Eu gosto bastante de pesquisar sobre culturas antigas em geral, mas os povos germânicos foi algo no que foquei por mais tempo, acho que o que posso acrescentar é que pouco se sabe sobre os berserker. Não eram exatamente uma casta acredito eu, nem necessariamente lutavam nus. Pode ser que consumiam amanitas ou psilocybes que crescem no hemisfério norte, é porvavel que tenham consumido ambos. As fontes históricas diretas sobre o assuntos são escarças, apenas fontes indiretas muitas vezes cristãs que não podem nos dar certeza. Porém, guerreiros ensandecidos correndo nus e sem medo da morte é um tema bem comum ao longo da história dos diversos povos germânicos e celtas. É atribuído isso a eles como uma estratégia de impor medo e é uma reflexão do antigo estilo de batalha desses povos, antes de serem romanizados, de fato lutavam desorganizados e em frenesi. Apenas posteriormente é que começaram as paredes de escudos, com treinamento romano, e os berserkers creio serem um resquício dessa cultura da loucura da batalha. O contexto no qual usavam cogumelos é completamente diferente do nosso. Os guerreiros na época viking de fato eram uma casta no sentido de que eram a elite da sociedade, tinham mais poder monetário, e a cultura berserker só era possivelmente feita por guerreiros de profissão, ou seja, a elite da sociedade.
Mas há muitas evidências que sugerem o uso de enteogenos como os cogumelos no uso ritualístico tanto domestico quanto agrícola quanto espiritual. Uma das evidências é a de que se usavam cogumelos na fabricação de hidromel até o inicio da idade média se não me engano, quando a igreja proibiu. Na mitologia nórdica existe um conto, de uma fonte tardia, em que Odin cede aos humanos um hidromel mágico que quem bebe o transforma em poeta. Os poetas na cultura nórdica eram os responsáveis por transmitir a cultura e as histórias dos ancestrais, tinham um papel importante. Odin é guardião tbm dos mortos e dos que vieram antes, ele representa de certa forma a origem a humanidade, por estar ligado à morte e consequentemente a poesia, a transmissão da cultura. Há quem interprete o sacrifício de Odin de se pendurar na árvore da vida, processo no qual ganhou o conhecimento das runas, como o processo de secagem de cogumelos, de deixar eles pendurados e Odin muitas vezes é representado com um chapéu grande que lembra um cogumelo.
Fora isso tem a cultura xamanica dos germânicos, sobre a qual se sabe menos ainda. Há registros de pinturas em rochas na escandinava e fontes secundárias que mostravam que havia uma especie de culto xamanico da natureza e de suas forças, além de uma profunda ligação da magia e do xamanismo com o meio rural e agrícola. Sabe-se que havia rituais de xamanismo, de que havia pessoas, muitas vezes mulheres, que tinham a habilidade de viajar pelos mundos e há uma descrição de um ritual xamanico assim, de uma vidente que usa cânticos para chamar os espíritos e extrair deles informações e ações desejadas.
Os povos vizinhos dos escandinavos como os lapões mantiveram a cultura xamanica antiga viva durante muito mais tempo e se tem muito mais fontes sobre eles. Não são o mesmo povo mas há semelhanças interessantes no xamanismo e sabe-se que usavam cogumelos em seus rituais para viajar pelo mundos dos espíritos e obter contato com eles. Então é bastante provável que alguns povos e indivíduos da cultura nórdica em geral podiam ter feito um uso mais ritualístico e clarividente dos cogumelos para expansão da mente e para viagens do espirito, assim como é possível que guerreiros da época viking tenham feito uso de cogumelos ou alguma outra substância a que tinham acesso para gerar uma loucura de batalha que assuste os inimigos.