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Tutorial Atualização PF Tek 2020 - Confecção de Carimbo e Seringa

ExPoro

Enteogenista Apaixonado pela Vida
Cultivador confiável
14/04/2015
3,699
1
64
Finalmente, desculpem a demora, chegamos no último tópico da atualização/simplificação da PF Tek com vistas a fazer um .pdf simples e ilustrado com as instruções de cultivo com a Tek mais recomendada para iniciantes. Estes tutoriais são mais aprofundados do que o guia será, pois também são abertos ao debate e sugestões.



Anteriormente a este, foram feitos os seguintes tutoriais desta atualização, em ordem de postagem:
  1. Atualização PF Tek 2020 - Substrato
  2. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Inoculação
  3. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Preparo do Terrário de Garrafa Pet
  4. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Do Aniversário à Colheita
  5. Atualização PF Tek 2020 - Secagem, Conservação e Consumo


Então, vamos dar início a esta última parte:

Guia 2020 de PF Tek - PARTE VI (final)
HORA DE PREPARAR PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO - Feitura de Carimbo e Seringa
*assepsia recomendada, e assepsia necessária

A - Feitura do Carimbo

Bem, pra fazer o carimbo conforme o método que é apresentado neste tutorial, se necessitam de no mínimo os seguintes materiais:
  1. Faca ou bisturi - para seccionar o píleo na base do chapéu;​
  2. Alumínio - onde o chapéu irá depositar seus esporos e formar o carimbo;​
  3. Vasilhame de cozinha daqueles de guardar comida na geladeira - para dar ao carimbo em feitura um ambiente limpo sem contaminantes durantes as horas de sua produção;​
  4. Pote hermético com sílica gel - para armazenamento a longo prazo dos carimbos;​
  5. Máscara - para não respirar em cima do chapéu ou alumínio;​
  6. Luvas procedimentais ou mãos higienizadas com álcool 70% - para a manipulação do chapéu reduzindo os contaminantes por contato;​
  7. Caneta marcadora - para escrever a cepa e a data de feitura do carimbo.​

:teo_atencao: Ambiente de trabalho - uso de glovebox, boca de fogão, etc. É recomendada a assepsia, mas desde que haja higiene e com os itens acima limpos, funciona bem e até o momento nenhum dos meus carimbos feitos desde 2017 contaminou. Então, o mínimo necessário é a higiene, e de preferência se estar num local limpo. Mas usar um ambiente de trabalho asséptico é o ideal caso se queira ter maiores garantias, ou se não der nenhum trabalho.

Fundamento para constar no guia esta posição minoritária. Um dos pontos do novo guia é a retirada de etapas que na prática se demonstraram desnecessárias com o passar da última década. E poder seccionar um chapéu fora de um ambiente de trabalho é muito facilitador! Basta não demorar muito entre retirar o bolo da Garrafa Pet, seccionar o chapéu, colocar no alumínio e fechar o vasilhame. Vejam abaixo o procedimento.

A.1 - Procedimento de Feitura de Carimbo

Não obtive fotos, então vou usar as mesmas utilizadas na apostila de cultivo Completo - Diário Completo #1 - Ciclo de Vida Cool Bensis - TKSSS em PF Tek - 9º Cultivo na área de confecção de carimbos. Para detalhes mais profundos, basta visitar o link.


1 - potes para carimbo preparados.JPG ==> alguns dos materiais usados.

Reparem que o procedimento na foto será feito em cima da mesa da cozinha mesmo. É uma casa mantida limpa, mas não precisa ser no mesmo dia da faxina. Só não abuse da sorte pra fazer num dia em que esteja precisando de uma faxina urgente de tão suja (ou imunda?) a casa. Aí melhor usar um ambiente de trabalho asséptico.

O alumínio será aberto neste momento, então não precisa ser limpo com nenhum material de assepsia. Logo após colocar ele sobre a tampa do vasilhame, já pode fechar o vasilhame pra marcar no alumínio qual área ficará interna e deixar apoiado de leve até a hora de botar o chapéu. Aí, só dar uma levantadinha e então encaixar de vez após depositar o chapéu sobre o alumínio.

2a - seccionando o chapéu pra carimbar.JPG==> escolha um chapéu que já tenha começado a esporular, de preferência seco (ou pouco úmido) e no começo da esporulação, e quanto mais aberto melhor, mas ainda côncavo. (Quando fiz essa foto, ainda tinha pouca prática. Hoje em dia eu não colho o cogumelo, nem deixo o chapéu virado como na foto. Secciono o chapéu sem colher o cogumelo, sem virar o chapéu pra baixo, e levo diretamente pro alumínio. São poucos segundos de exposição ao ar fora do terrário.)

:teo_atencao: Os chapéus de carimbos, para terem reais chances de não serem estes totalmente contaminados, devem ser de frutos desenvolvidos dentro de terrários com filtragem de ar. Por isso, quando tenho interesse em tirar carimbos, uso as Garrafas Pet pra frutificação (e não um dos meus vários experimentos de frutificação em ambiente aberto).







2d - seccionando o chapéu pra carimbar.JPG==> seccione a conexão do píleo com o chapéu usando o material cortante de sua preferência.

💡 Dica. Se você deixar o ponto de corte um pouco abaixo da altura das extremidades do chapéu, irá marcar o alumínio. Isso poderá ajudar você na hora de dobrar o alumínio, porque poderá ver a marca central do chapéu do outro lado do alumínio ao fazer as dobraduras, reduzindo a chance de dobrar o alumínio em cima do carimbo - o que não é nenhuma desgraça, mas também não é o ideal.










3b - tampado.JPG==> coloque logo em seguida, sem demoras, o chapéu sobre a superfície do alumínio e os feche com o vasilhame para isolar do contato externo e contaminantes.

💡 Dica. Pressione bem o vasilhame contra a tampa para fechar bem e rasgar o alumínio na vedação, e então o alumínio externo em excesso já poderá ser retirado para ficar apenas a região dentro do vasilhame. (Na imagem abaixo, eu ainda não fazia isso).










3 primeiros carimbos dia 16-07.jpg==> vários carimbos em produção, cada qual dentro do seu vasilhame invertido. Eles devem ficar no mínimo 12 horas, mas não estragarão nem em 48 horas - só é desnecessário.

Após o período de 12 horas, retire-os sem precisar tocar neles: incline o vasilhame que ele vai escorregar, e então abra pra ele cair, fechando rapidamente logo em seguida.

Deixe secar então por 12 a 24 horas, em regra. Caso possa ver umidade condensada nas paredes do vasilhame, por ter usado um carimbo úmido, pode aguardar alguns dias até que tenha secado tudo. O vasilhame serve pra impedir contaminantes mas não é hermético, e a umidade devagar será dissipada, até chegar no ponto ideal pra fechar o carimbo. Basta não ter pressa.


3 primeiros carimbos já finalizados - dia 17.jpg==> por fim, dobre os alumínios (use máscara, e luvas ou mão pré-assepciada, pelo menos) e marque os carimbos com pelo menos duas informações: strain/cepa e mês/ano da feitura.

Opcionalmente, eu coloco também o tamanho do carimbo (P/M/G) e a intensidade (forte/médio/fraco).

Além disso, prefiro usar ziplocks para finalizar os carimbos, e é nos ziplocks que escrevo as informações de cada carimbo, e não diretamente no alumínio, como é o mais comum.









pote dos carimbos.jpg==> pronto! Só guardar num pote hermético com sílica gel em local ameno e de pouca iluminação. Eles permanecerão viáveis por 2 anos sem maiores problemas. No máximo, com sorte, 3 anos.

:teo_apontar_direita: E ali os carimbos ficarão, até o dia de fazer a seringa. Quanto mais tempo tiver o carimbo, mais se deve deixar a seringa hidratando. Recomendo pelo menos duas semanas pra carimbos com mais de 1 ano. A hidratação prolongada aumentará a possiblidade de eclosão dos esporos ainda viáveis.

E vamos à...




B - Feitura da Seringa

A feitura da seringa adotada por este tutorial se baseia no método apresentado no genial tópico Seringas extremamentes simples.

:teo_atencao: Assepsia necessária em ambiente de trabalho asséptico. Nunca arrisquei fazer uma seringa fora de uma boca de fogão para poder afirmar que só precisa higiene. Contudo, acredito que os efeitos de um contaminante que com certeza caia no pote de feitura seja o suficiente pra inviabilizar uma seringa inteira. O mesmo não ocorre com a feitura do carimbo, em que uma parte ou outra dele podem ter algum contaminante, mas se pode não raspar aquela parte. Além disso, dentro da seringa o contaminante que no carimbo ficaria inócuo pode se desenvolver mais facilmente. Enfim... quem sabe no futuro eu tente fazer fora de uma área de trabalho. Por enquanto, permanece a orientação clássica.

Materiais mínimos necessários segundo o procedimento adotado neste tutorial:
  1. Potinho de coleta e pazinha esterilizados (de fábrica ou em casa com uso de PP) - pote para depositar os esporos que serão raspados com a pazinha;
  2. Seringas e agulhas - bem, pra fazer a seringa tem que ter seringa kkk, e a agulha pra sugar os esporos misturados na água dentro do pote;
  3. Água mineral - será fervida, se não for a de copinho, para ajudar a não ter contaminantes. Muitos relatam sucesso usando água corrente, mas o custo é muito baixo (200 ml fazem 10 seringas!), então não arrisco.
  4. Papel alumínio - para embrulhar a seringa antes de guardá-la na geladeira para hidratação dos esporos e/ou conservação em seringa;
  5. Luvas, máscara e touca cirúrgica - para assegurar melhor a assepcia;
  6. Ambiente de trabalho asséptico (glovebox, banheiro esterilizado, boca de fogão, etc.) - para reduzir ao máximo que caiam contaminantes na água misturada com os esporos antes de sugar pra seringa. Usaremos a boca de fogão neste tutorial: é eficaz e dá ampla liberdade de movimentação;
  7. Pano limpo - para apoiar sobre a tampa da boca do fogão, onde serão feitos os procedimentos.

B.1 - Procedimento de Feitura da Seringa

1 - ambiente de trabalho e alguns materiais.jpg ==> ambiente de trabalho já pronto (fogo acesso há certo tempo com o fluxo de ar quente já formado) e a maioria dos materiais que serão usados (só faltam a touca cirúrgica e a água mineral)









Mas ainda não é hora de se sentar na frente do calor na testa kkk. Primeiro tem que ferver a água mineral, encher a seringa com a água ainda quente e então resfriá-la:

2 - puxe a água ainda quente pra seringa.jpg==> puxe a água mineral ainda quente, após ferver, para dentro da seringa. Dica: encha um pouco além do limite da marcação, pra dar uma pequena folga na parte final da feitura e não ficar abaixo dos mililitros planejados.


















2a - resfrie então a seringa na água corrente.jpg==> bote de volta a tampinha da agulha e resfrie a seringa em água corrente pra acelerar. Mantenha a tampinha da agulha até chegar na tampa da boca do fogão.










3 - abra o carimbo e raspe.jpg==> abra o carimbo e use a pazinha para raspar um pouco dele. 1/4 é um bom tamanho para iniciantes, mas pode-se raspar bem menos.










3a - verá os esporos no potinho.jpg==> poderá ver os esporos depositados no potinho. (Neste caso, há uns blocos grandes de esporos que o carimbo estava muito seco, mas não prejudicam).










4 - esguiche.jpg==> esguiche a água da seringa no potinho com vontade, pra fazer aquela mistura e soltar os que estão presos nas paredes e fundo...










4b - e puxe.jpg==> ... e puxe de volta pra seringa. Repita isso umas 2 ou 3x, pra soltar e misturar bem os esporos. Finalize enchendo então a seringa pela última vez. Tampe a agulha da seringa. E pronto.

Repita tudo acima para cada seringa que for fazer na mesma oportunidade, e guarde o carimbo ao fim.

💡 Dica. Compre agulhas da cor rosa, que são mais longas e mais largas do que as pretas. Cada tamanho e calibre tem uma cor, e o padrão preto que vem com a seringa não facilita muito o manejo.


Se não for inocular na mesma hora e quiser armazenar para hidratação ou conservação:

5 - enrole em aluminio.jpg==> enrole a seringa em papel alumínio. Se quiser, escreva em algum lugar a data de feitura e a strain. Eu só faço essas anotações se houver seringas de diferentes strains armazenadas na geladeira ao mesmo tempo - então escrevo no alumínio mesmo.









5b - e guarde na geladeira.jpg==> e finalize guardando na geladeira.











Pronto!

-----------------

Tutoriais de atualização/simplificação PF Tek 2020 finalizados, agora só resta pegar todos eles e resumi-los em 2 ou no máximo 3 páginas de .pdf.

Obrigado a todos vocês e estou sempre aberto aos feedbacks.

Abraços!
 
Última edição:
Lindo trabalho meu amigo @ExPoro !
Perfeito... sem mais

Vou ler mais algumas vezes pois adoro sua escrita, e o conteúdo, uma síntese dos tantos tutoriais pftek que ja passaram por aqui.
Um privilégio ter acesso a este material, é teonanacatl!
 
escolha um chapéu que já tenha começado a esporular, de preferência seco (ou pouco úmido) e no começo da esporulação, e quanto mais aberto melhor, mas ainda côncavo.
Quando se fala que é melhor usar o chapéu "côncavo" é tipo quando as bordas dele estão levantando? (tipo um guarda chuva na ventania) ou quando ele tá tipo um guarda chuva normal?
 
Quando se fala que é melhor usar o chapéu "côncavo" é tipo quando as bordas dele estão levantando? (tipo um guarda chuva na ventania) ou quando ele tá tipo um guarda chuva normal?
Guarda-chuva normal. :)

Gostei muito da alegoria.
 
troca "feitura" por confecção. faltou avisar pro pessoal que os esporos acima de 44 graus C sao inviabilizados.

outra dica - use água de copinhos descartáveis, por norma da anvisa a água envasada é previamente esterelizada.
 
troca "feitura" por confecção. faltou avisar pro pessoal que os esporos acima de 44 graus C sao inviabilizados.

Boa ressalva sobre a temperatura limite.

Alterei feitura em dois títulos:
-de feitura pra "preparo do terrário de garrafa pet"
-de feitura para "confecção de carimbo e seringa"
e atualizei todos os nomes dos links nos índices dos topos.

Valeu, nobre @Mortandello :)
 
@ExPoro acabei de terminar de ler o seu fantástico manual, muito obrigado .
Navegando por esses vídeos do tube, encontrei um vídeo de um cara fazendo o procedimento da seringa e ele usava o que parecia soro fisiológico, achei curioso, mas não estou encontrando. Será que um soro fisiológico ajudaria na questão de haver alguma contaminação e o soro barra-la ? Ou será que o sal destruiria os esporos também ?
um abraço!
 
@ExPoro acabei de terminar de ler o seu fantástico manual, muito obrigado .
Navegando por esses vídeos do tube, encontrei um vídeo de um cara fazendo o procedimento da seringa e ele usava o que parecia soro fisiológico, achei curioso, mas não estou encontrando. Será que um soro fisiológico ajudaria na questão de haver alguma contaminação e o soro barra-la ? Ou será que o sal destruiria os esporos também ?
um abraço!
Será que não era soro glicosado para CL
 
@ExPoro acabei de terminar de ler o seu fantástico manual, muito obrigado .
Navegando por esses vídeos do tube, encontrei um vídeo de um cara fazendo o procedimento da seringa e ele usava o que parecia soro fisiológico, achei curioso, mas não estou encontrando. Será que um soro fisiológico ajudaria na questão de haver alguma contaminação e o soro barra-la ? Ou será que o sal destruiria os esporos também ?
um abraço!

Não sei responder, nobre @joaor :(

Mas usa água mineral de copinho se não quiser ferver a água mineral de garrafa. Por fábrica, as águas de copinho vem esterilizadas - só não sei o porquê..
 
Será que não era soro glicosado para CL
Não encontrei o vídeo do qual estive falando, mas encontrei um em que é usado ampolas de agua da para injetáveis e vi outro com agua estéril (deve ser o procedimento que o @ExPoro nos ensinou.
 
deve ser o procedimento que o @ExPoro nos ensinou.
Agradeço a consideração, amigo @joaor, :) mas a tek que usei até hoje pra fazer CL envolvia apenas 400 ml de água mineral com uma colher de chá de mel, autoclavada na PP dentro de um pote de vidro de azeitona, .

A excelente tek de CL trazida ao fórum pelo ilustre @Poeiraviva a que o nobre @Siam_Victor se refere está nesse link:

 
Finalmente, desculpem a demora, chegamos no último tópico da atualização/simplificação da PF Tek com vistas a fazer um .pdf simples e ilustrado com as instruções de cultivo com a Tek mais recomendada para iniciantes. Estes tutoriais são mais aprofundados do que o guia será, pois também são abertos ao debate e sugestões.



Anteriormente a este, foram feitos os seguintes tutoriais desta atualização, em ordem de postagem:
  1. Atualização PF Tek 2020 - Substrato
  2. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Inoculação
  3. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Preparo do Terrário de Garrafa Pet
  4. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Do Aniversário à Colheita
  5. Atualização PF Tek 2020 - Secagem, Conservação e Consumo


Então, vamos dar início a esta última parte:

Guia 2020 de PF Tek - PARTE VI (final)
HORA DE PREPARAR PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO - Feitura de Carimbo e Seringa
*assepsia recomendada, e assepsia necessária

A - Feitura do Carimbo

Bem, pra fazer o carimbo conforme o método que é apresentado neste tutorial, se necessitam de no mínimo os seguintes materiais:
  1. Faca ou bisturi - para seccionar o píleo na base do chapéu;​
  2. Alumínio - onde o chapéu irá depositar seus esporos e formar o carimbo;​
  3. Vasilhame de cozinha daqueles de guardar comida na geladeira - para dar ao carimbo em feitura um ambiente limpo sem contaminantes durantes as horas de sua produção;​
  4. Pote hermético com sílica gel - para armazenamento a longo prazo dos carimbos;​
  5. Máscara - para não respirar em cima do chapéu ou alumínio;​
  6. Luvas procedimentais ou mãos higienizadas com álcool 70% - para a manipulação do chapéu reduzindo os contaminantes por contato;​
  7. Caneta marcadora - para escrever a cepa e a data de feitura do carimbo.​

:teo_atencao: Ambiente de trabalho - uso de glovebox, boca de fogão, etc. É recomendada a assepsia, mas desde que haja higiene e com os itens acima limpos, funciona bem e até o momento nenhum dos meus carimbos feitos desde 2017 contaminou. Então, o mínimo necessário é a higiene, e de preferência se estar num local limpo. Mas usar um ambiente de trabalho asséptico é o ideal caso se queira ter maiores garantias, ou se não der nenhum trabalho.

Fundamento para constar no guia esta posição minoritária. Um dos pontos do novo guia é a retirada de etapas que na prática se demonstraram desnecessárias com o passar da última década. E poder seccionar um chapéu fora de um ambiente de trabalho é muito facilitador! Basta não demorar muito entre retirar o bolo da Garrafa Pet, seccionar o chapéu, colocar no alumínio e fechar o vasilhame. Vejam abaixo o procedimento.

A.1 - Procedimento de Feitura de Carimbo

Não obtive fotos, então vou usar as mesmas utilizadas na apostila de cultivo Completo - Diário Completo #1 - Ciclo de Vida Cool Bensis - TKSSS em PF Tek - 9º Cultivo na área de confecção de carimbos. Para detalhes mais profundos, basta visitar o link.


View attachment 119317 ==> alguns dos materiais usados.

Reparem que o procedimento na foto será feito em cima da mesa da cozinha mesmo. É uma casa mantida limpa, mas não precisa ser no mesmo dia da faxina. Só não abuse da sorte pra fazer num dia em que esteja precisando de uma faxina urgente de tão suja (ou imunda?) a casa. Aí melhor usar um ambiente de trabalho asséptico.

O alumínio será aberto neste momento, então não precisa ser limpo com nenhum material de assepsia. Logo após colocar ele sobre a tampa do vasilhame, já pode fechar o vasilhame pra marcar no alumínio qual área ficará interna e deixar apoiado de leve até a hora de botar o chapéu. Aí, só dar uma levantadinha e então encaixar de vez após depositar o chapéu sobre o alumínio.

View attachment 119318==> escolha um chapéu que já tenha começado a esporular, de preferência seco (ou pouco úmido) e no começo da esporulação, e quanto mais aberto melhor, mas ainda côncavo. (Quando fiz essa foto, ainda tinha pouca prática. Hoje em dia eu não colho o cogumelo, nem deixo o chapéu virado como na foto. Secciono o chapéu sem colher o cogumelo, sem virar o chapéu pra baixo, e levo diretamente pro alumínio. São poucos segundos de exposição ao ar fora do terrário.)

:teo_atencao: Os chapéus de carimbos, para terem reais chances de não serem estes totalmente contaminados, devem ser de frutos desenvolvidos dentro de terrários com filtragem de ar. Por isso, quando tenho interesse em tirar carimbos, uso as Garrafas Pet pra frutificação (e não um dos meus vários experimentos de frutificação em ambiente aberto).







View attachment 119319==> seccione a conexão do píleo com o chapéu usando o material cortante de sua preferência.

💡 Dica. Se você deixar o ponto de corte um pouco abaixo da altura das extremidades do chapéu, irá marcar o alumínio. Isso poderá ajudar você na hora de dobrar o alumínio, porque poderá ver a marca central do chapéu do outro lado do alumínio ao fazer as dobraduras, reduzindo a chance de dobrar o alumínio em cima do carimbo - o que não é nenhuma desgraça, mas também não é o ideal.










View attachment 119320==> coloque logo em seguida, sem demoras, o chapéu sobre a superfície do alumínio e os feche com o vasilhame para isolar do contato externo e contaminantes.

💡 Dica. Pressione bem o vasilhame contra a tampa para fechar bem e rasgar o alumínio na vedação, e então o alumínio externo em excesso já poderá ser retirado para ficar apenas a região dentro do vasilhame. (Na imagem abaixo, eu ainda não fazia isso).










View attachment 119321==> vários carimbos em produção, cada qual dentro do seu vasilhame invertido. Eles devem ficar no mínimo 12 horas, mas não estragarão nem em 48 horas - só é desnecessário.

Após o período de 12 horas, retire-os sem precisar tocar neles: incline o vasilhame que ele vai escorregar, e então abra pra ele cair, fechando rapidamente logo em seguida.

Deixe secar então por 12 a 24 horas, em regra. Caso possa ver umidade condensada nas paredes do vasilhame, por ter usado um carimbo úmido, pode aguardar alguns dias até que tenha secado tudo. O vasilhame serve pra impedir contaminantes mas não é hermético, e a umidade devagar será dissipada, até chegar no ponto ideal pra fechar o carimbo. Basta não ter pressa.


View attachment 119322==> por fim, dobre os alumínios (use máscara, e luvas ou mão pré-assepciada, pelo menos) e marque os carimbos com pelo menos duas informações: strain/cepa e mês/ano da feitura.

Opcionalmente, eu coloco também o tamanho do carimbo (P/M/G) e a intensidade (forte/médio/fraco).

Além disso, prefiro usar ziplocks para finalizar os carimbos, e é nos ziplocks que escrevo as informações de cada carimbo, e não diretamente no alumínio, como é o mais comum.









View attachment 119323==> pronto! Só guardar num pote hermético com sílica gel em local ameno e de pouca iluminação. Eles permanecerão viáveis por 2 anos sem maiores problemas. No máximo, com sorte, 3 anos.

:teo_apontar_direita: E ali os carimbos ficarão, até o dia de fazer a seringa. Quanto mais tempo tiver o carimbo, mais se deve deixar a seringa hidratando. Recomendo pelo menos duas semanas pra carimbos com mais de 1 ano. A hidratação prolongada aumentará a possiblidade de eclosão dos esporos ainda viáveis.

E vamos à...




B - Feitura da Seringa

A feitura da seringa adotada por este tutorial se baseia no método apresentado no genial tópico Seringas extremamentes simples.

:teo_atencao: Assepsia necessária em ambiente de trabalho asséptico. Nunca arrisquei fazer uma seringa fora de uma boca de fogão para poder afirmar que só precisa higiene. Contudo, acredito que os efeitos de um contaminante que com certeza caia no pote de feitura seja o suficiente pra inviabilizar uma seringa inteira. O mesmo não ocorre com a feitura do carimbo, em que uma parte ou outra dele podem ter algum contaminante, mas se pode não raspar aquela parte. Além disso, dentro da seringa o contaminante que no carimbo ficaria inócuo pode se desenvolver mais facilmente. Enfim... quem sabe no futuro eu tente fazer fora de uma área de trabalho. Por enquanto, permanece a orientação clássica.

Materiais mínimos necessários segundo o procedimento adotado neste tutorial:
  1. Potinho de coleta e pazinha esterilizados (de fábrica ou em casa com uso de PP) - pote para depositar os esporos que serão raspados com a pazinha;
  2. Seringas e agulhas - bem, pra fazer a seringa tem que ter seringa kkk, e a agulha pra sugar os esporos misturados na água dentro do pote;
  3. Água mineral - será fervida, se não for a de copinho, para ajudar a não ter contaminantes. Muitos relatam sucesso usando água corrente, mas o custo é muito baixo (200 ml fazem 10 seringas!), então não arrisco.
  4. Papel alumínio - para embrulhar a seringa antes de guardá-la na geladeira para hidratação dos esporos e/ou conservação em seringa;
  5. Luvas, máscara e touca cirúrgica - para assegurar melhor a assepcia;
  6. Ambiente de trabalho asséptico (glovebox, banheiro esterilizado, boca de fogão, etc.) - para reduzir ao máximo que caiam contaminantes na água misturada com os esporos antes de sugar pra seringa. Usaremos a boca de fogão neste tutorial: é eficaz e dá ampla liberdade de movimentação;
  7. Pano limpo - para apoiar sobre a tampa da boca do fogão, onde serão feitos os procedimentos.

B.1 - Procedimento de Feitura da Seringa

View attachment 119324 ==> ambiente de trabalho já pronto (fogo acesso há certo tempo com o fluxo de ar quente já formado) e a maioria dos materiais que serão usados (só faltam a touca cirúrgica e a água mineral)









Mas ainda não é hora de se sentar na frente do calor na testa kkk. Primeiro tem que ferver a água mineral, encher a seringa com a água ainda quente e então resfriá-la:

View attachment 119326==> puxe a água mineral ainda quente, após ferver, para dentro da seringa. Dica: encha um pouco além do limite da marcação, pra dar uma pequena folga na parte final da feitura e não ficar abaixo dos mililitros planejados.


















View attachment 119325==> bote de volta a tampinha da agulha e resfrie a seringa em água corrente pra acelerar. Mantenha a tampinha da agulha até chegar na tampa da boca do fogão.










View attachment 119327==> abra o carimbo e use a pazinha para raspar um pouco dele. 1/4 é um bom tamanho para iniciantes, mas pode-se raspar bem menos.










View attachment 119331==> poderá ver os esporos depositados no potinho. (Neste caso, há uns blocos grandes de esporos que o carimbo estava muito seco, mas não prejudicam).










View attachment 119341==> esguiche a água da seringa no potinho com vontade, pra fazer aquela mistura e soltar os que estão presos nas paredes e fundo...










View attachment 119342==> ... e puxe de volta pra seringa. Repita isso umas 2 ou 3x, pra soltar e misturar bem os esporos. Finalize enchendo então a seringa pela última vez. Tampe a agulha da seringa. E pronto.

Repita tudo acima para cada seringa que for fazer na mesma oportunidade, e guarde o carimbo ao fim.

💡 Dica. Compre agulhas da cor rosa, que são mais longas e mais largas do que as pretas. Cada tamanho e calibre tem uma cor, e o padrão preto que vem com a seringa não facilita muito o manejo.


Se não for inocular na mesma hora e quiser armazenar para hidratação ou conservação:

View attachment 119343==> enrole a seringa em papel alumínio. Se quiser, escreva em algum lugar a data de feitura e a strain. Eu só faço essas anotações se houver seringas de diferentes strains armazenadas na geladeira ao mesmo tempo - então escrevo no alumínio mesmo.









View attachment 119344==> e finalize guardando na geladeira.











Pronto!

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Tutoriais de atualização/simplificação PF Tek 2020 finalizados, agora só resta pegar todos eles e resumi-los em 2 ou no máximo 3 páginas de .pdf.

Obrigado a todos vocês e estou sempre aberto aos feedbacks.

Abraços!
Acabei de fazer as minhas duas primeiras. 🙏🏻 Agora eu vou aprender a receita do pftek. Só tenho a panela de pressão até agora. Vou usar uns potes que tenho em casa de plástico. Acho que eles são pp5.
 
Acho que eles são pp5.

Lembra de olhar embaixo se está escrito "PP5". Todo copo, pote ou garrafa de plástico tem escrito embaixo o material de que é feito.
 
Como disse agora a pouco, ainda que pequenas dúvidas, aquelas retóricas que você até sabe a resposta, maaaaaas… sempre ficam as reticências, principalmente por ser meu primeiro cultivo, então tudo e aprendizado, e algumas dessas dúvidas eu iria tirar na base da prova mesmo, agora com esse guia, sem mais delongas, vou conseguir alguns carimbos no pasto, e partir pro play
 
Finalmente, desculpem a demora, chegamos no último tópico da atualização/simplificação da PF Tek com vistas a fazer um .pdf simples e ilustrado com as instruções de cultivo com a Tek mais recomendada para iniciantes. Estes tutoriais são mais aprofundados do que o guia será, pois também são abertos ao debate e sugestões.



Anteriormente a este, foram feitos os seguintes tutoriais desta atualização, em ordem de postagem:
  1. Atualização PF Tek 2020 - Substrato
  2. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Inoculação
  3. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Preparo do Terrário de Garrafa Pet
  4. Tutorial - Atualização PF Tek 2020 - Do Aniversário à Colheita
  5. Atualização PF Tek 2020 - Secagem, Conservação e Consumo


Então, vamos dar início a esta última parte:

Guia 2020 de PF Tek - PARTE VI (final)
HORA DE PREPARAR PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO - Feitura de Carimbo e Seringa
*assepsia recomendada, e assepsia necessária

A - Feitura do Carimbo

Bem, pra fazer o carimbo conforme o método que é apresentado neste tutorial, se necessitam de no mínimo os seguintes materiais:
  1. Faca ou bisturi - para seccionar o píleo na base do chapéu;​
  2. Alumínio - onde o chapéu irá depositar seus esporos e formar o carimbo;​
  3. Vasilhame de cozinha daqueles de guardar comida na geladeira - para dar ao carimbo em feitura um ambiente limpo sem contaminantes durantes as horas de sua produção;​
  4. Pote hermético com sílica gel - para armazenamento a longo prazo dos carimbos;​
  5. Máscara - para não respirar em cima do chapéu ou alumínio;​
  6. Luvas procedimentais ou mãos higienizadas com álcool 70% - para a manipulação do chapéu reduzindo os contaminantes por contato;​
  7. Caneta marcadora - para escrever a cepa e a data de feitura do carimbo.​

:teo_atencao: Ambiente de trabalho - uso de glovebox, boca de fogão, etc. É recomendada a assepsia, mas desde que haja higiene e com os itens acima limpos, funciona bem e até o momento nenhum dos meus carimbos feitos desde 2017 contaminou. Então, o mínimo necessário é a higiene, e de preferência se estar num local limpo. Mas usar um ambiente de trabalho asséptico é o ideal caso se queira ter maiores garantias, ou se não der nenhum trabalho.

Fundamento para constar no guia esta posição minoritária. Um dos pontos do novo guia é a retirada de etapas que na prática se demonstraram desnecessárias com o passar da última década. E poder seccionar um chapéu fora de um ambiente de trabalho é muito facilitador! Basta não demorar muito entre retirar o bolo da Garrafa Pet, seccionar o chapéu, colocar no alumínio e fechar o vasilhame. Vejam abaixo o procedimento.

A.1 - Procedimento de Feitura de Carimbo

Não obtive fotos, então vou usar as mesmas utilizadas na apostila de cultivo Completo - Diário Completo #1 - Ciclo de Vida Cool Bensis - TKSSS em PF Tek - 9º Cultivo na área de confecção de carimbos. Para detalhes mais profundos, basta visitar o link.


View attachment 119317 ==> alguns dos materiais usados.

Reparem que o procedimento na foto será feito em cima da mesa da cozinha mesmo. É uma casa mantida limpa, mas não precisa ser no mesmo dia da faxina. Só não abuse da sorte pra fazer num dia em que esteja precisando de uma faxina urgente de tão suja (ou imunda?) a casa. Aí melhor usar um ambiente de trabalho asséptico.

O alumínio será aberto neste momento, então não precisa ser limpo com nenhum material de assepsia. Logo após colocar ele sobre a tampa do vasilhame, já pode fechar o vasilhame pra marcar no alumínio qual área ficará interna e deixar apoiado de leve até a hora de botar o chapéu. Aí, só dar uma levantadinha e então encaixar de vez após depositar o chapéu sobre o alumínio.

View attachment 119318==> escolha um chapéu que já tenha começado a esporular, de preferência seco (ou pouco úmido) e no começo da esporulação, e quanto mais aberto melhor, mas ainda côncavo. (Quando fiz essa foto, ainda tinha pouca prática. Hoje em dia eu não colho o cogumelo, nem deixo o chapéu virado como na foto. Secciono o chapéu sem colher o cogumelo, sem virar o chapéu pra baixo, e levo diretamente pro alumínio. São poucos segundos de exposição ao ar fora do terrário.)

:teo_atencao: Os chapéus de carimbos, para terem reais chances de não serem estes totalmente contaminados, devem ser de frutos desenvolvidos dentro de terrários com filtragem de ar. Por isso, quando tenho interesse em tirar carimbos, uso as Garrafas Pet pra frutificação (e não um dos meus vários experimentos de frutificação em ambiente aberto).







View attachment 119319==> seccione a conexão do píleo com o chapéu usando o material cortante de sua preferência.

💡 Dica. Se você deixar o ponto de corte um pouco abaixo da altura das extremidades do chapéu, irá marcar o alumínio. Isso poderá ajudar você na hora de dobrar o alumínio, porque poderá ver a marca central do chapéu do outro lado do alumínio ao fazer as dobraduras, reduzindo a chance de dobrar o alumínio em cima do carimbo - o que não é nenhuma desgraça, mas também não é o ideal.










View attachment 119320==> coloque logo em seguida, sem demoras, o chapéu sobre a superfície do alumínio e os feche com o vasilhame para isolar do contato externo e contaminantes.

💡 Dica. Pressione bem o vasilhame contra a tampa para fechar bem e rasgar o alumínio na vedação, e então o alumínio externo em excesso já poderá ser retirado para ficar apenas a região dentro do vasilhame. (Na imagem abaixo, eu ainda não fazia isso).










View attachment 119321==> vários carimbos em produção, cada qual dentro do seu vasilhame invertido. Eles devem ficar no mínimo 12 horas, mas não estragarão nem em 48 horas - só é desnecessário.

Após o período de 12 horas, retire-os sem precisar tocar neles: incline o vasilhame que ele vai escorregar, e então abra pra ele cair, fechando rapidamente logo em seguida.

Deixe secar então por 12 a 24 horas, em regra. Caso possa ver umidade condensada nas paredes do vasilhame, por ter usado um carimbo úmido, pode aguardar alguns dias até que tenha secado tudo. O vasilhame serve pra impedir contaminantes mas não é hermético, e a umidade devagar será dissipada, até chegar no ponto ideal pra fechar o carimbo. Basta não ter pressa.


View attachment 119322==> por fim, dobre os alumínios (use máscara, e luvas ou mão pré-assepciada, pelo menos) e marque os carimbos com pelo menos duas informações: strain/cepa e mês/ano da feitura.

Opcionalmente, eu coloco também o tamanho do carimbo (P/M/G) e a intensidade (forte/médio/fraco).

Além disso, prefiro usar ziplocks para finalizar os carimbos, e é nos ziplocks que escrevo as informações de cada carimbo, e não diretamente no alumínio, como é o mais comum.









View attachment 119323==> pronto! Só guardar num pote hermético com sílica gel em local ameno e de pouca iluminação. Eles permanecerão viáveis por 2 anos sem maiores problemas. No máximo, com sorte, 3 anos.

:teo_apontar_direita: E ali os carimbos ficarão, até o dia de fazer a seringa. Quanto mais tempo tiver o carimbo, mais se deve deixar a seringa hidratando. Recomendo pelo menos duas semanas pra carimbos com mais de 1 ano. A hidratação prolongada aumentará a possiblidade de eclosão dos esporos ainda viáveis.

E vamos à...




B - Feitura da Seringa

A feitura da seringa adotada por este tutorial se baseia no método apresentado no genial tópico Seringas extremamentes simples.

:teo_atencao: Assepsia necessária em ambiente de trabalho asséptico. Nunca arrisquei fazer uma seringa fora de uma boca de fogão para poder afirmar que só precisa higiene. Contudo, acredito que os efeitos de um contaminante que com certeza caia no pote de feitura seja o suficiente pra inviabilizar uma seringa inteira. O mesmo não ocorre com a feitura do carimbo, em que uma parte ou outra dele podem ter algum contaminante, mas se pode não raspar aquela parte. Além disso, dentro da seringa o contaminante que no carimbo ficaria inócuo pode se desenvolver mais facilmente. Enfim... quem sabe no futuro eu tente fazer fora de uma área de trabalho. Por enquanto, permanece a orientação clássica.

Materiais mínimos necessários segundo o procedimento adotado neste tutorial:
  1. Potinho de coleta e pazinha esterilizados (de fábrica ou em casa com uso de PP) - pote para depositar os esporos que serão raspados com a pazinha;
  2. Seringas e agulhas - bem, pra fazer a seringa tem que ter seringa kkk, e a agulha pra sugar os esporos misturados na água dentro do pote;
  3. Água mineral - será fervida, se não for a de copinho, para ajudar a não ter contaminantes. Muitos relatam sucesso usando água corrente, mas o custo é muito baixo (200 ml fazem 10 seringas!), então não arrisco.
  4. Papel alumínio - para embrulhar a seringa antes de guardá-la na geladeira para hidratação dos esporos e/ou conservação em seringa;
  5. Luvas, máscara e touca cirúrgica - para assegurar melhor a assepcia;
  6. Ambiente de trabalho asséptico (glovebox, banheiro esterilizado, boca de fogão, etc.) - para reduzir ao máximo que caiam contaminantes na água misturada com os esporos antes de sugar pra seringa. Usaremos a boca de fogão neste tutorial: é eficaz e dá ampla liberdade de movimentação;
  7. Pano limpo - para apoiar sobre a tampa da boca do fogão, onde serão feitos os procedimentos.

B.1 - Procedimento de Feitura da Seringa

View attachment 119324 ==> ambiente de trabalho já pronto (fogo acesso há certo tempo com o fluxo de ar quente já formado) e a maioria dos materiais que serão usados (só faltam a touca cirúrgica e a água mineral)









Mas ainda não é hora de se sentar na frente do calor na testa kkk. Primeiro tem que ferver a água mineral, encher a seringa com a água ainda quente e então resfriá-la:

View attachment 119326==> puxe a água mineral ainda quente, após ferver, para dentro da seringa. Dica: encha um pouco além do limite da marcação, pra dar uma pequena folga na parte final da feitura e não ficar abaixo dos mililitros planejados.


















View attachment 119325==> bote de volta a tampinha da agulha e resfrie a seringa em água corrente pra acelerar. Mantenha a tampinha da agulha até chegar na tampa da boca do fogão.










View attachment 119327==> abra o carimbo e use a pazinha para raspar um pouco dele. 1/4 é um bom tamanho para iniciantes, mas pode-se raspar bem menos.










View attachment 119331==> poderá ver os esporos depositados no potinho. (Neste caso, há uns blocos grandes de esporos que o carimbo estava muito seco, mas não prejudicam).










View attachment 119341==> esguiche a água da seringa no potinho com vontade, pra fazer aquela mistura e soltar os que estão presos nas paredes e fundo...










View attachment 119342==> ... e puxe de volta pra seringa. Repita isso umas 2 ou 3x, pra soltar e misturar bem os esporos. Finalize enchendo então a seringa pela última vez. Tampe a agulha da seringa. E pronto.

Repita tudo acima para cada seringa que for fazer na mesma oportunidade, e guarde o carimbo ao fim.

💡 Dica. Compre agulhas da cor rosa, que são mais longas e mais largas do que as pretas. Cada tamanho e calibre tem uma cor, e o padrão preto que vem com a seringa não facilita muito o manejo.


Se não for inocular na mesma hora e quiser armazenar para hidratação ou conservação:

View attachment 119343==> enrole a seringa em papel alumínio. Se quiser, escreva em algum lugar a data de feitura e a strain. Eu só faço essas anotações se houver seringas de diferentes strains armazenadas na geladeira ao mesmo tempo - então escrevo no alumínio mesmo.









View attachment 119344==> e finalize guardando na geladeira.











Pronto!

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Tutoriais de atualização/simplificação PF Tek 2020 finalizados, agora só resta pegar todos eles e resumi-los em 2 ou no máximo 3 páginas de .pdf.

Obrigado a todos vocês e estou sempre aberto aos feedbacks.

Abraços!
Como vou saber se está contaminado o cogumelo que eu vou colher no pasto ? Vou levar um pote lacrado pra por ele.
 
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