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A primeira bad

Prisiconauta

Primórdia
Membro Ativo
29/03/2018
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Faz 13 dias desde a minha ultima experiencia com os cogus, quando finalmente conheci uma bad.

Desde a minha primeira experiência com os cogus sempre preparei a mim, e à minha casa (onde sempre tomei), com certa solenidade.
Músicas, velas, incenso, pedras. Meditava antes e durante uma parte da trip, ou em várias partes dela.
Mantenho caderno e caneta próximos para anotar os pensamentos e insights importantes.

Já tomei acompanhada por quem não tomou, já tomei com amigas algumas vezes, e sozinha tantas outras. Sempre no mesmo tom solene.

Já tomei consciência de muitos aspectos da minha sombra, bem como de meu lado luminoso.
Na luz, tive o prazer de me sentir REALMENTE íntima de mim mesma, como jamais imaginei que fosse possível.
Já tive o prazer de me aconchegar no meu silêncio, e de compreender o poder que brota daí.

Na sombra tomei consciência de muitos defeitos e limitações, e daquilo que eu precisaria trabalhar interiormente para polir minha personalidade.
É claro que sempre é doloroso confrontar-se com o pior de si, já chorei demais tomando cogu, hehe, mas eu gosto disso.
Como expliquei pro boy: “eu não tomo isso pra ver florzinha”.

Boas ou desafiadoras, fato é que sempre tive bastante controle sobre tudo, sobre o ambiente e sobre minha onda.
Hoje percebo que os rituais que faço de preparação do ambiente, e de mim mesma, servem muito bem para focar minha atenção na intenção que estabeleço para aquele uso, e me mantém no controle.

Acontece que os últimos meses têm sido particularmente exigentes emocionalmente. Estou lidando com várias questãs de família e pessoais também. Segurando vários forninhos. Sem achar ruim, sem reclamar, mas nem por isso tem sido menos cansativo e doloroso. E mais uma vez o auto-controle, e o controle sobre as variáveis "passíveis de controle" no contexto à minha volta, tem sido habilidades necessárias e que venho exercitando dia a dia.

Nos dias anteriores à experiência eu estava me sentindo um pouco angustiada, um tanto “presa”, já que depois de tantos anos morando sozinha, tive que voltar pra passar um tempo na casa dos meus pais, e arcar com várias responsabilidades familiares. E apesar deles serem super tranquilos em relação aos cogus, estava sem meu “espaço” para tomá-los. Resolvi que ia tomá-los de “qualquer jeito”. E quando digo “de qualquer jeito”, foi em todos os sentidos, o completo oposto do que eu sempre fiz. Fui sem controle algum. Algo em mim clamava por um descontrole, hehe.

Pra começar, estava sem balança. Fui pegando um a um, desidratadinhos, e pensando quanto seria uma quantidade entre 3g e 4g. Tenho noção do peso vendo eles macerados, mas meu pilãozin também não estava comigo.

Felizmente tirei uns 2 do montinho, e registrei a quantidade com uma foto (pra eu ter uma ideia da qntidade pesando um tanto parecido qnd tivesse a balança de volta). Hoje sei que foi entre 5g e 6g, a maior que já tomei.

Não teve música, nem meditação, nem incenso, nem intenção. Desliguei a luz e deitei. Pensei: “se eu não fizer nada, pra onde será que minha mente me leva”?

Ca-rái! Me levou em muuuuuitos “lugares” que eu queria ir, que na real eram “compreensões intuitivas” acerca de assuntos que me interessam. Pq uma coisa é “entender” algo racionalmente... outra coisa é “compreender inuitivamente” a mesma coisa que você achava que sabia, ou que não “compreendia” direito.

Uma coisa é entender racionalmente a dualidade, outra coisa é compreendê-la intuitivamente, deparar-se com a simplicidade e a elegância desse "mecanismo", que a partir de si gera toda a palheta de complexidade material. A partir do 1, o 2, a partir do 2 todo o resto. Essa parte da dualidade foi das que mais me marcaram, porque foi muito, muito bonito.

E foi indo... minha mente me levava pra passear por diferentes assuntos. E era tudo muito legal, muito bonito, em certo momento pensei “que pena que não vou lembrar de quase nada” (foi o primeiro momento em que me dei conta de que pudesse ter comido mais cogu do que imaginava).

Depois de um tempo já estava me sentindo um pouco cansada, era informação demais! E ai refleti sobre o quanto era loca (e potencialmente enlouquecedora) a ideia de que a gente não consegue fugir da nossa mente. E me veio a sensação de “o ego pode até ser dissolvido, a mente não... mesmo quando eu deixar de ser quem sou , ainda estarei dentro da minha mente” (ao menos da minha consciência... mas creio que também da inconsciência).

Nesse meio tempo de cansaço já havia ligado a luz. Olhei para as minhas mãos e elas estavam muito enrugadas, como se eu fosse muito velhinha. Até tomei uma água essa hora, pensei “carái, será que tô desidratada?" (Hehe)

Fiquei olhando pras minhas mãos e braços, e aos poucos a pele enrugada tomou aspecto de putrefação. Era como ver meu corpo morrendo. Apesar da morbidez isso não me assustou, meio que “entendi o recado” acerca da transitoriedade da matéria.

Me senti muito feliz e agradecida por estar neste corpo e por poder desfrutar dessa vida, que é breve... muito breve.

Fiquei mais um tempo viajando, até que me veio uma vontade danada de conversar com alguém.
De compartilhar tudo aquilo que eu tava vendo e sentindo, e isso foi novo, porque normalmente qnd tomo cogu fico bem calada e não tenho vontade de falar nada com ninguém, tendo a ficar mais reclusa.

Foi me dando uma sensação ruim, fui me sentindo sozinha... nunca antes eu tinha experimentado uma solidão tão profundamente. A sensação era a de que eu estava afundando num abismo dentro de mim. Nunca tinha sentido algo tão ruim tão intensamente. Pensei "ó a bad que vc queria" hehehe

Olhei pro relógio e ainda teria umas 2horas de onda pela frente, e aquilo me desesperou. Agradeci por não ter comido ainda mais, e esqueci tudo o que eu aprendi sobre ficar calma e redução de danos, só queria saber de descomer aqueles cogus. Fui ao banheiro nessa intenção, e meu corpo entendeu.

Enquanto eu estribuchava pedindo pelo amor da deosa praquilo passar, lembrei de uma história que ouvi sobre os Xamãs do povo Shibipo, que tomam uma ayauasca especial ultra concentrada durante 1 ano (ou mais, n lembro), sozinhos, isolados em um local especial, onde aprendem cantos, segredos, e tudo o mais que precisam saber no seu processo de tornar-se xamã.

Paguei um pau sinistro pra eles nessa hora! “e eu aqui pedindo penico com 3h de coguzinhos”, haha.

Nessa hora entendi a solidão como um portal... dá pra transcendê-la (como provavelmente – no meu limitadissimo achismo - esses xamãs o fazem), mas eu não queria passar por aquilo de jeito nenhum, quero conectar-me e não isolar-me. Pensei “essa galera ai que sabe das coisas, eu n sei porra nenhuma, e se precisasse passar pelo mesmo que eles pra saber, eu to de boa, n preciso saber não, não nessa vida, só quero ficar de boas aqui”.

Me deu uma saudade do meu namorado, uma vontade enorme de falar com ele! Tem muitos meses que não nos vemos, ele está tentando trabalho em outro país... mandei mensagem pra ele, e graças ao fuso horário ele estava acordado e me respondeu.
Ele sabia que eu havia tomado, conversamos um pouquinho e isso já me deu um alívio, senti ele muito próximo de mim apesar da distância, o que me trouxe bastante aconchego. Senti uma gratidão enorme por tê-lo conhecido, e por sermos companheiros.
Eu não estava tão sozinha assim, afinal.

Me acalmei, tentei assistir a um episódio do Cosmos com o Carl Sagan, mas eu ainda estava muito impressionada com o que havia sentido e não conseguia prestar atenção em mais nada. Sabia que era questão de tempo até eu sentir sono e dormir. Demorou um bocadinho, mas como eu já havia me acalmado foi ok.

Fui me sentindo cada vez mais em casa à medida em que eu aterrisava no ego novamente.
No dia seguinte eu estava um pouco cansada, mas me sentindo muito bem, muito feliz inclusive com todas as responsabilidades “enfadonhas” e relações complexas com as quais tenho que lidar. Era muito bom estar de volta ao meu ego, ao meu dia-a-dia, às minhas alegrias e aos meus problemas, vivenciando a dualidade inerente a tudo, e vivenciando tudo aquilo que sei que preciso viver. É simples. Uma simplicidade estonteante e revigorante.

Nos dias seguintes ocupei-me de integrar essas experiências.
Sinceramente acho que tenho lidado bem com as exigências da vida, mas algo em mim esperava conseguir passar por tudo isso inabalavelmente. Entendi que não tem como. Posso exercitar desapegos, criar menos problemas, me organizar, manter a mente mais calma... mas não apenas não dá pra me livrar completamente dos sofrimentos, como também isso não seria interessante pra minha evolução pessoal. Luz demais cega. A dualidade é necessária.

Sobre a solidão, também foi bom sentí-la no fim das contas. Trouxe reflexões muito importantes acerca da minha maneira de me relacionar com as pessoas, e uma certeza: eu nunca mais quero sentir aquilo outra vez; e no que depender de mim, eu nunca vou deixar alguém desamparado a ponto de sentir aquilo. Muitas vezes é suficiente simplesmente estar ali para o outro, aberta à uma escuta respeitosa.

Bom, é isso. Dando vazão à vontade psilocibinica de compartilhar todas as coisas interessantes que eu via durante a trip, cá está um pouco do que consegui trazer “do lado de lá”.
Fico muito feliz por ter esse espaço pra compartilhar as experiencias com esses serzitos mágicos :)
 
Queria ter essa capacidade de escrever !!! E quero uma bad assim tb ... fiquei com inveja :p

Nhooim, fofo! Hehe
Escrever é 90% treino... capacidade com certeza vc tem, e seu estilo é bem humorado :)

Acho q se vc tivesse visto minha cara suada de desespero c n ia ficar com inveja não, hahaha. Mas faz parte, faz parte... cada um com a bad que precisa ne
 
Creio que você passou bem perto da experiência que chamamos por aqui de "morte do ego"... Essas necessidade de estar no controle, e manifestações de pensamentos como "pena que não vou lembrar de nada", "não posso/não quero ir além"... São basicamente o medo que dá de "apagar" de vez e se desligar não só do próprio corpo, como da própria consciência (e 'morrer').

E me veio a sensação de “o ego pode até ser dissolvido, a mente não... mesmo quando eu deixar de ser quem sou , ainda estarei dentro da minha mente” (ao menos da minha consciência... mas creio que também da inconsciência).
Para refletir...
Quando você sonha, está inconsciente ou consciente?
Durante o sonho, tem consciência de que o que está vivendo, é um sonho?
E enquanto dorme, mas não sonha, tem consciência?

E, também:
Onde está o seu corpo, durante o sonho, ou durante uma trip?
...E onde estão a sua consciência e corpo, enquanto está acordada?


A sensação de cansaço, após a trip e mesmo durante, em trips mais fortes e longas, é bem comum.
Ajuda esperar os efeitos passarem completamente (umas 8 horas), e se hidratar bem antes de dormir, além de comer uns carboidratos. Bananas, massas, nada muito sólido, só coisas fáceis de digerir. Imagine que está tentando evitar uma ressaca.

E melhor fazer as trips em jejum, e não consumir muita coisa durante, também. Para evitar essa fase "catártica" da trip, em que você vai para o santuário discutir sobre a sua relação com o próprio corpo :LOL:
 
Creio que você passou bem perto da experiência que chamamos por aqui de "morte do ego"... Essas necessidade de estar no controle, e manifestações de pensamentos como "pena que não vou lembrar de nada", "não posso/não quero ir além"... São basicamente o medo que dá de "apagar" de vez e se desligar não só do próprio corpo, como da própria consciência (e 'morrer').

Boa! Não tinha pensado no "que pena que nao vou lembrar de nada" como uma resistência egóica... mas claro que é!

O de não querer confrontar a solidão com certeza, parecia que eu ia enlouquecer rsrs. Eu nao querer ter seguido por esse caminho foi uma defesa pra nao me "desagregar".
Vi a fundura do abismo, e reconheci que nao estava pronta pra pular nele. "Se eu tivesse meditado e me preparado, talvez desse pra avançar" pensei na hora. Mas talvez tenha sido maaais uma manifestacao de necessidade de controle...

Engraçado que na primeira experiência com cogu eu tive a impressão de ter "saido" do meu ego. Foi intenso mas muito gentil.
Agora nessa "quase morte" fico pensando se da outra vez meu ego realmente foi dissolvido ou não, pq nao sei se tem como essa experiencia ser "gentil" hehe.
Enfim... outras experiências e tira-teimas virão :)

Para refletir...
Quando você sonha, está inconsciente ou consciente?
Durante o sonho, tem consciência de que o que está vivendo, é um sonho?
E enquanto dorme, mas não sonha, tem consciência?

E, também:
Onde está o seu corpo, durante o sonho, ou durante uma trip?
...E onde estão a sua consciência e corpo, enquanto está acordada?

Obrigada pelas questões e colocaçoes!
Tô matutando nelas aqui :D
 
Por pior que nos pareçam certos aspectos da vida consciente, ainda assim, o mundo é parecido demais com o que notamos dele. Todos os nossos filtros tratam os objetos de nossa percepção consciente. Adicionamos sempre um pouco de nós mesmos a tudo o que nos impressiona. Eu sou alguém que sempre tive paralisia do sono. Duas ou três vezes por noite. Todas as noites. Algo que de início era assustador e hoje é somente inconveniente. Mas porque, com o tempo, eu acabei personalizando as experiencias de tais paralisias e, aos poucos, elas foram se tornando pessoais demais.
Gosto de ler os relatos de "bad trips" pois acho que existe muito aprendizado para os psiconautas. Viajar entre mandalas e fractais, sentir-se envolvido por luz, aconchego e conforto? Nunca experienciei isso. No estudo em que comi 4-5g secos, a consciência de minha existência atual ficou sendo atirada no paradoxo de risos tristes, sono inquieto, fala silenciosa e solidão em meio a várias camadas de lembranças.
A experiências com os cogumelos nos desloca do muito referenciado que temos. Tenho dúvidas de quanto dissolvemos certos filtros ou se simplesmente os trocamos e embaralhamos. E isto é o início de muitas "bad trips" que vejo relatadas. Seja pelo surgimento de novos símbolos, ou reações adversas a símbolos conhecidos ou mesmo o surgimento das lacunas pós dissolução de alguns outros símbolos. Tudo isso tira-nos do conforto e da satisfação do ego. Acho que até certo ponto, tudo é válido, nestas nossas buscas de auto conhecimento através de psicodélicos.
Por vezes percebo, que durante nossa vida consciente, o que mais fazemos não é jogar a sujeira para debaixo do tapete. Mas tecer belos tapetes para depois estender sobre a sujeira. Podemos passar muitos anos neste intenso trabalho de tecelagem. Num estudo com pequenos hongos, uma hora ou outra, na ânsia de celebrar alguns grandes trabalhos nossos, deitamos e rolamos em tais "tapetes", tã belos e primorosamente tecidos. Mas algo incomoda, espeta, não se ajusta bem. Com os neurônios inundados de estímulos, os limites entre consciente e inconsciente podem nem mais existir. Sem os bloqueios de nossa auto crítica, "inocentemente" levantamos a ponta do tapete. E ao contemplar a "sujeira" ali, de forma explícita, podemos nos sentir como um mágico de salão que tem seu melhor truque desmascarado na frente de todos. Curiosamente somos o mágico, o truque, o salão, a plateia e o desmascarar.
 
Quando li seu report eu estava em casa, bebendo umas cervejas sozinho, na santa paz do sábado a noite. Por diversos motivos, nesse dia eu estava sentindo um tropismo muito forte para comer alguns e talvez ter uma experiência média. Tudo isso sem preparação, fora do meu intervalo de descanso. O seu texto me ajudou a desanuviar a mente do álcool e segurar a onda.

Farei disso um hábito. Quando eu tiver com estes tropismos vou voltar aqui e relê-lo.

Obrigado.
 
Melhor coisa é usar os cogumelos e curtir a vibe sozinho e no silêncio, sem deixar-se ser influenciado(a) por nada, nem música, a mente trabalha que é uma beleza. É como você citou no post
Ca-rái! Me levou em muuuuuitos “lugares” que eu queria ir, que na real eram “compreensões intuitivas” acerca de assuntos que me interessam. Pq uma coisa é “entender” algo racionalmente... outra coisa é “compreender inuitivamente” a mesma coisa que você achava que sabia, ou que não “compreendia” direito.
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Belo relato @Priscillocibina :) Já passei por isso assim como você e acho que todo mundo devia passar por algo semelhante. Eu sempre choro em algum momento da minha trip :roflmao:
 
Quando li seu report eu estava em casa, bebendo umas cervejas sozinho, na santa paz do sábado a noite. Por diversos motivos, nesse dia eu estava sentindo um tropismo muito forte para comer alguns e talvez ter uma experiência média. Tudo isso sem preparação, fora do meu intervalo de descanso. O seu texto me ajudou a desanuviar a mente do álcool e segurar a onda.

Farei disso um hábito. Quando eu tiver com estes tropismos vou voltar aqui e relê-lo.

Obrigado.

Fico feliz que tenha ressoado ai e sido útil pra vc :)

Eu realmente acho que isso de tomar cogu "de bobera", enquanto a gente ta bebendo ou f1 tranquilo n tem nd a ver.
Melhor continuar só bebendo e/ou f1, hehe.

Já até tive essa vontade mas no fim das contas achei que não valia a pena.
Ao menos pra mim essa vontade "tomar cogu de bobera" vem de uma ideia de uso recreativo de drogas, pra passar o tempo, alivar alguma tensão, aquela vontade de ficar "loki", ou algo assim.

E cogu... é outro rolê.

Pode ser divertido e prazeroso em muitos momentos, e até acredito que possa existir um uso "recreativo" saudável (tipo tomar uma qntidade pequena com amigos na natureza e tals), mas é algo muito, muito sério.

No geral é muito diferente de uma droga que a gente usa pra relaxar ou esfriar a cabeça... é bem o contrário rsrs. E se a gente tomar achando que a pegada é essa, a chance de dar ruim e a gente n saber lidar é grande.

Loonge de mim querer ser moralista, cada um usa de um jeito e sabe (ou deveria saber) o que é melhor pra si. Mas acho que algum pré-preparo psiquico/fisico é não apenas bem vindo mas necessário.

Nao precisa ser um baita ritual... as vezes só de colocar na cabeça "dia tal vou tomar cogu" e no dia ter uma atencao especial com a alimentação, descanso etc, ja seja ritualisticamente eficiente pra entrar na vibe.

E achar que cogu é droga pra "curtir onda" é ingenuidade... tem que ter respeito mesmo!

Dessa vez nem foi uma pegada "vou tomar de bobera", foi um outro tipo de sentimento... uma certa urgencia. Mas tb n vou querer repetir essa experiencia de afobação...
 
Este termo tem que sumir do vocabulário dos psiconautas. A expressão “bad trip” afasta o entendimento da experiência com o cogumelo (ou qualquer planta de poder). Ao se falar em “bad trip”, fica subentendido que uma experiência com cogumelos supostamente deveria ser agradável. A experiência é essencialmente incontrolável e profunda além da compreensão. Tomar cogumelos é cutucar uma onça extraterrestre com vara curta... não é algo que se possa supor agradável, mas sim instrutivo. É por isso que no universo xamânico não se aprende a controlar a experiência, mas simplesmente se aprende a entregar-se a ela. Não existem bad trips. As tais “trips” sempre são exatamente como devem ser, absolutamente perfeitas. Bad somos nós, não as trips.
 
Recentemente mudei meu conceito sobre a possibilidade da morte do ego. A morte do ego é a morte do ser e só assim ele morre.
O termo morte do ego, na verdade, é um dos termos mais egoístas que existem. O seu ego chegou a tal ponto de que você chegou a acreditar que pode viver, ainda que um minuto, sem ego.

A palavra "ego" e o próprio "egoísmo", são utilizados em conotações negativas, o que acaba trazendo uma falta de compreensão sobre o que ele é ou como funciona. O máximo que você pode fazer é dissecá-lo, utilizá-lo de uma forma diferente para matar sua persona durante alguns instantes. Na definição do Carl Jung: persona é a máscara que apresentamos ao mundo. Uma pessoa pode ter várias personas, mas sempre há uma predominante, o verdadeiro você, para todos os efeitos. O que a maioria das pessoas pensa quando pensa em "ego" na verdade é a "sombra", a parte negativa da nossa psique, que tentamos ignorar, ou abandonar. De acordo com este modelo:

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Eu respeito os rituais pessoas e a diligência. Porém, trago a possibilidade de que talvez, a prisão ao metodismo pode ser exatamente o que causou a "bad". A preocupação em sempre seguir a diligência do ritual. A invalidação da experiência por não ter seguido tais rituais. É como eu costumo dizer, a viagem enteógena tem algumas questões de amplificação de detalhes, que muitas vezes é difícil, se não impossível de perceber no momento. Talvez tenha sido a preocupação por não ter seguido a diligência que lhe trouxe uma sensação de mal estar, não o fato de não ter executado as diligências em si. O que por sua vez, lhe trouxe uma dissociação da sua persona, pois aquilo não era caraterístico da sua persona. E consequentemente, a interpretação foi de que você estava se separando do ego, quando na verdade, estava separada de sua persona.

A psique é como o corpo, ou como um sistema fechado, o qual procura manter equilíbrio sempre. A energia está separada entre todos os aspectos da mesma, porém em níveis diferentes a cada determinado tempo. Quando você começou a se afastar do ego, sua psique buscou equilibrar com o lado oposto, que na mulher, se manifesta como o Animus: o lado masculino. Ou seja, no caso, seu namorado. Você estava buscando o equilíbrio e imediatamente ao encontrá-lo, já começou a se sentir melhor.

Interessante o aspecto da dualidade que você apresentou. Pois este aspecto é algo que não pode ser dissociado. A Quarta Lei Hermética, a lei da polaridade. Os opostos são idênticos por natureza, mas diferentes em grau. Ou seja, tudo pode ser separado em duas partes completamente opostas, mas o oposto ainda irá conter a potencialidade do outro. Para entendermos o preto, precisamos do branco. Para entendermos o bem, precisamos do mal. O oposto contém a potencialidade do outro, de forma que ainda que separados em completos opostos, eles reforçam a existência do outro oposto formando algo único.


De forma que cada vez que se busca a morte do ego, você nada está fazendo do que reforçando seu oposto. Você está reforçando o ego espiritual. Se enganando em achar de que no outro oposto, o ego "natural" não existe. Você está apenas experimentando uma forma de ego sobrenatural. Mas sempre onde há percepção, há o ego. Tudo o que pensamos, experimentamos, sabemos, ou achamos que sabemos, passa pelo filtro do ego antes de chegar até nós.
 
Última edição:
texto muito bem escrito. muito bom!
 
Para refletir...
Quando você sonha, está inconsciente ou consciente?
Durante o sonho, tem consciência de que o que está vivendo, é um sonho?
E enquanto dorme, mas não sonha, tem consciência?

E, também:
Onde está o seu corpo, durante o sonho, ou durante uma trip?
...E onde estão a sua consciência e corpo, enquanto está acordada?

Não são perguntas simples de se pensar sobre, que dirá respondê-las.
Dá pra gastar muita onda a partir delas, hehe.

Fiquei curiosa pra saber o que vc responderia às mesmas perguntas ;)

Vamo la...

Quando você sonha, está inconsciente ou consciente? Durante o sonho, tem consciência de que o que está vivendo, é um sonho?

Quando sonho aspectos inconscientes vêm à "superfície" da consciência na forma de símbolos/arquétipos/narrativas, mas n acho que se tornem conscientes sempre.

Não tenho sonhos lúcidos, que talvez seja a forma mais consciente de se estar no sonho. Sabendo ao menos que sonhos lucidos são possíveis, dá pra deduzir que a consciência não depende, pelo menos, da vigilia.

E enquanto dorme, mas não sonha, tem consciência?

Enquanto durmo mas não sonho... bom, minha consciência deve tá em algum lugar, hehehe, n some do nada e volta todo dia, né. Talvez por estar com minha percepção “mode off” eu simplesmente não me “dê conta” dela.

Eu f1 com frequência, e sei que isso afeta a fase REM do sono, que é quando temos sonhos, e por isso sonho pouco.
Volto a sonhar quando não fumo antes de dormir, e após a ingestão de cogus, seja em macro ou microdoses.

Onde está o seu corpo, durante o sonho, ou durante uma trip?...E onde estão a sua consciência e corpo, enquanto está acordada?

Onde está meu corpo durante o sonho/trip? Permanece um montinho de matéria-animada deitada na dimensão do espaço-tempo, rsrs. Acordada, msm coisa.
Só que acordada, minha consciência é voltada para a esfera mental e física, tanto aos 5 sentidos físicos; quanto a pensamentos, lembranças, planejamentos, etc. Intuições também, mas n sei onde isso se encaixa, rsrs.

A consciência também está relacionada com a atenção. A gente não está consciente da nossa respiração o tempo todo, fazemos no automático, mas podemos focar a atenção nesse ato, tornando-nos conscientes dele. Podemos direcionar a consciência para o “aqui-e-agora”, na forma de meditação ou concentração.

A consciência engloba muito mais do que o ego, mas mesmo assim, podemos mudar o foco da nossa consciência através da vontade “vou focar minha consciencia no aqui-e-agora/ na respiração/ em descer essa trilha íngrime e pedregosa sem capotar na bike, em resolver esse problema, etc.)
 
Este termo tem que sumir do vocabulário dos psiconautas. A expressão “bad trip” afasta o entendimento da experiência com o cogumelo (ou qualquer planta de poder). Ao se falar em “bad trip”, fica subentendido que uma experiência com cogumelos supostamente deveria ser agradável. A experiência é essencialmente incontrolável e profunda além da compreensão. Tomar cogumelos é cutucar uma onça extraterrestre com vara curta... não é algo que se possa supor agradável, mas sim instrutivo. É por isso que no universo xamânico não se aprende a controlar a experiência, mas simplesmente se aprende a entregar-se a ela. Não existem bad trips. As tais “trips” sempre são exatamente como devem ser, absolutamente perfeitas. Bad somos nós, não as trips.

Olha, concordo mais ou menos.

Concordo que a expressão “bad trip” é frequentemente mal compreendida ou empregada. Se gera uma ideia de que a trip deveria supostamente ser agradável ou divertida, e a “bad” é um empata-diversão, é óbvio que é uma compreensão problemática.

Como você mesmo deve saber, isso não advém da expressão em si, mas é reflexo de um contexto cultural. Tanto de um panorama onde os psicodélicos são vistos como “drogas de ficar doidão”; quanto do fato de nossa cultura produzir muitas pessoas emocionalmente muito infantis, com pouquissima resistência à frustração e a qualquer sentimento/emoção desagradável, e muito pouca auto-consciência corporal-emocional/psiquica-mental.

Deixar de usar essa expressão ao menos diminuiria confusões sobre seu significado? Talvez.

A questão é que eu consigo perceber 2 tipos de “bad”, e não tô restringindo à minha (ainda) parca experiência psíconáutica.

Uma, que se preferir podemos chamar de “peia”, que é aquela coisa dolorosa de tomar consciência de aspectos da nossa sombra. A gente chora, tem vários sentimentos ruins e desprazeirosos, vê umas paradas assustadoras e feias, mas no fundo a gente sabe que quer aquilo e que tá ok, tá fazendo parte do nosso processo de cura, é isso msm.

Mas tem aquele fator a mais do “set” e “setting”; de como a pessoa está mentalmente no momento da ingestão (se está tranquila pra usar, se está ansiosa/com medo, o tanto de informação que a pessoa tem sobre aquilo, etc); e de como está o ambiente à sua volta (que tipo de sentimento ele evoca, se você se sente segura/o, se é aconchegante ou não, se está sozinha ou acompanhada, e de quem você esta acompanhada, etc.)

Caso “set” e “setting” estejam bem estabelecidos a “peia” pode até ser bem forte, mas a preparação do contexto de uso (ritual, religioso ou não) funciona como um ordenador psiquico, um direcionamento de foco, e por isso um certo tipo de proteção-psi. A pessoa sofre, mas se está minimamente preparada pra aquilo, se já sabe que esse tipo de coisa acontece no nosso processo de cura, e se ela se sente segura naquele local ou com aquelas pessoas, ela realmente pode se entregar à experiência e tirar o melhor proveito disso.

O uso dos psicodélicos no “universo xamânico” é SEMPRE muito bem amarrado ritualisticamente, sem falar na importância do papel de Guia do Xamã. Não existe um “toma ai em qlq lugar e se entrega à experiência”. É seguro entregar-se mesmo à pior experiência.

O que vejo acontecer, inclusive a partir de muitos relatos aqui do fórum, é de pessoas que passam por “bads”, mas “bads” mesmo!
Esquece o que chamei de “primeira bad” no meu relato, n é nada perto do que mt gente já passou.
Alguém parar num hospital, ficar perdido num centrão cheio de medo, apresentar comportamento agressivo, ter ideais suicidas etc, etc, etc; são resultantes da combinação do uso do psicodélico em set/setting inapropriados. E a gente sabe que tem quem “cole as placas”, rsrs, é a única maneira que os psicodélicos podem ser danosos.

Se essa mesma pessoa usasse a mesma quantidade em um contexto mais seguro, dificilmente a “peia” evoluiria pra algo preocupante, e talvez seria mais fácil a pessoa tirar proveito da experiência difícil. Nesse tipo de caso realmente acho que o nome “bad” cabe como uma luva.

Tem espaço pra redução de danos no que você chama de “trips perfeitas”?

Pq falar que é “absolutamente perfeito”, que o ideal seria “a pessoa se entregar totalmente à experiencia” mesmo quando ela está desorientada, no meio da rua, se colocando em risco e colocando em risco outras pessoas, sem conseguir suportar-significar a própria experiência, e sem alguém para ajudar nisso... acho 'forçação'.
Foge muito do potencial terapêutico/de cura e passa a ter um potencial danoso. Nem a experiencia com psicodélicos foge da dualidade, nada é sempre “totalmente bom”.

Considero esse tipo de caso como lástimas, bads mesmo, que poderiam ser evitadas caso as pessoas tivessem mais informação e consciência sobre os efeitos dos psicodélicos.

Resumindo, acho que há o que se pode chamar de “experiencias difíceis” e “bads” msm. O limite entre uma e outra é bastante sutil, e depende de variáveis no “set e setting”.

Da pra pessoa aprender alguma coisa mesmo passando por maus bocados? Se ela for minimamente inteligente sim (o que infelizmente nem sempre é o caso), mas talvez ela pudesse alcançar um nivel de compreensão semelhante, ou até melhor, sem tanto risco ou dano.

Chamei minha experiência de “bad”, não sei o quão adequado foi isso, mas to de boas porque isso não causa distorção na minha percepção sobre a experiência.
 
Pq falar que é “absolutamente perfeito”, que o ideal seria “a pessoa se entregar totalmente à experiencia” mesmo quando ela está desorientada, no meio da rua, se colocando em risco e colocando em risco outras pessoas, sem conseguir suportar-significar a própria experiência, e sem alguém para ajudar nisso... acho 'forçação'.
Foge muito do potencial terapêutico/de cura e passa a ter um potencial danoso. Nem a experiencia com psicodélicos foge da dualidade, nada é sempre “totalmente bom”.

Se a pessoa estiver no meio da rua depois de tomar cogumelos, ela vai ter o que merece por cutucar uma onça com vara curta. Não é culpa da onça, não é ela que é “má”... a onça é perfeita, é uma força da natureza. Analogamente, a suposta viagem no meio da rua não é uma bad trip... a pessoa em questão é que é um bad tripper, por fazê-lo no meio da cidade. É igual a alguém que, despreparado, se mete sozinho no coração da selva e morre com uma picada de cobra. Não é a selva que é “má”, e nem a cobra (ao contrário do que pensavam nossos antepassados destruidores de florestas). Foi a própria pessoa que se meteu nessa situação.

Não conseguir suportar/significar a experiência (ao menos durante o auge dos efeitos) é o padrão de qualidade de uma viagem enteógena - é o que difere a dosagem de fato instrutiva da dosagem em que se mantém a ilusão de controle.
É por isso que não existem bad trips. “Peia”, que você mencionou, é mais apropriado, descreve bem melhor o que realmente é. Se a pessoa estiver se desesperando no centro da cidade, é apenas uma peia muito mais forte, que porventura o destino reservou pro pobre coitado. É mais ou menos o caso da palavra “alucinógeno” (onde “enteógeno” é um termo mais adequado). “Bad trip” é um termo tão distante da realidade quanto o termo “alucinógeno”. A humanidade evoluiria mais facilmente sem essas duas palavras.

Da mesma forma que o carinha politicamente correto não fala “negro”, e sim “afrodescendente”, o carinha xamânicamente correto não fala “bad trip” nem “alucinógeno”, e ainda por cima se manifesta contra essas palavras quando alguém as usa :D:D:D
 
Oi @Anão!

Também gosto muito do Jung, ele é dos meus psicólogos/psiquiatras favoritos, e também uso esse referencial teórico pra refletir sobre as minhas experiências com os cogus.

Fiquei refletindo um tempo sobre as experiências que tive, e no ponto da “morte do ego” concordo com você. O termo morte pode não ser o mais apropriado se a gente usa como sinônimo de “aniquilação”. A aniquilação do ego só vem com a morte física mesmo. Se entendida como uma “morte simbólica”, ai passa a fazer mais sentido. É muito comum as pessoas sentirem que “morreram e renasceram” após os cogus, mas também a outras experiências como doenças, ou mesmo parir um filho.

No dia a dia a gente consegue perceber essas 3 fases da estrutura da personalidade (persona, ego e self), nao como coisas separadas mas como um continuum, mas normalmente nossa atenção está mais no domínio ego-persona que no self.
Durante as trips de cogu a diferenciação fica bem mais clara, e é mais fácil vivenciar o proprio self, é como se a nossa consciência se voltasse pra ele.

Em quantidades mais baixas (até 3g) ao mesmo tempo em que sou inundada pela vivência do self, mantenho os pés no chão (ou seja, a consciência do meu ego é ainda bastante clara), creio que seja por isso que fica mais fácil, durante a trip, de tomar consiciencia de aspectos do ego e da persona, principalmente em relação à sombra.

Em quantidades mais altas, essa fronteira fica muito permeável, e a impressão que tenho é a de que a maior parte da nossa consciência, e em algum momento, talvez toda ela, esteja concentrada no self (e isso pode ser suave ou não). E é sempre uma experiência cabulosa ficar frente-a-frente com o self e de costas pro ego, digamos. Não quer dizer que o ego morre de verdade, mas a gente não tá prestando muita atenção nessa camada, como normalmente estamos no dia-a-dia. E ao vivenciarmos os mistérios do self, é inevitável que algo mude no nosso ego... pode ser tão chocante que realmente acontece o tal renascimento que já mencionei.

Acho que isso condiz com o que essa galera da neurociência descobriu em exames de imagem... que durante o consumo de cogumelo o fluxo sanguineo diminui nas áreas do cérebro mais centrais ao funcionamento do ego, e o que a galera esperava era justamente o contrário, que o fluxo sanguineo aumentasse, já que a gente vê cores mais intensas, movimentos que normalmente não estariam ali, tem altos insights etc.. (vou ver se acho ela pra colocar aqui)

A palavra "ego" e o próprio "egoísmo", são utilizados em conotações negativas, o que acaba trazendo uma falta de compreensão sobre o que ele é ou como funciona. O máximo que você pode fazer é dissecá-lo, utilizá-lo de uma forma diferente para matar sua persona durante alguns instantes. Na definição do Carl Jung: persona é a máscara que apresentamos ao mundo. Uma pessoa pode ter várias personas, mas sempre há uma predominante, o verdadeiro você, para todos os efeitos. O que a maioria das pessoas pensa quando pensa em "ego" na verdade é a "sombra", a parte negativa da nossa psique, que tentamos ignorar, ou abandonar. De acordo com este modelo:

Fato, as pessoas confundem Ego com Sombra, embora a sombra faça parte do ego.

Sobre a persona ai ... não quer dizer que o ego deva aniquilar a persona... nem que em algum momento a persona possa ou deva ser aniquilada pelo ego ou pelo self. Pro Jung uma “personalidade saudável” consegue alinhar persona e ego ao self. E esse processo de lapidação da personalidade ele chama de “processo de individuação”. Pros alquimistas medievais, era “transformar chumbo em ouro”.


De forma que cada vez que se busca a morte do ego, você nada está fazendo do que reforçando seu oposto. Você está reforçando o ego espiritual. Se enganando em achar de que no outro oposto, o ego "natural" não existe. Você está apenas experimentando uma forma de ego sobrenatural. Mas sempre onde há percepção, há o ego. Tudo o que pensamos, experimentamos, sabemos, ou achamos que sabemos, passa pelo filtro do ego antes de chegar até nós.

De fato quando busco a vivência do self, ou “morte do ego”, ou pelo menos “reduzir” a percepção do ego, o faço para polir meu próprio ego.
E se não servir pra isso, não sei pra que mais que serve, rsrs. Isso faz parte do que você falou sobre a psiqué (assim como o corpo, e junto com este) buscar uma auto-regulação. O self é norteador pro ego e pra persona, logo aumentar a consciencia do self, ajuda a polir ego e persona.

Quando você começou a se afastar do ego, sua psique buscou equilibrar com o lado oposto, que na mulher, se manifesta como o Animus: o lado masculino.

Quando me afasto do ego a psique equilibra com o animus??? Achei essa interpretação bem equivocada.

Fiquei com saudade dele porque tô com muita saudade mesmo... e ele é um ponto de apoio emocional/intelectual muito importante pra mim. Tô num período de muitas responsabilidades, pouca diversão, pouca conversa com gente afim... sempre gostei muito de ficar sozinha, mas tem limite ne, rsrs. É natural que eu sinta isso de maneira mais acentuada ao usar cogu.
 
Já leu o Livro Tibetano dos Mortos ? O Tio Jung comenta e explica esse livro
Faz muito tempo que lí , mas lembro de algo como
"... reconheça a luz branca como sendo sua divindade tutelar..."
Eu ví uma luz branca mas tive medo de ser o fim e me refugiei na música e qdo tava lá escondido , me veio uma outra lembrança do livro
"...a música é o último dos impedimentos ..."
Vish nem sei pq escrevi isso ...kkk nada a ver. Kkk
 
Reconheço que meu comentário sobre o Animus não fez sentido. Nem as análises psicológicas em geral, foi apenas um exercício filosófico. Havia tomado muito café ou mate e achava que entendia mais do que entendia. Acontece com frequência.
 
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