamos nossas vidas completas e nos abrimos por nossas naturezas, e não pra brincar apenas. Enfim, que porre esse povo do meio, então nos afastamos e ficamos na nossa uns anos.

Nesse período, não deixamos de ser abertos. Só não tinha mesmo interesse. Eu ainda hétero também. Nós somos espíritos liberais, então seguíamos sendo, mesmo sem ficar. Isso levou a 5 anos de conversas e trocas francas sobre o tema e muitos amadurecimentos, como eu ir atrás de uma segunda esposa.

Mas muitos preconceitos estavam introjetados em mim. A minha esposa é muito mais madura como liberal, apesar de eu ser mais expansivo pra buscar parceiros fixos. Demorei até entender a permissão dela pra eu sair sozinho como algo bom. Isso porque a gente não tinha ido pro meio pra completar nada, a gente era liberal por espírito. Então, pensar em sair sozinho era estramho quando estávamos em crises de frequência sexual devido a nascimento, amamentação, COVID...

Quando a vida empurrou, fui e saí sozinho. Ela ficou super bem, eu também. E então eu comecei a vencer um preconceito. É pleno também buscar complemento fora. Eu fiquei muito feliz.

Me descobri biafetivo. Saí com o casal, e confirmei a bissexualidade. Depois a primeira namorada liberal, depois a segunda, e ambas deram errado. Uma bloqueamos que era doida; outra, virou uma grande amiga valorosa.

Neste momento, começamos a desenvolver as regras que eram confortáveis pros 2 da minha busca por uma namorada ou esposa. São tantos detalhes, mas pra quem tá dentro, é tudo muito relevante. O básico é que não dá pra ser namorada(o) ou esposa(marido) sem todos se entenderem muito bem como pessoas, se respeitarem e se gostarem. Isso cria então uma dinânima em que minha esposa só precisa estar ciente, ou até ter algum ato junto, para que tudo possa começar. Quando a gente se inclui, não há ciúmes.

Em seguida fui vendo que tudo que sentia nas novas paixões refletia pra trás, na minha esposa, realimentando a paixão original por ela de mais de 10 anos antes. Mesmo quando um namoro não dá certo, a parceira fortalece o processo emocional de cura. E enquanto dá certo, potencializa tudo de bom também.

E, a segunda regra, nem pisco os olhos se a esposa disser não, ponto final. Claro que isso só pode ocorrer antes de virar namorada, pois só terá virado se houve compatibilidade.

A experiência leva a calma. O sonho da segunda esposa entra em automático e ocupo minha mente com as relações com homens.

Nesses anos, saímos em torno de 3 vezes. Sempre seletivos com longas conversas antes de qualquer coisa. A gente não tinha ânsia.

Ah, e um casal que o cara me falava "coisas" bissexuais no zap e no motel surtou e foi embora? Kkkkkk Eu não devia ter dado LSD pra eles, mas o programa era esse. Enfim. Aprendemos que, no nosso gosto, é pra manter longe não só homem hétero mas também os curiosos.

Assim, vai vivendo...

Ai volta lá. Queria ver mais homens. Aí saí sozinho de novo. Eu resistia de novo a isso, mas de novo relaxei e foi muito bom.

Sei que a cada vez a gente via o que dava certo e o que não dava. E eu descobria meu desejo polígamo, e me descobria poliamoroso, e não somente aberto.

Mesmo sem sair com ninguém nem ir em local liberal pra sair com alguém por anos (somando os tempos entrecortados), nós conversamos muito sobre teoria e prática.

Então, hoje em dia, como funciona?

Minha esposa se diverte mas não se interessa mais muito porque toda hora me apaixono! Kkkk tipo "ta ta depois você me fala dele ou dela, deixa eu ver o UFC, vaí marretaaaaaaaa" sabe. Ela é natural.

Aí nem conto muito pra não perturbar ela, vou atrás de amigas bissexuais do meio que não são pessos "do meio", ou seja, vivem suas vidas e o mundo liberal é só uma parte delas, e não 90% da vida fora do emprego. Com elas não preciso explicar como é se sentir poliamor. Facilita.

E eu adorarei vê-la se apaixonar um dia. Mas ela é assim, impossível de conquistar. Ou ela olha e gosta; ou fim de jogo sem nem ligar o videogame. Rs

E pra finalizar, quando estamos longe, eu só preciso não deixar ela sem resposta no zap depois que ler. De resto, ela tá de boa comigo feliz com alguma nova paquera.

E claro, sempre falar sobre uso de preservativo. É muito importante. E um homem em casal, quando tem a comunicação com a esposa, sempre irá usar camisinha quando não for seguro por ela. Poucas exceções de verdade se aplicam, como talvez uma nova namorada virgem. O detalhe é que não dá pra ser "depois eu conto que foi sem", isso entre a gente seria considerado uma traição grave.

Então quando tem alguma mulher a vista que possa ser prevista, debato com ela sobre o tema camisinha no caso daquela mulher específico. Sem debate, há regras prévias que consideram até se eu for surpreendido ou não. Homem, nem preciso falar, seria loucura não usar; a menos que seja uma relação estável tipo marido ou namorado. E por aí vai.

E assim os não liberais, ao traírem sem conversar e não usarem camisinha, são não sei quantas vezes mais propícios a pegarem doenças venéreas dos cônjuges do que os liberais. E querem chamar a gente de... enfim, né...

Nisso de fato o "casal padrão liberal" (homem hétero e mulher bi) é um pulo enorme. E todas as ressalvas que fiz aqui sobre o ambiente deles vale pra gente e nosso gosto. Mas se todos estiverem cientes e afim disso, o importante é ser feliz! Eu tô aqui criticando mas sei bem o desarme dos olhos de cachorrinho abandonado dos homens kkkk

E triplique a paciência ao lidar com ciúmes. A transição pro amor livre pleno demora dias, meses ou 1 a 2 anos, e cada um tem seu ritmo. Depois disso, vocês param de sentir ciúmes, quando estabelecerem as regras pra evitar ciúmes, que devem ser seguidas de forma estrita. Nessa fase... o poliamor entra em cheio.

É essa minha experiência descrita progressivamente pra dar de exemplo, porque só tenho o meu caso pra falar mesmo kkk.

...

Então, o poliamor não tem preferências. E fácil pensar isso se pensar no adúltero que tem 2 famílias e ama as duas esposas. Ele ama as 2, não uma ou outra. Uma faz X mas jamais Y na cama, seja até mesmo por impossibilidade fisica; e a outra faz Y e o X é diferente. Não há preferências, ele morre de tesão igual no resultado da soma de se relacionar com as duas ao mesmo tempo, sacou?

Assim, o que ocorre é que o benefício que uma pessoa traz, vai pra todos. Se uma faz anal em certa viagem, por exemplo, e a outra não por saúde, a que fizer gerará a satisfação da libido nele em relação às duas: a que não deu terá os benefícios emocionais do trato de um homem que acabou de comer um... no meio de uma viagem. Entendeu? Não há preferência no que se torna uma só coisa.

Isso um poliamor verdadeiro. Essa poligamia tosca héterocentrada que só o homem pode, que a mulher não tem emprego... isso é bizarro. Pode ser poliamor, mas ainda assim uma faceta de machismo.

E nada que seja machista pode ser poliamoroso de verdade. Nada que oprima mulheres, gays, bissexuais etc pode ser verdadeiramente bom.

O ponto da ética é se poliamoroso de verdade, e não apenas um polígamo que exibe suas muitas mulheres por aí.

...

E competição só pra ver quem faz quem mais feliz, sendo que todos vencem, esse o objetivo. :)
Estamos trabalhando nossas aceitações. Tenho umas inseguranças mas por mim estava aberto há tempos, acho q só dá pra resolver as questões se ela gente aceitar vivenciar cada uma. Não tenho ascensões bissexuais ou seja lá o termo, ela já singrou essas águas mas acho que doutrinacões variadas acabaram matando os desejos, mas não me incomodo em dividir a maçã, acho que pra dividir, todos tem que dividir, digo, um dividir o outro. Tenho meus flertes héteros e ela tem os dela, héteros e bis. Estamos no passo em que quem quiser sair e fazer o que quiser é permitido, 'se cuidando' sempre. Se isso vai entrar em casa só o tempo sabe, mas como disse, ela tem questões de, apesar de querer, ter sido muito doutrinada sobre isso ou aquilo ser errado, medo de julgamentos e por aí vai. Só sei que é chato não poder ir pra sua casa fazer o que já está acordado como possível. E realmente, como vc disse, pelo menos pra mim, parece que depois de sair com outra pessoa, a pessoa de sempre ganha novas cores e sabores.
 
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