- 22/03/2017
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Era entardecer, um dia de semana e eu estava voltando a pé do trabalho. No caminho, havia consumido quase 2 gramas de cogumelos desidratados. Deixei alguns pertences em casa e fui caminhar entre árvores próximas. Nelas, encontrei muitos cogumelos saprófitos de inverno e tentei identificá-los, mas não consegui, tinham coloração alaranjada e esporada branca. Eu desejava que fossem comestíveis e por isso apanhei alguns exemplares para poder identificá-los em casa com o auxílio de um guia; conclusão, não eram comestíveis. Invariavelmente, foi um presente encontrá-los lá, me lançaram ao exercício da curiosidade e admiração enquanto aguardava a suavidade dos efeitos. Após um tempo interagindo com o ambiente, comecei a sentir que “havia algo diferente em mim” e logo imaginei o que estava se pronunciando. Notei a chegada opaca do escurecer e então voltei calmamente para a segurança dos meus aposentos.
Em casa, os efeitos eram notáveis. Tive um dos melhores banhos da minha vida, a água quente era ótima, envolvia meu corpo com carícia e ternura; sentir o fluído excitado desaguar da cabeça aos pés era extremamente delicioso. Eu estava desfrutando o prazer do nosso contato, era simplesmente água! Enfim, fechei o registro e fiquei estático, sentindo gratidão e suspirando. Sereno, fui para o quarto. O frio aumentava com a chegada da noite, por isso enrolei cobertores em mim, liguei meu abajur, coloquei o computador em cima da cama e escolhi este álbum de música folktrônica para tocar:
Fechei os olhos e me concentrei na totalidade da experiência, entrei em um estado leve de transe. Após 1 hora, fiz as seguintes observações no computador:
“Sinto meu coração, ele é o centro do meu Ser, está sensível e enfático... forte... comunicando. Sinto amor.”
“Minha respiração é profunda e constante, involuntária…”
“A música é muito bela, sou guiado, simplesmente, por sua melodia.”
“Meus pensamentos são diversos...profundos, reconfortantes e, às vezes, rasos. Memórias, autopercepção, fantasias.”
“Vou seguir nessa maré, contemplativo.”
“Não quero olhar para a tela e analisar meus pensamentos “organizados”.”
Deixei o computador de lado e alguns minutos depois minha companheira ligou porque precisava de empatia. Foi incrível perceber como eu estava receptivo e compreensivo aos sentimentos dela. Minha comunicação, meu raciocínio e meu repertório de palavras estavam amplificados, me senti extraordinário e compassivo. Ficamos mais de 1 hora conversando, trocando afetos e reconhecendo a qualidade de nosso relacionamento, naquele momento, havíamos edificado um monumento para enaltecer a nossa história. Ambos ficamos muito felizes e satisfeitos com isso, enfim, a despedida. Os efeitos estavam atenuando e fui preparar uma refeição. Calmamente a degustei, e logo me senti cansado, voltei ao quarto para agradecer e encerrar o dia. Deitei e dormi, tive sonhos gentis.
Acordei feliz e abracei os primeiros raios de sol, respirei o ar gelado e preenchido de gratidão observei prevalência de harmonia em tudo. Nesse estado de espírito, fui viver mais um dia, agraciado com a doçura dos cogumelos.
Em casa, os efeitos eram notáveis. Tive um dos melhores banhos da minha vida, a água quente era ótima, envolvia meu corpo com carícia e ternura; sentir o fluído excitado desaguar da cabeça aos pés era extremamente delicioso. Eu estava desfrutando o prazer do nosso contato, era simplesmente água! Enfim, fechei o registro e fiquei estático, sentindo gratidão e suspirando. Sereno, fui para o quarto. O frio aumentava com a chegada da noite, por isso enrolei cobertores em mim, liguei meu abajur, coloquei o computador em cima da cama e escolhi este álbum de música folktrônica para tocar:
Fechei os olhos e me concentrei na totalidade da experiência, entrei em um estado leve de transe. Após 1 hora, fiz as seguintes observações no computador:
“Sinto meu coração, ele é o centro do meu Ser, está sensível e enfático... forte... comunicando. Sinto amor.”
“Minha respiração é profunda e constante, involuntária…”
“A música é muito bela, sou guiado, simplesmente, por sua melodia.”
“Meus pensamentos são diversos...profundos, reconfortantes e, às vezes, rasos. Memórias, autopercepção, fantasias.”
“Vou seguir nessa maré, contemplativo.”
“Não quero olhar para a tela e analisar meus pensamentos “organizados”.”
Deixei o computador de lado e alguns minutos depois minha companheira ligou porque precisava de empatia. Foi incrível perceber como eu estava receptivo e compreensivo aos sentimentos dela. Minha comunicação, meu raciocínio e meu repertório de palavras estavam amplificados, me senti extraordinário e compassivo. Ficamos mais de 1 hora conversando, trocando afetos e reconhecendo a qualidade de nosso relacionamento, naquele momento, havíamos edificado um monumento para enaltecer a nossa história. Ambos ficamos muito felizes e satisfeitos com isso, enfim, a despedida. Os efeitos estavam atenuando e fui preparar uma refeição. Calmamente a degustei, e logo me senti cansado, voltei ao quarto para agradecer e encerrar o dia. Deitei e dormi, tive sonhos gentis.
Acordei feliz e abracei os primeiros raios de sol, respirei o ar gelado e preenchido de gratidão observei prevalência de harmonia em tudo. Nesse estado de espírito, fui viver mais um dia, agraciado com a doçura dos cogumelos.