Colonização

Após a inoculação guarde os vidros em um lugar escuro, de preferência desinfetado, com a boca para cima. Uma gaveta ou caixa servem bem. Evite o nível do chão. A maior parte dos contaminantes de culturas se concentra a pouca altura do chão. Nesse início os meios estão vedados, mas pode ser interessantes abrir os furos depois. Sem luz a colonização é mais rápida. Se quiser deixe um ou dois vidros em luz indireta para comparar. Você vai querer olhá-los pelo menos uma vez ao dia. Esses minutos de luz não vão prejudicar o crescimento.

Os primeiros sinais de crescimento aparecem entre 3 a 5 dias, perto dos locais de inoculação. São pequenos focos brancos. Logo esses focos se expandem rapidamente, às vezes mantendo o aspecto de "penugem" do início, outras vezes com um aspecto de crescimento em "tiras" (rizomórfico), que geralmente é mais rápido. Em 2 a 3 semanas a parte superior do vidro já deve estar toda colonizada. A área total colonizada passa de 50% da área total. É normal nessa fase o crescimento diminuir o ritmo. A causa mais provável é a diminuição do suprimento de oxigênio. Para retomar o crescimento rápido é bom retirar o durex dos furos de inoculação. Só faça isso se a parte superior do vidro estiver completamente colonizada. Psilocybe cubensis é um competidor forte, e dificilmente ocorre contaminação em uma área se o micélio já estiver estabelecido. Passe um desinfetante na tampa ao redor e tire o durex. Guarde de novo os vidros no escuro. Se quiser ter mais segurança cubra a tampa de papel alumínio com uma outra de papel filtro ou papel de coador de café. Essa tampa extra evitará depósito de poeira na tampa de papel alumínio. Com 28 a 35 dias os vidros devem estar totalmente colonizados. Se não estiverem espere até a colonização chegar a 100%. O bolo só deve ser retirado do vidro quando o micélio tiver coberto toda a superfície. Só isso evita a contaminação do bolo no terrário. O fundo geralmente é a última área a colonizar. Se houver excesso de água depositado no fundo essa última etapa da colonização fica difícil. Pode ser necessário inverter o vidro, ou abortá-lo. Quando um vidro chegar a 100% retire-o do escuro e coloque-o em um lugar de luz indireta. Se quiser, pode inverter o vidro nessa etapa, e colocá-lo de boca para baixo, posição em que o bolo vai ser colocado no terrário. Algumas linhagens formam pins (pequenos cogumelos - o início da frutificação) com esse procedimento. Se isso ocorrer é hora de retirar o bolo do vidro e colocá-lo em um terrário. Se após 10 dias na luz não se formarem pins retire o bolo do vidro assim mesmo.

Para retirar o bolo do vidro prepare primeiro o terrário. Em seguida tenha junto uma base para o bolo. Você pode fazer uma de papel alumínio, no formato e tamanho da tampa do vidro, ou usar um pires, por exemplo. Tire a(s) tampa(s), coloque a base inverta o vidro e solte o bolo com tapas suaves, se ele não se soltar com o próprio peso.

Contaminação.


Nem sempre a cultura ocorre que nem o esperado. A maior fonte de problemas é a contaminação por outros fungos e bactérias. O micélio de P. cubensis é branco, brilhante ou quase. Áreas amareladas podem ocorrer em contato com gotas ou acumulo de água no vidro. Qualquer outra cor indica crescimento de contaminantes. São comuns contaminantes amarelos, pretos, verdes e marrons. Contaminantes brancos são raros em vidros de cultura, mas podem ocorrer. Nesse caso você vai distingui-los pela textura diferente da do micélio. Se ocorrer contaminação, aborte o vidro, mesmo que o micélio pareça estar sufocando o contaminante. Você não vai querer arriscar ter substâncias tóxicas junto aos seus cogumelos. Mesmo se a colonização transcorrer normal, se quando você tirar o bolo do vidro sentir um cheiro forte de azedo ou amargo, pode haver contaminação por bactérias. Descarte o vidro. O cheiro normal da cultura é suave. Dependendo da pessoa é percebido como levemente doce/azedo ou cheiro de mofo. Mesmo com o vidro 100% colonizado e com a cor correta, branco, podem surgir manchas de outra cor na fase final da colonização. Descarte o vidro contaminado.

Se você perder uma percentagem grande de vidros para a contaminação revise seus métodos de cultura e esterilização. Seja mais rigoroso nas técnicas.